"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quarta-feira, 28 de junho de 2023

E SE A PANDEMIA VOLTAR? ("Conta-me o teu passado e saberei o teu futuro." — Confúcio)

 


E SE A PANDEMIA VOLTAR? ("Conta-me o teu passado e saberei o teu futuro." — Confúcio)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

E se a pandemia de Covid voltar? Como seria o desenrolar dessa história no futuro? Transporto-me para um mundo onde uma nova batalha silenciosa toma forma nos bastidores da educação, um cenário complexo que se prolonga. Famílias e escolas, outrora aliadas, se encontram em um terreno incerto. As fronteiras entre seus papéis se turvam e as tensões atingem um patamar alarmante. As câmeras invadem lares e salas de aula, espelhando a fragilidade de uma sociedade dividida.

Os mais privilegiados enfrentam o desafio de administrar espaços e aplicativos, buscando equilibrar trabalho e educação dos filhos em meio à crise econômica. Porém, os menos favorecidos sofrem ainda mais. A ligação entre família e escola se aprofunda, acentuando a desigualdade. A violência doméstica, a fome e o abandono se fazem presentes, enquanto a escola parece uma lembrança distante.

No contexto brasileiro, essa situação é agravada pela divisão da sociedade. A falta de consenso e o medo alimentam feridas em um cenário já devastado. A relação turbulenta entre famílias e escolas reflete disputas políticas e sociais, prejudicando a aprendizagem. O abismo se aprofunda, com maior absenteísmo e evasão escolar. O futuro das crianças está em jogo, enquanto a reorganização necessária enfrenta obstáculos.

Entretanto, devemos manter a esperança. Se as escolas puderem abrir novamente, talvez surja uma reconciliação, uma nova compreensão nascida da saudade compartilhada. Em meio às adversidades, lições positivas são extraídas da pandemia. É preciso lutar por propostas claras e mobilizadoras, valorizar os professores e trilhar um caminho de esperança. Ainda há um futuro a ser construído, mesmo diante dos desafios.

terça-feira, 27 de junho de 2023

"DEUS TE AJUDA"; "VAI COM DEUS"; "DEUS TE ABENÇOA" ("Se acenardes para mim e eu não vos cumprimentar, não crerdes que sou arrogante, mas míope." — Luca Jordão)

 


"DEUS TE AJUDA"; "VAI COM DEUS"; "DEUS TE ABENÇOA" ("Se acenardes para mim e eu não vos cumprimentar, não crerdes que sou arrogante, mas míope." — Luca Jordão)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ao me deparar com as expressões divinas que ecoam em meu caminho, ditas por pessoas que nem gostam de mim, um lampejo de entendimento se acende em minha mente. É como se um mistério se revelasse diante dos meus olhos: "Deus te ajuda", "vai com Deus", "Deus te abençoa"... palavras que vão além do simples ato de falar, carregando consigo um peso de infortúnio, soando como maldições lançadas ao vento. Fico intrigado, pois percebo que aqueles que as proferem são prisioneiros de uma existência repleta de desgraças.

No entanto, como um viajante experiente das histórias da vida, não me deixo enganar por essas manifestações excessivas de fé. Olho além da superfície e questiono: será que essas expressões são apenas vazias ou possuem um significado oculto a ser desvendado? Elas se escondem sob um manto de falsidade, cobrindo suas verdadeiras intenções.

Adentro o reino dos fracassos, onde cada indivíduo que experimentou a derrota carrega consigo um arsenal de conselhos, articulados com palavras como pétalas de flores murchas, enfeitando o jardim das adversidades. Mas, me pergunto, em meio aos destroços da desesperança, ainda existe um fio de esperança a ser encontrado? Será que essas expressões religiosas podem revelar um significado profundo e transformador?

Convido a todos a compartilharem suas experiências acerca das palavras e ações que se apresentam em meio às dificuldades, como faróis luminosos em um cenário de incertezas, mas sempre com sinceridade genuína. Nessa jornada de reflexões, a escrita se transforma em uma ponte entre o narrador desta história e o mundo, entrelaçando uma rica tapeçaria de ideias e emoções. Portanto, desvendem o livro de suas vidas e permitam que as palavras se unam em um mosaico de sentidos, revelando a verdade oculta nas entrelinhas.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

A SANTA IGNORÂNCIA ("As verdadeiras lições estão ocultas nas entrelinhas da existência, cabe a nós ter sensibilidade para encontrá-las." - Paulo Coelho)

 


A SANTA IGNORÂNCIA ("As verdadeiras lições estão ocultas nas entrelinhas da existência, cabe a nós ter sensibilidade para encontrá-las." - Paulo Coelho)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há uma doce ignorância que nos envolve, envolta em mistérios e possibilidades. É um refúgio no qual encontramos abrigo, mas também uma prisão que nos limita. Na jornada pelo conhecimento, descobrimos a dor e compreendemos seu valor inestimável. Contudo, há uma sabedoria singular naqueles que encontram a felicidade em sua própria alienação, desafiando as convenções da sociedade.

