"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 17 de novembro de 2012

A EDUCAÇÃO TINHA JEITO ("As coisas mudam no devagar depressa dos tempos." — Guimarães Rosa)



Crônica

A EDUCAÇÃO TINHA JEITO ("As coisas mudam no devagar depressa dos tempos." — Guimarães Rosa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Fora uma tarde prazerosa, aquela na Praça Criativa, onde estiveram expostos valiosos trabalhos manuais e pesquisas: Mostra Pedagógica/2012! Eu vivera alguns minutos de profunda reflexão sobre o sistema educacional e o procedimento das unidades escolares do município de Senador Canedo. Parecera-me que certas ações foram programadas para atender ao convite da Secretaria só para aquela ocasião. Coisas de profissionais! Outras foram dignas de elogios pela simplicidade e originalidade: a cara dos nossos bons alunos! E no geral, pela a heterogeneidade e a pompa, tinha entendido que houvera uma disputa ao mostrar quem fizera melhor: uma guerra santa! Por onde passara, quisera, cada qual, que eu entrasse no seu quiosque, nunca me sentira tão bem-vindo, explicaram-me alguma coisa, tentado ser melhor sobre a concorrência, fora divertido sim, mas não deixara de ser cultural!
          Ali, cada estande tinha representado uma escola municipal. Mas, cá, no Colégio João Carneiro dos Santos, no dia seguinte, revivi as mesmas emoções. Uma coisa inspirou outra. Tive nova oportunidade ao fazer as mesmas reflexões! Não tínhamos os patrocinadores generosos daquele grande evento, porém, tínhamos num espaço menor, na quadra de esporte, cada fileira de mesinhas representando uma turma, espaço suficiente para o show.
          A "I Feira de Ciência, Meio Ambiente e Tecnologia do JC", sob o comando e a liderança de quem se mostrou competente demais para ser desprezado, o professor de Geografia, Janailson Machado, com o jeito de quem não acreditava muito, porém mostrou serviço e dignidade. Fiquei impressionado com a atuação e o compromisso dos alunos que nem pareciam aqueles meus alunos, dominavam seus assuntos! O sucesso foi tamanho, ficando vergonhoso demais, se algum dos colegas recusasse-se a contribuir. Por último, todos nós e até a liderança do colégio sentiu a necessidade de se infiltrar para compartilhar dos méritos.
          Sim, todavia cá com meus botões, agora creio, a Educação tinha jeito. Com iniciativas como a da Secretaria Municipal de Educação, outrora e até a criatividade e bravura solitária do nobre colega, no entanto atrativas e envolventes, criando uma interdisciplinaridade promissora, de um que seja, já faz a diferença tão esperada. Se há eventos para mostrar, é porque tem o que se mostrar. E se ainda não tem o que mostrar, faça e mostre! Endossamos as palavras do professor Clodoaldo Ferreira: "pensar educação é compreender a dinâmica social como algo mutável, em intensa transformação, sempre em movimento. As identidades são híbridas, cambiantes, negociáveis, múltiplas e contraditórias." ( DM, 15/06/2012, OP. pág. 6). Podemos chamar hoje essa tendência de "transdisciplinaridade".
          As pessoas só aprendem o que querem aprender, então cabe à escola acompanhar a evolução dos tempos para canalizar o interesse dos que querem crescer do seu modo.
E paramos na primeira, pertinho da marcha ré!           
Claudeko
Enviado por Claudeko em 15/06/2012
Reeditado em 17/11/2012
Código do texto: T3726036
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sábado, 10 de novembro de 2012

TARADOS POR GIZ ("Não escreva a sua história com Giz." —Bruno Noblet)



