"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 28 de novembro de 2009

Uma escola - Poema de Francisco Marques

Uma escola

Uma escola
entre o desamparo e o colapso
lá despejam-se alunos


faltar ou assaltar
são normais
agredir ou ser agredido
o fado diário

Nessa escola
espelho da sociedade
em que caímos
a vida em escola
é como
estar num ghetto
só com a diferença
que o ghetto
são os professores

Será
esta a solução
para despejar
e colocar nos professores
aquilo que os pais
e os politicos
deveriam fazer

Nessa escola
espelho da vida social de hoje
as aulas são campos de batalha
e a escola uma guerra social
colapso
deste país
chamado Portugal

FM
Francisco Marques

domingo, 22 de novembro de 2009

CONSIDERANDO A BREVIDADE DA VIDA (Não temos tempo para divagarmos!)




Crônica

CONSIDERANDO A BREVIDADE DA VIDA (Não temos tempo para divagarmos!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
          Um homem globalizado é inútil por ser diluído em muitas vertentes, apenas tocando superficialmente nisto ou naquilo, não realiza nada com profundidade. E quando morre, deixa apenas uma pedra tumular atrás de si, com pobre escrições, nada mais. Pois a "cobra é venenosa, mas não pode dar pernada". Ninguém é bom em tudo. Assim, cada pessoa deve descobrir sua vocação e se especializar em algo. Ter um ponto forte para ser procurado por ele. Isso é prova que os homens precisam de especialistas em suas específicas necessidades, completando-se uns aos outros, mesmo falando outra língua, porque existem os especialistas em traduções, também.
            Quem se prontificaria a ser um doutor em latim? Uma língua morta há muito anos! Quem vai precisar do serviço de um profissional assim? Todos procuram lidar com trabalhos que dão muito dinheiro e por sinal estão na moda. Quanto ganha um professor de latim? Pela raridade, o preço aumenta!
            Descubra sua inclinações naturais e se entregue à perfeição! A Bíblia diz: 1 Pedro 4:10 (Edição Revista e Atualizada - 1993)
"Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." Não temos tempo para divagarmos! 
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 22/11/2009
Código do texto: T1938425


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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TINHA UMA "CABEÇA DE BODE" EM MEU CAMINHO (Eu me transformei em seu Demônio porque você sempre foi o meu Demônio)







CRÔNICA

TINHA UMA "CABEÇA DE BODE" EM MEU CAMINHO (Eu me transformei em seu Demônio porque você sempre foi o meu Demônio)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã de outono quando me vi diante do espelho da sala dos professores, ajustando a gravata que nunca pensei que usaria neste contexto. As folhas secas dançavam do lado de fora da janela, como se celebrassem minha chegada tardia à profissão que, sem que eu soubesse, me aguardava há tanto tempo.

Vinte e cinco anos se passaram desde que fui aprovado no concurso para a educação estadual, trinta anos desde que fui expulso do pastorado da igreja adventista. Naquela fatídica demissão, senti-me em queda livre, sem paraquedas, empurrado para um precipício por mãos que fingiam me apoiar. Muitos aguardavam ansiosamente minha queda, mas o destino - ou seria a providência? - tinha outros planos para mim.

Lembro-me do dia em que entrei pela primeira vez em uma sala de aula como professor. O cheiro de giz e a expectativa nos olhos dos alunos me trouxeram uma sensação familiar, reminiscente dos tempos em que eu pregava do púlpito. Mas havia algo diferente, algo mais terreno. Cresci em escolas paroquiais, onde aprendi a depositar minha fé em Deus, e agora me via navegando por um mar desconhecido de salas de aula e gestões variadas.

Ao longo dos anos, vi-me transformado. O jovem pastor cheio de certezas deu lugar a um educador repleto de questões. As leituras, as experiências em sala de aula, os embates com diferentes estilos de gestão - tudo isso moldou um novo eu. Um eu que espera menos de si mesmo, mas que paradoxalmente tem mais a oferecer ao mundo. Perdi a fé cega, mas não a determinação de contribuir para melhorar o sistema educacional público brasileiro, assim como buscava fazer no ministério evangélico.

