"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

"ESQUEMA PERVERSO" ("Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia." — John Lennon)



"ESQUEMA PERVERSO" ("Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia." — John Lennon)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Refletindo sobre A LEITURA de uma crônica interessante: (VIREI PRAGA — da colega, Marília Paixão, do Recanto das Letras), veio-me a lembrança de outras tantas leituras de mesmo assunto, este que me intriga muito: a agressividade.
          Alguém, citando O São Francisco de Assis, disse sobre O tempo no qual os animais seriam considerados mais importantes que os seres humanos. Eu afirmo, esse tempo chegou. Agora, temos até psicólogo para CACHORRO! UM certo artista de televisão gasta R$ 1.000,00 mensalmente com seu animalzinho de estimação, e qual criança brasileira dispõe de tanta regalia?! "Aliás há mais cachorros do que crianças nos lares brasileiros. Pets são tratados como filhos peludos em famílias. IBGE indica que 44,3% dos domicílios brasileiros têm a presença de cães."  {http://impresso.dm.com.br/edicao/20150603/pagina/3#} - acessado em 03/06/2018.
          Examinando mais profundamente a questão em pauta, percebemos a tendência ideológica da animalização do humano frente a essa humanização dos bichos, ora explícito e ora discretamente, graças ao naturalismo em voga! Nesse caso, também vinculamos a grande contribuição do ideário da "igualdade de gênero", metamorfoseando o biológico pelas influências do meio. E assim disse O padre Jaime Snoek: "Entendemos isso melhor ainda ao constatarmos como a agressividade e a sexualidade estão interligadas no comportamento animal. Pois existe uma semelhança muito grande, ao ponto de confundi-las. Entre as duas sequências que caracterizam as duas atividades básicas do animal:
          — agredir, dominar, devorar, matar a fome;
          — agarrar, dominar, copular, gerar.
          A esta carga de agressividade que é inerente ao impulso sexual, a esta confusão quase orgânica entre o erótico e o agressivo, chamamos de 'Esquema Perverso'. A terminologia É de Freud."
          Quanto mais O HOMEM valoriza os animais e despreza O seu próprio semelhante, mais inverte a natureza de sua alma, fazendo dos elementos de admiração seus valores. Aí está uma explicação para a agressividade nas brincadeiras dos jovens deste século que só pensam em SEXO. "Não se tira impunemente O osso da boca de UM CACHORRO FAMINTO". Então eu profetizo sobre os animais, pois logo os quais quebrarão O relógio biológico e perderão O tempo do cio; farão "amor" em qualquer tempo, herança dos humanos; pois, os humanos já encorporaram o famigerado lambe-lambe dos animais, a infidelidade deles e a zoofilia.
          Porém, estou conformado com as, também, palavras proféticas do Iluminado Raul Seixas, na canção Meu Amigo Pedro: "Mas tudo acaba onde começou". No Jardim do Éden, primeiro os animais; por último, fez Deus os humanos. E não é de hoje: "A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados". *Mahatma Gandhi*.
          A discriminação do feio tem motivação puramente sexual que também é um tipo de violência psicológica. Os discriminados e os demais impossibilitados largamente para o SEXO são os mais rígidos na aplicação de medidas duras de repressão à felicidade dos outros, quando esta depende do prazer sexual. Se os donos não matarem seus CACHORROS de tanto conforto, eles matá-los-ão de ciúmes e parasitas!!!        
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 08/09/2012
Reeditado em 16/02/2013
Código do texto: T3871216
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domingo, 10 de fevereiro de 2013

UM PLANO DE AULA GROSSEIRA ("Se o plano A não funcionar, não se preocupe. O alfabeto tem mais 26 letras pra você." Sabrina Chaves)