Crônica da vida escolar

TARADOS POR GIZ ("Não escreva a sua história com Giz." —Bruno Noblet)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Um dos poucos equipamentos pedagógicos de que dispõe o professor da escola pública, para seu trabalho em sala, é o giz. Mas, não é o professor o tarado por giz! Onde o achar? É mantido guardado no armário da coordenação, "debaixo de sete capas", evitando o desperdício. No início do ano letivo, todo professor ganha uma caixinha com apagador, mas é impossível mantê-la limpa, os alunos logo escrevem nela numa especie de pichação. Eu, por exemplo não gosto da caixa de giz mesmo que seja enfeitada, porque lá dentro tem giz, e é exatamente por isso que eles gostam tanto. Em fevereiro, inspirados no carnaval, a caixa de giz já está uma verdadeira obra de arte, um mosaico de besteiras multicoloridas.
           Todos os dias, encho minha caixinha de giz e antes mesmos de chegar à sala já se foram os pedacinhos atrativos. Eles se apressam para me ajudar, tomando-a logo, com a desculpa de apagar o quadro. E se vão correndo, um atrás do outro, num pega-pega animalesco. Ao entrar na sala, encontro um punhado deles "escrevendo" no quadro, outros o apagando, como um bando de maritacas em algazarra. Ordeno que se sentem, depois de uns dez minutos de aflição, consigo pô-los em seus lugares, mas então, ao finalizar sermões e ameaças de reprovação, começa novamente a chuva de pedaços de giz, por vingança ou implicância. E os carentes de proteção me chamam naquela melosidade da chatice:
           — "prossor ur mininu tá me tacanu giz" (sic).
            Criei um sistema de penalizar esses atrevidos indesejados: o faz-de-conta ineficaz, próprio da Educação, sobre o qual eles já se deram conta. Por três vezes que eu lhes  chamar a atenção, tiro um ponto na nota deles. De qual nota? Se os penalizados são os piores, nem nota têm!!!
           Já me ocorreu de uma aluna humildemente me pedir uns pedaços de giz, fiquei assustado, visto que geralmente, eles os pegam sem minha permissão, todavia desta vez, foi autorizada pela justificativa nobre: ela brincava de escolinha em casa. Será se na brincadeira também eles tumultuam o quadro nos intervalos, riscando  e jogando giz uns nos outros, simulando sua realidade? Pois é, brincam de professor, mas não querem ser professores de verdade! Os animais brincam de caçar porque querem ser bons caçadores, estre eles o faz-de-conta tem objetivo... Os meus alunos desnaturados, diferentemente, apenas brincam com os meus sonhos!
           Maior parte de minhas repreensões a alunos é ralhando para os impedir de pegar giz. Não vem um seque à mesa do professor sem tentar pegar uns pedacinhos de giz. Até parece que gastar o giz é uma forma de se vingar do professor, maltratá-lo! O giz, nesse caso, torna-se representação fiel do mestre, a quem na verdade, querem desgastá-lo ou, jogá-lo contra os outros.
           Em um dia "daqueles", um  professor da mesma escola em que trabalho, foi reclamar à coordenadora, com um "galo" na testa, pois tinha sido machucado por um aluno, daqueles viciados em jogar giz nos outros, acertou a testa do tal professor, eu o vi meio de longe e realmente tinha uma manchinha avermelhada pouco acima do olho direito!
           As garatujas grafadas no quadro com tanta sede, talvez seja um grito de socorro, para obterem a atenção que gostariam de usufruir das suas famílias, mais uma vez, a responsabilidade é transferida à escola. Isso explica a tara dos pichadores pelo um muro novo, recém-pintado e a concorrência pelos os lugares mais inusitados, quanto mais afrontarem as autoridades, mais excitante, e, portanto, "ninguém os merece"!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 10/06/2012
Reeditado em 14/06/2012
Código do texto: T3715465
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 3 de novembro de 2012

FILHO QUER PÃO, PAI DÁ PEDRA (Minicrônica - 140 caracteres)



Minicrônica

FILHO QUER PÃO, PAI DÁ PEDRA (Minicrônica - 140 caracteres)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Aluno: desprovido da luz! Embora nas trevas, armado demais, contra mim se impõe: Mestre. A modéstia do aprender não paga o pão e circo do politiqueiro. Pena do ajudado.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 07/06/2012
Código do texto: T3710275
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sábado, 27 de outubro de 2012

APARTHEID EDUCADO ("Quem deseja ver o arco-íris, precisa aprender a gostar da chuva." — Paulo Coelho)