Houve momentos de dúvida, é claro. Noites insones em que me perguntava se havia interpretado mal minha jornada. E se as vozes maldosas estivessem certas? E se eu estivesse enganado sobre meu propósito? Mas então, como um raio de sol atravessando nuvens densas, vinha a certeza: meu chamado agora era lutar não contra demônios metafísicos, mas contra a ignorância e a desigualdade.

Percebi, nessa jornada, que o verdadeiro desafio da educação não está nos livros ou nas políticas públicas, mas na tendência humana de buscar soluções individuais para problemas coletivos. Como Adão e Eva no paraíso, muitos de nós estamos tentados a "comer o fruto" para benefício próprio, esquecendo que o destino de um afeta o destino de todos. O sistema educacional enfrenta desafios pela falta de colaboração e entendimento mútuo.

É nesse momento de incertezas que figuras dos escalões superiores do sistema educacional surgem com propostas que podem ser vistas como outro milagre, não só para mim, mas para milhares de professores e alunos que anseiam por oportunidades para transformar a sociedade através da educação de qualidade. O drama se intensifica quando aqueles que se autoproclamam revolucionários se veem confrontados por desafios inesperados.

Enquanto ajusto minha gravata uma última vez antes de entrar na sala de aula, reflito sobre a ironia da minha situação. Fui expulso de um paraíso imaginário apenas para encontrar meu verdadeiro propósito no mundo real. E mesmo que eu não saiba exatamente qual será meu fim, tenho certeza de uma coisa: cada dia nesta sala de aula é uma oportunidade de criar um pequeno paraíso terrestre, onde o conhecimento é o fruto que todos são encorajados a compartilhar.

Então, com um sorriso nos lábios, abro a porta da sala. O burburinho dos alunos cessa, e quarenta pares de olhos se voltam para mim. É hora de começar mais uma aula, mais uma chance de mudar o mundo, um estudante de cada vez. Afinal, a educação só avançará quando percebermos que nossos problemas individuais são reflexos de questões coletivas que precisam ser enfrentadas em conjunto. Não é isso que fazem os verdadeiros milagres?

Questões Discursivas:

1. O texto "Um Paraíso Terrestre na Sala de Aula" apresenta uma jornada inspiradora de um ex-pastor que se encontra na profissão de professor. A partir da trajetória do narrador, desde sua saída do pastorado até a atuação na educação pública, explore as contradições e desafios vivenciados por ele, considerando as relações entre fé, propósito individual e as lutas pela melhoria da educação no Brasil.

2. A partir da reflexão do autor sobre a necessidade de um olhar coletivo para os problemas da educação, discuta como a individualização das dificuldades e a falta de colaboração entre os envolvidos no sistema educacional podem comprometer o alcance de soluções eficazes.

3. O texto destaca a importância de "ir além das aparências" e de valorizar as qualidades interiores das pessoas. Com base em suas próprias experiências e reflexões, apresente exemplos de situações em que você presenciou a beleza interior de alguém, mesmo que essa pessoa não se encaixasse nos padrões estéticos convencionais.

4. O narrador do texto afirma ter aprendido a "lição mais valiosa da vida: a verdadeira beleza reside no caráter, na bondade e na compaixão". Discuta como essa lição pode ser aplicada em diferentes áreas da vida, como nos relacionamentos pessoais, na vida profissional e na busca pela felicidade individual e coletiva.

5. O texto termina com o narrador sonhando com um "mundo onde a verdadeira beleza, aquela que nasce da alma, seja reconhecida e valorizada por todos". Imagine como seria esse mundo ideal e quais ações cada um de nós pode tomar para contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e compassiva, onde a verdadeira beleza seja celebrada em sua plenitude.

