"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

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sábado, 29 de dezembro de 2018

ERROS DE QUALIDADE("Se alguém te olha como se estivesse te examinando, não precisas pirar. As pessoas têm formas diferentes de admirar qualidades das outras." (Janilma Lins)



Crônica

ERROS DE QUALIDADE("Se alguém te olha como se estivesse te examinando, não precisas pirar. As pessoas têm formas diferentes de admirar qualidades das outras." (Janilma Lins)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu, professor, em meio ao caos de uma sala de aula. Um aluno, conhecido por sua rebeldia, pediu permissão para ir ao banheiro. A ironia da situação não me escapou. Ele, que normalmente desafiava todas as regras, agora pedia permissão como se fosse o mais educado dos estudantes. Será que estava apenas testando os limites? Ou talvez buscando a negação que tanto ansiava receber dos pais? Ou, quem sabe, apenas querendo interromper a aula mais uma vez?

Lembrei-me das palavras de Paula Oliveira: “Estão testando minha paciência, mas eu estou testando suas persistências!” E assim, esperei, com uma paciência que nem sabia que possuía, que ele cumprisse seus intentos.

De repente, a coordenadora apareceu à porta da sala, interrompendo a aula. Ela me perguntou por que os alunos estavam lá fora. Eu me perguntei, por que ela não perguntou diretamente a eles? Afinal, como disse Tatiana Moreira Alvarez: “Enquanto você me disser o que é certo e o que é errado, você só estará me provando que você não sabe de coisa alguma”. Quem deveria ser o mais interessado no que acontece dentro da sala de aula, senão o próprio estudante?

No entanto, eu estava conformado. Como Waan Oliver disse: “Tudo é uma experiência! Você é a experiência, experienciando você mesmo.” E, apesar de muitas experiências desagradáveis, aprendi com elas. Os erros me assustavam, mas como saber se o erro tem selo de qualidade ou não? Como Márcio Otniel disse: “Se as pessoas que vivem avaliando nossos erros soubessem que também enxergamos os erros delas, talvez fossem mais ponderadas com os erros dos outros.”

Julgar os outros requer muita sabedoria ou muita loucura. Afinal, “Todo mundo é um cientista maluco e a vida é o laboratório. A gente está sempre experimentando, tentando achar um jeito de viver, de resolver os problemas, de se livrar da loucura do caos”, como disse David Cronenberg.

E, para encerrar esta crônica, nada melhor do que as palavras de Allan Kardec: “Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz.” E assim, vivendo e aprendendo, sigo minha jornada, sempre em busca de novas experiências e aprendizados.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Desafios e Dilemas da Sala de Aula:

A crônica apresenta um relato vívido sobre um desafio comum aos professores: lidar com alunos rebeldes. A partir dessa experiência, quais os principais desafios e dilemas que você identifica na vida docente? Como a sociologia pode contribuir para a compreensão desses desafios e para a busca de soluções criativas e eficazes?

2. Autoridade e Autonomia na Educação:

O texto questiona a relação de poder entre professor e aluno, levantando a questão da autonomia do estudante. Como a sociologia contribui para a análise crítica dessa relação de poder? De que forma podemos repensar a dinâmica de autoridade em sala de aula, promovendo uma aprendizagem mais autônoma e significativa para os alunos?

3. Erro e Aprendizagem:

A crônica destaca a importância do erro como parte do processo de aprendizagem. Como a sociologia auxilia na compreensão do papel do erro no contexto educacional? De que forma podemos criar um ambiente de sala de aula que incentive o aprendizado a partir dos erros, sem medo de punições ou julgamentos?

4. Sabedoria e Autoconhecimento:

O texto conclui com a importância do autoconhecimento para a felicidade e o desenvolvimento pessoal. Como a sociologia pode contribuir para o cultivo da autoconsciência e da autorreflexão no âmbito da educação? De que forma o professor pode se tornar um facilitador do processo de autoconhecimento dos seus alunos?