Crônica

UM PLANO DE AULA GROSSEIRA ("Se o plano A não funcionar, não se preocupe. O alfabeto tem mais 26 letras pra você." Sabrina Chaves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Escrevi bem destacado no quadro esta proposta para minha aula de hoje, valendo um curinga (ponto extra): Ilustrar uma piada e elaborar cinco questões respondidas sobre o tema da mesma. Objetivos: Aprimorar leitura e compreensão textual; treinar a habilidade de perguntar; auferir o humor. Dúvidas surgiram perante a proposição: Uma aluna daquele terceiro ano do Ensino Médio perguntou-me se era para desenhar, eu a respondi bravamente: — quem não presta a atenção faz perguntas tolas. Ela se sentiu ofendida e me retrucou grosseiramente e foi imediatamente me denunciar à coordenadora. O outro já não sabia nada sobre o tema, porém eu não achei sua pegunta tola, apenas o retornei com a mesma pegunta, o qual me agrediu também, dizendo sobre ali não haver professor ao ensiná-lo. Outras moças da mesma turma reforçaram minha frustração na aula que foi preparada com desvelo, dizendo que piadinha não ensina nada! Pois, com este tipo de atividade, eles não aprendem. Certa feita, uma coordenadora me mandara um recado por aluno, dizendo-me: — "palavras cruzadas não é aula de gramática'. Ora, é sim, uma aula de produção textual e gramática também, e eu recortei as palavras cruzadas e as piadinhas do "Jornal daqui" o mais vendido da região, um material do seu meio, é pedagogicamente correto!!! "A palavra cruzada tem vários subsídios importantes que colaboram no desenvolvimento do pensamento e da linguagem, além da ortografia e questões semânticas." {http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/palavras-cruzadas.htm} (acessado em 12/05/2018). 
           Eu queria a intertextualidade deles, exigindo o conhecimento de mundo, porém consegui apenas atraí a inveja dos colegas e a reprovação da coordenação. Também me senti ofendido, pois ninguém suporta me ver trabalhando fácil.
          No final da aula, no tumulto, estou eu tentando vistar a atividade, pois muitos deles, estrategicamente, mostram só depois do toque do sino, recebendo os seus pontinhos sem uma verificação cuidadosa do professor, falta-lhe tempo, e a coordenadora resolveu depois de tocar a sirene sair de sala em sala pressionando o professor a desocupar, para o outro entrar. Os alunos retardatários, eu duvido que terminarão a tarefa em casa, Então deixei para outro dia, até hoje. 
          Aos benfeitores, sendo uma minoria, ainda tenho a sensatez de parabenizá-los, porque cumpriram sua obrigação. Certamente a visão desses com relação ao esforço do professor em apresentar aulas criativas é positiva. Antigamente o servo que fazia só a sua obrigação era considerado inútil!!! Eu só lamento pelas piadinhas exigentes no ENEM, poucos acertariam, pelo menos "os daqui" por oferecer resistência a esses treinamentos. É certo que só a grama morre, quando os elefantes brigam! Esta também é mais uma frustração moral no professorado: a crítica de coordenador preguiçoso, e a denúncia de colega invejoso, e o descaso de aluno acomodados. Como veem, não é o plano da aula, feito antecipadamente; o segredo de uma aula extraordinária é a amizade entre as partes.        
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 31/08/2012
Reeditado em 10/02/2013
Código do texto: T3858649
Classificação de conteúdo: seguro


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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

PESQUISADOR AFIRMA QUE ESTRUTURA DAS ESCOLAS ADOECE PROFESSORES


PESQUISADOR AFIRMA QUE ESTRUTURA DAS ESCOLAS ADOECE PROFESSORES

Para historiador da USP, sociedade critica todos os aspectos do cotidiano escolar, mas se esforça para mantê-los da mesma forma. Ele propõe discutir o "rompimento" das estruturas