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sábado, 14 de novembro de 2009

ISTO É INCLUSÃO ESCOLAR? ( “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020)




ISTO É INCLUSÃO ESCOLAR? ( “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O sino tocou, anunciando o início de mais um dia na escola onde leciono há anos. Entre tantos alunos, havia um que se destacava, não por suas conquistas, mas pelo caos que semeava. Ele era incluído no sistema por ser portador de baixa audição, mas, ironicamente, era o mais indisciplinado de todos. Esse aluno já havia sido ameaçado de expulsão várias vezes, mas isso nunca se concretizou devido à proteção oferecida pelo projeto inclusivo.

Ele quebrava vidros, derrubava mesas e carteiras, maltratava colegas, gritava, entrava e saía da sala à vontade e nunca fazia as atividades propostas. O mais intrigante era que, mesmo com esse comportamento, ele tinha seguidores. Outros alunos, ditos normais, inspiravam-se nas suas ações e o imitavam. Trocaram-no de sala, mas não adiantou. Havia até quem dissesse que ele cuspia na bandeja de lanche dos outros.

No entanto, seu boletim ostentava notas seis em todas as matérias, em todos os bimestres. "Estava sempre na média". Na verdade, estávamos reféns dele, nivelados por ele. Não podíamos reprová-lo. O nível da classe era puxado para baixo.

A tal socialização, defendida por muitos psicopedagogos, parecia ser a única justificativa para manter esse tipo de aluno na comunidade escolar. Ele não acompanhava o ritmo dos regulares e, muitas vezes, não ensinava nada de bom. Em uma ocasião, incentivei-o a escolher um grupo para um trabalho de nota do quarto bimestre. Infelizmente, ele escolheu seus "discípulos". Ele apenas assinou o trabalho pronto e, claro, o resultado foi péssimo, recebendo uma nota quatro.

Como eu poderia explicar isso ao resto do grupo, se o aluno "especial" tinha que ficar com seis? Seria justo dar a mesma nota a todos por extensão da misericórdia atribuída a ele? Que critério eu poderia aplicar para incluí-lo notoriamente na baixa qualidade apresentada, sem sofrer penalidades, discriminação ou escárnio de colegas e superiores?

O mais cômico — ou trágico — foi quando ele descobriu sua nota quatro. Foi imediatamente à sala dos professores e, entre gritos e baixarias, dirigiu-me os piores palavrões e ameaças. Com o dedo em riste no meu nariz, ele vociferou: "Eu não posso tirar menos que a média, eu sou doente! Consertem minha nota ou vou te denunciar, seu professor de merda!"

Ele não tinha a capacidade dos outros, mas se aproveitava da condição de "especial" para se beneficiar. A inclusão, nesse caso, parecia mais uma desculpa para justificar o injustificável. A autoestima do aluno pela socialização não compensava o prejuízo semântico da palavra "especial". Uma discriminação não vale a outra.

Sem um professor de apoio, a situação era insustentável. E os colegas de classe? Ninguém os consultava sobre como se sentiam. A inclusão escolar parecia uma competição desleal, onde, em vez de um superar o outro, todos se nivelavam por baixo. Ao ler sobre estratégias educacionais, eu me condenei por compartilhar minha experiência. Mas, por um momento, culpei quem insistia em que todos somos iguais.

Até que alguém me explique convincente e claramente que tipo de inclusão é essa, continuarei afirmando: "De tanto passarem a mão na cabeça do deficiente, esquecem-se de formar o seu caráter social". E na escola, temos que suportar outros "pseudoinclusos". Assim, o meu trabalho se torna deficiente, diluído e sem qualidade. Já não sei mais quem precisa de inclusão. Carrego a deficiência que mutila a aprendizagem da maioria. Inclua-me fora disso! Quero ser um ser social e não imposto. Pelo amor de Deus, tire-me dessa inclusão!

Como Valdeci Santos sabiamente disse: "Todas as deficiências são aceitáveis e passíveis de inclusão social, menos a do caráter". Por isso, salvo exceções, insisto: a inclusão precisa ser repensada para verdadeiramente beneficiar a todos.