5. A Sala de Aula como Laboratório Social:

A crônica utiliza a metáfora da sala de aula como um laboratório social. Como a sociologia pode auxiliar na análise da sala de aula como um microcosmo da sociedade? De que forma as relações sociais, os conflitos e as dinâmicas de poder presentes na sala de aula podem ser utilizados como ferramentas para o aprendizado sobre a sociedade como um todo?


sábado, 22 de dezembro de 2018

CRESCIMENTO É RENOVAÇÃO ("Toda estabilidade desgasta, morre e mata. Eu diria que até o amor enjoa de amar sempre da mesma forma." — CiFA



Crônica

CRESCIMENTO É RENOVAÇÃO ("Toda estabilidade desgasta, morre e mata. Eu diria que até o amor enjoa de amar sempre da mesma forma." — CiFA

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ainda me lembro da primeira vez que a vi, minha então ex-esposa. Não, ela não está morta, mas presa em uma cadeira de rodas. O medo, que muitos veem como uma fraqueza, faltou-lhe. O medo que, paradoxalmente, nos impulsiona ao crescimento e nos concede a verdadeira liberdade. As palavras do Rei Roberto Carlos, da canção "Fera Ferida", ecoam em minha mente:

```

"Animal arisco

Domesticado esquece o risco...

Eu andei demais

Não olhei pra trás

Era solto em meus passos

Bicho livre, sem rumo, sem laços..."

```

Amo-a como se não fosse minha prisão sentimental, porque será minha última paixão, pois é o mínimo que posso retribuir! Ela é minha fã, e diz que me admira por minha inteligência. Só os inteligentes apreciam a inteligência, por isso também sou seu fã. Mas, antes oprimidos pelo jugo do casamento, algo nos impedia de trocar elogios... Que se dane quem nunca viu ex-cônjuges se elogiarem.

Quando me perguntam por que não estou mais casado com ela, é porque hoje sei, nascemos para ser livres, artistas precisam ser livres. A arte, ah, a arte! Como disse Oscar Wilde, "A arte começa onde a imitação acaba". Neste meu caso, uma esposa convencional me atrapalharia muito pela imposição social. Seria promissor só se fosse "doida" como eu sou pela solidão! "O matrimônio não é a loteria. Na loteria algumas vezes ganha-se." (George Bernard Shaw).

Escrevo esta crônica como quem se encontra num momento de procura. E é verdade, quero entender o comportamento amoroso das mulheres. Quem sabe eu compreenda também o porquê se entregam a um dono! Disse Maquiavel: "Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!" Inspirado vou, "Caminhando e cantando" o doce pecado do adultério para confirmação da liberdade. "Há pecados tão agradáveis que, se os confessasse, cometia o pecado do orgulho." (Sophie Arnould).

Eu confesso: não nasci para viver "amarrado", já experimentei a vida de casado, por duas vezes, era fatigante, eu me completo com a diversidade. O que ganhei já me basta: a certeza que só há uma diferença da prostituta para a mulher casada, esta é mais cara que aquela. Contudo ou por tudo, as experiências em si nunca são de todas más, servem para enriquecer as escolhas vanguardistas e não sei o que diabos é machismo! Para mim, essa acusação é apenas a expressão moderna do nobre vitimismo feminista, elas são livres para serem novidades todos os dias, por que me ignoram e me condenam?

Deus seria injusto demais, vinculando a felicidade das pessoas somente à família, sendo ainda os marginais também filhos de família! O amor verdadeiro substitui perfeitamente a família. Será se quem não tem família está proibido de ser feliz ou precisará se registrar em uma, para tanto? Deus me livre de ser feliz então, se não existissem outras formas novas. Que você não me ache infeliz, sugerindo-me seus métodos de sê-lo. Por que não me ajuda da forma que me faça melhor? Nossos modelos não devem ser duradouros, aliás, eterna felicidade não existe, só momentos alegres. Tudo é rotativo e até devemos duvidar de nossas certezas para haver uma renovação dos conceitos: isso é crescimento e liberdade de expressão verbal e existencial. Se todas as coisas estão em constante renovação, não é necessário a conservação de algumas. Salvação não tem sentido, só a morte...! "O segredo de um relacionamento feliz é cada um ter sua própria individualidade, liberdade, sua independência." (Aurilene Damaceno).

