"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 30 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(12) A Graça Redentora de Deus: Transformando Corações e Resgatando Pecadores.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(12) A Graça Redentora de Deus: Transformando Corações e Resgatando Pecadores.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O provérbio de Salomão em Provérbios 1:10-19 retrata a tentativa de uma gangue de assassinos de atrair um jovem inocente para se juntar a eles. Essa passagem bíblica, frequentemente citada por crentes, enfatiza a destruição que aguarda os pecadores arrogantes e confiantes em seus planos malignos. No entanto, discordo dessa ideia por vários motivos fundamentados na teologia da misericórdia, do evangelho de Jesus Cristo e no testemunho bíblico e histórico de transformação de vidas pela graça divina.

"Deus é misericordioso e gracioso com os pecadores", conforme revelado nas Sagradas Escrituras. Sua misericórdia se manifesta ao chamar todos os pecadores ao arrependimento e à salvação. Deus não se deleita na morte do ímpio, mas anseia por sua conversão e vida abundante (Ezequiel 18:23). Ele é longânimo, paciente e deseja que todos cheguem ao conhecimento da verdade (2 Pedro 3:9). A maior demonstração de Seu amor foi o envio de Seu Filho unigênito, Jesus Cristo, para morrer pelos pecadores enquanto ainda estavam distantes dEle (Romanos 5:8). Portanto, a esperança e a ajuda de Deus se estendem a todos, pois Ele oferece perdão e salvação gratuitamente àqueles que creem em Jesus Cristo (João 3:16; Efésios 2:8-9).

"O evangelho de Jesus Cristo é uma poderosa força de transformação". Nas palavras do apóstolo Paulo, o evangelho é o poder de Deus para a salvação daqueles que creem (Romanos 1:16). A essência do evangelho é a mensagem redentora de que Deus enviou Seu Filho ao mundo para salvar os pecadores (1 Timóteo 1:15). Ao crer em Jesus Cristo e Sua obra na cruz, os corações mais endurecidos e rebeldes são regenerados, recebendo uma nova vida e fé (Tito 3:5; Efésios 2:4-5). O evangelho justifica os pecadores, declarando-os justos diante de Deus com base na justiça de Cristo imputada a eles, recebida pela fé (Romanos 3:24-26; 4:5). Pelo poder do Espírito Santo, o evangelho santifica os pecadores, moldando-os à imagem de Cristo (Romanos 8:29; 2 Coríntios 3:18). Essa mensagem gloriosa da ressurreição e da vida eterna com Deus traz esperança e transformação para aqueles que a aceitam (Romanos 8:30; 1 Pedro 1:3-5).

"A Escritura e a história confirmam a eficácia da graça de Deus", que alcança os pecadores em suas mais profundas depravações. Encontramos exemplos inspiradores de indivíduos que foram transformados pela graça redentora de Deus. Davi, um homem segundo o coração de Deus, caiu em pecado, mas experimentou profundo arrependimento e perdão (2 Samuel 11-12; Salmo 51). Manassés, um rei ímpio, encontrou a misericórdia de Deus ao se humilhar diante do Senhor (2 Crônicas 33:1-20). Zaqueu, um cobrador de impostos corrupto, teve seu coração tocado por Jesus e se dispôs a corrigir suas injustiças (Lucas 19:1-10). Paulo, um perseguidor da igreja, teve um encontro transformador com Cristo e se tornou um dos maiores apóstolos (Atos 9:1-22; Filipenses 3:4-14).

Ao longo da história da igreja, notamos o exemplo de Agostinho, que se converteu após anos de busca pela verdade, e João Newton, um traficante de escravos que se tornou um pastor e compositor do hino "Amazing Grace". Até mesmo figuras modernas, como Charles Colson, envolvido no escândalo de Watergate, encontraram redenção em Cristo e serviram como instrumentos da Sua graça.

