"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

DOCE PECADO! (O pecado que a igreja condena tem no céu, e, da mesma forma, o pecado que o céu condena tem na igreja!)




PENSAMENTO

DOCE PECADO! (O pecado que a igreja condena tem no céu, e, da mesma forma, o pecado que o céu condena tem na igreja!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Segundo Santo Agostinho: "qualquer gozo voluntário dos sentidos é pecado"; de quem discordo completamente. Que me respondam seus adeptos, então, peca quem faz o bem pela satisfação que resulta nisso? Ele me faz concluir que peca quem ama e ama quem peca. Mas, vocês insistem em me dizer que pecado é iniquidade. Eu digo: não há pecado, há sim maneiras diferentes de gozar a vida, saborear cada consequência prazerosa tanto para a vida como para a morte: esta, o gozo último. O prazer que traz a vida é o mesmo prazer que traz a morte ou, bem no meio, a pausa, quando aliviam-se os orgasmos, para começar de novo o gozar vivificante ou mortificante! Do silêncio entre duas notas musicais aferidas surge o alívio que me prepara para o recomeço, ouvindo novo acorde. Do pênis ainda rígido que escapole da vagina para ser introduzido novamente, surge o ânimo rumo ao orgasmo final: morrer é isso gostoso pelo descanso! Toda relação prazerosa é "flacidificadora" da potência. A Nenhum movimento intensivo, eu o chamaria de pecado, mas precursor do descanso: preparo para outro prazer!  Nem o medo que promove o movimento brusco, nem a interrupção que predispõe maior desejo para continuar mais tarde, nem o matar da fome insaciável deixa de ser prazer e prazeroso paradoxo! O pecado que a igreja condena tem no céu: a satisfação dos sentidos, o prazer; da mesma forma, o pecado que o céu condena tem na igreja: as relações sexuais, ambição! Mas, foi o inferno terráqueo que nos ensinou o "jeitinho brasileiro"!
           Onde há a comida que me alimenta, há também os cheiros e os sabores dela, porém não sentirei nenhum prazer se não tivesse em minha própria língua e no olfato a capacidade de percepção e a distinção dos mesmos. Portanto, sou a razão do prazer que sinto. Se o prazer é pecado, então nossa existência é pecado. O medo do pecado é exatamente o de existir, portanto é o mesmo medo do prazer proibido pela religião dos compradores de Deus. Para um consciente, as relações sexuais são senão, e meramente, o mecanismo de reprodução da espécie, logo o orgasmo tão perseguido por todos não passa da motivação embotadora do principal objetivo da existência: "Crescer e Multiplicar"; "relaxar e gozar". Estar aos cuidados do Deus criador é obrigá-Lo a criar um novo ser através de mim, com alma e tudo! A anticoncepção é o lamber, e o cheirar, e o acariciar as frutas sem se alimentar delas. O prazer é automático quando cumprimos corretamente os ditames da natureza. Aliás, não tem como errar, a dor corretiva no final também é prazerosa porque chegou o final! Prazer antes e prazer depois da ação, você decide, eu prefiro o prazer do berço ao caixão, entre eles, ainda, o prazer de todas as escolhas. E louvado seja Epicuro: "Tu, que não és senhor do teu amanhã, não adies o momento de gozar o prazer possível! Consumimos nossa vida a esperar e morremos empenhados nessa espera do prazer."
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2009
Código do texto: T1834933

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Comentários


AS VOZES IMPERATIVAS DA CONSCIÊNCIA ("Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência." — Karl Marx)




