"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 2 de outubro de 2011

HOMEM BONITO, MULHER ANGELICAL ( O feio é castigado com a solidão)




Texto

HOMEM BONITO, MULHER ANGELICAL ( O feio é castigado com a solidão)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Para mim, homem bonito é aquele que se parece muito com mulher, quanto mais angelical, mais efeminado e, portanto duplamente desejado por outras "mulheres" e, também, por outros homens, aqueles ecléticos, os  amantes da poeticidade da estética. Mulher feia é aquela cuja aparência é de homem. Quanto mais mulher é bonita! A beleza está na distinção do traçado. Que sejam originais as medidas, a originalidade é o plano natural. A testosterona formoseia os homens e a progesterona e estrógeno, as mulheres. O pecado é a transgressão das leis naturais. Há adultério nas misturas. "Com leis ruins e funcionários bons ainda é possível governar. Mas com funcionários ruins as melhores leis não servem para nada." (Otto von Bismarck).
           Sou "homem sexual", assim mesmo sendo feio, pobre, mas essencial e esteticamente hétero. E isso me dar o direito de envelhecer dentro dos planos inicial e final de Deus, por isso não mereço o castigo da solidão. Onde está o erro, se no meu momento de reflexão sinto o vazio do meu espaço comunal? Talvez, nem exista erro algum, seja apena o peso da influência do meio incomodador?! Eis meu medo: perder minha identidade no mundo e ser matriculado, sem ciência alguma, em uma universidade qualquer da vida. Ainda bem que o meu Vigor se foi: velho é discriminado! 
           O mundo caminha para a uniformidade. Se a luta hoje é a favor da homogeneidade, então eu diria, em meu moderno "portugays" sobre a paz ser gay, perdoe-me a adversidade. O Incontestável dessa ironia toda é que se atinge o "Ponto G" masculino por vias anais. 
           Aqui, o pseudônimo Teca Flor contestou-me: "Sou mulher, fora dos padrões da beleza ditados pela mídia, sou sozinha, mas pior que estar só e não ter com quem compartilhar os momentos, a solidão que se vive a dois, três ou mais... Sou trabalhadora, alegre, honesta, sou como se diz aqui no interior: "uma mulher indo e voltando". Quanto ao vigor, o homem não deixa de ser homem caso os seus níveis de androsterona e testosterona estejam reduzidos, ou se tenha realizado prostatectomia. O principal é a troca de carinho, os afetos, a amizade, o companheirismo. Precisamos saber aceitar as mudanças que ocorrem com o passar do tempo. Perder o vigor, não quer dizer que não se pode ser feliz. Da mesma maneira, a menopausa não é o fim da minha capacidade de sonhar ou de refazer a minha vida."
           Esta terra, tão pouco, é lugar de seres felizes, se os são, devem ir ao paraíso, eu fico. A felicidade nunca me levou a lugar nenhum."Eu gostava do lugar, tinha grandes árvores que davam sombra, e desde que algumas pessoas haviam me dito que eu era feio, sempre preferia a sombra ao sol, a escuridão à luz." (Charles Bukowski)
Claudeko
Enviado por Claudeko em 18/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3226419



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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 24 de setembro de 2011

IMPUNIDADE: “CABARÉ DE CEGO” ("A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral" - Marquês de Maricá)