Enquanto observo o pátio da escola pela janela, vejo o aluno rindo com seus amigos. Por um momento, vislumbro o potencial escondido por trás da rebeldia. Talvez, penso eu, a verdadeira inclusão comece quando conseguirmos enxergar além dos rótulos, quando pudermos exigir o melhor de cada um, independentemente de suas limitações.

O sino toca novamente. É hora de voltar à sala de aula. Respiro fundo, reunindo forças para mais um dia. Porque, apesar de tudo, ainda acredito que podemos fazer melhor. Que podemos construir uma escola verdadeiramente inclusiva, onde cada aluno, cada professor, cada funcionário se sinta valorizado e desafiado a crescer.

E quem sabe, um dia, quando o sino tocar, ele anunciará o início de uma nova era na educação. Uma era de inclusão real, de respeito mútuo e de crescimento coletivo. Até lá, continuo minha jornada, um dia de cada vez, na esperança de fazer a diferença, mesmo que seja para um único aluno.

Questões Discursivas:

1. A inclusão como ferramenta de nivelamento por baixo ou como potencial para o desenvolvimento individual e social?

Discuta criticamente a partir do texto a relação entre a inclusão escolar de alunos com deficiência e o nivelamento da qualidade do ensino para baixo. Analise os argumentos do autor a favor e contra essa perspectiva, considerando os desafios e as oportunidades que a inclusão apresenta para o aprendizado de todos os alunos.

2. Entre a falsa inclusão e a verdadeira inclusão: qual o papel da escola e da sociedade na construção de uma educação de qualidade para todos?

Com base no relato do professor, explore os desafios da inclusão escolar quando atrelada à falsa ideia de igualdade e à falta de suporte adequado. Discuta as medidas necessárias para construir uma escola verdadeiramente inclusiva, que promova o desenvolvimento individual e social de todos os alunos, valorizando as diferenças e potencializando as habilidades de cada um.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A Utilidade do Inútil



FRASE

A Utilidade do Inútil

Se se tirar as inutilidades da Escola, tira-se o emprego de muitos!
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 11/11/2009
Código do texto: T1917510


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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domingo, 8 de novembro de 2009

INVERSÃO DE VALORES É ISSO ( Bruna Surfistinha, mais um exemplo de sucesso sem doutorado algum!)








