"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 8 de setembro de 2018

MEUS ÚLTIMOS SUSPIROS ("Que toda dor, dedicação e resistência, seja motivo de sucesso vindouro". —Rafael Medeiros)


Crônica

Agora mesmo, enquanto o sol se põe, posso ver meu futuro despontando no horizonte. Sinto-o próximo, quase palpável. O tempo é um bem precioso que não posso mais desperdiçar. O momento é de trabalho árduo, de dedicação para finalizar todos os meus projetos pendentes.

           Revivo as experiências do passado, buscando nelas o amparo da racionalidade para enfrentar os problemas que surgem de última hora. Sinto duas forças dentro de mim: uma me impulsiona a atingir metas e propósitos, enquanto a outra anseia pela harmonia e o aconchego das relações conhecidas. É como se a fome se unisse à vontade de comer.

           Já estou na fase crepuscular da vida, peço que tolere essa minha hesitação toda! A "idosofobia" não tem lugar aqui. Com a mente voltada para o futuro próximo, só me resta deixar as correntes cósmicas me levarem até ele. Agora, mais nada a fazer, só deixar que tudo caminhe de acordo com o que foi programado pelo destino.

            Penso no amanhã como algo mágico que em breve se tornará realidade. Anseio por novidades, não milagres. Vejo o futuro como uma viagem bem-vinda. A Páscoa acabou, não quero mais saber de Papai Noel ou Mula sem Cabeça, só quero colocar o pé na estrada.

            Contudo, conto com a lealdade dos mais queridos e o amor até de quem está longe. Oxalá se rompam para sempre as restrições. "A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia." (Albert Einstein).

            Não preciso ser como muitos, apáticos, sem opinião formada sobre nada, fingindo ser dedicados ao seu trabalho, porém sem qualidade. Como pode uma pessoa sem conjectura ser diligente? Só hoje, percebi que o futuro está realmente em movimento, e eu gosto de ser essa "metamorfose ambulante", quanto mais me aproximo do amanhã mais ele foge para mais um passo além de mim.

           Percebi pelos acontecimentos estranhos desta segunda-feira, porém foram muito importantes, em todos os aspectos. Por isso, não quero deixar passar as oportunidades que me forem oferecidas e vou ficar de bem com todos nesta semana, custe o que custar. A meta é procurar me fortalecer, cuidando da saúde e deixando minha vida mais organizada.

           No trabalho, estou na equipe. Sei que preciso de pulso firme, coragem e visão ampla para contornar imprevistos. Que venham as cobranças e conturbações dos dominadores.

           E assim, me vejo refletido no drama do eu-lírico deste poema a seguir que julgo ser próprio para fechar esta crônica de minha futuridade.

FUTURO
Chillot

Dou ideia de venturo
Pois só encontro muro
Como saio do seguro
Se existe o surro

Sei o que é recinto
Mas estou faminto
O que é preciso
Para ser distinto

Vou ir no bufão
Mas que instigação
Preciso de um pão
Me ofereceu determinação

Fui na frente
Com a minha mente
Preciso de uma lente
Não consigo ver gente

Desejo ficar
Mas queriam me jogar
Vou me elevar
E assim povoar


Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 24/03/2017
Reeditado em 08/09/2018
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sábado, 1 de setembro de 2018

O PALCO DA EDUCAÇÃO: DESAFIOS E DESCOBERTAS DE UM PROFESSOR (“Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem.” - Karl Kraus.)


O PALCO DA EDUCAÇÃO: DESAFIOS E DESCOBERTAS DE UM PROFESSOR (“Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem.” - Karl Kraus.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Aqui estou eu, um professor, a narrar as minhas experiências no mundo da educação. Lembro-me de um dia em que apliquei uma prova aos alunos do ensino fundamental. No entanto, mesmo após o término do tempo marcado para a prova, os alunos não puderam sair, apesar de ser o último horário. Questionava-me se a coordenadora era realmente amiga do professor, pois parecia não querer facilitar o seu trabalho e permitir a concentração dos que ainda não haviam terminado a prova. Os alunos que já terminaram, ao invés de se ocuparem com outra coisa, aproveitando o tempo, preferiam conversar e distrair os demais. A coordenadora, ingênua e sem autonomia, temendo a descoberta da secretaria, ordenou-me que eu resolvesse o problema aplicando outra atividade aos que já haviam terminado, para mantê-los ocupados. No entanto, eles estavam cansados e querendo sair mais cedo, tornando-se improdutivos em qualquer atividade proposta.