CRÔNICA

IMPUNIDADE: “CABARÉ DE CEGO ("A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral" - Marquês de Maricá)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Um homem fardado e armado, cheio de patentes, deu uma palestra para aqueles alunos da segunda fase do Ensino fundamental. No mesmo palco, sobre o mesmo tema, de outros tantos, mas o clima agora foi diferente, a disciplina de meus alunos estava irreconhecível, mereceram um dez como nota de comportamento. Até a diretora transitava no meio deles querendo ver se alguém estava precisando de regulagem, porém, pouco trabalho. Os professores presentes assistiram à palestra sentadinhos, pois não havia necessidade de estarem em pé parecendo cão de guarda. Minha pergunta é: qual a motivação do bom comportamento deles nessa ocasião? Não foi a arma exposta na cintura do palestrante? Já tive colegas policiais que, em condição de civil, constantemente levavam alunos à coordenação por indisciplina em sala de aula ou por falta de uma bazuca em cima da mesa. Talvez?! Eu só lamento o fato de eles não reconhecerem o poder de fogo do professor "armado" com muitos diplomas merecidos. E nesse caso, as armas de fogo reforçaram as palavras.
          Um cego não reconheceria a necessidade de um guia se não estivesse constantemente em choque com muitos obstáculos. Eles também, os cegos da educação, precisam dos obstáculos da punição para respeitar os mecanismos da Escola. Se não, a instituição estará fabricando criminosos ao invés de cidadãos. É como diz Ivan Teorilang: “A impunidade é o incentivo contundente para a prática do crime”. Complementando o sentido, fala Walmir Celso Koppe: “A marginalidade é proporcional à impunidade”.
          Sem a disciplina da punição, o paparicado e desavisado perde o senso do perigo, então é verdadeira a letra do Caetano Veloso: “Animal arisco domesticado esquece o risco [...]”! Por isso devemos valorizar um diploma bem adquirido, é a arma mais poderosa no combate aos males da ignorância. “Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância” (Sócrates).  Sabemos sobre as dificuldades da escola, mas como disse Isaac Asimov:  “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los.”  O professor não pune com medo de ser punido administrativamente, todavia, a mais severa punição para nós existe: o resultado dos vícios e do contrassenso! Para eles, os coordenadores jogam os professores contra o aluno infrator, e querem relatório para se esconderem. Ou será se não estamos enxergando bem as armas secretas da Escola? Estabeleceram limite máximo de reprovação, jogando a culpa do fracasso no professor. Aprovação sem mérito é uma delas, ou estou vendo demais? Se sim, que me perdoem os domesticados. Mas, "Enquanto as pessoas estiverem satisfeitas com sua condição, não contestarão nenhum sistema de governo vigente, seja ele monárquico, ditatorial ou democrático. Enquanto vigorar a sensação de felicidade, até mesmo o governo mais injusto e corrupto conseguirá se perpetuar no poder." (Augusto Branco). E os "Direitos Humanos" da Educação os libertarão.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 24/09/2011
Reeditado em 24/09/2011
Código do texto: T3237834



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sábado, 10 de setembro de 2011

A VISÃO PEDAGÓGICO SOBRE O PROFESSOR (Se não foi a escola, então quem vendeu esta imagem do professor?)


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CORROMPERAM O VICE ( O braço direito, ou o esquerdo, ou dente podre, ou apenas descartável?)






CRÔNICA

CORROMPERAM O VICE ( O braço direito, ou o esquerdo, ou dente podre, ou apenas descartável?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Até pouco tempo atrás, o cargo de vice-diretor de escola era eletivo, a cara da democracia, assim, como a experiência mostrou, o cargo deveria ser ocupado por alguém com a mesma tendência político-pedagógica e competência do diretor. Então, se optou pelo sistema no qual a eleição do gestor da unidade escolar importará a do vice-diretor com ele registrado. Porém, agora, o vice é um elemento surpresa, não precisa ter a mesma envergadura profissional, é simplesmente aquele quem mais trabalhou na campanha do candidato a gestor e, por retribuição ao esforço, foi empossado sem a avaliação da comunidade, através do voto direto. E, se pelo menos, tivesse os requisitos mínimos requeridos para o cargo: a) ter Licenciatura plena em Pedagogia ou pós-graduação na área de Educação; b) ter, no mínimo, 5(cinco) anos de efetivo exercício no magistério etc. Ou bons critérios não são prioridade?
          Por exemplo, o vice-presidente de uma empresa comum e séria é um homem ou mulher habilitado, podendo substituir o presidente em situações nas quais este está impedido, seja por viagem, doença, óbito ou  impeachment. O vice-diretor da escola é uma figura versátil, podendo se encaixar em diversas situações, menos na direção geral, pelo menos nunca vi. Tenho visto sim, a secretária assumir nas tais circunstâncias já citadas! É como disse um colega:— "alguns que conhecemos não são dignos nem de ir ao funeral do diretor falecido" (sic). E especificamente por aqui, esse ator deveria, pelo menos, desempenhar o papel do antigo coordenador de turno (cuidar da disciplina, da portaria, tocar campainha, mandar os professores para sala de aula e fazer o "de menor' assinar caderninho). Aliás, todos estes 20 longos anos em que milito pelas escolas públicas, nunca vi uma situação na qual um vice herdou o cargo do diretor, deve ter acontecido em alguma parte do país, crendo que toda regra tem exceção, mas já causando a frustração em alguns deles, vi muitos serem substituídos pelo outro cabo eleitoral, capanga do novo diretor: O chegante traz os seus!
          O positivamente considerável dessa mudança é que o tal vice não tramará o assassinato do gestor para assumir o cargo, como nos filmes modernos, pois só permanecerá no mesmo enquanto o "amigo" estiver na direção. Muitos no sistema educacional ocupam algumas pastas não por competência, mas por amizade somente. Uma amizade fechada não iluminando o ambiente em sua totalidade. É como diz o músico Chico Buarque na canção - Cálice: "De muito gorda a porca já não anda". Baseado em minha experiência, digo eu: "de tão magra, já não se coloca em pé". Sei lá eu como, porco não se banha, pois voltará para lama!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 05/09/2011
Reeditado em 05/09/2011
Código do texto: T3202182



