"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 24 de novembro de 2012

PARASITAS NO DESTINO DE QUALQUER UM ("Os alunos comem o que os professores digerem". Karl Kraus.)



Crônica

PARASITAS NO DESTINO DE QUALQUER UM ("Os alunos comem o que os professores digerem". Karl Kraus.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Nem todo doente é marginal, mas todo marginal vive doente! O transgressor herda igualmente a recompensa, a justa dor e o sofrimento por causar a dor e o sofrimento em outrem. Confirmo minhas palavras em Gl 6:7 "...pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará". Quando eu amaldiçoo alguém, eu desejo profundamente o cumprimento de minhas palavras, consciente como perdedor dum pouco do bem existente em mim, mas  as pronuncio com a força e a certeza de que nem um mal vai ficar impune. Então ordeno a punição já predeterminada na lei do universo, então é certo o resultado ou consequência para quem quebrar essas leis. Sou visionário do mal, também o sou do bem.
          Todos os parasitas, ou os de comportamento parasitário, incluindo os do governo, mais metaforicamente, têm que pagar pelo alimento tomado sem escrúpulo. A relação parasitária não é mutualista. Um parasita come os outros na disputa por hospedeiro escasso. E por último, "o cachorro se sacode quando as pulgas o incomodam" (Raul Seixas).
          O único hospedeiro que não perde substância vital quando é sugado é o professor. "Os alunos comem o que os professores digerem" (pensamento de Karl Kraus). Mas, para não deixar os professores impunes, pela sua esperteza, alunos maltratam-nos, defecando em nós os restos apodrecidos ou (re)digeridos de nosso próprio alimento. Assim constroem seus argumentos, ou melhor, enfeitam suas reclamações! Agora fujo dos extremistas, abusadores e exploradores, porque querem fazer de mim racista, homofóbico e discriminador. forçando-me aceitar suas acusações, mas tornei-me minorias, pois elas são muitas. "Já fui mulher eu sei"... Eu queria ser como Luis Fernando Verissimo pensa: "Não viro a cara para meus acusadores, embora eles só mereçam desprezo, mas os enfrento com um olhar límpido como minha consciência e um leve sorriso no canto da boca." 
          Eu ainda não sei qualificar essa relação: Professor/aluno. Ficaria bem: "emulação"? Enquanto isso, lá no pátio, parasitas destroem os bens materiais dos hospedeiros! Estragaram o botão de partida de minha moto, furaram o pneu do carro da velha professora de história, Lucivânia, riscaram o carro do professor Flávio, isso é constante nas escolas públicas. Minha última maldição é: tomara que o destino faça a justiça, da qual  eles são merecedores, antes mesmo de suas vítimas morrem sem motivo para louvar a vingança intercessora de Deus. Às vezes, chego a pensar se merecemos mesmo esses maus-tratos e prejuízos! Onde aprenderam tanta maldade e ingratidão? Eu não entendo o porquê da maioria dos alunos ter tanta inveja dos professores, pois não suporta vê-los bem: Estraga seu carro, rouba seus pertences, cobiça sua superioridade mental, porém não quer aprender deles! Se fazem rivais confiando na sua juventude, mas nem o tempo está a seu favor, por isso não reduz as consequência das maldades deles. Disse George Bernard Shaw: "A juventude é uma coisa maravilhosa. Que pena desperdiçá-la em jovens".

Claudeko
Enviado por Claudeko em 23/06/2012
Reeditado em 26/06/2012
Código do texto: T3739546
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 17 de novembro de 2012

A EDUCAÇÃO TINHA JEITO ("As coisas mudam no devagar depressa dos tempos." — Guimarães Rosa)



Crônica

A EDUCAÇÃO TINHA JEITO ("As coisas mudam no devagar depressa dos tempos." — Guimarães Rosa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Fora uma tarde prazerosa, aquela na Praça Criativa, onde estiveram expostos valiosos trabalhos manuais e pesquisas: Mostra Pedagógica/2012! Eu vivera alguns minutos de profunda reflexão sobre o sistema educacional e o procedimento das unidades escolares do município de Senador Canedo. Parecera-me que certas ações foram programadas para atender ao convite da Secretaria só para aquela ocasião. Coisas de profissionais! Outras foram dignas de elogios pela simplicidade e originalidade: a cara dos nossos bons alunos! E no geral, pela a heterogeneidade e a pompa, tinha entendido que houvera uma disputa ao mostrar quem fizera melhor: uma guerra santa! Por onde passara, quisera, cada qual, que eu entrasse no seu quiosque, nunca me sentira tão bem-vindo, explicaram-me alguma coisa, tentado ser melhor sobre a concorrência, fora divertido sim, mas não deixara de ser cultural!
          Ali, cada estande tinha representado uma escola municipal. Mas, cá, no Colégio João Carneiro dos Santos, no dia seguinte, revivi as mesmas emoções. Uma coisa inspirou outra. Tive nova oportunidade ao fazer as mesmas reflexões! Não tínhamos os patrocinadores generosos daquele grande evento, porém, tínhamos num espaço menor, na quadra de esporte, cada fileira de mesinhas representando uma turma, espaço suficiente para o show.
          A "I Feira de Ciência, Meio Ambiente e Tecnologia do JC", sob o comando e a liderança de quem se mostrou competente demais para ser desprezado, o professor de Geografia, Janailson Machado, com o jeito de quem não acreditava muito, porém mostrou serviço e dignidade. Fiquei impressionado com a atuação e o compromisso dos alunos que nem pareciam aqueles meus alunos, dominavam seus assuntos! O sucesso foi tamanho, ficando vergonhoso demais, se algum dos colegas recusasse-se a contribuir. Por último, todos nós e até a liderança do colégio sentiu a necessidade de se infiltrar para compartilhar dos méritos.
          Sim, todavia cá com meus botões, agora creio, a Educação tinha jeito. Com iniciativas como a da Secretaria Municipal de Educação, outrora e até a criatividade e bravura solitária do nobre colega, no entanto atrativas e envolventes, criando uma interdisciplinaridade promissora, de um que seja, já faz a diferença tão esperada. Se há eventos para mostrar, é porque tem o que se mostrar. E se ainda não tem o que mostrar, faça e mostre! Endossamos as palavras do professor Clodoaldo Ferreira: "pensar educação é compreender a dinâmica social como algo mutável, em intensa transformação, sempre em movimento. As identidades são híbridas, cambiantes, negociáveis, múltiplas e contraditórias." ( DM, 15/06/2012, OP. pág. 6). Podemos chamar hoje essa tendência de "transdisciplinaridade".
          As pessoas só aprendem o que querem aprender, então cabe à escola acompanhar a evolução dos tempos para canalizar o interesse dos que querem crescer do seu modo.
E paramos na primeira, pertinho da marcha ré!           
Claudeko
Enviado por Claudeko em 15/06/2012
Reeditado em 17/11/2012
Código do texto: T3726036
Classificação de conteúdo: seguro