Fonte: iG

“O ambiente Escolar me dá fobia, taquicardia, ânsia de vômito. Até os enfeites das paredes me dão nervoso. E eu era a pessoa que mais gostava de enfeitar a Escola. Cheguei a um ponto que não conseguia ajudar nem a minha filha ou ficar sozinha com ela. Eu não conseguia me sentir responsável por nenhuma criança. E eu sempre tive muita paciência, mas me esgotei.”
Sem infraestrutura: Em 72,5% das Escolas da rede pública não há biblioteca
Estrutura Escolar adoece Professores e leva a abandono da profissão
O relato é da Professora Luciana Damasceno Gonçalves, de 39 anos. Pedagoga, especialista em psicopedagogia há 15 anos, Luciana é um exemplo entre milhares de Professores que, todos os dias e há anos, se afastam das salas de aula e desistem da profissão por terem adoecido em suas rotinas.
Para o pesquisador Danilo Ferreira de Camargo, o adoecimento desses profissionais mostra o quanto o cotidiano de Professores e Alunos nos colégios é “insuportável”. “Eles revelam, mesmo que de forma oblíqua e trágica, o contraste entre as abstrações de nossas utopias pedagógicas e a prática muitas vezes intolerável do cotidiano Escolar”, afirma.
O tema foi estudado pelo historiador por quatro anos, durante mestrado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Na dissertação O abolicionismo Escolar: reflexões a partir do adoecimento e da deserção dos Professores , Camargo analisou mais de 60 trabalhos acadêmicos que tratavam do adoecimento de Professores.
Camargo percebeu que a “epidemia” de doenças ocupacionais dos Docentes foi estudada sempre sob o ponto de vista médico. “Tentei mapear o problema do adoecimento e da deserção dos Professores não pela via da vitimização, mas pela forma como esses problemas estão ligados à forma naturalizada e invariável da forma Escolar na modernidade”, diz.
Desistência: Salários baixos provocam fuga de Professores da carreira
Luciana começou a adoecer em 2007 e está há dois anos afastada. Espera não ser colocada de volta em um colégio. “Tenho um laudo dizendo que eu não conseguiria mais trabalhar em Escola. Eu não sei o que vão fazer comigo. Mas, como essa não é uma doença visível, sou discriminada”, conta. A Professora critica a falta de apoio para os Docentes nas Escolas.
“Me sentia remando contra a maré. Eu gostava do que fazia, era boa profissional, mas não conseguia mudar o que estava errado. A Escola ficou ultrapassada, não atrai os Alunos. Eles só estão lá por obrigação e os pais delegam todas as responsabilidades de educar os filhos à Escola. Tudo isso me angustiava muito”, diz.
Viver sem Escola: é possível?
Orientado pelo Professor Julio Roberto Groppa Aquino, com base nas análises de Michel Foucault sobre as instituições disciplinares e os jogos de poder e resistência, Camargo questiona a existência das Escolas como instituição inabalável. A discussão proposta por ele trata de um novo olhar sobre a Educação, um conceito chamado abolicionismo Escolar.
“Criticamos quase tudo na Escola (Alunos, Professores, conteúdos, gestores, políticos) e, ao mesmo tempo, desejamos mais Escolas, mais Professores, mais Alunos, mais conteúdos e disciplinas. Nenhuma reforma modificou a rotina do cotidiano Escolar: todos os dias, uma legião de crianças é confinada por algumas (ou muitas) horas em salas de aula sob a supervisão de um Professor para que possam ocupar o tempo e aprender alguma coisa, pouco importa a variação moral dos conteúdos e das estratégias didático-metodológicas de Ensino”, pondera.
Fora da sala de aula: Metade dos Professores não leem em tempo livre
Ele ressalta que essa “não é mais uma agenda política para trazer salvação definitiva” aos problemas Escolares. É uma crítica às inúmeras tentativas de reformular a Escola, mantendo-a da mesma forma. “A minha questão é outra: será possível não mais tentar resolver os problemas da Escola, mas compreender a existência da Escola como um grave problema político?”, provoca.
Na opinião do pesquisador, “as mazelas da Escola são rentáveis e parecem se proliferar na mesma medida em que proliferam diagnósticos e prognósticos para uma possível cura”.
Problemas partilhados
Suzimeri Almeida da Silva, 44 anos, se tornou Professora de Ciências e Biologia em 1990. Em 2011, no entanto, chegou ao seu limite. Hoje, conseguiu ser realocada em um laboratório de ciências. “Se eu for obrigada a voltar para uma sala de aula, não vou dar conta. Não tenho mais estrutura psiquiátrica para isso”, conta a carioca.
Ela concorda que a estrutura Escolar adoece os profissionais. Além das doenças físicas – ela desenvolveu rinite alérgica por causa do giz e inúmeros calos nas cordas vocais –, Suzimeri diz que o ambiente provoca doenças psicológicas. Ela, que cuida de uma depressão, também reclama da falta de apoio das famílias e dos gestores aos Professores.
“O Professor é culpado de tudo, não é valorizado. Muitas crianças chegam cheias de problemas emocionais, sociais. Você vê tudo errado, quer ajudar, mas não consegue. Eu pensava: eu não sou psicóloga, não sou assistente social. O que eu estou fazendo aqui?”, lamenta. 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