Toda a estabilidade desgasta, mata e morre. Eis a generalização que fugiu da regra! O Senhor tem mais poderes do que os Demônios. Ele nos instrui como usufruir do nosso destino da melhor forma, antecipando e intensificando os prazeres, talvez adiando o sofrimento: a carne é fraca, o Diabo atenta; mas, a vida de solteiro é boa! Eu diria que até o amor enjoa de amar sempre da mesma forma. "O fim da vida não é a felicidade, mas o aperfeiçoamento." — Madame de Staël.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Liberdade e Prisão Sentimental: Uma Contradição em Busca de Respostas?

O autor narra a complexa relação com sua ex-esposa, presa em uma cadeira de rodas. A liberdade, por ele vista como essencial, contrapõe-se à "prisão sentimental" do casamento. Como a sociologia pode nos ajudar a compreender essa dicotomia entre liberdade e amor, considerando as expectativas sociais e as experiências individuais?

2. A Arte Como Símbolo de Liberdade: Uma Fuga da Realidade Conjugal?

O autor cita Oscar Wilde ("A arte começa onde a imitação acaba") e George Bernard Shaw ("O matrimônio não é a loteria. Na loteria algumas vezes ganha-se.") para justificar sua busca pela liberdade através da arte. Como a sociologia pode analisar a relação entre arte e liberdade, considerando o papel da arte na expressão individual e na crítica social?

3. O Comportamento Amoroso das Mulheres: Uma Busca por Compreensão ou Uma Justificativa para o Adultério?

O autor questiona o comportamento amoroso das mulheres, citando Maquiavel ("Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!"). Como a sociologia pode nos auxiliar a compreender as diferentes formas de amor e relacionamento, combatendo estereótipos de gênero e promovendo a igualdade de direitos entre homens e mulheres?

4. Felicidade e Família: Uma Relação Necessária ou Uma Vínculo Limitante?

O autor questiona a ideia de que a felicidade está necessariamente ligada à família, citando Deus ("Deus seria injusto demais, vinculando a felicidade das pessoas somente à família"). Como a sociologia pode nos ajudar a repensar o papel da família na sociedade contemporânea, considerando a diversidade de estruturas familiares e a busca individual por felicidade?

5. Modelos Não-Duradouros e a Busca por Felicidade Eterna: Uma Utopia ou Uma Realidade Possível?

O autor propõe a ideia de que modelos não devem ser duradouros e que a felicidade eterna não existe. Como a sociologia pode nos auxiliar a analisar essa visão crítica dos modelos sociais tradicionais e da busca por felicidade constante, considerando os desafios e as possibilidades da vida em sociedade?

Bônus:

6. A Crônica como Reflexo da Sociedade: Uma Análise Sociológica das Relações Humanas

Realize uma análise sociológica da crônica como um todo, considerando as relações interpessoais, os valores sociais, os desafios da vida em casal e a busca por felicidade individual. Como essa crônica contribui para a compreensão das complexas relações humanas na sociedade contemporânea?

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domingo, 16 de dezembro de 2018

ALUNOS DO NOTURNO OU DAS TREVAS?( "Quanto pior for a qualidade da educação, mais relevante será o papel da psiquiatria no terceiro milenio..." — Augusto Cury)



Crônica

ALUNOS DO NOTURNO OU DAS TREVAS?( "Quanto pior for a qualidade da educação, mais relevante será o papel da psiquiatria no terceiro milenio..." — Augusto Cury)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Agora, todo o ensino médio noturno se tornou "EJA". É muito fácil pegar o atalho, basta ficar para trás na vida escolar. Quando todos estiverem à frente, os retardatários recorrem às brechas da lei, chegam primeiro e, diga-se de passagem, com notas melhores! Seria isso o tal dos dois pesos e duas medidas que a Bíblia tanto condena?