Enquanto eu tentava controlar esses alunos apressados, deveria estar orientando os que ainda estavam a fazer a prova ou valorizando o silêncio. Parecia-me que, para a coordenadora, a sua função era eliminar os problemas no seu turno, evitando a movimentação, sem se preocupar com a construção do aprendizado ou a fluência na sala, forçando uma situação antididática para se mostrar no controle.

Também vivenciei incoerências no combate ao preconceito linguístico nas dependências escolares. Não faz sentido estudar a língua padrão se não a usamos no dia-a-dia. Por que a escola a ensina, se não precisamos aplicar o que aprendemos lá?

No fechamento dos bimestres escolares, percebi uma incongruência. O aluno entra na fila para mostrar ao professor o caderno sem atividades prontas, numa tentativa de suborno ou de enganar. “Joãozinho sem braço” parece-me que também não tem cabeça!

As inconveniências se repetem. O aluno falta à aula, faz-se a chamada para constatar o fato, e temos que registrar o motivo da falta. Então o aluno mente para não ter que se submeter ao ridículo, não querendo dizer que estava com disenteria para a classe toda. Uma atitude antiética e sem profissionalismo.

É uma grande inconsequência ser coordenadora em um turno e professora em outro na mesma unidade escolar. Parece que são duas pessoas. Primeiro, é coagida a se mostrar forte, “sabichona” e controladora, disfarçada de professora é a coordenadora; já enquanto professora concursada, finge ser amiga dos colegas, chegando a falar mal do coordenador deste turno, no qual ela funciona como professora.

A maioria dos contratos temporários da educação tornar-se-á efetivo, fase da vingança pelo cabresto curto e de quando explorado pelo sistema. A desconexão, nesse caso, é o diretor beneficiado pela submissão do pró-labore não permanecer para assumir suas consequências. Aí fica valendo o dito popular: “Quem casa com a viúva assume os filhos”. Essa é a sina do outro diretor interventor.

A maior discrepância é a escola obrigar o professor a devolver a prova corrigida para o aluno, sendo esta um documento a favor do professor, que terá de justificar a nota ao aluno, visto que este sempre duvida da honestidade do professor e o questiona.

Agora, olhando para trás, vejo que cada experiência me moldou e me fez crescer como educador. Aprendi que, por mais desafiador que seja, é importante manter a ética e o profissionalismo. E, acima de tudo, é essencial lembrar que estamos ali para construir o aprendizado e não apenas para resolver problemas. A educação é uma jornada, e cada passo conta. E, como professor, tenho o privilégio de fazer parte dessa jornada.


sábado, 25 de agosto de 2018

PERDOAR NUNCA, ESQUECER JAMAIS ("Se um pedido de desculpas tivesse o poder de absolver todos os transgressores jamais em minha vida perdoaria a quem perdoa." — David Saleeby)



Crônica

PERDOAR NUNCA, ESQUECER JAMAIS ("Se um pedido de desculpas tivesse o poder de absolver todos os transgressores jamais em minha vida perdoaria a quem perdoa." — David Saleeby)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Caminhando pela estrada sinuosa da vida, carrego comigo as palavras de Ana Carolina: “E quando eu finjo que esqueço, eu não esqueci nada.” Como professor, sinto uma raiva crônica daqueles que me prejudicaram, me perseguiram e me maltrataram. Nunca planejei vingança, pois acredito que não vingar é uma forma de matá-los de desprezo, sou confiante na lei do retorno. Porque, perdoar é se permitir ser enganado e ofendido novamente, até setenta vezes sete é muita ingenuidade. 