CRÔNICA


AS VOZES IMPERATIVAS DA CONSCIÊNCIA ("Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência." — Karl Marx)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          O que é dor na consciência? A voz do Diabo, aquela do lado esquerdo, está sempre falando a seus ouvidos; também, a voz de Deus, do lado direito fala, mas a consciência não escuta ninguém, só fala, porque ela tem voz própria, é a voz da cultura. Por isso, sempre digo que sou o demônio de mim mesmo, ou melhor, o demônio mora em mim na forma de desejos, as coisas brotam no coração, mais forte do que os outros impulsos sobrenaturais. Esses comandos, com verborreias imperativas, rompendo de dentro para fora, faz-me praticar coisas humanas! "[...] Pois o coração do homem determina o que ele fala". (Mt 12:34 BV). E diga se de passagem: um coração apaixonado, fala muita "merda"!
          Será que os tribais não ouviam a voz de Deus? Ou somente a sua consciência, quando, na tentativa de purificar a espécie, matavam seus filhos fisicamente defeituosos? E os políticos brasileiros quando aumentam seu próprio salário, estão ouvindo a voz de quem? Que "troço" é essa tal consciência que Deus não tem poder transformador sobre ela! Cada pessoa tem a sua, de conteúdo mutante como seja, mas essa tagarela  é que determinará a sua reação após a leitura deste meu texto.
          E a consciência dos mortos, onde está? Não dizem os fanáticos que há vida consciente após a morte! Se, eles estão usando sua consciência, certamente é uma "caixa preta" de radiações perigosas, vai ser o pacote de vantagens ou desvantagens de um "infelizardo" qualquer, para cumprir missões inacabadas aqui na terra! Agora creio mais piamente que só escutamos nossa consciência por que isso nos faz bem, e o  conforto do outro fica sempre em segundo plano. O mistério está em como se forma uma consciência coletiva, blindada como é! Que efeito terão as manifestações públicas, apelando à consciência dos bandidos em prol da paz? Vale de alguma coisa pedir ao estuprador: — não me estupre? Ou o que estão gritando as vítimas que ainda continuam vítimas?
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2009
Código do texto: T1834945

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Comentários

O LAÇO DAS IGREJAS ("Quando até o laço do sapato tenta te derrubar: Anda sozinho, anda descalço, anda pelado, só não pare de andar." — Francis Cirino))




Crônica


O LAÇO DAS IGREJAS ("Quando até o laço do sapato tenta te derrubar: Anda sozinho, anda descalço, anda pelado, só não pare de andar." — Francis Cirino)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Bem antigamente eu pensava: a comunhão social era o único beneficio que a igreja me proporcionara, coisa que eu pensava também não encontrar em qualquer outro lugar, com a mesma intensidade. Hoje nem isso mais, as pessoas com quem compartilho do mesmo espaço físico e da mesma fé  se acham no direito de inspecionar minha vida de uma forma tão prejudicial que só me mostram desvirtudes na contribuição que eu ofereço. Tudo bem, se o que lhes ofereço é recebido como mal. Contanto, que a responsabilidade do proceder seja minha, mas o beneficiar-se do exemplo é sua. E as outras implicações de custo benefício? Excluíram-me, mas percebi a tempo, você também a tempo está excluído, cegaram-me com o lustre do verniz de sua madeira facial. E assim se fizeram tão trans(parentes) que não os estranho quando me tratam de irmãos!
           As instituições tradicionais tornaram-se lugares perigosos, pois servem de manta para acobertar o mal comportamento dos que são lobos por dentro. Os pecados da sociedade permeiam por entre os fiéis manipulando-os com os dogmas diretamente. Uma pessoa não pode matar, mas lá pode destruir o bom nome que eu tenho; as pessoas não podem adulterar, mas lá podem e cobiçam aos montes; as pessoas não podem roubar, mas podem mentir;  lá também podem ser exploradas em troca do céu.
              É mais fácil ser sepulcro caiado, visto que a sociedade moderna é tão motivada a valorizar a aparência de beleza. Os feios metem medo, assustam e/ou promovem o pecado! Nunca vi uma isca que não seja bonita, cheirosa e atraente! As armadilhas enfeitiçam e aprisionam. Estou fora! 
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 29/09/2009
Código do texto: T1837900

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Comentários


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)