Quando trabalhei na EJA, me diziam que essa modalidade acabaria quando a demanda findasse, era emergencial, mas se oficializou. Não acaba nunca, todo mundo quer se transferir para o turno noturno! Por que fomentar essa concorrência desleal com os tradicionais? O currículo técnico da EJA não é o problema, até curso por correspondência convém, quando é cumprido profissionalmente. Porém, o problema sempre foi atender aqueles que já estão acostumados a não valorizar a academia! Os alunos da EJA não só requerem atenção diferenciada, como fazem questão de mostrar que estão se dando bem, comportando-se arrogantemente fingindo-se de espertos. Esse espírito até seria justificável se houvesse uma seleção rigorosa para ingresso na EJA. Porém, fizeram o que fizeram quando tinham a idade compatível às séries da modalidade regular e agora incorporam oficialmente essa atitude indicadora de aparente inteligência, quando na verdade é só "esperteza". "Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma" - (Bakunin). E uma grande maioria não se cansa de abusos. Se aproveitam que as trevas oferecem maior segurança para os baderneiros, a iluminação é precária no espaço físico da escola, o horário contribui para o uso de drogas e o comércio ilícito.

Nunca devemos esquecer do que disse Ralph Waldo Emerson: "Nenhum grande homem se queixa de falta de oportunidades". Isso é verdadeiro, eu nunca vi faltar vaga de trabalho para "professor"! Porém, já vi muitos alunos que não respeitaram seus professores e nem a escola, não valorizaram seus estudos e hoje continuam sendo mão de obra barata. Mais tarde voltam para a EJA acusando o sistema, dizendo que não tiveram oportunidade, são vítimas da sociedade! Ou ...levianos sociais?

Que se unifique tudo na modalidade regular com deveres e direitos iguais. Senão o fiel da balança ficará sempre torto. Mesmo porque, ao fazer um concurso, a circunstância é igual para todos portadores do diploma exigido.

Há quem pense que essa reformulação do sistema atual se faz necessária devido à singularidade dos estudantes do período que requer mais maturidade e compromisso. Engano, fui professor tanto do matutino quanto do noturno, e a maioria dos da noite se faz mais difícil de trabalhar, não cumprem nem as atividades em classe, têm comportamento mais indisciplinado do que os adolescentes do matutino: ficam fora da sala, faltam muito, conversas paralelas na hora das aulas, fone de ouvido, se ofendem mais e se opõem mais brutalmente às correções do professor, guardam rancor. Enfim, nunca têm tempo para desempenhar os projetos culturais da unidade escolar. Não deveriam ter um atendimento especializado só porque são alunos diferentes em termos de responsabilidade social. Por último, o diploma da EJA deveria ser caracterizado.

Dezoito por cento dos jovens com idade de ensino médio estão fora da escola, diz a mídia. Estariam eles provavelmente, esperando completar a idade requisito da EJA para cumprirem a lei do menor esforço, ou o "jeitinho brasileiro"? Considerando que os professores não ganham o adicional periculosidade ou insalubridade (artigo 193 ou 189 da CLT), o ensino noturno nem deveria existir nas redes públicas, a solução é abrir mais escolas, ainda que estudar é considerado trabalho e não se deve trabalhar três turnos, pois já trabalharam o dia todo.

"Mentes criativas são conhecidas por resistirem a todo tipo de maus tratos". (Anna Freud)

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. EJA: atalho ou oportunidade?

O autor critica a ideia de que a EJA seja um "atalho" para o ensino médio. Quais são seus argumentos contra essa visão?

De acordo com o texto, como a EJA pode ser vista como uma oportunidade para os alunos que não concluíram seus estudos na idade regular?

Você concorda com a crítica do autor à facilitação do ingresso na EJA? Por quê?

2. Desafios do ensino noturno:

O autor apresenta diversos desafios enfrentados no ensino noturno, como falta de disciplina, desvalorização dos estudos e infraestrutura precária. Quais são as causas desses problemas, na sua opinião?

