"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 28 de agosto de 2011

"VAI LAMBER SABÃO" ("Amar é abanar o rabo, lamber e dar a pata..." — Cazuza)


Crônica

"VAI LAMBER SABÃO" ("Amar é abanar o rabo, lamber e dar a pata..." — Cazuza)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em meio à espuma da vida, me vejo como um professor, um lambedor de sabão, como alguns diriam. As ordens para lamber o sabão vêm de todos os lados, e eu, obediente, sigo-as. A espuma se acumula nos cantos da minha boca, transbordando em palavras que inundam os cantos da minha sala de aula.

Eu, um idealista, sonho em dar aos meus alunos a liberdade de pensar por si mesmos. Mas, para os coordenadores disciplinares, perfeitos criadores de bolhas no sistema, sou inadequado. Os alunos, treinados para serem controlados, depositam suas responsabilidades nos outros. Eles precisam de alguém para mandá-los calar a boca, prestar atenção, entrar na sala, enxugar suas "espumas". Enquanto isso não acontece, eles tentam chamar minha atenção com suas "gracinhas", cobrando a atenção que lhes falta em casa.

Um dia, um aluno me disse que não gostava das minhas aulas de Português. Ele se comportava de maneira improdutiva, e eu me perguntei se sua falta de produção o beneficiava mais do que se ele contribuísse. Ele parecia acreditar que participar da aula era um favor que ele me prestava. Mas quem precisa mais de uma boa aula?

Alguns alunos não valorizam o lanche oferecido pela escola. Um deles me disse que pagava pelo lanche com seus impostos. Entendi então que muitos alunos veem a escola como um lugar para se vingar, depredando os bens públicos, mostrando inatividade, maltratando os funcionários. Eles veem isso como uma forma de cobrança.

Eu, por outro lado, não posso me dar ao luxo de ter um espírito de vingança. Sou professor e devo dar o exemplo. E, embora não produza nada tangível, pago impostos pelo serviço que presto. Estou endividado com a Receita Federal pelo salário de professor que recebo!

Fingir que paga impostos é criar bolhas na economia. Para alguns, é driblar o leão; para muitos, é enfrentar o Bicho-Papão. E eu, lambendo sabão em nome da estética poética, vejo outros fazendo lambança com o sabão que não lhes custa nada.

No final das contas, somos todos nadadores, tentando manter a cabeça fora da espuma. Alguns de nós estão apenas tentando respirar.


sábado, 13 de agosto de 2011

APELO A UM SINDICATO ( Talvez, só precisamos de alguém justo que interceda por nós.)