EMBROMATOLOGIA ( "Controle o seu destino ou alguém controlará." — Jack Welch)



Crônica

EMBROMATOLOGIA ( "Controle o seu destino ou alguém controlará." — Jack Welch)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Hoje tive o dissabor de conhecer a ficha para controle de entrega dos planos de aula à coordenadora; socada de critérios! Fiquei estarrecido em saber que só receberei o tal bônus no salário se os quadrinhos diante de meu nome estiverem todos preenchidos. Achei justo, pois manterá todos nós ocupados, por sermos "parceiros" uns dos outros, porém, ao mesmo tempo me senti ameaçado, logo desanimado! Eu a alcunhei apenas de "o mostro da gaveta", mas foi nos apresentado o instrumento indicador de qualidade para nossa salvação, ou melhor, como o salvador da pátria. Essa fichinha saiu agora juntamente com a divulgação dos Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ideb): o alimento dos "monstros" engavetados. Então, pergunto-lhe: Antes do "bendito" controle, como eram as aulas? E agora, como serão? De forma alguma, entendo por que, professores ministrando aulas de disciplina fora de sua área de formação entregam bonitos planos e péssimas aulas! Ou a lógica nunca funcionou? Mais uma vez, acontece a "metamágica"!!!
          Reuniões e mais reuniões, nas quais se constroem  ações de combate as manchas externas, ou melhor, fazendo frente aos baixos indicadores do Ideb: de faxada ou ineficientes mesmos. O alto escalão da escola pública se beneficia do critério de contagem dos números: a média! Que matemática é essa?! Os bons alunos (acima da média) são diluídos entre os ruins. Enquanto os índices estiverem baixo os setores burocráticos da educação estão se movimentando com projetos e mais ações na tentativa de elevá-los. Empregos são garantidos, verbas desviadas (merenda) e um sem fim de reuniões mantidas para mascarar a "embromatologia".
          Parece-me que ninguém quer resolver o problema da educação. Todos nós sabemos onde está o erro, consertar, porém, nunca foi o alvo dos poderosos. Agora ficamos nós, cá de baixo, a mando dos feitores de projetos mirabolantes, discutindo e discutindo "o sexo dos anjos", correndo atrás do vento, ou melhor,  brigando com moinhos de vento, tomando analgésico e antidepressivo, ouvindo, falando e reagindo a doutores insensíveis à nossa dor. Digo como Mario Quintana: Se eu pudesse, pegava a dor; colocava a dor dentro de um envelope e devolvia ao remetente".
          Só há uma maneira de acertar, e mil para errar, então, talvez, não valha mais a pena começar tudo de novo. Tudo se resolveria se simplesmente fugíssemos da insanidade segundo Albert Einstein: "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes." 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 23/08/2012
Reeditado em 27/08/2012
Código do texto: T3845627
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sábado, 19 de janeiro de 2013