Como esses desafios afetam o processo de ensino-aprendizagem dos alunos da EJA?

Que medidas poderiam ser tomadas para melhorar a qualidade do ensino noturno?

3. EJA e o "fiel da balança torto":

O autor defende a unificação da EJA com o ensino regular, argumentando que isso tornaria o sistema mais justo e equilibrado. Explique essa ideia com suas palavras.

Que desafios precisariam ser superados para implementar essa unificação?

Você acredita que a unificação da EJA com o ensino regular seria benéfica para todos os envolvidos? Por quê?

4. Responsabilidade individual e social:

O autor critica a postura de alguns alunos da EJA que culpam o sistema por suas dificuldades. Qual a sua opinião sobre essa crítica?

De que forma a sociedade pode contribuir para a inclusão e o sucesso dos alunos da EJA?

Que papel os próprios alunos da EJA podem ter na superação dos desafios que enfrentam?

5. O futuro da EJA:

O autor questiona a necessidade do ensino noturno nas redes públicas, defendendo a abertura de mais escolas em horário integral. Quais são os argumentos a favor e contra essa proposta?

Que outras medidas poderiam ser tomadas para fortalecer a EJA e garantir o direito à educação para todos?

Como você imagina o futuro da EJA no Brasil?

Dicas para responder às questões:

Leia o texto com atenção e identifique os pontos principais.

Releia os trechos que abordam os temas das questões.

Utilize suas próprias palavras para responder às perguntas, de forma clara e concisa.

Fundamente suas respostas com exemplos do texto e, se possível, com outras fontes de conhecimento.

Bônus:

Você já teve contato com a EJA, seja como aluno, professor ou familiar de alguém que frequentou essa modalidade de ensino? Se sim, compartilhe sua experiência.

O que você acha que pode ser feito para tornar a EJA mais eficaz e inclusiva?


sábado, 8 de dezembro de 2018

DEPRECIAÇÃO ("O desmerecimento é a forma mais medíocre e consoladora que o ignorante encontra para se iludir que diminuiu o sábio".— Heitor Leandro)



Crônica

DEPRECIAÇÃO ("O desmerecimento é a forma mais medíocre e consoladora que o ignorante encontra para se iludir que diminuiu o sábio".— Heitor Leandro)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma sexta-feira qualquer quando me dirigi à escola para mais uma aula de literatura. Enquanto caminhava pelos corredores, podia sentir a energia inquieta dos alunos, ansiosos pelo fim de semana. Ao entrar na sala, deparei-me com a usual cena de desinteresse e indisciplina. Em meio a um mar de rostos jovens, cada um com seus próprios sonhos e desejos, mas unidos por uma apatia comum em relação ao aprendizado. A falta de perspectiva para o futuro da educação não estava na minha metodologia ou na minha aparência desalinhada, mas sim no comportamento e nas conversas inconvenientes dos alunos.

Lembro-me de uma vez, quando tentei despertar o interesse deles pelo Romantismo brasileiro e as questões machistas, através de um filme literário, "Inocência", dirigido por Walter Lima Junior, um renomado cineasta brasileiro. No entanto, mesmo com a promessa de questões da prova baseadas no filme, nada parecia tirá-los da letargia.

Naquele dia, durante o intervalo, foi servida canjica. Lembro-me do balde de devolução, cheio de copos ainda cheios que iam para o lixo. Aproveitei a oportunidade para falar sobre a gratidão e o valor das coisas, mas as palavras pareciam cair em ouvidos surdos. A indiferença deles me deixava também apático, sem novas ideias para chamar a atenção.

Eles aproveitavam o tumulto da distribuição do lanche para sair da sala, um truque comum para criticar o professor. Mas, se eles nem sabem ser alunos, como poderiam saber o que é ser um bom professor? Esse comportamento é típico de um aluno relapso, irresponsável e inconsequente. Eles precisam se mostrar, ficam na porta da sala o máximo que podem, crendo que a coordenadora vai aparecer para repreender o professor: — "Professor, o que eles fazem aqui fora?"