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domingo, 28 de agosto de 2011

"VAI LAMBER SABÃO" ("Amar é abanar o rabo, lamber e dar a pata..." — Cazuza)


Crônica

"VAI LAMBER SABÃO" ("Amar é abanar o rabo, lamber e dar a pata..." — Cazuza)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em meio à espuma da vida, me vejo como um professor, um lambedor de sabão, como alguns diriam. As ordens para lamber o sabão vêm de todos os lados, e eu, obediente, sigo-as. A espuma se acumula nos cantos da minha boca, transbordando em palavras que inundam os cantos da minha sala de aula.

Eu, um idealista, sonho em dar aos meus alunos a liberdade de pensar por si mesmos. Mas, para os coordenadores disciplinares, perfeitos criadores de bolhas no sistema, sou inadequado. Os alunos, treinados para serem controlados, depositam suas responsabilidades nos outros. Eles precisam de alguém para mandá-los calar a boca, prestar atenção, entrar na sala, enxugar suas "espumas". Enquanto isso não acontece, eles tentam chamar minha atenção com suas "gracinhas", cobrando a atenção que lhes falta em casa.

Um dia, um aluno me disse que não gostava das minhas aulas de Português. Ele se comportava de maneira improdutiva, e eu me perguntei se sua falta de produção o beneficiava mais do que se ele contribuísse. Ele parecia acreditar que participar da aula era um favor que ele me prestava. Mas quem precisa mais de uma boa aula?

Alguns alunos não valorizam o lanche oferecido pela escola. Um deles me disse que pagava pelo lanche com seus impostos. Entendi então que muitos alunos veem a escola como um lugar para se vingar, depredando os bens públicos, mostrando inatividade, maltratando os funcionários. Eles veem isso como uma forma de cobrança.

Eu, por outro lado, não posso me dar ao luxo de ter um espírito de vingança. Sou professor e devo dar o exemplo. E, embora não produza nada tangível, pago impostos pelo serviço que presto. Estou endividado com a Receita Federal pelo salário de professor que recebo!

Fingir que paga impostos é criar bolhas na economia. Para alguns, é driblar o leão; para muitos, é enfrentar o Bicho-Papão. E eu, lambendo sabão em nome da estética poética, vejo outros fazendo lambança com o sabão que não lhes custa nada.

No final das contas, somos todos nadadores, tentando manter a cabeça fora da espuma. Alguns de nós estão apenas tentando respirar.


sábado, 13 de agosto de 2011

APELO A UM SINDICATO ( Talvez, só precisamos de alguém justo que interceda por nós.)