Crônica

APARTHEID EDUCADO ("Quem deseja ver o arco-íris, precisa aprender a gostar da chuva." — Paulo Coelho)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Aluno não gosta de professor, normalmente, ele quer média boa! Mas, como não se consegue agradar todo mundo, também não se consegue desagradar a todo mundo, por isso, um ou outro termina por divulgar uma simpatia maior pelo o seu professor sem suborno algum. Porém, diga-se de passagem, que Jesus o homem perfeito não conseguiu agradar a maioria! Sou sempre vítima disso, e, nesse caso específico, eu constituo logo meu admirador como secretário na sala de aula, retribuindo assim os elogios, e valorizando a rara e perseguida amizade. Porém, essa preferência vai logo despertar o ciúme doentio e desprovido de boas intenções nos outros professores e colegas deles. 
           Então, para me desbancar,  acusaram-me, em reunião oficial, de afrouxador das normas para agradar e ser simpático! — "Temos que falar a mesma língua" – dizem os "puxadores de tapete", sem se importar com o senso inativo de justiça, propriedade de alguns alunos, mesmo em formação. Sempre esteve certo, Paolo Mantegazza, desde quando disse: "Mestre que não é amado pelos seus discípulos é um mau mestre." E quem dera, tivéssemos os maus mestres de quando a educação era respeitada! 
          Qual é a maior ameaça de um aluno ao seu professor, senão: — "Eu vou desistir". De quem é a culpa se o aluno desistir de estudar? E a essa altura, já há muitos desistentes, só ainda não abandonaram a sala por causa dos programas beneficiantes do governo (bolsa família, transporte escolar, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Brasil Carinhoso – Apoio às creches, Carta Social, Pro Jovem Adolescente, etc.), pois exigem frequência, mesmo improdutiva.
          Se tivermos muitos alunos que ainda gostem dos seus professores seria o ideal. Mas, infelizmente, eles nos detestam, e não fazem cerimônia para demonstrar isso, com apelidos, e gritarias desrespeitosos, e violências mil. Por que devo aplicar esses sentimentos copiados de alunos ao me vingar de meus colegas de trabalho devedores de um carisma diferenciado?
          Se ao menos um aluno, mais ordeiro e disciplinado, sobreviventes aos incentivos negativos do meio, possuindo a força de seus alicerces familiares, e finalmente vier a gostar de um professor sequer, ao menos um apenas, já é deveras uma conquista que deve ser retribuída com elogios e não acusá-lo indiretamente de "puxa saco" do senhor  professor fulano, por que o deixa fazer bagunça. Eu já ouvi isso de "bons" coordenadores! Só há uma conclusão: Os Aladins da vida real puxam o meu tapete para voarem sozinhos.  
Claudeko
Enviado por Claudeko em 03/06/2012
Reeditado em 28/06/2012
Código do texto: T3702915
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sábado, 20 de outubro de 2012

AMEAÇA, REAÇÃO INSTINTIVA DO MEDO ("Educar uma pessoa apenas no intelecto, mas não na moral, é criar uma ameaça à sociedade." — Theodore Roosevelt)



Crônica da vida escolar : aconteceu comigo

AMEAÇA, REAÇÃO INSTINTIVA DO MEDO ("Educar uma pessoa apenas no intelecto, mas não na moral, é criar uma ameaça à sociedade." — Theodore Roosevelt)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Como se não bastasse receber toda a culpa pelo o fracasso da educação, o professor ainda recebe amaças mil, vindas de superiores, de colegas, de alunos e de pais. Até de fantasmas!
           Um dia desses, quando fui assumir umas aulas de Língua Portuguesa na EJA, acordo tratado junto à secretária do colégio, fui  Intimidado por atos, gestos e palavras, parecia que ninguém me queria ali. Na verdade, eram só fantasmas ameaçadores, coisas de minha cabeça escaldada das experiências! A professora da qual eu deveria assumir aulas nem estava sabendo, todavia corria um reboliço com o seu nome. Os agentes jovens fazem as notícias parecerem fofocas pela sede que eles têm de transmitir o novo, termina distribuindo informações ainda não comprovadas.  Foi difícil concordarem que eu devia lecionar naquele primeiro ano noturno. São muitos os "gasparzinhos" assustadores de professor.
            Outros tipos de promessa de agressão, recebo todos os dias no fundamental. Eles são ainda crianças, de dez a quinze anos, mas já sabem ameaçar. Alguém sem o interesse de cumprir seus deveres, porém cheios de direitos, não pode perder a "mamata": se impedi-los de lanchar, ou dar-lhe nota baixa, ou pedir silêncio, ou ainda que entre para sala de aula, então eles se mostram perigosos suficientemente para obrigar o mestre a afrouxar sua metodologia. E ai do professor, se sobre ameaças também, fizer com rigidez a aula funcionar como mandam os coordenadores!
           A  palavra "aluno" está inadequada para muitos deles. Pois, são "iluminados" demais na manipulação dos docentes, dizendo: — "se não aliviar meu lado, eu vou desistir". E essa ameaça funciona melhor, quando feita pelos alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos). É como disse o professor Flávio José: "Os nossos valorosos alunos da EJA, inferiorizados em todos os sentidos, são a evolução real dos seus alunos do fundamental." O que é mais preocupante, nessa modalidade é que a grande maioria deles é composta dos indisciplinados de matutino e vespertino, transferidos a qualquer momento para o noturno. 
           Eles descobriram a sua super valorização pela a entidade educacional, tamanha que nem eles mesmos se valorizam assim, então desbotou em si a apreciação sobre a entidade. O interesse exagerado neles, pelos funcionários da educação, demonstra-lhes a obrigação de se matricular, denunciando assim o quão lucrativo os são, mantendo o emprego de muita gente, e melhor seria permanecer ali devidamente matriculados. E, no final, o sair com um diploma na mão ajuda deveras as estatísticas ilusionistas; como predomina o gênero feminino no sistema educacional, não poderíamos chamar este tipo de estatística de "carrasca". Oxalá este epíteto irreverente revele sobre cada ameaça, geradoras da vingança instintiva do medo. Quem ousa chamar esse sistema de paternalista? Fica melhor, maternalista!!!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 01/06/2012
Reeditado em 20/10/2012
Código do texto: T3699376
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sábado, 13 de outubro de 2012