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sábado, 10 de novembro de 2012

TARADOS POR GIZ ("Não escreva a sua história com Giz." —Bruno Noblet)



Crônica da vida escolar

TARADOS POR GIZ ("Não escreva a sua história com Giz." —Bruno Noblet)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Um dos poucos equipamentos pedagógicos de que dispõe o professor da escola pública, para seu trabalho em sala, é o giz. Mas, não é o professor o tarado por giz! Onde o achar? É mantido guardado no armário da coordenação, "debaixo de sete capas", evitando o desperdício. No início do ano letivo, todo professor ganha uma caixinha com apagador, mas é impossível mantê-la limpa, os alunos logo escrevem nela numa especie de pichação. Eu, por exemplo não gosto da caixa de giz mesmo que seja enfeitada, porque lá dentro tem giz, e é exatamente por isso que eles gostam tanto. Em fevereiro, inspirados no carnaval, a caixa de giz já está uma verdadeira obra de arte, um mosaico de besteiras multicoloridas.
           Todos os dias, encho minha caixinha de giz e antes mesmos de chegar à sala já se foram os pedacinhos atrativos. Eles se apressam para me ajudar, tomando-a logo, com a desculpa de apagar o quadro. E se vão correndo, um atrás do outro, num pega-pega animalesco. Ao entrar na sala, encontro um punhado deles "escrevendo" no quadro, outros o apagando, como um bando de maritacas em algazarra. Ordeno que se sentem, depois de uns dez minutos de aflição, consigo pô-los em seus lugares, mas então, ao finalizar sermões e ameaças de reprovação, começa novamente a chuva de pedaços de giz, por vingança ou implicância. E os carentes de proteção me chamam naquela melosidade da chatice:
           — "prossor ur mininu tá me tacanu giz" (sic).
            Criei um sistema de penalizar esses atrevidos indesejados: o faz-de-conta ineficaz, próprio da Educação, sobre o qual eles já se deram conta. Por três vezes que eu lhes  chamar a atenção, tiro um ponto na nota deles. De qual nota? Se os penalizados são os piores, nem nota têm!!!
           Já me ocorreu de uma aluna humildemente me pedir uns pedaços de giz, fiquei assustado, visto que geralmente, eles os pegam sem minha permissão, todavia desta vez, foi autorizada pela justificativa nobre: ela brincava de escolinha em casa. Será se na brincadeira também eles tumultuam o quadro nos intervalos, riscando  e jogando giz uns nos outros, simulando sua realidade? Pois é, brincam de professor, mas não querem ser professores de verdade! Os animais brincam de caçar porque querem ser bons caçadores, estre eles o faz-de-conta tem objetivo... Os meus alunos desnaturados, diferentemente, apenas brincam com os meus sonhos!
           Maior parte de minhas repreensões a alunos é ralhando para os impedir de pegar giz. Não vem um seque à mesa do professor sem tentar pegar uns pedacinhos de giz. Até parece que gastar o giz é uma forma de se vingar do professor, maltratá-lo! O giz, nesse caso, torna-se representação fiel do mestre, a quem na verdade, querem desgastá-lo ou, jogá-lo contra os outros.
           Em um dia "daqueles", um  professor da mesma escola em que trabalho, foi reclamar à coordenadora, com um "galo" na testa, pois tinha sido machucado por um aluno, daqueles viciados em jogar giz nos outros, acertou a testa do tal professor, eu o vi meio de longe e realmente tinha uma manchinha avermelhada pouco acima do olho direito!
           As garatujas grafadas no quadro com tanta sede, talvez seja um grito de socorro, para obterem a atenção que gostariam de usufruir das suas famílias, mais uma vez, a responsabilidade é transferida à escola. Isso explica a tara dos pichadores pelo um muro novo, recém-pintado e a concorrência pelos os lugares mais inusitados, quanto mais afrontarem as autoridades, mais excitante, e, portanto, "ninguém os merece"!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 10/06/2012
Reeditado em 14/06/2012
Código do texto: T3715465
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 3 de novembro de 2012

FILHO QUER PÃO, PAI DÁ PEDRA (Minicrônica - 140 caracteres)



Minicrônica

FILHO QUER PÃO, PAI DÁ PEDRA (Minicrônica - 140 caracteres)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Aluno: desprovido da luz! Embora nas trevas, armado demais, contra mim se impõe: Mestre. A modéstia do aprender não paga o pão e circo do politiqueiro. Pena do ajudado.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 07/06/2012
Código do texto: T3710275
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