Questiono-me se a busca incansável por desvendar os enigmas do mundo e suas complexidades realmente nos conduz à plenitude. Será que precisamos abrir mão da simplicidade e aceitar nossa própria ignorância para encontrar um sentido mais profundo? Talvez, ao desistirmos dessa incessante busca pela felicidade, descubramos uma nova forma de sermos verdadeiramente felizes.

Nessa busca por sabedoria oculta, aprendi que é essencial estarmos atentos às lições que a vida nos oferece. Elas se escondem nos momentos de tropeços e incertezas, nas pequenas sutilezas do cotidiano. É quando abrimos os olhos e o coração para enxergar além do óbvio que encontramos a verdadeira sabedoria.

Às vezes, observo as crianças e os adolescentes que não querem estudar e compreendo. Vejo neles uma sabedoria singular, encontrando a felicidade em sua própria alienação. E sabe de uma coisa? Eles são diferentes daqueles que se consideram superiores. Quem tem coragem de chamá-los de burros quando são livres das amarras do conhecimento acadêmico e das convenções sociais? Não se trata apenas de adquirir conhecimentos acadêmicos ou acumular informações, mas de estar receptivo às experiências que nos moldam e nos transformam. Encontrar sabedoria não é apenas uma busca externa, mas um mergulho interior que nos leva a questionar, refletir e evoluir.

Portanto, convido a todos a abraçarem a doce ignorância que nos envolve. Aceitemos nossas limitações e apreciemos a beleza do desconhecido. Sejamos humildes aprendizes, dispostos a encontrar sabedoria mesmo nos momentos mais simples. Pois, ao abraçar a simplicidade e aceitar nossas próprias limitações, descobrimos que a verdadeira felicidade reside na busca incessante por compreender a nós mesmos e ao mundo que nos cerca.

A SINFONIA EQUILIBRADA DO AMOR ("Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro." — Clarice Lispector )

 


A SINFONIA EQUILIBRADA DO AMOR ("Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro." — Clarice Lispector )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Encontro o amor nos meus inimigos. Pode parecer estranho, mas foi assim que aprendi a valorizar meus defeitos e a me aproximar deles. Nas críticas e adversidades dos que se opõem a mim, descubro um caminho para o autodesenvolvimento e o aperfeiçoamento pessoal. Em vez de resistir ou ignorar aqueles que se colocam contra mim, abraço a oportunidade de crescimento que surge desse encontro.

A verdade é que o verdadeiro amor vai além das aparências superficiais e mergulha nas profundezas da compreensão mútua. É através do confronto com as diferenças e desafios que encontramos uma conexão genuína com os outros. É como se cada confronto nos mostrasse um espelho que reflete nossas próprias falhas e imperfeições, nos lembrando de que somos todos seres humanos em busca de crescimento e aprendizado.

Mas não é apenas nos outros que encontro o amor. Também encontro nos meus próprios defeitos. Eles são parte de quem eu sou, assim como são parte de cada um de nós. Ao abraçar minhas imperfeições, encontro uma conexão autêntica com a humanidade. Compreendo que é através das nossas vulnerabilidades e limitações que podemos verdadeiramente nos relacionar e compreender uns aos outros.

Não tenho vergonha dos meus defeitos, pois eles são o que me tornam humano, igual a todos. Ao celebrá-los, celebro minha própria humanidade compartilhada. Nessa aceitação plena, descubro uma poderosa fonte de compaixão e empatia que nos une como seres imperfeitos e belos.

Quando o amor é recíproco e equilibrado, todas as partes estão em sintonia. É como uma dança sincronizada de sentimentos e emoções, onde cada movimento é coordenado com graça e cada nota é tocada com precisão. Essa conexão profunda e equilibrada transcende as barreiras individuais, permitindo que os corações se unam em perfeita harmonia.

Nesse tipo de amor, as trocas são genuínas, as ações são correspondidas e os sentimentos são compartilhados de maneira autêntica. É uma sinfonia de afeto que ressoa em cada interação, fortalecendo os laços que nos ligam uns aos outros.

Portanto, encontro o amor nos meus inimigos e nas minhas próprias imperfeições. Eles me ensinam valiosas lições e me aproximam de uma compreensão mais profunda da vida. Afinal, é ao enfrentar nossos desafios e abraçar nossas falhas que crescemos, nos tornamos mais compassivos e encontramos um amor verdadeiro e significativo. CiFA

domingo, 25 de junho de 2023

20 DE ABRIL: A COMUNIDADE ESCOLAR DIANTE DA AMEAÇA ("Educar uma pessoa apenas no intelecto, mas não na moral, é criar uma ameaça à sociedade." — Theodore Roosevelt)



20 DE ABRIL: A COMUNIDADE ESCOLAR DIANTE DA AMEAÇA ("Educar uma pessoa apenas no intelecto, mas não na moral, é criar uma ameaça à sociedade." — Theodore Roosevelt)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Hoje, 20 de abril, ocorreria um massacre generalizado nas escolas, especialmente neste dia do massacre de Columbine e aniversário de Hitler. Eu, ao adentrar os portões da escola, deparei-me com uma atmosfera carregada de tensão e apreensão. Os corredores, que costumavam ecoar risos e conversas animadas, estavam agora silenciosos e vazios. Uma nuvem sombria pairava sobre o ambiente, alimentada pela ameaça iminente de violência.