Em resumo, a ideia de que os pecadores estão além da esperança ou ajuda de Deus não reflete a verdadeira natureza do Pai amoroso, nem o poder transformador do evangelho de Jesus Cristo. A misericórdia divina abrange a todos, independentemente de suas ações passadas, e o evangelho pode regenerar e redimir os corações mais endurecidos. A história está repleta de testemunhos de pecadores que encontraram a graça de Deus e se tornaram servos fiéis do Senhor.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(11) As más companhias e a sabedoria cristã.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(11) As más companhias e a sabedoria cristã.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Os fanáticos defendem a ideia de que devemos evitar as influências negativas das más companhias, pois elas podem corromper nossos bons costumes. Embora eu concorde com essa premissa, discordo do tom alarmista do ensinamento, que me parece estimular o medo e a intolerância. Neste ensaio, pretendo argumentar que o caminho sábio é o do equilíbrio, rejeitando extremismos. Com discernimento e compaixão, podemos influenciar positivamente, em vez de nos separarmos com radicalismo. A verdadeira sabedoria virá do autoconhecimento e do cultivo da nossa integridade.

Então cito o filósofo Montaigne, que disse: “o maior bem é ser dono de si mesmo” (Ensaios, 1580). Essa frase expressa a importância de termos autonomia e responsabilidade sobre nossas escolhas. A Bíblia também nos adverte sobre o livre-arbítrio e as consequências de nossos atos. Por exemplo, em Deuteronômio 30:19, lemos: “Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam” (Nova Versão Internacional). Cabe a cada um o discernimento sobre suas escolhas.

Eu não podia deixar a Bíblia fora, que adverte sobre más companhias, mas não ao ponto de fomentar a separação radical. Jesus mesmo foi criticado por comer com pecadores (Mc 2:16). Sua postura foi de diálogo, não de exclusão. Ele disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores” (Mc 2:17). Portanto, é preciso equilíbrio. Devemos ter cuidado nas amizades, mas também humildade, reconhecendo nossa própria imperfeição.

Foi o Santo Agostinho, que ensinou: “errar é humano, perdoar é divino” (Sermão 311E). Essa frase nos lembra da misericórdia de Deus, que nos perdoa quando nos arrependemos de nossos pecados. A Bíblia também nos ensina a perdoar uns aos outros, como Deus nos perdoou em Cristo (Ef 4:32). O perdão é uma forma de amor, que é o mandamento maior da lei de Deus (Mt 22:37-40). O fundamental é cultivar nossa própria integridade, sem julgarmos com radicalismo a vida alheia.

Por fim, o Sócrates, disse: “conheça-te a ti mesmo, e conhecerás o universo e os deuses” ( -470–-399 a.C.). Essa frase nos convida a buscar o autoconhecimento e a sabedoria. A Bíblia também nos incentiva a buscar a sabedoria divina, que é superior à humana. Em Provérbios 9:10, lemos: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento” (Almeida Corrigida e Revisada Fiel). Olhando para dentro, em busca de autoconhecimento e sabedoria divina, podemos trilhar nossos caminhos com serenidade e compaixão.

Em conclusão, o caminho sábio é o do equilíbrio, rejeitando extremismos. Com discernimento e compaixão, podemos influenciar positivamente, em vez de nos separarmos com radicalismo. A verdadeira sabedoria virá do autoconhecimento e do cultivo da nossa integridade. Desta forma, poderemos trilhar nossas jornadas de maneira serena e consciente.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(10) O cristão e as más influências: um apelo à ponderação e ao equilíbrio

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(10) O cristão e as más influências: um apelo à ponderação e ao equilíbrio

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Embora eu concorde com a preocupação em relação às más influências, é essencial evitar um tom dogmático e moralista em nossas convicções.

Dessa forma, eu apelo à ponderação e ao equilíbrio, valorizando os ensinamentos bíblicos e; ao mesmo tempo, cultivando a compaixão e o discernimento. Se tenho que errar, que seja exercendo a misericórdia. Vinícius de Moraes nos ensina que o ódio apenas prejudica e intoxica a alma (Antologia Poética, 2013). De fato, ninguém está isento de falhas, e até mesmo figuras consideradas justas na Bíblia erraram, como Davi, o qual cometeu pecados graves (Sl 101; 2Sm 11).

É imprescindível, portanto, reconhecer nossas fraquezas e buscar a sabedoria exemplar de Cristo, que venceu as tentações usando a Palavra de Deus como sua arma (Lc 4:1-13). Em vez de nos envaidecermos de nossa retidão, devemos abraçar a humildade. Conforme Santo Agostinho apontou, o ato de perdoar é um ato divino (Sermão 311E). A verdadeira grandeza surge da dependência em Deus, e não de uma suposta autossuficiência. Resistir ao mal requer a graça divina, aliada à nossa vontade.