CRÔNICA


INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eles, talvez não tenham a capacidade motora dos outros, mas não são "deficientes", são, sim, "especiais"! O desvio semântico da palavra "especial" não cobre o prejuízo na autoestima do incluso frente a olhares torcidos e ruídos circulantes. E em uma sala de aula inadequada; mesmo sabendo que um desrespeito não justifica o outro, o que vale mesmo é a socialização pretendida, porém, esse grande objetivo esperado sempre fica a desejar. Mesmo com um professor de apoio em minha sala, não consigo, andamos paralelamente. E os colegas de classe do includente, sem respeito ao professor e sem interesse na aula, provavelmente não estão também interessados nessa relação proposta. Como os demais alunos se sentem em relação ao aluno especial, não sei ao certo! Só sei que ignoram-no e um ou outro implica, zomba, maltrata, tentamos coibir estas tendências maldosas, no entanto não temos métodos eficazes para sanar por completo o problema, pois o professor não tem mais voz. Cadê o Estatuto da pessoa com Deficiência? Talvez se fosse o Estatuto das pessoas com necessidades "especiais" seria um pouco diferente, não priorizaria só a socialização, mas também valorizava outras necessidades primordiais em detrimento do forçar uma aceitação apenas?
     Com frequência, tenho esta categoria de aluno em minhas classes do Ensino Fundamental e uma auxiliar ali que se esforça para ensinar alguma coisa, mas parece que objetivo é somente um descargo de consciência, para dormir direito. A suas metodologias para ministrar lições diferenciadas me incomodam e atrapalham, e a movimentação da classe toda também atrapalha ela, sem falar que hoje uma sala de aula de adolescentes, que vão atrás dos benefícios do governo e muitos deles estão ali só para lanchar não é um lugar sensível. Então uma socialização assim não cresce ninguém. Quem dera esses especialistas em necessidades especiais respeitassem as limitações dessas pessoas e trabalhassem profissionalmente com elas em um ambiente adequado para que, de fato, atendessem mesmo as necessidade especiais de quem precisa de uma sala de aula menos agressora e de modelos ideais de socialização. 
           Até quando, como e onde vai acontecer inclusão de verdade como disse a Presidente Dilma: "Nós somos a favor de educação inclusiva para valer. Somos também a favor das instituições especiais. Uma coisa não exclui a outra" http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/12/dilma-e-vaiada-ao-falar-portador-de-deficiencia-durante-conferencia.html (acessado em 26/07/2022). 
           Enquanto isto não acontece, outras coisas ruins acontecem! Na escola é assim, os especiais são matriculados para socializar: desregradamente conversam, andam, enxergam, escutam, atrapalham a aula dos outros. “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2009
Código do texto: T1842638

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Comentários


A GRAÇA É ILUSÃO (Isso, a escola e a família deviam ensinar: não errar para não precisar da graça!)









PENSAMENTO

A GRAÇA É ILUSÃO (Isso, a escola e a família deviam ensinar: não errar para não precisar da graça!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           As famílias hoje, sempre subsidiadas com os pactos e bolsas do governo, ensinam às crianças um desfrutar inconsequente e acobertarem-se da misericórdia imerecida, promoção sem mérito algum, enfim a vida eterna pela graça. A escola, por sua vez, está sempre em demanda com a família dos alunos, nesses pontos sócio-religioso, que ensina a transgressão em nome da misericórdia, tecnicamente rasgando as normas como os insetos grandes o fazem nas teias das aranhas perdoadoras. Então, para saber quem vai sobrepujar, proponho uma reflexão transcendental sobre o papel dos líderes.
          Mas, a igreja subsidia a família e a escola com suas fantasias, com conceitos contraditórios que ela não domina: Peca contra Deus quem não aceita a Sua Graça! Um ser imensurável não pode ser ofendido, então não existe pecado contra Deus, só ideológico! E este Deus faz de conta que perdoa, sempre sem restrição, fazendo os homens sentir-se leves, atenuando-lhes as consequências, por isso quebram as leis facilmente: são cruéis e desobedientes.  Os homens, sim, pecam uns contra os outros e fazem de conta que se perdoam, também. Por conseguinte, não existe perdão algum, apesar de Deus atribui uma consequência para cada transgressão, e me parece que o pagamento não é suficiente, tanto nas relações verticais como horizontais, então eles não assumem seus erros. Depois de pagar o preço, o penitente ainda volta a cometer os mesmos erros. A correção não foi eficiente ou não se consegue nem perdoar a si mesmo? Ninguém consegue perdoar seu semelhante verdadeiramente e conservar os mesmos sentimentos de antes, a relação nunca mais voltará ser a mesma, será sempre pior. Porque o perdoador sempre se prevenirá da próxima ofensa, e o ofendido sempre se protegerá.
           O bom mesmo é  não errar com ninguém.  Valorizar as relações e, por tabela, as pessoas, isso é preciso. O que falta para um mundo melhor não é as pessoas se perdoarem mais, mas sim se ofenderem menos. É isso o que a escola, família e a igreja devem aprender para ensinar: a obediência e o respeito às pessoas e às normas e não graça, pois ela incentiva o pecar. "Onde abundou o pecado, superabundou a Graça" (Rm 5: 20) O segredo para se obter mais graça é pecar mais.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2009
Código do texto: T1848113