CRÔNICA

APELO A UM SINDICATO (Talvez, só precisamos de alguém justo que interceda por nós.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         A mudança de diretores escolares, tão frequente assim, faz do sistema vulnerável empresa. Porque esse processo gerou uma lacuna, ocasionando a atuação desorientada de todo mundo da unidade escolar, tendo de começar tudo de novo. Os fracos ganharam poder e circulam livremente. Nesse maneirismo, o sistema virou terra de ninguém, todos se dão às ordens fantasiosas ou não, só não se sabe de onde vêm. A experiência não conta, quem as tem não fornece por vingança. 
           No primeiro TCE (Trabalho Coletivo na Escola) do qual participei, nessa nova gestão, falaram-me oficialmente de uma planilha contendo novos critérios de avaliação. Os alunos ganharão "peso" e os professores perderão "peso", pensei se tratar de um lanche aditivado para todos nós, mas não, se tratava, na verdade, de mais trabalho ao professor com objetivo de facilitar “camufladamente” a aprovação sem mérito dos alunos. Poupando as energias deles, assim engordam, e nós emagrecemos, trabalhando mais. Que benção! Falaram-me também do tal bônus para os professores assíduos (enfermos atuantes), dobrando o salário — O "reconhecer".
           Tudo isso me fez lembrar a seguinte piada: “um indivíduo incomodado com dois cegos pedidores de esmola perto de seu estabelecimento comercial, quis se vingar deles, fingiu dar uma esmola generosa e anunciou: — Pega, é para vocês, R$ 50,00, dividam. Os cegos começaram a brigar, entre si, cada um pedindo sua parte. Por horas, foram um espetáculo aos curiosos que se aproximaram daquele ponto. Para acabar com a desavença, alguém teve de pensar por eles a possibilidade de ninguém não ter recebido nada.”
           Relacionando a parábola com nosso sistema educacional público, e o fato de nunca ter visto um cego rejeitar qualquer esmola, então, a sociedade goiana não rejeitará as facilidades de promoção gratuita. Por que nós professores deveríamos estar preocupados com a qualidade do ensino se somos apenas o chapéu dos pedintes e não o dinheiro? Talvez, só precisamos de alguém justo (sindicato), representando-nos devidamente. E qual professor, na circunstância em que vivemos, quer se dar ao luxo de acreditar na boa interseção? Prove ser pensante, analisando a reforma de critérios da avaliação na educação pública.
           Na planilha exemplo, a prova escrita receberá peso 4, ou seja, maior peso. Ora, se os alunos normalmente tiram nota baixa nas provas, isso me parece um blefe, uma vez eliminada a recuperação final. Se, ainda no bimestre, o professor só utilizasse três instrumentos de avaliação com os pesos indicados na tal planilha, como faria a média bimestral do aluno? E a nota substitutiva é uma recuperação de nota e não de conteúdo! Em qual momento da aula se aplicaria a repetição da prova para se obter a nota substitutiva, ou devemos substituir o instrumento avaliativo por outro que não nos fará trabalhar no contra turno, ou o aluno virará dois numa mesma aula, e o professor também? O diário de classe é uma complexidade, a Coordenadora faz uma chamada, e o professor faz outra! Esse cerco visa o aluno ou o professor? A incompatibilidade, já esperada, das duas chamadas, comprova a falta de função dos manejos com ela? Sugiro que façamos apenas um relatório a partir de uma autoavaliação do aluno e enfeitemos as estatísticas, sem atrair destruidoras consequências para todos nós. É como disse o Dr.João Batista Araújo e Oliveira, em entrevista a Rádio CBN, dia 16/08/2011: "As deficiências do sistema acabam punindo o professor".
           E a avaliação contínua, tão defendida pelos os doutores da educação, perdeu o lugar para os quatro instrumentos taxativos (pentagrama diabólico) da tal reforma? Ou vão coabitar nas intempéries de uma cultura tradicionalista? Que satisfação vou dar aos pais, questionadores na reunião para entrega de boletins, sobre critérios de avaliação?
Claudeko
Enviado por Claudeko em 13/08/2011
Reeditado em 13/08/2011
Código do texto: T3157505


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