Alicerçados no exemplo e ensinamentos de Cristo, devemos cultivar a mansidão e a compaixão, evitando o fanatismo e o julgamento desprovido de caridade. Como afirma Erasmo de Rotterdam, em questões duvidosas, a liberdade de pensamento é essencial para estabelecer a unidade nas questões essenciais e a caridade em todas as coisas (Elogio da Loucura, 1509). Francis Bacon também nos lembra que, ao nos apegarmos rigidamente aos princípios, podemos perder de vista o verdadeiro propósito (Novum Organum, 1620).

Em suma, busquemos a verdadeira sabedoria que transcende o julgamento, e sejamos unidos pelo amor, guiados pela luz divina.

terça-feira, 25 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(9) A Educação Familiar e a Busca pela Autonomia Moral: Uma Abordagem Teológico-Filosófica.

 




CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(9) A Educação Familiar e a Busca pela Autonomia Moral: Uma Abordagem Teológico-Filosófica.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A educação familiar desempenha um papel crucial no desenvolvimento dos indivíduos, contudo, é preciso questionar a imposição rígida da obediência aos pais. Conforme mencionado pelo filósofo Kant, "o esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado" (Resposta à Pergunta: Que é Esclarecimento?, 1784). Nesse sentido, a verdadeira maturidade está associada à capacidade de pensar e decidir por si mesmo, buscando a autonomia moral.

O discernimento é uma habilidade essencial a ser desenvolvida nos jovens, como afirmava Descartes, "o bom senso é a coisa melhor distribuída no mundo" (Discurso do Método, 1637). Todos possuem potencial para o julgamento crítico, que precisa ser estimulado e exercitado na jornada do autoconhecimento.

Diante disso, cabe aos pais guiar seus filhos com sabedoria, encontrando o equilíbrio entre liberdade e limites. A educação, segundo Jean Piaget, deve ter como objetivo criar indivíduos capazes de inovar, não apenas repetir o que foi feito por gerações passadas.

Portanto, a maturidade autêntica emerge da capacidade de discernimento e autonomia moral, rejeitando a obediência cega. Como afirmou Paulo Freire, "a educação não muda o mundo, muda as pessoas, e as pessoas transformam o mundo." Nessa perspectiva, a formação de jovens conscientes e críticos torna-se essencial para a construção de uma sociedade mais justa e empática.

No âmbito teológico, a Bíblia também aborda a importância da sabedoria e discernimento. Em Provérbios 2:6-7, está escrito: "Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca vem o conhecimento e o entendimento; Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade."

Assim, aliando as bases filosóficas às citações bíblicas, compreendemos que a educação familiar deve estimular a autonomia moral, desenvolvendo a capacidade de discernimento dos jovens. Essa abordagem permitirá a formação de indivíduos capazes de contribuir ativamente para a transformação do mundo, promovendo valores éticos e humanitários em nossa sociedade.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(8) O Equilíbrio entre Autoridade Paterna, Liberdade e Desenvolvimento Pessoal: Uma Abordagem Teológica e Filosófica.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(8) O Equilíbrio entre Autoridade Paterna, Liberdade e Desenvolvimento Pessoal: Uma Abordagem Teológica e Filosófica.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A discussão sobre a obediência filial e a imposição de autoridade é um tema complexo que transcende os campos teológico e filosófico. Enquanto Immanuel Kant ressalta que o esclarecimento é a saída da menoridade, destacando a importância do uso do entendimento individual, Paulo Freire enfatiza a libertação em comunhão com os outros, sinalizando a relevância do diálogo na busca pela autonomia e maturidade.

Na perspectiva teológica, a Bíblia também nos oferece orientações valiosas sobre o equilíbrio entre autoridade e liberdade. Em Efésios 6:1-3, a obediência filial é incentivada: "Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. 'Honra teu pai e tua mãe', este é o primeiro mandamento com promessa". No entanto, é importante observar que esse respeito não deve ser imposto de forma rígida ou cega, pois em Efésios 6:4 é dito aos pais: "Pais, não irritem seus filhos; antes, criem-nos segundo a educação e orientação do Senhor."