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Comentários


O Choro Doido da Escola! (Predileção pelo construtivismo ou desconhecimento das ciências cognitivas)

     

Pensamento

O Choro Doido da Escola! (Predileção pelo construtivismo ou desconhecimento das ciências cognitivas)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            

          A Escola culpa a falta de limites dos alunos como responsável pela violência e desrespeito às autoridades. Porém, não está ela doida e incoerente? Que está ela ensinado quando serve o lanche na sala de aula, sem respeitar o tempo e espaço acadêmico? Que educação alimentar é essa que ainda se serve arroz, feijão, carne e galinhada no meio do período, logo após o almoço, e o aluno, por cima, fica sem fazer a higiene bocal. Eu ainda não me acostumei ouvir alunos e professores falando com a boca cheia. Sem falar que torna o aluno vulnerável demais na condição de consumidor sem perícia, quando toma uma refeição feita em grande quantidade e sem muita inspeção; primeiro por ser pública e segundo feita sem o amor e a dedicação do seio da família. Só para reforçar o que estou tentando dizer: Merenda escolar contaminada na Índia continha pesticida concentrado. (http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/merenda-escolar-contaminada-na-india-continha-pesticida-concentrado.html) (acessado em 02/06/2015). "A equipe do Fantástico visitou mais de 50 escolas públicas em São Paulo, em Goiás, no Rio Grande do Norte, na Paraíba e na Bahia e constatou problemas como a falta de merenda e de higiene na armazenagem dos alimentos. As refeições também não supriam as necessidades mínimas nutricionais dos estudantes. Além disso, foram apresentadas denúncias de corrupção no caso de terceirização das refeições." (http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/200372-COMISSAO-VAI-DEBATER-PROBLEMAS-NA-DISTRIBUICAO-DA-MERENDA-ESCOLAR.html) (acessado em 02/06/2015). 
           E o coordenador que fica o tempo todo exigindo que não deixe o aluno sair da sala nem mesmo que seja para beber água, mas o motivo não é porque a água não está filtrada, mas porque não quer o trabalho de acompanhá-lo, e manter a aparecia de controle; então ele, acima de tudo, ainda cobra do professor que tome o telemóvel dos alunos sem a disposição para indenizá-lo, caso perca ou estrague! Qual é a ordem certa: os professores cobrarem dos coordenadores ajuda pedagógica ou os coordenadores cobrarem dos professores serviço para ressaltar a sua autoridade hierárquica?
           Várias vezes, levei bronca de coordenador porque um ou outro de meus alunos está fora da sala de aula: — "Professor, porque seus alunos estão fora da sala?"  Mas, a quem pedir ajuda se ele tem medidas para os professores e não para os alunos! Recomendo a meus alunos que levem sua garrafinha de água confiável para beber, evitando a frequente saída da sala, porém eles usam para molhar os colegas.  Eu no papel de pai do aluno, que vai à escola para estudar, ficaria aliviado se os alunos que não querem estudar, da sala de meu filho, não comparecessem ou ficassem fora. E os pais destes alunos ficariam felizes se eles fossem mais dedicados aos estudos! Então, o que a escola pode fazer para tornar felizes todos os incomodados com os restolhos da educação? Defendendo e dando razão às mães em detrimento do professor acusado de mal comportamento diante da classe com ameaça de filmar a aula, quando tudo que ele quer é pôr ordem para continuar trabalhando bem, assim não dá!
                      O que já disseram os grandes pensadores, (incluindo Valesca Poposuda e o professor de filosofia Antônio Kubitschek), desse sistema educacional engessado causa espanto: "A educação é inimiga da sabedoria, porque a educação torna necessárias muitas coisas das quais, para sermos sábios, nos deveríamos ver livres." (Luigi Pirandello). E "Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou." (Albert Einstein). E falando do professor de filosofia Antônio Kubitschek, analisa Gustavo Loschpe, o especialista em educação e colunista de VEJA : “O construtivismo surge nas escolas em sua versão mais rasa, que sugere que 'o aluno constrói o seu conhecimento’ a partir do seu interesse por determinado assunto, o que não é verdade. Esse problema é somado ao fato de que os professores não sabem como o cérebro aprende e acreditam que só com referências a temas pop ou chocantes o aluno se lembrará da matéria. As pesquisas mostram o contrário: uma pessoa aprende e se lembra de um tema quando ele é pensado e refletido" {http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/questao-de-prova-que-coloca-valesca-popozuda-como-grande-pensadora-prejudica-aprendizado-dos-alunos} (acessado em 02/06/2015).
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 07/10/2009
Código do texto: T1853726