Por revolta, eu me esqueço deles. Sempre fiquei revoltado com o marginal disfarçado de aluno. Mas, adoro meus bons alunos! E vi muitos com saudades da escola. Sempre dizem que era um tempo muito bom. Os outros nem parecem, não se importam em reviver as causas dos atuais sofrimentos! Já se acostumaram tanto que os calos fizeram-nos felizes por serem infelizes conscientes.

Agora, olhando para trás, vejo que a educação é um reflexo da sociedade. Se queremos mudar a educação, precisamos primeiro mudar a sociedade. E para mudar a sociedade, precisamos começar por nós mesmos. Afinal, quem desfaz, não constrói. E a construção de um futuro melhor começa com a educação. É um movimento cíclico.


ALINHAMENTO CONSTRUTIVO


1. A Indiferença como Obstáculo à Aprendizagem:

Quais são os fatores que contribuem para a apatia e o desinteresse dos alunos em sala de aula?

Como o contexto socioeconômico e cultural pode influenciar a motivação dos alunos?

Que estratégias podem ser utilizadas para despertar a curiosidade e o engajamento dos alunos no processo de aprendizagem?


2. A Busca por Soluções Inovadoras:

Como podemos repensar a metodologia de ensino para torná-la mais dinâmica e interessante para os alunos?

Que ferramentas e recursos tecnológicos podem ser utilizados para promover uma aprendizagem mais interativa e personalizada?

Como podemos criar um ambiente de sala de aula mais positivo e acolhedor, onde os alunos se sintam seguros e motivados para aprender?


3. A Responsabilidade Compartilhada:

Qual o papel da família, da escola e da sociedade na formação dos alunos?

Como podemos fortalecer o diálogo e a colaboração entre esses diferentes agentes para construir uma educação de qualidade para todos?

Como podemos incentivar a participação dos alunos na construção do seu próprio processo de aprendizagem?


4. A Necessidade de Transformação Social:

Como a educação pode ser um instrumento de transformação social?

Que medidas podem ser tomadas para garantir o acesso à educação de qualidade para todos os cidadãos?

Como podemos promover uma educação mais justa e inclusiva, que valorize a diversidade e prepare os alunos para os desafios do mundo contemporâneo?


5. Otimismo e Esperança no Futuro:

Apesar dos desafios, quais são as perspectivas para o futuro da educação?

Que exemplos de práticas inovadoras podem nos inspirar a construir uma educação melhor?

Como podemos manter a esperança e a convicção de que a educação é a chave para um futuro mais justo, próspero e sustentável?


Lembre-se: A educação é um processo complexo e multifacetado que envolve diversos fatores. A busca por soluções para os desafios da educação exige um esforço conjunto de todos os agentes sociais. Através do diálogo, da colaboração e da busca por inovações, podemos construir uma educação de qualidade para todos, capaz de promover o desenvolvimento individual e coletivo e transformar a sociedade.


Dicas para responder as questões:


Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.

Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.

Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.

Seja criativo e original em suas respostas.

Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.

Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.


sábado, 1 de dezembro de 2018

DESVENDANDO O LABIRINTO DA EDUCAÇÃO ("O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta." — Maquiavel)




DESVENDANDO O LABIRINTO DA EDUCAÇÃO ("O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta." — Maquiavel)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era um dia comum, como qualquer outro, na sala de aula. Eu, professor, estava diante de uma turma de alunos ansiosos, quando um deles, insatisfeito com a nota de sua redação, questionou meus critérios de avaliação. Achei ousado, mas não inesperado. "Quem não sabe fazer um bom texto, vai saber avaliar os meus critérios de correção?", ele perguntou desafiadoramente.

Em meio à confusão, a questão era por que eu dei nota máxima ao outro aluno, cuja caligrafia era quase indecifrável, e a ele não. Expliquei-lhe que o outro aluno preencheu todas as trinta linhas de sua redação, demonstrando esforço e dedicação. — "E se ele for um gênio incompreendido, com uma cultura tão avançada que eu não consigo entender?", ironizei, tentando aliviar a tensão.