Nesse sentido, o equilíbrio entre autoridade e liberdade é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia dos jovens, como também defendido por Paulo Freire. Provérbios 22:6 nos orienta: "Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles." Assim, o diálogo e a orientação sábia dos pais se tornam essenciais para que os jovens possam trilhar um caminho de maturidade e responsabilidade.

Além disso, o poeta Fernando Pessoa nos lembra que é preciso estar aberto ao novo sem abandonar o essencial. Essa busca pelo equilíbrio e pelo amadurecimento pessoal e coletivo é essencial para o progresso contínuo. "Os filhos não pertencem a seus pais, e sim à vida que os aguarda" (O Profeta, 1923), como nos lembra Gibran, o que reforça a importância de permitir que os jovens descubram seu propósito e caminho na vida.

Portanto, a educação teológica e filosófica deve visar à formação de indivíduos reflexivos e conscientes, capazes de agir com autonomia e responsabilidade, como afirma Paulo Freire. Com o diálogo como ferramenta primordial, pais e filhos podem trilhar juntos a jornada rumo ao autoconhecimento e à sabedoria. Provérbios 27:17 destaca a importância dessa jornada compartilhada: "Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro".

Em suma, ao equilibrar autoridade e liberdade, valorizando a sabedoria e a flexibilidade, os jovens serão educados para o desenvolvimento pleno de sua individualidade, sem ignorar a tradição, mas abertos ao novo. Como Paulo Freire nos ensina, a educação é um processo de transformação pessoal e, por consequência, da sociedade como um todo. Que nessa busca pelo equilíbrio e discernimento, pais e filhos possam encontrar uma educação que os guie rumo a um crescimento mútuo e contínuo, como expresso em 2 Pedro 3:18: "Antes, cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo".

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(7) O Temor a Deus e Outras Fontes de Sabedoria: Um Ensaio Crítico.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(7) O Temor a Deus e Outras Fontes de Sabedoria: Um Ensaio Crítico.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

## A busca pela sabedoria em diferentes fontes

A sabedoria é uma das virtudes mais desejadas e admiradas pelos seres humanos. Mas como podemos alcançá-la? Qual é a melhor forma de adquirir conhecimento e discernimento? Neste ensaio, eu vou defender a ideia de que a sabedoria não se restringe a uma única fonte, mas requer uma abordagem plural e crítica, que valorize a leitura, a observação e o diálogo.

## A leitura como fonte de conhecimento

Uma das formas mais importantes de buscar a sabedoria é pela leitura. A leitura nos permite entrar em contato com as ideias e as experiências de outras pessoas, que podem nos ensinar muito sobre o mundo e sobre nós mesmos. A leitura também nos estimula a pensar por conta própria, a desenvolver nosso senso crítico e a formar nossa própria opinião.

No entanto, a leitura não deve ser passiva ou acrítica. Não devemos aceitar tudo o que lemos como verdade absoluta, mas questionar, comparar e avaliar as informações que recebemos. Como disse o filósofo Francis Bacon, “leitura não é conversa, mas deve ser respondida presentemente com algo que seja bom sentido e ciência" (Novum Organum, 1620). Devemos buscar discernimento também pela observação atenta do mundo e pelo diálogo respeitoso com diferentes visões.

## A observação como fonte de conhecimento

Outra forma essencial de buscar a sabedoria é pela observação. A observação nos permite conhecer a realidade de forma direta e empírica, sem intermediários ou preconceitos. A observação também nos ajuda a testar nossas hipóteses, a verificar nossas conclusões e a corrigir nossos erros.

No entanto, a observação não deve ser superficial ou ingênua. Não devemos confiar apenas nos nossos sentidos, mas usar nossa razão e nosso método para interpretar os dados que coletamos. Como disse o pensador Descartes, “a leitura de todos os bons livros é como uma conversa com as pessoas mais honradas dos séculos passados” (Discurso do Método, 1637). Precisamos exercer nosso intelecto, fazendo perguntas e buscando respostas.