PROFESSOR RUIM, COORDENADOR BOM, ALUNO ESPERTO ("Todas as pessoas cruéis descrevem-se como modelos de sinceridade." — Tennessee Williams)



Crônica

PROFESSOR RUIM, COORDENADOR BOM, ALUNO ESPERTO ("Todas as pessoas cruéis descrevem-se como modelos de sinceridade." — Tennessee Williams)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          O professor "ruim", sem imposição, deixa o aluno fora da sala na hora de sua aula. O coordenador "bom" é aquele que inspeciona, o tempo todo, nos corredores do colégio, tangendo alunos para dentro da sala de cada um. E o aluno "esperto" é aquele driblador do sistema, usando o comportamento mais bizarro possível, e ainda se justificando com desculpas bem elaboradas.
          Quando o professor fala dessa (de)gradação, ora joga o aluno contra a coordenadora, ora, esta contra o aluno. Então, ele se une ao adversário alternativo para ir contra a ameaça comum e iminente. Argumentos compatíveis (Professor ao aluno): — "Muitos coordenadores estão nesta função, porque jamais dão conta da sala de aula, agora querem ensinar-nos a dar aulas". Responde o aluno ao professor: — "essa coordenadora é chata, nem tem o que fazer, a não ser correr atrás de aluno"!
          Quando o aluno fala dessa (de)gradação, ora joga o professor contra a coordenadora, ora, esta contra o professor. Então, ele se une à adversária alternativa para ir contra a ameaça comum e iminente. Argumentos compatíveis (Aluno à coordenadora):  — "Já fiz minhas tarefas, esse professor não está passando nada, é melhor aqui fora a assistir à aula desse velho caduco que nunca sabe nada"! Responde a coordenadora ao Aluno: — "É triste, saber que o professor tampouco tem um planejamento. Até os alunos percebem! Eu fico com vergonha. E pergunto por que vocês estão fora da sala, e o professor nem sabe"!!!
          Quando a Coordenadora fala dessa (de)gradação, ora joga o professor contra o aluno, ora, este contra o professor. Então, ela se une ao adversário alternativo indo contra a ameaça comum e iminente. Argumentos compatíveis (Coordenadora ao professor): — "O professor deve passar outra atividade enquanto dá visto nos cadernos, e tem que ir à carteira do aluno, para não ficar aquele monte de urubus em cima da carniça. A gente chega na porta e nem vê o professor sentado à mesa". Responde o professor à coordenadora: — "Esses alunos de forma nenhuma vêm estudar, entram e saem sem controle algum, são os alunos muriçocas, lancham e voam". 
          Recentemente aconteceu em uma das minhas aulas no segundo ano "D", quando a vice-diretora mandou o aluno, por estar atrasado e ter pulado o portão para dentro da unidade, sair, então ele cismou em não sair; assim sendo, de modo algum podia ficar assim tão feio, a "autoridade" resmungou, deu uma voltinha, pediu desculpas e o deixou quieto. O transgressor sem mérito prevaleceu. Assim ensinamos a eles: façam as suas vontades, o Cliente sempre tem razão. Entrem e saiam quando bem entenderem. Tudo faz parte do drama. Logo, alunos ficam mais fora do que dentro da sala se vingando dos seus professores chatos, pois a coordenadora dá bronca no "teacher". Que sentimento é esse, com o qual eles se submetem, mesmo sendo tocados à sala como animais ao curral, duas e até três vezes em uma aula só?
          Eu já devia ter me acostumado com essas comédias tragicômicas, mas, ouvir chacotas de coordenador pedagógico na reunião emergencial no momento do recreio é muita cumplicidade, ninguém merece!!! Nós precisamos mesmo é do renascimento da consciência.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 19/08/2012
Reeditado em 19/01/2013
Código do texto: T3837872
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sábado, 12 de janeiro de 2013

