"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 5 de outubro de 2013

PERVERSO CORPORATIVISMO (E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei errar? )


Crônica

PERVERSO CORPORATIVISMO (E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei errar? )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Um professor sem credibilidade é assim: não tem nem a liberdade de considerar um aluno ruim em sua disciplina se os colegas querem salvá-lo. Mesmo que eu esteja a Filosofar a meu favor, não saberia dizer o muito que a vida nos tem a dizer ou ensinar. Como me senti sujo, reconhecendo as insuficiências do aluno que fez mal os trabalhos que lhe pedi, como requisito da matéria de Língua Portuguesa, e me dei mal, ainda que tentando ver as limitações do tal promovido. O maior problema é os colegas quererem me obrigar ver os alunos como eles veem. Por que um aluno generalizado se revoltaria e postaria, no Facebook, críticas sobre seus professores e colegas? Há razões de sobra! Todavia, eu também o promovo respeitando os exageros da maioria, mas não posso deixar de ressaltar o valor da educação.
         Por que é difícil para um professor, nos conselhos de classe, admitir que os alunos não são iguais, podendo ter facilidade na matéria em que mais se identificam e fracos nas outras? Estaria eu de certa forma condenando indiretamente o mestre avaliador, tentando tirar do paraíso o seu aluno e fazendo passar pelo purgatório? É apenas mais uma das minhas tentativas para extirpar o tumor, destruindo as células vizinhas até baldar o organismo. Por que a maioria quer me arrastar para a turba dos "lambanças"?
          Nesse sistema educacional, tenho vivido variadas situações boas e muito mais ruins, porém procuro em todas guardar apenas as experiências que me prestam para o crescimento, meu e dos que me cercam. Alunos e colegas de trabalho, inimigos ou não, julgam-me, descrevem-me, prescrevem-me, conceituam-me e até distribuem minha mais feia imagem internet afora, desconheço as verdadeiras intenções, e reconheço que, às vezes, apontam para situações denegridoras, até. Mas, bem humorado já disse em outras crônicas: — Gosto dos que falam mal de mim, pelo menos falam e não latem...
          Respeitar o inimigo é a primeira lei dos que vencem; subestimar o adversário pode ter, no final, a derrota como surpresa. Um professor digno repreende o malfeitor, convencendo-o que a medida repressora é um ato de amor, castigo com ira é vingança. No entanto, não deixe de ressaltar as deficiências, depois o faça com as qualidades inegáveis, apontando assim um raio de esperança que fará surgir larga  margem de crescimento.
          Se o referido aluno saiu com um diploma na mão, mas não conheceu também os seus defeitos, o colégio não foi redentor. E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei seus senões? Consequências, também, são específicas e individuais, justamente dosadas. Tudo no controle de Deus, inclusive eu. Portanto não lhe ofereço minha misericórdia, porém a minha justiça. 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 05/04/2013
Reeditado em 05/10/2013
Código do texto: T4225986
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sábado, 28 de setembro de 2013

O TERROR DO TERROR ("O nome de Jesus é o terror dos demônios." — São Padre Pio de Pietrelcina)


Crônica

O TERROR DO TERROR ("O nome de Jesus é o terror dos demônios." — São Padre Pio de Pietrelcina)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Procuro neste Recanto um abrigo, um texto capaz de  me refrigerar a alma, pelo menos algo inspirador ou uma boa reflexão, mas sou atormentado pelo o terror da má escrita. Parece-me que todos falam de mim com desprezo; sentindo as letras ásperas, tento amaciá-las com minha leitura despretensiosa. O meu contradizente é monstro cuspindo-me fogo. Procuro justificativa do meu prazer nas crônicas mais lidas, só encontro terror. Quando posso ser feliz nessa internet, se vejo você me agredindo com palavras como se eu fosse seu monstro? Vou dar o título a esta minha desolação: de "O TERROR DO TERROR", quem sabe eu alcance um bom número de macabras visitas, e comentários aterrorizadores, fazendo-me acostumar. Um dia, escreveu-me, pelo Facebook, uma suposta "atendente de polícia" (foi o que ela disse), insolentes ameaças defendendo sua amiga, não sei de que, eu só a disse que quem ameaça é bandido! Vejam que não sou um perigo. E seu comportamento forçou-me a um preparo defensivo! "Não podendo regularizar os outros, regularizo-me a mim mesmo." (Michel de Montaigne). Apenas excluí as duas de minha conta. E assim faço a todos que não somam.  
          A incoerência se deve ao meu apelido que talvez os aterroriza, tomara nem sê-lo o quanto penso, parece-me cacos de vidro quebrando-se (Clau-de-ko) tilintando em seu cortar afiado e impiedoso, ou melhor, Farpas de ferro forjadas (Fer-rei-ra) igual a palhas de aço que nunca acariciam. Sua boca de jeito nenhum reconhece muito bem as manobras para pronunciá-lo, por isso se corta mal. Mas, jamais se corta neles quem me conhece muito bem! Apenas me protejo, do cerol na linha do papagaio de papel dos moleques vadios. Ninguém precisa cair em sua própria armadilha tão rapidamente, mas "quem abre uma cova cairá nela". Minhas covas são pequenas demais, tampouco me cabem, só se você for menor que eu! Assim faço do meio a parte mais importante do começo ao fim, porque já dizia Raul Seixas: "é chato chegar a um objetivo num instante." Portanto, às vezes, é preciso caminhar por cima de brasas exorcizando os demônios ou atraí-los pelo cheiro de carniça assando!
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 29/03/2013
Reeditado em 28/09/2013
Código do texto: T4213381
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sábado, 21 de setembro de 2013

OS ATRASADOS NÃO LIDERAM ("O filme sempre começa na hora certa, principalmente quando você chega atrasado." - Jô Soares)


Crônica

OS ATRASADOS NÃO LIDERAM ("O filme sempre começa na hora certa, principalmente quando você chega atrasado." - Jô Soares)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


          Pessoas que não acrescentam, jamais pagam a pena em qualquer coisa. Limitam-se no senso comum, como quem tem as duas pernas saudáveis e insiste em andar para trás. Ainda bem que, no tempo, elas somem de nossa vista na poeira do pretérito. Mesmo ficando paradas, tornam-se invisíveis!
          A coordenadora da escola deve ser a primeira a chegar ao seu turno de trabalho e a última a sair da unidade escolar. O professor precisa estar na sala de aula quando os alunos chegarem. E conhecer as primeiras notícias do dia, chegando a eles com uma informação a mais para impressioná-los, então a sua disciplina de trabalho será enriquecida.
          Qual é a posição dos meus alunos no ranque nacional dos estudantes? Se se acostumaram a atrasar, desde cedo, nunca serão líderes. Um bom líder não nasce pronto, ninguém é espinho que traz sua ponta de ainda tenro.
           O atraso nas responsabilidades e deveres é comprometedor, embora não mude o destino. Quem se faz líder torna-se primogênito, chega primeiro e sai por último.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 28/03/2013
Reeditado em 21/09/2013
Código do texto: T4212396
Classificação de conteúdo: seguro
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sábado, 7 de setembro de 2013

O SEGREDO PARA RECONHECER AMIGOS ("Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só" — Amyr Klink)


