"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

ALIENADO DUMA ESCOLA QUALQUER ( Um trabalho competente ornamenta o prédio escolar)

























CRÔNICA

ALIENADO DUMA ESCOLA QUALQUER ( Um trabalho competente ornamenta o prédio escolar)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          No tempo de meus avós, quando eles ainda estudavam, não era assim! Contavam-me que os alunos das escolinhas rurais prestavam sua lealdade ao programa de ensino (conteúdos adequados à realidade do aluno), bem como reverenciavam aos seus professores mais que à estrutura física do prédio escolar, pois quase sempre era precária. Mas hoje, tenho ouvido pais “moderninhos” dizerem: “meu filho é da escola fulano, ou beltrano, ou cicrano”. Esse esnobismo levou-me a concluir que é sempre um problema sério quando os pais se deixam atrair mais pela estrutura física e pela fachada da escola, ou seja, pelo prédio e sua localização, do que por um programa de ensino coerente e bons professores; ou quando são divididos em sua lealdade diante das obrigações reais da sociedade; ou quando estimulam seus filhos a se empenharem em competições por status e louvor da parte dos colegas, ao invés de estimularem-nos a participar de grupos de estudos para ajudar os que têm dificuldade, preferindo ainda a admiração e a adesão fúteis e tolas a tudo que entra na moda, ao invés do comportamento acadêmico necessário.
          O deus deste século, que é a presunção, cega de modo completo a mente dos adolescentes em relação ao que é de fato necessário. Claro está que se precisa de um pouco de vaidade e magnificência que se pode, como alunos diferenciados, adquirir. O poder de pensar alienadamente, a habilidade de zombar das grandes questões, o domínio dos neologismos e gírias – tudo deve ser adquirido. Mas, sobre tudo isso, deve estar a coerência plenamente revelada por alguém que frequenta uma escola de verdade, que prioriza os conteúdos adequados à sua realidade  ante às formas elitizadas.
          Falando em escola de verdade, a falsa é aquela que promove mais o uniforme e o luxo dos seus alunos, do que o saber para um viver de qualidade. Ela geralmente prefere estimular sua clientela a entregar a mensalidade em dia, do que a estimular ao bom senso. Nela, o amor ao reconhecimento corre em competição com o enfadar-se do conhecimento. É nesse processo que os professores são a medida da escola toda; são aqueles que desejam os aplausos dos alunos, o que não é necessariamente um erro. É parte de nossas necessidades básicas de aceitação. É claro que não devemos ser indiferentes a aprovação pessoal, mas essa deve estar subordinada à responsabilidade da realização competente do trabalho pedagógico. Fazer de nosso grande objetivo na vida agradar a alunos, por meramente agradá-los, ou garantir favores, ao invés do cumprimento do nobre dever, é indigno de nós como mestres, sendo também uma escolha fatal.
          Não é bom que ganhemos a concorrência com os colegas em nossos desejos egoístas. Existir para ser útil ao próximo, muitas vezes, requer que fechemos nossos olhos e ouvidos aos aplausos dos demais. Se queremos viver genuíno magistério, temos de nos haver com esta questão de autoestima. Todos nós ansiamos pela pobre opinião dos homens, desde que esta nos aprove. Por isso, a tentação de procurar honrarias da comunidade escolar está tão perto de todos nós, professores, pais e alunos, que deve merecer cuidadosa consideração.
          De todos os fatores que determinam nossa posição como professor, pais e alunos, o que realmente importa é a estima que alcançamos da parte do trabalho responsável e do comprometimento com o produzir.
 

Encaminhamento de percepção

 1-Você estudaria em uma escola só pela fama? Conceitue uma boa escola.
 2-Quem tem mais valor: um professor bem estabelecido na profissão ou um prédio bem estruturado e conservado?
 3-Como a presunção pode cegar a mente para o necessário?
 4-Quem deve ganhar na competição entre o amor ao reconhecimento e o transmitir com responsabilidade o conhecimento?
 5-Por que a tentação de procurar honra não deve ser ignorada?
 6-Até que ponto o professor coopera com o prestígio da escola?
 7- Faça uma ilustração para a crônica que acabou de ler.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 02/07/2009
Código do texto: T1678108


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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TITUBEAR SEM CETEBEAR (Alguém quer comprar uma monografia e/ou um diploma ?)