O MENEAR DA GANGORRA EDUCACIONAL! ("Susto na colheita: em vez do cupuaçu, cai a casa de vespas." — Aníbal Beça)



Crônica

O MENEAR DA GANGORRA EDUCACIONAL! ("Susto na colheita: em vez do cupuaçu, cai a casa de vespas." —  Aníbal Beça)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          No atual sistema educacional público, os bons ficam ruins e os ruins raramente ficam bons, isso na esfera discente. Agora, na esfera docente, só sei de uma coisa: sou ruim sim, apenas o suficiente, sem me importar com os que se acham bons demais fazendo só e exatamente o mesmo que nos é permitido fazer, e ousam ainda me chamar de fraco! Tecnicamente, o sistema nos obriga a sermos semelhantes demais, unificando o diverso. Não há quem possa fazer a diferença. Assim, brincamos de trabalhar criativamente na gangorra profissional do professorado sem a qualidade devida. O aluno desempenha o papel de professor, e o professor, de aluno (que o diga, Paulo Freire). Qual será o nosso "senhor" futuro?! Essa troca de papel é a justa ironia do destino, para os que têm muita sede de inovação. Às vezes, tenho me calado, sufocado pela garganta, diante dos alunos desrespeitosos: Na escola de meus trabalhos rotineiros, os alunos gritam comigo, xingam-me e mando eu tomar no c... Hoje uma aluna do sétimo ano "B" até falou em bater na minha cara. Seria assim que eles pretende ser educados? Você está rindo? Que tipo de aluno leva baralho à escola e pede o professor para jogar truco na hora da aula? É esse tipo atraído à escola pública pela a superfluidade do momento de modernização!? Então, você ri porque nunca esteve na situação de ouvir quieto tamanhos desaforos, do jeito como enfrento todos os dias, esperando a intervenção de Deus, por que creio estar dentro do plano dEle, cumprindo bem intencionado minha missão social. Depois, já em casa, ligo o computador, leio o comentário de mais um "Zoilo" , analfabeto funcional, difamando-me na net, por que leu mal a minha crônica, minha única maneira de desabafo para não morrer sufocado: escrevo terapeuticamente. Eita, vida de professor... Já com 58 anos de educação, descobri que a maioria que passa pelos bancos da escola só tem uma saída: ser mão-de-obra barata! Isso justifica meu salário. 
          Tentei, para meu prejuízo moral, encaminhar alguns desses desrespeitosos à Coordenação, na esperança que fossem advertidos de alguma forma, mas, lá, eles se defenderam com tantos argumentos acusatórios verdadeiros, falsos e retorcidos, e o errado ficou sendo eu. Em quem os inspetores de professor acreditam mais? "O cliente sempre tem razão"! Ou não?! Toda vez que isso ocorre fica negativamente um relatório meu nas pastas da escola, então deixei de denunciar aluno à coordenação. 
          Meu posto alto da gangorra é quando encontro um ex-aluno meu, que prosperou; então finjo ter participado de sua conquista, e agradeço seus elogios. Na verdade, deve fazer isso mesmo, pois, alguma coisa fiz a seu favor, contribui sim, pelo menos, não fui barreira, aplicando as inúteis regras da escola, quebrando sua resistência para os embates com o "senhor" futuro. Porém, por outro lado, sofrerei a mesma dor de hoje, sendo chamado à atenção pela diretora, pressionada por mães sem brio, reclamando de mim para ganhar o direito de deixar seu filho fazer o que bem entender na escola. "Ninguém merece"!!!
          Quando revejo um ex-aluno, desses irresponsáveis desrespeitadores, fracassado, chamando-me de professor, então entendo que sempre teve um Deus se importando comigo, conferindo-me agora esse insólito prazer em ver a colheita maligna do vizinho que plantou abrolhos.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 17/08/2012
Reeditado em 12/01/2013
Código do texto: T3835460
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sábado, 5 de janeiro de 2013