## O diálogo como fonte de conhecimento

Uma terceira forma importante de buscar a sabedoria é pelo diálogo. O diálogo nos permite trocar ideias e opiniões com outras pessoas, que podem nos oferecer novas perspectivas e argumentos. O diálogo também nos incentiva a ouvir e a respeitar os pontos de vista alheios, sem impor ou rejeitar os nossos.

No entanto, o diálogo não deve ser dogmático ou autoritário. Não devemos tentar convencer ou persuadir os outros a todo custo, mas buscar o entendimento mútuo e o consenso possível. Como disse Sócrates, que tenhamos a coragem de duvidar e o discernimento para distinguir a verdade (Apologia de Sócrates, 399 a.C.).

## A conclusão

Portanto, embora valorize os ensinamentos bíblicos, não concordo que o temor reverencial a Deus deva ser a única fonte de conhecimento e sabedoria. Entendo que a sabedoria virá do constante questionamento e da disposição em repensar nossas certezas. Que possamos explorar diversas fontes do saber, sem dogmatismos.

Em síntese, a verdadeira sabedoria requer mente aberta e pensamento livre. Devemos buscá-la com humildade, reconhecendo a precariedade do nosso conhecimento. Nas sábias palavras de Santo Agostinho, "a dúvida é a origem do saber". Que possamos caminhar sempre com sede de aprender, sem cravar estacas. Pois não há fonte única e exclusiva de discernimento, mas um oceano infinito de conhecimento a ser desbravado.

domingo, 23 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(6) O Valor da Amizade: Tesouros e Desafios à Luz da Bíblia.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(6) O Valor da Amizade: Tesouros e Desafios à Luz da Bíblia.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A sabedoria bíblica nos adverte sobre assumir riscos desnecessários, mesmo para ajudar amigos. Como disse a Bíblia em Provérbios, "Homens fortes e prudentes retêm riquezas, mas homens fracos perdem dinheiro por riscos desnecessários e tolos" (Pv 11:16). Devemos ponderar as consequências de nossas ações, como foi ensinado por outros autores bíblicos, como o apóstolo Paulo, que nos exorta a examinar cuidadosamente tudo e reter o que é bom (1 Tessalonicenses 5:21).

Nas palavras dos autores bíblicos, como o apóstolo João, "amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus" (1 João 4:7). Os amigos são um tesouro, não um fardo, como também enfatiza o apóstolo Paulo ao valorizar a amizade e a comunhão dos santos (Filipenses 2:1-2).

Portanto, embora a generosidade seja uma virtude, a Bíblia nos recomenda cautela com riscos excessivos. O equilíbrio e o discernimento são essenciais em nossas relações, conforme ensinado também por outros autores bíblicos, como o apóstolo Pedro, que nos exorta a sermos sóbrios e vigilantes (1 Pedro 5:8). Valorizemos acima de tudo a lealdade e o afeto genuíno, como também ensina o apóstolo Paulo ao encorajar o amor sincero e a devoção fraternal (Romanos 12:9-10).

Embora a generosidade seja uma virtude, a Bíblia nos adverte sobre assumir compromissos financeiros excessivos. Como disse outro autor bíblico, o apóstolo João, "amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus" (1 João 4:7). Devemos ponderar bem antes de nos tornarmos fiadores de outrem, como também alerta o apóstolo Paulo sobre o cuidado com dívidas e obrigações (Romanos 13:8).

O verdadeiro companheirismo, como descrito em toda a Bíblia, não precisa de grandes sacrifícios, e sim de confiança e apoio mútuo. Nas sábias palavras de outro autor bíblico, o apóstolo Paulo, "suportai-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Efésios 4:2-3). Portanto, embora louvável em alguns casos, ajudar os outros não deve se sobrepor à prudência, como também ensina o apóstolo Pedro ao nos incentivar a ter moderação em todas as coisas (2 Pedro 1:5-7). Com equilíbrio e sabedoria, podemos ser solidários sem nos colocarmos em risco, como também é ressaltado por outros autores bíblicos, como o apóstolo Tiago, que nos exorta a sermos praticantes da palavra e não apenas ouvintes (Tiago 1:22). Valorizemos acima de tudo o afeto genuíno e a sabedoria nas relações humanas, seguindo os ensinamentos de toda a Bíblia.