Claudeci Ferreira de Andrade



TITUBEAR SEM CETEBEAR (Alguém quer comprar um diploma ou uma monografia?)

segunda-feira, 29 de junho de 2009
Claudeci Ferreira de Andrade
          A difusão galopante das tais escolas abertas, escolas que vão até você, e as que oferecem cursos a distância, tem preocupado a bons educadores. É muito grande o número dos que sentem perplexidade e angústia diante dessa “moda”, disseminada, com segurança tecnológica e muita intransigência, por educadores das mais variadas linhas pedagógicas, de que essa onipresença virtual salvará a educação.
          Alguns educadores iludidos de que estão completos, acostumados a comprar módulos e provas respondidas, por fim, somaram em seus salários os 30% por “titularidade” fácil. Contudo, agora esses viciados em “novas tecnologias educacionais” alarmam-se quando um outro tipo de educador levanta dúvida sobre o verdadeiro sentido da educação e da escola moderna!
          Logo, a minha reação como educador zeloso e compreensivo é aceitável. Confesso que senti uma espécie de crise profissional quando descobri que uma coluna do edifício de minhas convicções pedagógicas abalou-se: a mais velha. É verdade que, se eu tivesse a coragem de ir até o fim, acabaria, muitas vezes, por verificar que, substituída essa coluna por outra mais nova, o edifício ficaria perfeito e mais suntuoso. Por outro lado, se alguns se regozijam com a velha coluna, outros, igualmente, sentem profundo alívio ao descobrirem que o método tradicional fatídico não era parte essencial da pedagogia ideal: a coluna já estava quebrada, ameaçando ruir todo o edifício das boas convicções pedagógicas; poder removê-la, já havia pensado. Mas, também penso que educação não se faz com experiências isoladas; faz-se, construindo-a sobre as grandes verdades fundamentais bem apreendidas, interpretando-se por elas todas as demais afirmações bem sucedidas e todos os fracassos.
          O que aprendo com meus colegas, dentro da Secretaria de Educação, é que eles são mais “generosos”, muito mais prontos a tratar com “amor” e “bondade” os seus “clientes”. Porém, são eles feitores da educação ideal quando repassam gratuitamente o disquete com as provas dos cursos do Ceteb (Centro de Ensino Tecnológico de Brasília) respondidas!? Quando fomentam uma aceleração para recuperar o tempo perdido dos pobres coitados que, por motivos cruéis da existência, não estudaram no tempo próprio!? Quando compõem comissão avaliativa para classificação daqueles que “perderam” seus documentos escolares ou reclassificação dos que se mostraram evoluídos demais para a série em que estão!? Quando se graduam num curso de regime parcelado para se adequarem à urgente exigência da LDBEN, garantindo assim o vínculo empregatício na educação pública!?
          Quisera eu ser sábio e ser discriminado merecidamente, do que não saber nada e sofrer com a certeza de que não sei nada. Só os cultos e intelectuais merecem o sofrimento da discriminação, porque a maioria é "sem miolos", portanto, (massa)crante.

Encaminhamento de percepção

 1-Quais as diferenças qualitativas surtidas nos cursistas destes tipos de regime: presencial, parcelado e a distância?
 2-Você compraria uma monografia de conclusão de graduação pela internet? Justifique.
 3-Que mal há em ser tradicional ou moderno em se tratando de Pedagogia?
 4-O que faz titubear o narrador entre os dois adjetivos zeloso e compreensivo?
 5- "O narrador queria saber muito e ter a discriminação reservada aos sábios, do que parecer sábio e sofrer com a certeza de que não sabe nada". Comente:
 6-Faça uma ilustração para a crônica que acabou de ler.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 01/07/2009
Código do texto: T1676342

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DEMOCRACIA EDUCACIONAL (Assim se faz autonomia?)









A EDUCAÇÃO É O CELEIRO EXCLUSIVO DA MULHER! DE ONDE VEM A DEMOCRACIA?

Crônica

DEMOCRACIA EDUCACIONAL (Assim se faz autonomia?)