Nesse momento, uma colega de trabalho que estava na sala, levantou-se em minha defesa: "Verdade, valorizar é estímulo para evoluir, parabéns mestre!". Esses dois extremos me fizeram pensar nos eleitores da esquerda, dependentes dos programas sociais do governo manipulador. Como disse Orson Scott Card, "Se os porcos pudessem votar, o homem com o balde de comida seria eleito sempre, não importa quantos porcos ele já tenha abatido no recinto ao lado."

Hoje, conheci o novo Ministro da Educação do governo Bolsonaro. Ele defende a “preservação de valores tradicionais" da família e das crianças, com foco na aprendizagem. Antiesquerda, anticotas e pela a escola sem partido. Gostaria de dizer-lhe que, antes de embarcar em qualquer empreendimento, é fundamental fazer uma avaliação bem elucidada das perdas, e dos ganhos, e das possíveis afrontas.

A direita retomou o poder pelas mãos da democracia, como nunca antes, selou tudo com o aval da maioria. Como disse Manoel de Barros, "Desfazer o normal há de ser uma norma." Sou brasileiro e ainda não perdi meu amor próprio. Mas, também, terei o cuidado para não me deixar dominar pelo orgulho...

A esquerda ainda reclama e bafora como é de costume aos perdedores. Parece-me que eles não querem o crescimento, pois não há outra forma de desenvolvimento sem mudança. "A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.", como disse John Dewey.

E assim, nesse dia comum, na sala de aula, aprendi mais uma vez que a educação é um espelho da sociedade, um diálogo constante entre professor e aluno, entre o velho e o novo, entre o conhecido e o desconhecido. E que, no final das contas, todos nós somos aprendizes nessa grande escola chamada vida.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. O Desafio da Avaliação e a Busca por um Sistema Justo:

A crítica do aluno à avaliação de sua redação levanta quais questionamentos sobre a prática avaliativa na educação?

Como garantir que a avaliação seja um instrumento de aprendizado e não apenas de mensuração?

Que medidas podem ser tomadas para construir um sistema de avaliação mais justo e eficaz?

2. O Dilema da Caligrafia Ilegível e o Valor da Expressão Individual:

Qual a importância de valorizar a expressão individual, mesmo em meio a dificuldades como a caligrafia ilegível?

Como podemos incentivar a criatividade e o desenvolvimento individual, considerando as diferentes formas de comunicação?

Que estratégias podem ser utilizadas para auxiliar alunos com dificuldades de caligrafia?

3. Manipulação Política e o Papel da Educação na Formação de Cidadãos Críticos:

Como a manipulação política pode se manifestar no contexto educacional?

Qual o papel da educação na formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de discernir informações e tomar decisões autônomas?

Que medidas podem ser tomadas para fortalecer a educação crítica e evitar a manipulação política nas escolas?

4. O Novo Governo e os Desafios para a Educação Brasileira:

Quais os principais desafios que o novo governo enfrenta na área da educação?

Como conciliar a defesa de "valores tradicionais" com a necessidade de promover a inclusão e a diversidade na educação?

Que medidas podem ser tomadas para garantir o acesso à educação de qualidade para todos os brasileiros?

5. A Importância do Diálogo e da Mudança para o Progresso da Educação:

Qual a importância do diálogo entre diferentes correntes de pensamento para o desenvolvimento da educação?

Como superar a polarização política e construir um ambiente propício ao debate construtivo sobre a educação?

Que medidas podem ser tomadas para promover a mudança e o progresso da educação brasileira?

Dicas para responder as questões:

Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.

Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.

Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.

Seja criativo e original em suas respostas.

Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.

Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.

Lembre-se: A educação é um campo complexo e multifacetado. É importante ter uma visão crítica e abrangente do tema, considerando as diferentes perspectivas e os diversos fatores envolvidos.