CRÔNICA

APELO A UM SINDICATO (Talvez, só precisamos de alguém justo que interceda por nós.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         A mudança de diretores escolares, tão frequente assim, faz do sistema vulnerável empresa. Porque esse processo gerou uma lacuna, ocasionando a atuação desorientada de todo mundo da unidade escolar, tendo de começar tudo de novo. Os fracos ganharam poder e circulam livremente. Nesse maneirismo, o sistema virou terra de ninguém, todos se dão às ordens fantasiosas ou não, só não se sabe de onde vêm. A experiência não conta, quem as tem não fornece por vingança. 
           No primeiro TCE (Trabalho Coletivo na Escola) do qual participei, nessa nova gestão, falaram-me oficialmente de uma planilha contendo novos critérios de avaliação. Os alunos ganharão "peso" e os professores perderão "peso", pensei se tratar de um lanche aditivado para todos nós, mas não, se tratava, na verdade, de mais trabalho ao professor com objetivo de facilitar “camufladamente” a aprovação sem mérito dos alunos. Poupando as energias deles, assim engordam, e nós emagrecemos, trabalhando mais. Que benção! Falaram-me também do tal bônus para os professores assíduos (enfermos atuantes), dobrando o salário — O "reconhecer".
           Tudo isso me fez lembrar a seguinte piada: “um indivíduo incomodado com dois cegos pedidores de esmola perto de seu estabelecimento comercial, quis se vingar deles, fingiu dar uma esmola generosa e anunciou: — Pega, é para vocês, R$ 50,00, dividam. Os cegos começaram a brigar, entre si, cada um pedindo sua parte. Por horas, foram um espetáculo aos curiosos que se aproximaram daquele ponto. Para acabar com a desavença, alguém teve de pensar por eles a possibilidade de ninguém não ter recebido nada.”
           Relacionando a parábola com nosso sistema educacional público, e o fato de nunca ter visto um cego rejeitar qualquer esmola, então, a sociedade goiana não rejeitará as facilidades de promoção gratuita. Por que nós professores deveríamos estar preocupados com a qualidade do ensino se somos apenas o chapéu dos pedintes e não o dinheiro? Talvez, só precisamos de alguém justo (sindicato), representando-nos devidamente. E qual professor, na circunstância em que vivemos, quer se dar ao luxo de acreditar na boa interseção? Prove ser pensante, analisando a reforma de critérios da avaliação na educação pública.
           Na planilha exemplo, a prova escrita receberá peso 4, ou seja, maior peso. Ora, se os alunos normalmente tiram nota baixa nas provas, isso me parece um blefe, uma vez eliminada a recuperação final. Se, ainda no bimestre, o professor só utilizasse três instrumentos de avaliação com os pesos indicados na tal planilha, como faria a média bimestral do aluno? E a nota substitutiva é uma recuperação de nota e não de conteúdo! Em qual momento da aula se aplicaria a repetição da prova para se obter a nota substitutiva, ou devemos substituir o instrumento avaliativo por outro que não nos fará trabalhar no contra turno, ou o aluno virará dois numa mesma aula, e o professor também? O diário de classe é uma complexidade, a Coordenadora faz uma chamada, e o professor faz outra! Esse cerco visa o aluno ou o professor? A incompatibilidade, já esperada, das duas chamadas, comprova a falta de função dos manejos com ela? Sugiro que façamos apenas um relatório a partir de uma autoavaliação do aluno e enfeitemos as estatísticas, sem atrair destruidoras consequências para todos nós. É como disse o Dr.João Batista Araújo e Oliveira, em entrevista a Rádio CBN, dia 16/08/2011: "As deficiências do sistema acabam punindo o professor".
           E a avaliação contínua, tão defendida pelos os doutores da educação, perdeu o lugar para os quatro instrumentos taxativos (pentagrama diabólico) da tal reforma? Ou vão coabitar nas intempéries de uma cultura tradicionalista? Que satisfação vou dar aos pais, questionadores na reunião para entrega de boletins, sobre critérios de avaliação?
Claudeko
Enviado por Claudeko em 13/08/2011
Reeditado em 13/08/2011
Código do texto: T3157505


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quarta-feira, 27 de julho de 2011

SEGREDO DO VIVER PLENO (Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Oscar Wilde).




PENSAMENTO

SEGREDO DO VIVER PLENO (Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Oscar Wilde).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

              Só existe vida plena e feliz no limiar da morte, por isso me arrisco tanto. Os que têm medo da morte não vivem as experiências dos superadores da barreira da mesquinhez existencial. A VIDA É MAIS GOSTOSA  E FRUITIVA QUANDO VIVEMOS PERTO DA MORTE, DE FORMA QUE PODEMOS CONTEMPLAR SEU MORTÍFERO FULGOR, EXPERIMENTAR SEU GOSTO FATAL, SENTIR SEU FUNESTO CHEIRO, com a certeza que ainda estamos do lado de cá, pelo menos por enquanto. Tudo isso se mistura numa emoção sem par, antes mesmo da sua autoentrega ao pó da terra: Deus absolve o espírito! Parece-me pleonástico dizer sobre a eternidade não morrer, mas o seguinte silogismo é válido: se Deus e seus atributos são eternos; a morte é um atributo de Deus, logo a morte é eterna. É como diz Friedrich Nietzsche: "Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens." E no fim último se misturam: morte e prazer, assim disse Paulo Rodrigues: "O coração de um defunto bate mais do que O de um vivo."
          Na defesa da vida, há o prazer da morte E VICE-VERSA. E deixar a velha de preto com foice na mão por último é convidá-la para a sobremesa, a parte melhor da refeição universal. Então, comenta Caroline Nunes Souza: "Também acho que quem tem medo da morte não vive, apenas passa pela vida, sem ao menos levar algo dela. Mas, gosto de pensar que todo dia É o meu último dia, pois assim faço tudo o que quero, e tenho tempo de consertar meus erros. Afinal de contas, não podemos ter medo da morte, mas temos que pensar que podemos morrer a qualquer instante". Eu diria que assim se vive melhor.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 26/07/2011
Alterado em 27/07/2011
Código do texto: T3119467

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terça-feira, 26 de julho de 2011

Haja Paz (Poema Cordelino)