 Por Claudeci Ferreira de Andrade


           Neste mês, consta no calendário escolar mais um “Sábado Letivo”, um bom dia para acontecer aquele encontro de professores para ajustarem o currículo de estudo da modalidade supletivo, já há muito planejado. Só uma coisinha faltava para os integrantes da equipe organizadora: como fazer para que, na capacitação, obtivessem a presença de todos os professores já convidados. Então, idealizaram uma manobra para compensar o dia trabalhado dos que comparecerem: via ofício, comunicaram que ganhariam dois sábados letivos posteriormente se tão-somente contribuíssem nas atividades dos dois períodos do tal sábado - matutino e vespertino – e a lista de frequência correria no final da tarde como parte da artimanha.
           Assim aconteceu, foi de surpreender a presença deles no turno matutino, ali estavam 70% dos professores esperados. Essa aquiescência deveu-se puramente à estratégia técnica, ou ao café-da-manhã, ou ao almoço? Para você que está achando essa pergunta descabida e inconveniente, explique-me a razão dos só 30% que assinaram na folha de frequência, levando ainda em conta, os que chegaram só depois do almoço! Porém, os gazeteadores não contavam com o implacável “corte de ponto” que veio depois como consequência da “improdutividade”. Então, justificaram-se, os que se achavam injustiçados, um após o outro:
           — Me disseram que o café-da-manhã era pão, leite, toddy, pão-de-queijo, salgados e bolos! Mas, me enganaram, foi apenas refrigerante com pão e margarina, então para não ser gorado também no almoço, saí mais cedo quando a cabeça já queria doer.
           — Olha, para mim coisa abominável é a atitude de vocês, também professores, mas, viabilizando nosso prejuízo. É como a tempestade, arrancando árvores e fazendo erosão! É o pobre explorando o pobre! É o perdoado de uma grande dívida cobrando ao seu devedor de pouca coisa!
           — Estou insatisfeito por pensar em perder meu ponto, pois não tenho justificativa alguma, apenas fiz minha proposta de Geografia e achei ser isso o suficiente, porém falei com o professor Fulano no Carrefour, e ele me falou que tem um grupo dos ameaçados que vai entrar com um processo na justiça se for consumado o “corte”. Tomem cuidados!
           — Perguntei para o coordenador da sala em que participei, ele me falou que não tinha lista de presença! Nem para me explicar que não tinha uma lista ali, mas tinha uma geral que passaria no final da tarde. Por isso, fui embora sem assiná-la, já que não poderia estar ali naquela manhã por causa doutro compromisso.
           Aquele que classificava as falas disse ironicamente:
           — Nada como uma boa declaração para reparar!
           Concluí, todos nós vemos o que queremos, e, nesse particular, digo que a próxima convocação terá mais força, e a reunião será levada mais a sério sem ser preciso colhermos evasivas. Isso é democracia educacional e autonomia escolar. Se funcionar é o que importa, questionar é um mero detalhe, e por aqui, as mudanças acontecem muito lentamente.

Encaminhamento de percepção

1- O que motivou a ironia daquele que classificava as justificativas dos gazeteadores?
2- Defina melhor Democracia Educacional e Autonomia Escolar.
3- Trace o perfil psicológico de cada um dos entrevistados por sua justificativa.
4- Que características deve ter a reunião sabatina para caracterizar-se um “Sábado Letivo”?
5- Qual das justificativas lhe parece mais mentirosa? Justifique.
6- Em que momento o narrador se inclui na equipe organizadora?
7- Faça sua ilustração para a crônica que acabou de ler.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 30/06/2009
Código do texto: T1675159


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domingo, 28 de junho de 2009

“É PRECISO DEMITIR MAUS PROFESSORES”