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários


domingo, 4 de outubro de 2009

ALUNOS, COM DIREITOS E SEM DEVERES (Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo?)




CRÔNICA

ALUNOS, COM DIREITOS E SEM DEVERES (Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo?)

domingo, 4 de outubro de 2009
Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Já aprendi minhas obrigações, mas sempre tem alguém para me lembrá-las. Nem esperam que eu incorra em algum deslize, pretendendo os meus direitos, mas em todas as reuniões colegiais é uma cobrança sem fim. Até os pardais que moram no beirado do banheiro da escola e na caixa d’água me cobram deveres ecológicos. A direção e pais de aluno ditam que os professores não podem fazer isso ou aquilo, são tantos "nãos" que não acabam mais. Já os alunos e colegas dizem que se fulano, sicrano e/ou beltrano podem, eu também posso e fazem de tudo, de jeito que o coitado do professor aqui fica numa camisa de força. Refém de suas próprias leis!

         O mais deprimente que acho, é quando eu vou tentar corrigir um dos meus alunos, o mais desleixado quanto a sua pontualidade, e ele me diz:

          — Se os professores podem chegar atrasado, eu posso.
         Isso me faz lembrar também da forte marcação em cima das professoras que não podem nem usar uma roupa diferente, um pouco aberta, nas costas, por causa do calor, que as meninas de quem são cobradas um traje rigoroso exigem igualdade.

         É a revolta da comida, ou seja, o vômito de tudo aquilo que lhes foi enfiado de goela abaixo por anos; o pior de tudo é que respinga em minha branca roupa protegida com pó de giz, mas por ora me dá vontade de mendigar aqueles respingos, talvez seja esse mais um dos meus deveres, alimentando a inveja de está no lugar deles para usufruir dos muitos direitos que têm e não só para entendê-los melhor, mas para desfrutá-los também!

         A falta de limites dos alunos diluiu o meu direito de ser professor de tal forma que afeta minha consciência. Por que os alunos e pais têm direitos demais sobre a escola pública? Se conquistaram tanto poder por pagarem os seus impostos ao país, eu também pago meus impostos e estou ainda trabalhando, para merecê-los! Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo? Falta uma filtragem, quando se diz que a razão da existência da escola é o aluno!
         Perdem-se de vista os papéis e as funções, e assim, outras coisas mais importantes deixam de ser transitadas. Na tentativa do professor se postular no lugar do aluno para unicamente lhe entender melhor, tem feito do mestre um eterno escravo. Sendo assim: "É preciso começar por deixar de ser professor para poder sê-lo" (Jean-Pierre Vernant).
         Com relação ao ensino público, eu gostaria que imperasse o pensamento de Richard Bach: "podemos oferecer um presente, mas não podemos obrigar ninguém a aceitá-lo." Porém o governo insiste em empilhar "gatos por lebres" na escola pública diluindo a qualidade.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2009
Código do texto: T1848059


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários