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sábado, 16 de novembro de 2013

"O PÃO QUE O DIABO AMASSOU" (“Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si confusão.” – Pv. 3:35)


Crônica

"O PÃO QUE O DIABO AMASSOU" (“Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si confusão.” – Pv. 3:35)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Naquela segunda-feira, nem fui trabalhar, fui ao banco com umas faturas e outras contas a pagar.  Driblei daqui e dali e não sobrou na conta bancária, senão apenas o suficiente para comer um "marmitex" por dia pelo resto do mês! Porém, o que eu deveria esperar, vítima de tantas maldições dos insatisfeitos com meu trabalho, e ainda, carrego a sensação de inutilidade, vendo centenas dos meus ex-alunos fracassados?! Naquele mesmo dia, em minha reflexão da noite, li provérbios de Salomão, cap.3 e nos versículos 32,33; “Porque o perverso é abominação para o Senhor, mas com os sinceros está o Seu segredo. A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos ele abençoará.” Palavras sábias a meu favor, confortaram-me! Tenho dado o meu melhor! Por isso, tenho comida a mesa, e muitos deles nem isso têm: os alunos que desejam o meu mal, jogam giz em mim, bola de papel, e me dizem palavrões desestimuladores, quase nunca valorizam  as aulas, estes são sustentados na escola pública com dinheiro amaldiçoado dos nossos impostos, pagos sem prazer algum. E se acham os donos do pedaço, no direito de tocar seus mestres da sala ao toque do sino, como se expulsa o cão da cozinha a pontapé! Qual valor têm as suas maldições? Não sei, todavia fazem sentido; uma árvore má só pode produzir mau fruto!
           Ouvir piadas de coordenadoras sobre professores feitores de aulas monótonas com o livro na mão também é uma forma de maldição, pois nos tira o ânimo, acumulando mais esta culpa. Suspeitei ser uma denúncia do aluno que sempre ficava fora da sala, daquele nono ano, então o interroguei educadamente, em um momento propício. Ele me confirmou não ter assistido às minhas aulas por não serem divertidas. Caprichei na próxima, fiz uma dinâmica de grupo: leitura de imagem, na qual eles mesmos pintaram coletivamente, nomeei-a de tarefa compartilhada. E lá estava ele: o aluno desconectado, e usando o fio do fone de ouvido como se fosse corda, "pulava corda" no meio da sala, enquanto os outros trabalhavam animadamente. Agora me pergunto, como aplicar prova e ser divertido? Faz sentido aulas divertidas para os filhos do governo frequentadores da escola, só garantindo os benefícios do "Bolsa Família"?
           No final do dia, já quase chegando à minha casa, um ex-aluno estava por ali, próximo,  fez gracejo com meus cabelos brancos, crescidos e afuazados. Então, entrei e como se tivesse respondendo a ele, falei sozinho: uma pessoa na minha idade, comumente, já nem tem mais cabelos, por que não posso homenagear essa riqueza, economizando no corte deles? Também de forma nenhuma são divertidos os meus cabelos?! 
           Muitos de nossos desrespeitadores, relapsos e indisciplinados alunos nunca prosperam mesmo, não só devido às muitas maldições dos seus professores também, todavia porque “Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si confusão. (Pv. 3:35).  Quem é sábio? E quem é louco? Por que sou obrigado a "comer o pão que o Diabo amassou" para sobreviver?
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 15/06/2013
Reeditado em 16/11/2013
Código do texto: T4342366
Classificação de conteúdo: seguro
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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Descaso com a educação


Enviado em 10/11/2013 às 22h56

Descaso com a educação

DIÁRIO DA MANHÃ
PALAVRA DO POVO
O desinteresse dos vestibulandos pelos cursos de licenciatura, demonstra o descaso da sociedade de maneira geral, e de nossos dirigentes e parlamentares de forma mais específica, para com a Educação em todos os níveis e esferas, achando que professor tem que “dar aula”,  que magistério é “sacerdócio”... Vale lembrar que todos os governadores do Brasil assinaram um documento encaminhado ao MEC pedindo a redução do valor do piso salarial do magistério. 
Um claro exemplo desse descaso na esfera Federal é o Programa mais educação, que apesar do nome diminui as atividades pedagógicas em detrimento das atividades recreativas, bem como, investe boas somas em material e paga míseros R$ 80 por mês para monitores/voluntários. E querem que acreditemos que é um programa sério.
Exemplos estaduais e municipais estão aos montes por aí. Doação de tablets para professores ao invés de política séria de valorização salarial e de carreira. É claro que é mais fácil superfaturar as compras do que a folha de pagamento. Nesta pratica nefasta PT, PMDB, PSDB, ...PQP, são todos iguais.
Professor não quer agradinhos, exige salário e respeito. 

Professor: procura-se


Enviado em 14/11/2013 às 21h14

Professor: procura-se

DIÁRIO DA MANHÃ

JULIANO SILVESTRE
Na semana passada, a Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou a 1ª fase do seu vestibular 2014 com mais de 30 mil inscritos. Talvez, o fato mais importante a ser analisado, e que passou despercebido para muitos são as concorrências dos cursos de bacharelado e licenciatura.
Medicina e Engenharia Civil mais uma vez seguem no topo da lista como os mais concorridos, e na “lanterna” da tabela encontra-se os cursos de licenciatura. Por que isso acontece?
Já se foi o tempo, em que os cursos de licenciatura geravam mais entusiasmo por parte dos vestibulandos. Com a degradação do nosso ensino, os jovens vão ficando mais longe da carreira acadêmica, dedicando-se aos cursos onde poderá conseguir “status e dinheiro”.
Como falar para um desses jovens se aventurarem na carreira de licenciatura, preparando-se para dar aula na educação básica, se os noticiários que vemos na TV são de dar “arrepios” em qualquer pretensão para se dedicar à docência.
Cursos como Matemática, Física e Química, que junto com o Português formam um quarteto de disciplinas que mais pesam na hora do vestibular, não conseguiram alcançar mais do que três candidatos por vaga. Como os futuros médicos, engenheiros e advogados exercerão suas profissões, se os cursos de licenciatura estão “morrendo”? È um verdadeiro paradoxo essa situação, pois o certo seria a valorização dos cursos de licenciatura para que no futuro não faltem médicos e engenheiros no mercado.
Além da baixa remuneração a qual os professores estão sendo submetidos, encontram-se ainda outros fatores para o desencanto dessa profissão: a falta de autonomia do docente perante aos alunos, a delegação por parte dos pais em querer que a escola eduque seus filhos, as escolas que não possuem nenhuma estrutura, tanto física como material para prender a atenção do alunado, e principalmente a desmotivação do professor, que não vê ânimo para se qualificar e nem melhorar suas práticas pedagógicas.
Com esses fatores chegamos à conclusão que infelizmente, se nada for mudado nesse país continuaremos a sofrer com a falta de professores. O vestibulando só conseguirá ser competitivo se houver ótimos professores na educação básica.
Aquela velha história, de que quase toda a pessoa lembra-se de sua primeira professora, poderá daqui a alguns anos virar “lenda urbana”. Precisamos todos os dias exigir dos nossos políticos que os professores sejam respeitados e valorizados desde o ensino fundamental até a graduação. Pois senão teremos que buscar além de médicos, engenheiros e advogados de outros países. Pois aqui não haverá nenhum professor que queira ensinar o aluno a “pegar no lápis” e a explicar as primeiras operações matemáticas.
Tudo bem que a tecnologia desempenha um papel que antes cabia ao professor, mas até hoje não inventaram um programa que saiba transferir lições de ética, companheirismo e civilidade aos alunos.
(Juliano Silvestre, administrador de empresas com MBA em Marketing e professor do Curso Superior de Produção Cênica no Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França – E-mail: ju.castrosilvestre@gmail.com) http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20131115&p=20

sábado, 9 de novembro de 2013

PAIS versus PROFESSORES ("É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais." — Coelho Neto)



Crônica

PAIS versus PROFESSORES ("É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais." — Coelho Neto)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Não sei o que os pais têm contra os professores, se ciúmes ou inveja! Mas, com suas acusações e distratos, alimentam um sentimento provedor de desconforto, pois após as visitas à escola, deixam os destroços do pós-guerra e o medo na academia. Na entrega dos boletins é aquele vexame, o adolescente diz sobre jamais ter culpa, o professor o acusa e os pais o defendem! Essa relação cruelmente tridimensional é tão distinta que uma mãe nem consegue ser professora e mãe ao mesmo tempo, e purgatórico mesmo é quando esta é aluna universitária ou tem alguma outra Licenciatura acadêmica, diz que também é professora e sabe tudo.
          Uma professora, sendo juntamente mãe, minha colega de trabalho, mostrava-me toda raiva ao comentar a inclusão da filha na qualificação de "estrume".  A professora daquela turma, por desequilíbrio crônico, pelo estresse do dia-a-dia e humana que era, cheia de imperfeições, disse que se os alunos não dessem atenção às aulas, nunca seriam nada, apenas "estrume" da sociedade. Porém, o mais impressionante foi a mãe, descrevendo a mim as atitudes que ia tomar contra a colega e professora de sua filha: iria até às últimas instâncias para penalizá-la, pois humilhou sua filha. Assim, é desconsertante, de todas as formas, ser professor de filho de colega de trabalho.
          Uma coisa é ser mãe a outra coisa é ser professora dos filhos dos outros. Por que uma professora ensinaria, no papel de mãe, aos seus filhos maltratarem os seus professores? E se não o fariam conscientemente, faz sim com os comentários desajustados contra o sistema educacional e atitudes exageradamente desprotetoras contra o colega de trabalho.  Em minha experiência de professor, até agora, só me lembro de duas alunas cujas mães eram professoras também, e eu as admirava por serem cumpridoras de seus deveres e respeitadoras. Mas, já fui, centenas de vezes, maltratado tanto por filhos de professora quanto por colegas de profissão, exigindo de mim o que elas não conseguiram com seus filhos. Detesto ser professor de filho de colega de trabalho, especialmente na mesma unidade escolar, quaisquer medidas educativas, ou repreensão, simples que seja, ou nota baixa redunda-se em um caso pessoal. Sabendo disso, o filho/aluno deita e rola sob a suposta proteção.
          A minha receita é esta, se for possível, sejam pais e professores indistintamente. Talvez eu nem esteja conseguindo dizer o que é necessário nesse tema: pintar um indivíduo ideal aos dois papéis.  Entretanto, exemplifico com minha carcomida vida, descobrindo-me incompetente demais para ser pai e professor ao mesmo tempo, escolhi ser só professor, sim tenho uma filha, porém a conheci depois de grande, por isso de jeito nenhum perturbei seus professores. O difícil mesmo é colher o que não plantei.
          Quando nossos alunos nos ameaçam e danificam nosso carro, aprenderam de quem? Vejam as notícias: http://www.jcnet.com.br/Regional/2013/05/pai-de-aluno-tem-momento-de-furia-quebra-carros-e-ameaca-professores.html (acessado em 16/02/2019).
          Tínhamos a família tradicional como parceira da escola na educação das crianças! Agora, quais compromissos terá a família moderna, cujos principais se esqueceram que direito são advindos de deveres cumpridos. Então, como esta família moderna pretende ajudar a escola a favor de seus filhos? Fazê-los prosperar e honrar essa tradicional instituição, já corrompida pelas modas, casada com a religião da prosperidade sem se importar em quem tenha que pisar, torna-se, desse jeito, quase impossível.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 30/05/2013
Reeditado em 09/11/2013
Código do texto: T4317340
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sábado, 2 de novembro de 2013

A SOLIDÃO RESOLVIDA ("A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais." — Arthur Schopenhauer)


CrÔnica

A SOLIDÃO RESOLVIDA ("A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais." — Arthur Schopenhauer)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Dizem os bem relacionados que a liberdade não existe, porém eu procurei a solidão e encontrei a liberdade! Agora concordo plenamente com Mauro Santayama: "Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão." Talvez houvesse mais liberdade!
          Também quero citar a mestre em Filosofia, Kalena: "Eu não gosto da solidão, mas aprecio ficar só". Talvez este outro enfoque: solidão imposta verso estar só por escolha, possa diversificar a natureza de liberdade. Então, mediante a possibilidade de se estar rodeado de pessoas e ainda na solidão é real e improdutiva! Pois também, aprecio estar só e até prefiro ficar invisível aos desregrados da multidão isentando-me do mal. Aliás, esta solidão, bem resolvida aqui dentro, na minha alma, faz-me mais bem que muitas outras pessoas fingindo-se importar comigo.
          O dito popular: "fale mal, mas fale de mim" tira-me a paz de espírito, portanto me tira também o verdadeiro fruto da liberdade, e enfim, a liberdade. Nada é por acaso, se assim for, não existe o plano de Deus! Jamais é permitido ao homem construir seu destino. E o nosso plano só será possível dentro da pequena folga que nos é permitido, ainda no caixote entre os limites: o berço e o esquife. Por isso, gosto da solidão, mas ao mesmo tempo temo esse destino formatado (Ainda bem que a solidão da morte é inconsciente). Misterioso! Às vezes, acho cruel demais o destino de todo mundo. Embora a Bíblia queira nos animar com a história de Jó! Todavia, o que Jó fez para merecer seu sofrimento? Simplesmente ele precisava ser três vezes mais rico: seu destino. Assim seja.
          Todavia, a liberdade também me mete medo, o medo de errar e receber os reajustes do destino. Porém, prefiro assim, para sofrer menos. Então faço minhas as palavras deste trecho da canção: Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda do Kid Abelha:

"Não estou disposto

A esquecer seu rosto de vez

E acho que é tão normal

Dizem que eu sou louco

Por eu ter um gosto assim

Gostar de quem não gosta de mim



Jogue suas mãos para o céu
Agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você
Na rua, na chuva, na fazenda
Ou numa casinha de sapê"
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 24/04/2013
Reeditado em 02/11/2013
Código do texto: T4256653
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sábado, 26 de outubro de 2013

A REPESCAGEM NA EDUCAÇÃO ("Em uma enchente a função da água é selecionar classes sociais." — Murillo Leal)


Crônica

A REPESCAGEM NA EDUCAÇÃO ("Em uma enchente a função da água é selecionar classes sociais." — Murillo Leal)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           
            A minha pergunta é: por que um indivíduo cursaria três anos de Ensino Médio frente a tamanha facilidade dos cursos instantâneos? 
          Mas, eu conheço o ENCCEJA, certificador de aluno com somente uma prova. E conheço as justificativas dos alunos da EJA, quando lhes pergunto por que estão matriculados nessa modalidade. Todos me dizem: — eu não tive oportunidade de estudar quando era jovem! Portanto, penso que muitos desses são os refugos do sistema educacional regular. Pois pelo tanto que reclamam de tudo, deve ter sido aqueles que nunca levaram a sério sua juventude estudantil. Não pode ser falta de oportunidade, o governo, desde que me entendo por gente, dá todo suporte obrigatório: transporte, bicicleta, uniforme, tablet, livro, lanche, bolsas mil e aulas no 0800 como dizem eles. E uns são bastante agradecidos, outros ainda revoltados arremessando cadeira na professora!
https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/aluno-de-18-anos-arremessa-cadeira-e-deixa-professora-ferida-em-escola-do-df.ghtml -  acessado em 30/01/2019.
           Onde estão eles agora: os formados da EJA? Procurando os atalhos da vida! Então, a EJA foi inventada para esses mesmos. O governo tem modalidades para todos até para os que se fazem de coitadinhos sugadores nas tetas públicas. Depois, o diploma de todos têm a mesma validade, comparando com outras modalidades.  Se a educação fosse séria não existiria EJA ou só teria EJA! "As academias coroam com igual zelo o talento e a ausência dele."(Carlos Drummond de Andrade).
          Se os evadidos da modalidade regular soubessem que podiam voltar, mesmo depois de alguns meses de ausência, com o direito de fazer as atividades avaliativas de recuperação e sem contabilizar as suas faltas, a EJA teria menor demanda! Porém, até lá, que os empregadores saibam selecionar os melhores. Por que a sociedade precisaria desses dois pesos e duas medidas?! O saber é prazeroso, mas o aprender é doloroso! O cérebro do tolo dói e cansado procura atalhos.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 21/04/2013
Reeditado em 26/10/2013
Código do texto: T4252567
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sábado, 19 de outubro de 2013

O DELATOR SE AUTODELATA ("A lógica do delator é a de pretender fortalecer uma amizade, destruindo outras."— Eber Ivo)



Crônica

O DELATOR SE AUTODELATA ("A lógica do delator é a de pretender fortalecer uma amizade, destruindo outras."— Eber Ivo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eu já tinha falado desta realidade; quando o professor repreende o aluno, isso será usado contra SI mesmo. Mas, eu me esqueci de dizer sobre a mutação do "vírus". Nesta semana, pensando que estava fazendo bonito e contribuindo com o sistema, apresentei, em segredo, alguns nomes de alunos descuidados ao estudar, pelo
menos em minha matéria, à coordenadora. No dia seguinte, outros alunos mais dedicados, da mesma sala, enciumados e ofendidos por não ter mostrado seus vistos à coordenadora e desconhecedores das intenções da mesma, ainda queriam reconhecimento. Então a mim delataram sobre a coordenadora ter pego os cadernos só das fulanas de tal, na minha ausência, para conferir a matéria de língua portuguesa. Como os alunos delatores queriam mostrar serviço (só teme quem deve) e eram os melhores, cumpridores de suas atividades, usaram-me maldosamente e foram contra a coordenadora, e nem sabiam que me mostravam a ponta dum "iceberg" crônico. As alunas escolhidas à inspeção foram exatamente as que eu tinha reclamado delas, por não ter conteúdo algum nos seus cadernos.
          O mais interessante desta luta por um restrito reconhecimento é, baseada nos cadernos, a coordenadora fez maquiavélicos relatórios à tutora (inspetora escolar), querendo dizer que o professor que não faz caderninho de plano de aula ministra uma aula sem conteúdo, ou seja, na linguagem delas: "não passa nada para o aluno". Assim, todos ficaram sabendo da minha inadimplência com os planos de aula. E aqui deixo claro os motivos de jamais os fazer, não por irresponsabilidade, justifico, mas por convicção profissional (Não preciso de caderninho de plano modelado e desenhado para apresentar uma boa aula e enriquecedora; se elas precisam, que o façam!). Porém, os planos de aula beneficiam mais a coordenadora do que professores e alunos! Pois quem é a parte mais interessada neles? Além do mais, será se constará nos meus planos de aula as "frutíferas" interrupções do tempo de minha aula, por colegas "bem planejados"? Pois, constantemente tenho cedido parte de minhas aulas, quando não uma e outra integralmente, a outro professor (combinado ou não), atrasando minha matéria (a todo instante uma pessoa está à porta da minha sala pedindo licença para interromper)!
           Qual professor não é calejado de tantas frustrações nesse sentido? Faz o plano e nada se cumpre dele, a sala de aula é viva, então sempre impera a improvisação! Lembrando que o improviso de um professor formado e bem preparado significa um plano funcional. Apesar das cobranças de registros, de forma alguma, o caderninho de plano faz de mim professor, e tento me convencer que eu não sou plano de aula.
           Sim, mas voltando ao incidente inicial. Quando fui fechar o círculo de meu raciocínio, a lógica me fez descobri que minha atitude de falar mal de meus alunos (entregá-los à coordenadora) foi contra mim mesmo, pois esses se vingaram consciente ou inconscientemente de minha maldade. "O feitiço foi contra o feiticeiro." Uma garantia que o veneno delas também far-lhes-á mal? No entanto, para mim já o fez muito mal.
           O verdadeiro plano de aula é volátil, ele existe pré-moldado na mente de todo professor, é saber administrar os conhecimentos prévios, aplicando-os na demanda surgida e emergente na aula, que requer tratamento imediato, a partir do currículo minimo determinado, não tem segredo, qualquer professor faz isso o tempo todo. Agora a pior pergunta de um aluno para seu professor: "é pra copiar, professor?"
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 13/04/2013
Reeditado em 19/10/2013
Código do texto: T4238697
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