Notava-se a ausência de muitos alunos, que, temerosos pelos rumores que circulavam, optaram por não arriscar. Até mesmo alguns professores, habitualmente dedicados e presentes, faltaram ao chamado, preocupados com a segurança de todos. Era uma cena desoladora, um cenário onde o medo imperava e a normalidade do dia letivo havia sido cancelada.

Em meio a esse turbilhão de emoções, pude perceber o poder daqueles que buscavam semear o caos. Os bandidos, ávidos por sua própria agenda obscura, haviam alcançado seu objetivo de interromper a rotina educacional. Contudo, em seu triunfo momentâneo, revelaram sua verdadeira natureza: a destruição e a inquietação.

Apesar do clima sombrio, uma semente de esperança permanecia. Aqueles que decidiram enfrentar o medo e estar presentes na escola mostraram sua coragem e determinação. Entre os corredores silenciosos, erguiam-se vozes de solidariedade e união, reafirmando o valor da educação e o desejo de um ambiente seguro e acolhedor.

Embora o dia tenha sido diferente do esperado, com aulas interrompidas e o temor pairando no ar, a força da comunidade escolar não foi apagada. Os estudantes e educadores uniram-se em resiliência, prontos para enfrentar as adversidades e construir um futuro mais brilhante. Ainda que as sombras tenham tentado se sobrepor à luz, a determinação e a esperança prevaleceram.

E assim, ao contemplar tudo o que vi hoje, pude testemunhar a capacidade humana de resistir e superar obstáculos. O poder do conhecimento e da solidariedade mostrou-se como uma força inabalável, capaz de desafiar até mesmo as ameaças mais assustadoras. Que esse dia sirva como um lembrete de que, unidos, podemos transformar o medo em coragem e a escuridão em luz.

Parabéns pelo pensamento! 

REFLEXÕES DE UM EDUCADOR: DESAFIANDO A PANELINHA ("⁠Tem várias pessoas maravilhosas que não são da nossa panelinha." — Charles Canela )

 


REFLEXÕES DE UM EDUCADOR: DESAFIANDO A PANELINHA ("⁠Tem várias pessoas maravilhosas que não são da nossa panelinha." — Charles Canela )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Nas infindáveis reuniões pedagógicas, mergulho em um mar de contestações. É como se estivesse caminhando em um campo minado, onde cada passo pode detonar uma explosão de críticas. A falta de afinidade com a maioria dos presentes faz com que minhas ideias sejam alvo constante de questionamentos desfavoráveis. E ali, naquela sala, a ideologia da "panelinha" prevalece, fortalecendo os laços daqueles que se levantam contra mim. É um paradoxo curioso, pois aqueles que se levantam contra mim também fazem parte da mesma panela que os cozinha. Percebo que seria mais fácil ser aceito se eu simplesmente ecoasse o que desejam ouvir.

Em busca de orientação, busquei a sabedoria de um psicólogo. Ele sugeriu que eu construísse uma cumplicidade com meus colegas pedagogos, ouvindo-os com mais atenção e buscando compreender suas perspectivas. Talvez, ao fazer isso, eles se tornassem mais receptivos às minhas ideias e opiniões durante as reuniões. Contudo, questiono-me: se eu seguir por esse caminho, quem entre eles realmente desejará melhorar o sistema educacional? Ao me acomodar, tornar-me-ia apenas mais um membro da "panelinha do comodismo". É inevitável lembrar das palavras impactantes de Gengis Khan: "Eu sou um castigo de Deus. E se você não cometeu grandes pecados, Deus não teria enviado um castigo como eu."

Lamento profundamente não poder contribuir de maneira mais efetiva e estabelecer um diálogo produtivo com meus colegas pedagogos durante essas reuniões. Não me sobra espaço para demonstrar um interesse genuíno por suas perspectivas e opiniões, então enquanto permaneço fiel às minhas próprias ideias, resistindo à pressão da "panelinha". É verdade que meus conceitos talvez ainda não estejam totalmente consistentes e fundamentados, mas meu propósito é buscar uma educação de qualidade dentro de um sistema mais justo. Não podemos esperar resultados grandiosos se persistirmos nas mesmas práticas obsoletas.

Quero deixar claro aos leitores atentos: neste texto, não busco apenas ser diferente por mero capricho, mas sim dissolver o que nos incomoda e tem sido contraproducente. Pondero sobre a possibilidade de construir relacionamentos com meus colegas pedagogos, mas questiono se isso seria verdadeiramente útil para a melhoria do sistema educacional ou se seria apenas uma concessão à pressão do grupo. Inspirado pela citação marcante de Gengis Khan, mantenho minha lealdade às minhas próprias ideias e luto por uma educação de qualidade dentro de um sistema mais justo, mesmo que isso signifique enfrentar a panelinha da educação. O mercenarismo é o câncer da educação.