domingo, 28 de junho de 2009

“É PRECISO DEMITIR MAUS PROFESSORES”
por Claudeci Ferreira de Andrade
          
O Professor da Universidade de Stanford e integrante da Academia Nacional para Educação dos Estados Unidos, Eric Hanushek, falando sobre o tema: A importância do investimento em educação para o desenvolvimento econômico de um país. disse: "Estaríamos melhor se nos livrássemos dos professores particularmente ruins". http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,e-preciso-demitir-maus-professores,392313,0.shtm (acessado em 13/04/2013).
         O professor palestrante atribuiu toda culpa das mazelas do ensino ao professor ruim! Mas, quem é o bom? Eu que sempre achei que todo problema da baixa qualidade da educação estava no aluno, sua falta de interesse, porque os conhecimentos não atingiam seu fim último, ou seja, “batiam fofo”, mas, fui obrigado a me conformar, olhando a frase de efeito adotada pelas Secretarias Municipais para a Educação: O "Só ensina quem aprende”. É uma frustrada expectativa! Porque, por aqui têm muitos que não aprenderam e estão a ensinar! Será que o fato de ver o quanto o professor é ruim põe fim nos problemas da educação? Não sei!
         Refletindo um pouco mais, pensei em alguns critérios, baseando-me na necessidade do dia-a-dia, tentando me avaliar se sou ou não um desses ruins: Câncer da educação. Mas, tenho um curso de licenciatura na área em que estou atuando e a domino! Não estou vivendo separado da leitura, leio mais que apenas o livro adotado para dar minhas aulinhas! Conduzo a minha sala de forma a dar uma boa impressão para o colega que está sempre de plantão me vigiando e, por insegurança, comparando-se a divulgar sua falta de domínio de classe! Não enrolo minha aula com frivolidade, fingindo ser amigo demais de alunos, falando de minha vida pessoal e segredos fúteis o tempo todo! Não estou mais ensinando palavras cruzadas para os alunos, utilizando jornais, dando brecha para a escola me criticar de malandro! Não falo tudo o que ocupa meu cérebro: tolices, banalidades, imagens ilusórias da vida! Então...
         Concluí que me pareço muito com poucos! Então mereço o salário que ganho! O Professor Eric (método norte-amerino) sugere que se aumente o salário só dos bons professores. Que seja assim, pelo que estão as autoridades esperando? E nós professores pelo que estamos esperando? Será que temos demais o que já disse Millôr Fernandes: "Capacidade de saber cada vez mais sobre cada vez menos, até saber tudo sobre nada." O que falta em nós para desocuparmos o lugar?
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 29/06/2009
Código do texto: T1673229


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sábado, 27 de junho de 2009

PERGUNTAS PARA RELIGIOSOS (Uma sã consciência tem "luz", se não, RECEBA)


Texto

Perguntas para Religiosos

*Se o céu só será possível mediante os mérito de Jesus, o Cristo; então tem mais dignidade quem, por méritos próprios, conquista o inferno?
*Qual o pecado que tem no mundo e não se encontra na igreja?
*Qual o benefício espiritual que a igreja oferece que não se recebe em quaisquer outros lugares do mundo?
*Por que os membros convertidos de uma igreja gostam de contar como eram "carga torta" antes de ir para a igreja?
*Se um anjo, enviado de Deus, entrasse em uma igreja qualquer e dissesse a todos ali que continuassem se abstendo dos prazeres do mundo, mas que ninguém iria para o céu, na próxima reunião, teria adorador algum naquele lugar?
*Onde está a eficácia da fé, se é possível abusar dela?
*Como não me considerar filho de Deus se não tem como Deus deixar de ser o Pai gerador de todas as coisas?
*Se quanto mais se peca, requer maior Graça, então o segredo para viver na Graça é viver pecando?
*Por que nas igrejas evangélicas falam mais no Diabo que em Deus, promovem mais o medo que a gratidão, falam mais em pecado(dinheiro, sexo etc.) que nos Dons de Deus para o homem(caridade, perdão etc.)?
*A adoração a Deus (música gospel, oração, imagens e filmes) tende a uma humanização dEle. Precisamos de um deus mais humano?
*Dizer que a igreja é a casa de Deus não seria subestimar demais a Onipresença Divina?
*Que espécie de divindade pretende ser o pastor evangélico se propondo pleitear ("colocar Deus na parede"), intercedendo pelas pessoa perante Deus?
*O que o ser humano tem para dizer a Deus, em oração, que Ele não saiba? ("ganhar no grito"  já é chacota sobre crente!).
*A evangelização com a promessa de prosperidade socioeconômica, não seria uma "hipocritização"?
*Se a Bíblia é a regra infalível de fé para a igreja, e diz que "quem é amigo do mundo não é amigo de Deus", por que as igrejas promovem o Natal, Páscoa, Dia internacional da Mulher e outras festividades mundanas, incentivando à amizade com o mundo?
* Por que os crentes atacam com ameças e baixarias comprometendo a reputação de quem ataca suas crenças? Por que os crentes precisam defender seu Deus? Quem é o Deus de quem?
* Onde há muita riqueza, razoavelmente distribuída, e mecanismos de proteção social, a religião vai mal, onde há muita pobreza, insegurança  concentração de renda e competição desenfreada, a religião vai bem. Por que a força da religião é, portanto, inversamente proporcional ao bem-estar da sociedade?
*Por que as pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas?
*Por que os intelectuais universais (Sigmund Freud, Albert Einstein, Steven Weinberg (físico), Arthur Schopenhauer, Karl Marx, Anatole France, Thomas Hobbes, Stendhal etc.) todos trataram da religião com desprezo?
*Se querem ir para o Céu, por que não querem morrer, sendo esta a única condição de ir para lá?
*Se Deus se retira do homem pecador, como poderá continuar onipresente?
Claudeko
Enviado por Claudeko em 16/05/2009
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T1597688


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sábado, 20 de junho de 2009

“Eleição” de chapa única (Um paradoxo muito estranho!)