SUICÍDIO MORAL ("Imitação é suicídio". — Ralph Waldo Emerson)



Crônicas da vida escolar

SUICÍDIO MORAL ("Imitação é suicídio". — Ralph Waldo Emerson)

Hoje, ao chegar à escola para mais um dia de trabalho, deparei-me com uma série de pequenos papéis espalhados pela mesa dos professores. Parecia uma campanha, um movimento silencioso que se expressava através de um recado anônimo: "PROFESSOR COM MUITO ORGULHO! Se um médico, advogado ou dentista tivesse, de uma só vez, 45 pessoas no seu gabinete ou consultório, todas com necessidades diferentes e algumas até relutantes em estar ali, e se tivessem que tratá-las com elevado profissionalismo durante dez meses, então vocês poderiam começar a compreender o trabalho de um professor na sala de aula. Se é PROFESSOR, cole isto no seu mural e ORGULHE-SE!!!"

Confesso que, inicialmente, não compreendi a mensagem. Afinal, o que esses profissionais têm a ver com a minha profissão? Será que eles deveriam ter alguma ideia do que é o trabalho de um professor na sala de aula? Por que se esforçariam por isso?

A nota, apesar de bem-intencionada, parecia tão deslocada no meu mural quanto a pergunta: Se o gato come carne, por que o cavalo come capim? E quais as ideias que um bicho faz do outro!!!

Como poderia sentir orgulho dessas revelações do desespero, um caçador desesperado atira para todos os lados. Vergonha, sim, mas sou tão sem vergonha que já faz trinta anos que suporto os dissabores e desencontros dos últimos momentos do sistema educacional público sem largar o "osso". Digo, ainda, sem vergonha, porque uma pessoa desrespeitada, sem a credibilidade de seus alunos e colegas, fingindo ter autoridade, não tem brio algum.

Eu tinha acabado de participar de uma reunião, daquelas feitas no intervalo para o recreio, com a direção do colégio, na qual um punhado de nós, os que chegavam um pouquinho atrasado, porém sempre dentro dos dez minutos de tolerância, para o início das aulas, a cada manhã, fomos taxados de "folgados", "lerdos". Então, revelando-me assim, fica evidente que já não tenho nem o respeito de mim mesmo. É estranho falar assim, mas é uma forma de achar que os outros jamais me condenem por aquilo que eu mesmo já me condenei.

Este foi um dia repleto de incoerências. Ainda tive de ouvir de uma colega de trabalho (professora da rede municipal), que não lê mais o "Diário da Manhã", pois "pertence ao Governo". É incoerente também negar elogios a quem é seu patrão. Com esta resistência, querem os professores atrair a simpatia e o respeito do governador, enquanto categoria!

Mas, não sou idiota, porque já dizia o contador de história: "idiota é quem faz idiotice". E eu, apesar de tudo, continuo aqui, lutando, ensinando, aprendendo. Porque ser professor é muito mais do que uma profissão, é uma vocação. E é com muito orgulho que digo: sou professor! Porém, para continuar ileso na sala de aula é preciso fingir de gay ou de doido.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Compreendendo o Contexto:

Qual a situação que desencadeia a reflexão do professor no texto?

Que mensagem anônima ele encontra na mesa dos professores?

Como ele interpreta essa mensagem inicialmente?

2. Comparação entre Profissões:

A mensagem compara o trabalho do professor com o de quais outras profissões?

O professor concorda com essa comparação? Por quê?

Quais as diferenças e similaridades entre o trabalho de um professor e as profissões mencionadas?

3. Sentimentos do Professor:

Que sentimentos o professor expressa no texto?

O que o leva a sentir orgulho e vergonha ao mesmo tempo?

Como o sistema educacional contribui para esses sentimentos?

4. Desafios da Profissão:

Quais os desafios enfrentados pelo professor em seu dia a dia?

Como esses desafios se relacionam com a falta de respeito e reconhecimento da profissão?

De que forma o professor busca lidar com esses desafios?

5. Vocação e Compromisso:

Apesar das dificuldades, o que motiva o professor a continuar na profissão?

O que significa para ele ser professor?

Qual a importância da vocação e do compromisso para a atuação docente?

Reflexão Adicional:

O texto apresenta uma visão crítica da profissão docente. Você concorda com essa visão? Por quê?

Quais medidas poderiam ser tomadas para melhorar as condições de trabalho e o reconhecimento da profissão docente?

Que papel a sociedade pode desempenhar para valorizar a educação e o trabalho dos professores?