Crônica

O SEGREDO PARA RECONHECER AMIGOS ("Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só" — Amyr Klink)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Para termos muitos amigos é necessário manter as pessoas precisando de nós, o Governo pratica esse método criando suas bolsas e cotas viciantes, conquistando muitos amigos eleitores. Por isso, a Bíblia diz que todo mundo é amigo de quem dá presente. Só lembram de nós quando podemos ajudá-los em alguma coisa. E por poucas exceções, aparecem algumas criaturas querendo ser nossas
amigas na pobreza para descargo de consciência, quando somos digno de misericórdia, pobres demais, nisso também elas tiram proveito projetando-se, aparentando misericordiosas, para ganhar admiradores. Estas oferecem suas esmolas e saem de consciência limpa, com a boa sensação de dever cumprido. Todavia, uma esmola só não é atitude de amigo.
           Quantos dos nossos contatos prometem nos ligar, porém nos ligam quando bem entendem, e apenas  pedindo algum favor. Pelo menos, ninguém me liga avisando quando decidem, na escola, na minha ausência, que não vai ter aula no dia seguinte. Então, são amigos, mas me deixam fazer uma viagem à-toa? E assim quando presumem dar lucro só para mim não lhes interessa! Porém, lingam-me sim, pedindo dinheiro da vaquinha, organizando o aniversário da coordenadora. Para isso, ninguém me esquece.
           Quanto mais gente neste mundo, mais tumultuadas as relações e inadequado para viver. Ainda me obrigam, pelas circunstâncias opressoras, à formalidades inúteis: bom dia; boa tarde; boa noite! Qual a serventia disso? Pessoas obrigadas a estarem juntas distanciam-se em afetividade: impera a exploração. Ninguém duvida que a degradação ambiental pode deformar o coração das pessoas? A agressão a natureza pode trazer efeitos imprevisíveis. Os duros anos vindouros serão de poucos amigos. 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 23/03/2013
Reeditado em 07/09/2013
Código do texto: T4203647
Classificação de conteúdo: seguro

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domingo, 1 de setembro de 2013

IRONICAMENTE, QUEM AMA PROTEGE ("Você ama, e ironicamente se machuca." — Emerson Mollin)


Craõnica

IRONICAMENTE, QUEM AMA PROTEGE ("Você ama, e ironicamente se machuca." — Emerson Mollin)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Ironicamente, a função primordial dos bibliotecários das escolas públicas é proteger os livros dos alunos. Protegem o livro do desgaste, e o aluno fica isento do hábito de ler! Antidesgastante mesmo é quando o aluno ganha seu livro didático e o devolve novinho no final do ano letivo: os intocáveis, como dizem eles.
           Ironicamente, a função primordial dos coordenadores pedagógicos é proteger os alunos dos professores. Disciplinam os professores pelos seus erros e orientam os alunos de forma a mantê-los invisíveis à inspeção: Assim perdura a zona de conforto para todo mundo.
           Ironicamente, a função primordial dos professores é proteger um aluno do outro, separar brigas. Se preparam um bom plano de aula, jamais conseguem executá-lo, gastam todo tempo, repreendendo alunos, e depois de forma alguma lhes sobra tempo para se prepararem nas artes marciais. Mas, como dizem: "violência gera violência"; nesse caso não, é em nome da paz.
           Ironicamente, a função primordial da gestora escolar é proteger a escola da comunidade. Roubam tudo, incendeiam os arquivos! Mas, as salas de aula superlotadas ainda não bastam! Promove festas a eles nas datas cívicas. Assim, acolhe os vândalos, sem uma seleção rígida em nome da qualidade, ou para as estatísticas bonitas, ou ainda nem tem autonomia.
           Ironicamente, a função primordial das zeladoras é proteger o chão limpo dos pés sujos. Porém, o que elas farão se ninguém entrar ali? Graças a sujeira da terra o sistema funciona bem. É como o pássaro comendo pedras para excitar a sua moela, fazendo-a funcionar bem. Querendo só os nutrientes do que já comeu.
           Ironicamente, a função primordial das merendeiras é proteger o lanche dos alunos. Nunca quer que eles desperdicem-no, então praticam um cardápio tragável só por quem tem muita fome, mesmo! Assim a verba cobre a cota do dia sem maiores problemas, afinal, o lanche na escola não é para o prazer da gula, é básico.
           Ironicamente, a função primordial dos alunos é proteger os seus direitos de seus deveres. Assim usufruem de todos os benefícios sem pagar nada.
           Achei minha função primordial como cronista da escola, é proteger meus leitores da pureza e da inocência. Por isso, divulgo os erros ao meu redor para inclui-los na turba dos justiceiros sociais. TALVEZ AJUDE ALGUÉM, SENÃO, PELO MENOS, PARA DIZER COMO nunca FAZER, COMO jamais SER E COMO NÃO APRENDER. AFINAL, NINGUÉM PODE me IMPEDIR contar O QUE ACONTECEU COMIGO, APENAS TENHA CUIDADO PARA de jeito nenhum TROPEÇAR NAS COVAS PROFUNDAS DE MINHAS "PISADAS". Ou, AINDA, apenas para fazer distinção entre o bem e o mal.
          Sobretudo, a função primordial da vida é proteger-se da morte e não consegue, tudo morre! Porque tudo na vida é problema. A educação é só mais um grande problema a ser resolvido.