CRÔNICA

INVERSÃO DE VALORES É ISSO ( Bruna Surfistinha, mais um exemplo de sucesso sem doutorado algum!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Que situação é esta: um semianalfabeto foi reconhecido, por letrados, como um dos "melhores presidentes do Brasil", enquanto doutores, mestres e graduados varrendo as ruas da cidade do Rio de Janeiro (garis)!? Nada contra gari, diga-se de passagem, é apenas uma questão de justa adequação e coerência, eles são muito importantes, porém não se exige doutorado deles.
(http://lidadiaria.blogspot.com.br/2009/11/ele-vai-por-que-nao-artigo-mirian.html) (acessado em 08/01/2013). E
(http://www.guj.com.br/posts/list/142160.java#765982) (acessado em 06/06/2015)
          Eu, na qualidade de professor, não teria o que responder, para meus alunos, se um dia me fizessem a pergunta acima. Talvez me ativesse numa evasiva, citando outro assunto, desesperadamente, tentando explicar alguma coisa; aí então, estou preferindo, nesse caso, as palavras do Miguel do Rosário: “Penso nisso porque ainda me recupero de uma notícia lida na Folha, sobre uma estudante de Turismo que foi quase linchada na Universidade de São Bernardo (Uniban) porque vestia uma microssaia. Reflitam comigo. A garota saiu de casa, numa comunidade pobre, sem ser molestada na rua. Entrou num ônibus, onde causou apenas o frisson natural. Enfim, circulou por toda a parte tranquilamente. É na Universidade, porém, que ela encontrou o ambiente mais agressivo, mais preconceituoso, mais brutal. Centenas de estudantes se aglomeraram em volta dela gritando "Puta! Puta! Puta!". Rapazes tentavam pôr o celular entre suas pernas para tirar fotos. Ela teve que ser escoltada por seis policiais militares para sair do prédio. Há uma explicação para isso. É a prepotência do fraco. O sujeito entra na universidade e acha que é melhor que os outros. Perde a humildade natural do ser humano. Perde o senso democrático.”
         Mas, o que é mais embaraçoso para mim é que vivo no meio educacional, porém a realidade me obriga a dar razão para o Ex-Presidente Lula quando disse: — “Tem muita gente que acha que inteligência está ligada à universidade. Isso é burro. A universidade não dá nada disso. A política é uma ciência que exige muito mais inteligência” (sic).
        Então que meus alunos continuem se perguntando: — o que estou fazendo na escola se a universidade é um alvo corroído? E enquanto as respostas não vêm, usufruam, alunos e familiares, dos programas de incentivo dos governos para a Educação Fundamental, média e superior desviando a atenção do povo dos necessários objetivos.
         Eu acreditava que fora da escola, ou seja, sem estudar, ninguém prosperaria. Por isso, estudei o suficiente para, só agora, entender que fora dos muros da escola há um mundo próspero que faz a diferença, o mundo da política. Onde...(— "Um intelectual ficar assistindo a um operário que tem o quanto ano primário ganhar tudo o que queria ter ganhado e não ganhou por incompetência é muito difícil mesmo" - Mais uma vez acertadamente, disse Lula). "Nada é mais humilhante do que ver os tolos vencer naquilo em que fracassamos."(Gustave Flaubert). Não é seu FHC?
         Agora surge a Bruna Surfistinha, ela seria mais um bom exemplo de sucesso na literatura e na música sem diploma de doutorado. Então, por que as vozes imperativas continuam mandando as crianças para a escola, se todavia os exemplos de sucesso desestimulam-nas? Pois os meios acadêmicos já não são suficientes se para os fins têm muitos atalhos! Será que Ruy Barbosa estava certo quando disse: "Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência" (http://www.youtube.com/watch?v=PxnzoofSRTQ) (06
/06/2015).
Se se tirar as inutilidades da Escola, tira-se o emprego de muitos!
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 08/11/2009
Código do texto: T1912573

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CHARLIE, CHARLIE, CHARLIE, VOCÊ ESTÁ AQUI?! ("Onimaniqueísta": Demônio mesmo é quem assopra o lápis, filho do pai da mentira!)




Crônica Filosófica

CHARLIE, CHARLIE, CHARLIE, VOCÊ ESTÁ AQUI?! ("Onimaniqueísta": Demônio mesmo é quem assopra o lápis, filho do pai da mentira!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          E o lápis se move equilibradamente sobre a folha riscada em forma de cruz! Pois Charlie está dizendo: — Eu sou seu Demônio porque você é o meu Demônio. Mas, se eu fosse seu Deus, você seria meu Deus. Então, nunca chegarei a ser seu Deus porque você não deixa de ser meu Demônio, apenas posso ser seu Demônio na esperança que você seja meu Deus. 
           Um sempre esperando que o outro melhore. Ainda bem que o Demônio e o Deus são faces de uma mesma Entidade. Para cada Deus tem que haver um Demônio com igual competência, para manter o equilíbrio. Que equilíbrio promove um Deus solitário, cheio de potência e o resto do universo esvaziado de uma contraposição a altura para atende ao desafio? A menos que esse Deus seja Demônio também, tudo ao mesmo tempo e de igual poder, pois ambos podem operar suficientemente com o bem e o mal. A razão do equilíbrio tem que estar em Si: "Onimaniqueísta".
             Desequilibrado sou eu que ainda sinto raiva de uns  e amor por outros ao mesmo tempo. Aí, uns me amam e outros me odeiam, sendo eu um único a sofrer de bipolaridade!
           A prova de que o Diabo não existe como ser autônomo é o fato de você, fingindo que é de Deus e não ter medo dele, mesmo assim não lhe acontecer nada. E outra prova é que ele está cheio de adoradores sem lhe custar nenhum favor. Os servos do Diabo sofrem das mesmas dores dos servos de Deus. Ou ele ainda não tem interesse algum de provar que tem uma identidade, fazendo esse povo que se diz não temê-lo, continuar achando que são Deuses? Eu o desafio, a provar que existe, escrevendo um comentário aqui me xingando. Então se me elogiar sei que o bem e o mal tem uma única fonte, como diz a Bíblia (Is 45:7).
           Não é que a Bíblia mentiu, mas é que foi ultrapassada. Já vivemos o futuro que Albert Einstein previu: "A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia." A Bíblia sem a religião não é nada, a religião sem a Bíblia também não é nada. Então: "Um homem que está livre da religião tem uma oportunidade melhor de viver uma vida mais normal e completa."(Sigmund Freud). Pois é conveniente aqui a conclusão de Jonathan Swift: "Nós temos a religião suficiente para nos odiarmos, mas não a que baste para nos amarmos uns aos outros." O Satanás mesmo é quem assopra o lápis, enganando todos os incautos! Filho do pai da mentira!!!
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 06/11/2009
Código do texto: T1909177