           Lembro-me de uma mãe que foi me denunciar à diretora, porque me viu tomando uma cerveja zero álcool a caminho da escola. Não sei se ela gosta muito de mim querendo me purificar ou me sujar mais ainda dificultando meu trabalho. Ela não sabia que esse tipo de bebida não faz mal, estudou pouco; é alimento, ou ela queria apenas se mostrar superior, prejudicando também minha reputação. Então, potencializada com o apoio da diretora e coordenadora, fui punido, e isso consta na escola em uma ata assinada por mim, sobre essa repressão.

           Neste parágrafo meu foco é essa mãe denunciante visto que foi minha aluna na EJA e trabalhava no mercadinho em que comprei a latinha. Colhi essa malquerença por não ensiná-la bem, ela não queria aprender, apenas dizer que tinha amigas formadas. Agora, mesmo querendo perdoá-la, é mais forte minha promessa de jamais esquecer suas ofensas. Estou tentando lhe compreender. Estou até disposto a protelar o máximo possível meu julgamento, fingirei meus lamentos por não ter lhe ensinado nada significativo para a sua vida, pois a maioria dos alunos da EJA só quer diploma. E semana após semana torno a pensar nela com uma maldição pronta nos lábios.

           Mas, neste final de semana natalino, quero por um momento, esquecer-lhe como representante de todos os meus problemas, ser um pouco mais otimista e me inspirar no nascimento do Messias. Sei que todos esperam atitudes firmes, independentes e assertivas de mim como professor, mas prefiro parecer fraco. “O contrário do amor não é o ódio, e sim a indiferença. Quem “odeia” está mais envolvido do que supõe…” (Martha Medeiros). Sim, muito envolvido por não querer lhe esquecer pelo que sofri.

           Termino esta crônica com as benditas palavras de Simone de Beauvoir: “Não se pode escrever nada com indiferença.” E assim, caminho pela estrada da vida, carregando as lições aprendidas com ódio, as feridas abertas e pouca esperança de um amanhã melhor. Porque no final, somos todos professores e alunos na escola da vida.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 11/03/2017
Reeditado em 25/08/2018
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sábado, 18 de agosto de 2018

A Jornada de um Professor em Busca de Sentido ("Quando se percebe que tudo é uma piada, ser O Comediante é a única coisa que faz sentido." — Eduard Blake, o Comediante em Watchmen)



Texto

A Jornada de um Professor em Busca de Sentido ("Quando se percebe que tudo é uma piada, ser O Comediante é a única coisa que faz sentido." — Eduard Blake, o Comediante em Watchmen)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Era uma vez, um professor que, cansado de ser desrespeitado, aprendeu a desrespeitar. Ele se tornou politicamente correto, valorizando nos outros o que não fazia sentido. Ele seguia todas as inovações ditadas por técnicos da secretaria da Educação em busca do bônus. Sua consciência já não doía mais. Ele se sentia comprado por preço de banana. Os alunos também se venderam pelo lanche e notas boas: nisso eram iguais.

Os que o mantinham o obrigavam a fazer coisas sem sentido, então agora ele era sem sentido. Talvez fosse sem sentido, ele desejar que você o amasse, sabendo que ninguém é sempre digno de amor verdadeiro. O que fazia sentido não dignificava tanto. Por que ele haveria de confiar em alguém que queria tirar vantagem sobre ele? Ele sabia que não existia justiça na guerra, todavia ela era o celeiro da paz. Isso também não fazia sentido. Greve de professor também não fazia sentido, ninguém tinha prejuízo, depois repunha. O imbecil sempre foi ele perseguindo a coerência. “A coerência é a virtude dos imbecis.”(Oscar Wilde)

Não fazia sentido prova de recuperação a alunos que desperdiçaram as oportunidades normais de seu curso! O aluno com média mínima para passar era dispensado da tal recuperação, podendo ostentar um histórico medíocre, enquanto o aluno aproveitador das chances exageradas do sistema educacional apresentaria notas mais altas no final de Ensino médio. Essas e outras injustiças aos bons alunos não passariam impunes, e o sistema teria de mentir duas vezes para sustentar a primeira mentira. Ainda havia quem chamasse essa improdutividade de critérios! E não passava de uma explosão em cadeia, enfeitando os retestes sobre o que só se parecia inovação. Sobretudo o amassar barro não levava a nenhum lugar.