         Cada um tem o seu papel, por tempo limitado, nessa blindagem descomunal.

Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 14/03/2013
Reeditado em 01/09/2013
Código do texto: T4188519
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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Desabafo docente: a profissão está se tornado uma missão impossível


Enviado em 25/08/2013 às 22h25

Desabafo docente: a profissão está se tornado uma missão impossível

DIÁRIO DA MANHÃ
ADRIANA LUCIA DA SILVA
Pensei algumas vezes antes de iniciar esse texto, analisei a minha profissão, a luta diária em busca de uma educação de qualidade. Pensei na minha sala com 34 crianças para alfabetizar, analisei sua história de vida e me assustei mais uma vez com uma constatação, a única categoria realmente preocupada com a educação, são os professores.
Acredito muito naquela máxima de que você tem de estar na pele do outro, para compreender sua dor. Penso que talvez, só quem esteja na mesma situação pode me compreender, quando falo do acúmulo de funções, da falta de recursos humanos e materiais nas escolas, da quantidade de alunos, ma em especial da desvalorização crescente da profissão docente.
Vi alguns textos informando que o MEC vai criar um programa chamado Mais Professores, acredito que não haverá rejeição da nossa classe em relação a mais professores trabalhando não, só tenho minhas dúvidas se algum profissional vai querer aderir, principalmente levando em conta o desrespeito  a que somos submetidos, duvido muito que nossos caros colegas que já se aposentaram, convivendo com vários anos de desrespeito e baixos salários, vão se sentir atraídos para voltar as salas de aula.
Cito como exemplo desses desrespeitos constantes, a situação vivida na rede municipal de Goiânia.  para sermos admitidos na rede, passamos por um criterioso processo seletivo, no qual devemos dominar todas as áreas da educação, políticas, educação especial, gestão escolar, teorias de aprendizagem, e por aí vai. Para podermos melhorar nosso salário um pouco, devemos ter uma carga de 1080 horas de cursos de pós-graduação, e quando protocolamos tais cursos esperamos ate 1 ano para começarmos a receber.
Agora a ultima que deixou todos os profissionais mais decepcionados ainda com a profissão, foi a questão do difícil acesso. Na qual o Ministério Público, acredita ser ilegal essa ajuda de custo com transporte, levando em conta que agora tem o bilhete do poupa tempo no transporte coletivo. Vamos combinar minha gente, o transporte publico de Goiânia vai ser capaz de receber  mais 9000 usuários todos os dias em horários de pico? Pois esse é mais ou menos o quantitativo de professores da rede. Outra coisa, vocês acreditam ser possível chegar as 7h em alguma escola usando o transporte público?
Quero deixar claro, não recebo esse benefício, mas convivo com colegas que moram longe, que trabalham 2 até 3 turnos, alguém acha possível esse trabalhador conseguir chegar ao seu destino de ônibus? minhas dúvidas são muitas, principalmente quando penso que sou uma profissional de nível superior, que fiquei 4 anos em um banco de faculdade e mais 2 de pós-graduação, e que as pessoas teimam em me ver como uma voluntária, ou como uma pessoa que faz algum tipo de sacerdócio.
Ser professor é uma profissão digna de todo respeito, trabalhamos por que gostamos de nossa profissão, mas também para cuidar de nossas famílias, para podermos ter uma vida digna. Sabemos que não vamos ficar ricos sendo docentes, e nem é esse nosso objetivo. No entanto, não queremos mais perder direitos adquiridos, mas sim lutar por outros que ainda não foram consolidados. Acredito que minha fala relata a indignação de muitos colegas. E utilizo esse instrumento de comunicação para dizer: “Exijo respeito”, pois trabalho com respeito, cumpro meus deveres, pago meus impostos e sou uma cidadã.
(Adriana Lucia da Silva, pedagoga da rede municipal de Goiânia)

domingo, 25 de agosto de 2013

ONDE ESTÃO OS EX-MISERÁVEIS DA EX-PRESIDENTE DILMA? ("Antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-lhe a pescar." — Provérbio Chinês)


ONDE ESTÃO OS EX-MISERÁVEIS DA EX-PRESIDENTE DILMA? ("Antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-lhe a pescar." — Provérbio Chinês)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era um dia comum na escola, eu, um professor do ensino médio, estava diante de uma turma do terceiro ano. Naquele dia, fui confrontado por uma aluna que ameaçou me processar. O motivo? Eu havia repreendido alguns alunos desordeiros, chamando-os de "Miseráveis da Dilma".

Naquele momento, a expressão "miseráveis" não carregava a corrosão semântica que ela atribuiu. Era uma carapuça que servia a muitos, uma reflexão sobre a pobreza intelectual que parecia destinada a acompanhar a maioria deles, reforçando o senso comum. Pressionado e constrangido, senti-me tão miserável quanto eles, digno de compaixão.

Depois, buscando conforto, lembrei-me das palavras da ex-presidente Dilma Rousseff. Ela havia prometido que o número de miseráveis no Brasil cairia para 2,5 milhões de pessoas com a implementação do programa Brasil Carinhoso, que ampliou o Bolsa Família. O governo classificava como miserável quem sobrevivia com até R$ 70 mensais per capita. Dilma prometeu erradicar a pobreza extrema até o fim do mandato, em 2014.

Muitos dos meus alunos, beneficiários do governo, frequentavam a escola como um dos critérios para receberem o benefício. Até aí, nada de errado. O problema é que se tornavam indesejáveis pelos despropósitos educacionais.

Eu também me considerava um dos "Miseráveis da Dilma", enquanto professor e funcionário público com um salário mísero, frente ao tamanho do desafio e da responsabilidade que tinha. Era como se fosse um "carpinteiro do mundo", como diria Raul Seixas, em meio a tantas leis contra o "desmatamento". Uma metáfora paradoxal, não é mesmo?

O outro lado miserável dessa história envolvia todos os beneficiados pelo programa "Bolsa Família". Eles assumiam, lamentavelmente, o papel de miseráveis em extrema pobreza. Por que se ofendiam tanto quando os chamava de "Miseráveis da Dilma"? Eram os filhos adotados do "Brasil carinhoso"! Os que ganhavam o peixe frito e não sabiam pescar, voltariam a pedir.

Parece que os brasileiros foram enganados, pois a pobreza extrema aumentou 11% e atingiu 14,8 milhões de pessoas. Então, miseráveis materiais e miseráveis intelectuais, demos vivas aos amparos do governo. Uma coisa leva a outra: "Em seu discurso, Dilma destacou o papel do Bolsa Família na diminuição da pobreza extrema, afirmando que cerca de 18 milhões de pessoas continuariam na miséria, se não fosse o programa de transferência de renda". Então, confirmo o que digo, os miseráveis sempre tereis convosco.

Corrija-me quem puder, mas entendo que eu, na qualidade de professor público, sou uma extensão dos benefícios viciantes do governo para os outros "miseráveis" mais humildes. Os denunciadores e processadores por quaisquer motivos querem mais dinheiro fácil!

E assim, encerro minha crônica, refletindo sobre os acontecimentos que vivi e transmitindo uma mensagem impactante aos leitores. Afinal, a vida é uma constante aprendizagem e, por vezes, somos todos um pouco "miseráveis".