SÁBADO LETIVO COM OS BONS PAIS ("A competência sem autoridade é tão importante como a autoridade sem competência." Gustave Le Bon)


Crônica

SÁBADO LETIVO COM OS BONS PAIS ("A competência sem autoridade é tão importante como a autoridade sem competência." Gustave Le Bon)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         É de praxe, a escola promover uma comemoração no dia dos pais, segundo domingo de agosto. Mas, era sábado, sábado letivo, tentando matar dois coelhos com uma cajadada só; visto que letivo é relativo a lições. Bem, era um dia de lições para os pais, ou melhor, de brincadeiras educativas para eles. Vieram alguns, porque no sábado pela manhã, muitos trabalham, todavia os que vieram, foram solícitos e ativos, agradecemos-lhes profundamente por contribuir. Não sei se atraídos pelas lembrancinhas de participação ou algo mais subjetivo, quem sabe, tentando garantir sua imagem de herói, pois os filhos estavam ali, aplaudindo-os com fervor. Mas, como eram desbotados os sorrisos dos filhos dos perdedores nos jogos propostos. Em compensação, era larga a felicidade da família dos vencedores. Assim é a vida, para uns ganharem, outros têm que perder!!!
          Eu e os demais professores assistíamos à programação dirigida pela professora de educação física, escolhida por se tratar de competições recreativas, atentamente, sentindo uma sensação de dever cumprido. Não sei exatamente o que se passava na cabeça deles, porém na minha, era visível pelo brilho do meus olhos. E esta luz me fazia vislumbrar a importância de uma programação bem pensada na escola. E como se precisa de pouca coisa para motivar alguém à felicidade! Eu chorei ao ver vertendo as lágrimas dos olhinhos atentos de uma aluna que lia um texto que ela mesma preparou, falando da profissão de seu pai, assim aquele anjinho com uma colher de pedreiro na mão, vestindo a camisa de seu pai, fazia referência ao seu sustento vindo dos braços fortes do bom pedreiro que ele era. Foi muito gratificante para mim, por tê-la incentivado à participação, pois estava sendo avaliada em Língua Portuguesa também, prometi que lhe daria 2 pontos. Foi a nota mais justa que já concedi a um aluno em atividade extra. E foi em um sábado, que não é contado entre os dias úteis!
          Que pena! Os maus estudantes até nisso nos tiram a felicidade! Nesse mesmo sábado, no final da programação também era a entrega dos boletins dos que estavam abaixo da média. Quase nenhum dos responsáveis por eles compareceu. Como sempre, tivemos que nos congratular com a participação dos pais dos aplicados alunos que merecem elogios. Eu estava à mesa que atendia o nono ano, só três boletins foram requisitados. Os outros vinte e sete foram envelopados e retornaram à secretaria.
          O desviu aqui neste último paragrafo é proposital, focando o pós-evento festivo: será se a culpa é minha por desclassificar essa turma como o pior nono ano que já lecionei? E sempre vou levar na mentalidade que sou um escritor medíocre por tentar descrevê-la e não consegui, eu quis falar do comportamento deles, do que vira lá e ouvira e de como me tratavam por ali e não me vieram a palavras. Falei apenas do primeiro momento: festa para os pais. Talvez a culpa seja deles se esta crônica saiu tão ruim assim. A lembrança deles me tira a inspiração. Então restam-me as palavras verdadeiras da  SILVIA REGINA COSTA LIMA: "Penso que o mundo escolar desabou de uma tal forma que não sei se haverá volta algum dia. É tudo dolorido e sem nenhum interesse em nenhuma das partes. Eu vejo, sinto, leio, analiso e gostaria muito que fosse diferente, como gostaria! A crônica não é ruim... ruim mesmo é este tempo moderno...este tempo..."         
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 12/08/2012
Reeditado em 05/01/2013
Código do texto: T3826869
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.