CRÔNICA

“Eleição” de Chapa Única (Um paradoxo muito estranho!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          
Consultando o dicionário Caldas Aulete, deparei-me com a palavra eleição com o seguinte significado: Escolha, por meio de votos, de pessoa para ocupar um cargo público ou privado. Então, pensei na maior conquista da educação pública! Ainda que, a realidade seja um paradoxo estranho!
          A eleição direta para gestores escolares veio como um mecanismo de democratização dessa liderança. Um instrumento desse deve ser respeitado tanto por autoridades da escola como pela comunidade em geral. Do que adiantaria uma caneta na mão de um analfabeto? Mas, uma caneta na mão de uma pessoa letrada tem muito valor! No entanto, a diretiva de ação do processo eletivo está enferma, que opção têm os votantes em uma chapa única? Quando, porém, uma pessoa se depara com uma cédula de um quadrinho só, para marcar ou não marcar, sendo que o voto branco não é considerado válido, sente-se eleitora? ( O voto em branco não vai para nenhum candidato, ele é considerado inválido. Simples assim. (http://www.acidezmental.xpg.com.br/voto_nulo_e_branco.html). (acessado em 30/03/2013). Ainda mais, sabendo que em muitos casos, uma cédula em branco é o objeto de desejo incontrolável de corruptores que quase sempre têm um “jeitinho brasileiríssimo” para driblar o sistema de segurança. E para anular uma chapa única é difícil demais, pois o senso comum reza que “é melhor qualquer coisa que nada”, ou melhor, "mal acompanhado que só” e, ainda, a intromissão de um interventor mandado pela secretaria de educação nunca será bem vinda por motivos que a atual gestão com possibilidade de reeleição sabe elencá-los muito bem.
           É muito discreta, nojentamente, e quase que imperceptível a transgressão quando um orientador diz, para um votante, num ambiente de eleição, com uma cédula de quadrinho único em mãos:
          — Vai, é só marcar o quadrinho, só isso!
          Quem o impedirá?
          Eu também de olho no poder tentei formar uma chapa para concorrer à direção naquele ano, mas não consegui. O que de extraordinário tinha nessa minha intenção era oferecer mais uma opção em nome da verdadeira democracia. Todos os colegas que julguei adequados para trabalhar comigo, recusaram, fiz três convites e desisti. Tiveram medo: prefiro acreditar assim, do que pensar que duvidaram de minha competência; sendo uma coisa ou outra, sabemos que os medrosos sempre se tornam meros fantoches, e perdem o poder de escolha e até a individualidade. Aliás, escolher o que se a “opção” é única? A chapa única foi a realidade de muitos colégios por aqui! A ideia de democratização é isso? Gerar “livres agentes da passiva morais”!
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 28/06/2009
Código do texto: T1671215


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sábado, 13 de junho de 2009

TODOS DANÇAM! (“Ninguém é totalmente desprezível”)