Texto

HAJA PAZ

HAJA PAZ
Claudeci Ferreira de Andrade

Paz que o mundo precisa!
Qual será a paz deste mundo tão vil?
A transgressão a desfaz como jamais se viu!
Professores fazendo sermões, ensinando a escutar
E atrás dos canhões também, ficam a se ocultar.
Paz que o mundo precisa!
A paz que o homem constrói, num tratado que assina,
Na data se destrói, a violência predomina!
Mas, a verdadeira paz em suma não mudou,
Ela existe nas lições que JESUS nos ensinou.
Paz que o mundo precisa!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 02/05/2009
Alterado em 29/06/2009
Código do texto: T1571158

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Comentários
20/07/2011 15:19 - Gedeon Campos
Eis me aqui nesta passagem, nesta leitura que fiz nem pensei escrever nada, mas pra meter meu nariz, deixo mi'a pergunta fria desde quando a poesia, seu cronista (in)feliz.(KKKK,... HÁ-BRAÇOS!)
29/07/2010 22:33 - Neusa Storti Guerra Jacintho
A Paz de Jesus a você, Claudeko, que a merece porque é um filho de Deus!! Haja a Paz!! abç gde


24/01/2010 16:14 - Alcione Pereira
É verdade amigo poeta! A paz verdadeira só mesmo vindo de Deus! Jesus Cristo deixou bem claro no seu Sermão do Monte (Mateus dos capítulos 5 ao 7). O apóstolo Paulo disse que a paz vinda dos governos humanos seria falsa, basta ler em 1-Tessalonicences 5:3.


02/07/2009 21:32 - Angeluar
PAZ ...PALAVRA TAO PEQUENA E DIFICIL DE CONQUISTAR E NAO TEM PREÇO QUE PAGUE SEU VALOR...



quinta-feira, 7 de julho de 2011

MACHISTAS, VADIAS E PURITANAS (A divergência está no que fazem do que fizeram deles.)

Crônica

MACHISTAS, VADIAS E PURITANAS (divergência está no que fazem do que fizeram deles.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Assustaram-me com a chegada da "marcha das vadias" ao Brasil. (http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/marcha-das-vadias-chega-ao-brasil) - acessado em 29/12/2016. Em tempos de igualdade de gênero. qualquer coisa que um homem disser para uma feminista é machismo ou cantada. E Ai dele, se não ficar calado! O contraponto o intimida e constrange! Isso não é desumano? Mesmo desse jeito, muitos gostam das mulheres vadias, safadas. Ou seja, as mulheres perdidas são as mais procuradas Pelo o que podem oferecer: uma boa cama e muita traição, em nome da liberdade! As outras, sim, escondem sua depravação no falso moralismo que faz de mim um conquistador, ou melhor, metaforizando, um virador de "bosta" de "vaca", no meio do pasto, na esperança de contemplar a vida no mundo dos vermes e insetos povoadores por debaixo da quela plasta ressequida pelo sol benfazeja da natureza. Pelo menos, estas outras são menos rodadas por serem repugnantes, não por falta de oportunidades, diga-se de passagem, mas por opção e porque acreditam na feiura como amiga da inteligência. Mas, as do meio são equilibradas, elas agradam a todos. Na equalização está a virtude delas, não vão às ruas badernarem e nem são lerdas! 
           Os garanhões sedutores não as querem, nem uma nem outra, para sempre; eles são beija-flores que se alimentam da diversidade; consequentemente vulgares também. Disse Léon Tolstoi: "O amor começa quando uma pessoa se sente só e termina quando uma pessoa deseja estar só." Uns preferem está mal acompanhados do que sozinhos, não é meu caso!
           Nada mais leva o homem perder a força do tino do que o viço pelas mulheres: jugo pesado como a responsabilidade ou leve como o amor. As circunstâncias consagram o amor. Se foge até não poder mais, mas acaba no destino. O que é difícil não vem de Deus. E quais delas são mais viciantes? Com certeza as também viciadas! Porém não se escolhe só olhando, convivência demorada é preciso! "Certas atitudes separam mulheres de vadias." (Bia Bandeira).
           Na verdade os homens, em geral, têm medo das mulheres. Quanto mais bonita e ostentada e imponente mais assusta os inseguros machos. As mulheres e os homens todos são feitos da mesma essência, a divergência está no que fazem do que fizeram deles. 
           
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 07/07/2011
Código do texto: T3080632

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