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MORRER COM RAZÃO ("A fama dos grandes homens devia ser sempre julgada pelos meios que usaram para obtê-la." —François La Rochefoucauld)

   
PENSAMENTO

MORRER COM RAZÃO ("A fama dos grandes homens devia ser sempre julgada pelos meios que usaram para obtê-la." —François La Rochefoucauld)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Será que não posso ser verdadeiro? Por toda a minha vida de professor, já vi o suficiente para entender que a falta de autenticidade diminui as demonstrações de reconhecimento. Por vezes, esses problemas corriqueiros obrigam-me a agradecer a Deus pelo final de cada dia de trabalho penoso e traumatizante.  Ao invés de lamentar por está ficando cada vez mais velho, próximo da morte, agradeço! Também, por está ainda, onde as ilusões se encontram com a realidade, por que é o "fim da picada". 
           Que "Purgatório" é esse que me faz desejar a morte e não a vida suavemente flagelada? Logo eu que tinha sonhos e virtudes pela vida à fora! Agora só me resta esperar que a morte me traga reconhecimento e a fama póstuma que não é comum aos vivos. Os vivos se negam aos vivos, então faço greve e bato panelas nas ruas, perturbando os vivos e homenageando os mortos.
           S
e a morte é inimiga da vida, por que ela enaltece o que a vida produziu? Como pode um escritor ser valorizado só quando morre! Parece-me que as pessoa têm vergonha de aprender com os vivos! Assim nossos amigos desejam nossa morte para se gabar de íntimos do artista que os deixa com muita saudade. O desejar profundo dos que vivem da fama dos outros vai até a sepultura e matam novamente os quem poderia produzir mais se estimulados enquanto podiam se mover.
            Por que tenho que fingir de morto para conquistar a admiração dos que me cercam? E ainda me consolam hipocritamente, dizendo que um tolo calado se passa por sábio! Às vezes, tenho de fingir que estou ainda trabalhando quando, na verdade, estou apenas cumprindo horário no local de serviço! E meus coordenadores fingem que me inspecionam quando também fingem para seus superiores que estão produzindo? A correria e o desespero é grande quando se recebe a ameça da Secretaria com os critérios para legitimar o dia letivo. Um bom exemplo disso, é essa reposição de aulas no sábado, não ministradas, por motivo da greve. Aí dois mandamentos foram quebrados: o descanso sabático e o não levantar falso testemunho! Como posso ir para o céu morar com você que só me força fingir para parecer bem na "fita". Concluí que só há uma forma de ser verdadeiro, se vocês me verem morto, ainda que eu não queira ir por agora, mas, por enquanto, estou só "fingindo de morto para pegar o coveiro." Tem outros que já nascem famosos, como disse Friedrich Nietzsche: "Há homens que já nascem póstumos."

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 05/11/2009
Código do texto: T1907266

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