CRÔNICA

TODOS DANÇAM! (“Ninguém é totalmente desprezível”)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Sei lá quem já falou isto, mas realmente: “ninguém é totalmente desprezível”! Estávamos fazendo os preparativos para a festa junina na escola, todos da comunidade escolar interna precisavam ajudar: tirar folhas dos coqueiros, caçar bambu, subir na armação metálica para dependurar balões de papel e outras atividades corriqueiras do evento. A mão-de-obra totalmente voluntária. Os alunos e professores, quando solicitados, mostravam-se solícitos, mas para fazer as coisas mais fáceis: cortar bandeirolas, confeccionar cartaz, desenhar, pintar, colar papel etc. Porém, um grupo seleto de desprendidos apresentou-se para fazer aquelas ações recusadas, ou seja, as mais pesadas. Observando melhor, notei que os alunos mais indisciplinados em sala tinham grande contribuição para a escola: faziam o serviço que era recusado pela maioria, talvez por ser mais grosseiro, mais arriscado e brutal! Todavia, eles trabalhavam bem, e todos se aproveitavam de seus talentos: faz isso, faz aquilo... Eu, que segurava a escada para um deles trocar as lâmpadas do telhado, gostava do espetáculo.
          Minha reflexão é: que espécie de cidadão queremos educar, não havíamos que diversificar as metodologias ao invés de taxarmos um tipo de aluno de incompetente?
          Como explicar isto: Um aluno indisciplinado, sem produtividade dentro da sala, com os livros, pode ser um bom aluno no pátio da escola com as ferramentas certas! E observei também que às alunas eram-lhes vetadas as atividades pesadas, mesmos as de mau comportamento dentro da sala, não paravam de colar papel amarrar cordão e encangar coisas! Também se tornaram “ovelhinhas”! Contudo, quem poderá explicar isso? Os psicopedagogos? E assim mesmo, a conduta desses alunos “produtivos do pátio”, nos eventos festivos da escola, ainda será considerada inadequada? Só porque eles estão vivendo desajustados educacionalmente dos convencionais métodos da escola! A escola existe para preparar cidadãos. No entanto, o que é isso? A única espécie de cidadão que podemos construir com o sistema calejado que temos é apenas idealizada. E não é real. Verdadeira cidadania só provém da prestatividade, a final a escola não devia preparar o aluno para servir cabalmente a sociedade no que ela precisar? E como melhor condicioná-los em seus direitos e obrigações?
          Eu lhes convido a contemplar a vida real – a examinar a “literatura” que produz efeitos reais, enxergar saudáveis perspectivas das relações interpessoais, avaliar melhor os alunos que queremos. Alguém está minando nossas energias do cérebro com tolices (uniformização). O mundo é a realidade.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 27/06/2009
Código do texto: T1669605

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domingo, 7 de junho de 2009

DOS ERROS PARA OS ACERTOS (Há uma lógica no erro - Jean piaget)








CRÔNICA

DOS ERROS PARA OS ACERTOS (Há uma lógica no erro - Jean piaget)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Alguém havia defecado, na calada da noite, atrás da última sala do pavilhão da direita, para banda da quadra de esporte. Lá funciona o segundo ano “D”, no turno matutino, aquele odor estava perturbando deveras, então os alunos mais saídos começaram a pensar em algumas medidas providenciais. Foram lá atrás, colocaram uma tábua em cima do “cocô”, e como dizem que “bosta quanto mais se mexe mais fede”, o mau cheiro ficou mais intenso literalmente. Portanto, foram pedir ajuda à coordenadora pedagógica, procurando uma situação confortável de aprendizado; ela querendo constatar a veracidade do fato, foi conferir. Eu que já não estava suportando mais a fetidez, tanto quanto aquela movimentação e baixas reclamações por parte deles, tomei a visita dela como uma doce solução, fiquei atento a cada fonema de sua boca. Mas, a coordenadora adentrou à sala de supetão, deu umas duas fungadas e disse que não estava sentindo nada, no entanto, os alunos do fundo da sala estavam com muitos gracejos, riam sem parar, aliás eu não entendo porque o cheiro característico de fezes e/ou “peido” provoca tanta alegria se é que o riso é sinal de felicidade, então naquele momento ela deduziu, por ver só os alunos do “fundão” gracejando, com um ar de incredulidade, e falou:

          — Vocês estão com alguma coisa aí no fundo! [sic]

          Eu entendi, ela estava querendo dizer que aqueles meninos do fundo da sala estavam aprontando alguma brincadeira de mau gosto. Mas, eles sentiram a necessidade de se explicar:

          — Ora, professora, não é no meu fundo, é no lado de fora da sala, eu tomei banho hoje [sic] – falou um mais ousado e os risos debochados dos demais endossaram.

          Era um raciocínio coerente para a ambiguidade surgida. Daí a pouco, passaram, ao lado, as mulheres da limpeza com vassoura, balde, pano e rodo. Qual já não era tanto a intensidade do aroma porque agora me simpatizava aquela situação divertida que ornamentou minha aula rotineira de Língua Portuguesa, foi a maior contribuição que já tive de uma coordenadora pedagógica para melhorar a qualidade de minhas tradicionais aulas de gramática e produção de texto! Ali, aproveitei e ensinei boas lições de fonologia, ambiguidade e interpretação textual e, com esta crônica humorística, pretendo retomar o ensinamento e falar de tipos e gêneros textuais. Vou pedir que cada um produza uma crônica humorística, tomando como referência a vida escolar. Assim, pretendo reforçar suas experiências com elogios e disciplina. Dos erros para os acertos o caminho é curto, porém estreito.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 26/06/2009
Código do texto: T1668335


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