Aí, ensinou-lhe Harvey Specter: “Ajuste sua estratégia com base na observação das reações emocionais das pessoas.” Agora parecia que tudo já fazia sentido, ver os clientes felizes era o que importava, mesmo que fossem os viciados em atenção, fazendo uma gracinha para lhe arrancar o último fio de esperança sem que ele percebesse. Se eles estavam felizes, ele continuava preenchendo diários de classe eletrônicos, planilhas e relatórios justificando-os como quem costura um remendo novo em uma roupa velha. Voltar ao passado também não fazia sentido. O que se abandonava não servia mais. Que se fizesse no sistema educacional somente o que fazia sentido.

Ele queria fazer sentido para a comunidade, pois procurava ver que sua atividade não era somente uma fonte de renda, mas que também contribuía para a sociedade em que vivia. Ele podia até ser um professor, mas estava disseminando um conjunto de coisas que faziam o mundo ser o que era. Ele sabia que tinha importância sim. E digam o que quisessem, ele não se deixaria levar por superficialidade.

Este dia, foi-lhe favorável aos estudos e nas relações com superiores, então ele estava aproveitando bem. Ser metamorfoseado lhe interessava muito. “O mundo está aos meus pés e as coisas fora do meu alcance.” (Wesley DAmico). Se eliminarem a coerência, os eventos passam a fazer sentido! Isso valia para as entidades tradicionais: família, igreja e escola.

E assim, ele continuou sua jornada, um professor em busca de sentido, navegando pelas águas turbulentas da educação, lutando contra a corrente, mas sempre com a esperança de que, no final, tudo faria sentido. Porque, no final das contas, o que realmente importa não é o destino, mas a jornada. E a jornada de um professor é sempre cheia de desafios, mas também de recompensas inestimáveis. Porque, no final das contas, o que realmente importa é a diferença que fazemos na vida dos outros. E isso, meus amigos, faz todo o sentido do mundo.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/03/2017
Reeditado em 18/08/2018
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sábado, 11 de agosto de 2018

ESTADO DE APOSENTADORIA ("Quero conhecer o mundo expansivo que há dentro de mim." — Lorrana Guimarães)



Crônica

ESTADO DE APOSENTADORIA ("Quero conhecer o mundo expansivo que há dentro de mim." — Lorrana Guimarães)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje, acordei com uma energia diferente. Como diria Arthur Schopenhauer, “O extrovertido é o ser que não suporta o tédio de ficar consigo mesmo”. Decidi, então, alimentar meu blog e atualizar minha conta do Facebook. Afinal, quem não arrisca, não petisca, certo?

            No entanto, uma inquietação me assaltou. Será que estava me expondo demais? A internet é um palco aberto e todos têm direito à fala. Mas, como Valter Marinho bem colocou, “Se você for comunicativo e educado você pode até não ter nada, porém você tem tudo!”.

           A cada semana, tento seguir o conselho de Rosângela Aparecida Ribeiro: “Seja afável com aqueles que precisam de seu afago, você vai ver que a recíproca será dobrada”. Mas, como equilibrar isso com a sabedoria de Benjamin Franklin, que diz: “Seja cortês com todos, sociável com muitos, íntimo de poucos, amigo de um e inimigo de nenhum”?

           Nesse momento de reflexão, percebi que estava me tornando mais flexível para os prazeres da vida e atividades sociais. Estava pronto para enfrentar o novo começo… Não queria receber fluidos ruins; nesta fase, queria ter apenas coisas boas, planejadas e grandes.

            Decidi, então, abrir-me para as pessoas que se aproximavam, afinal, como disse Mestre Arievlis: “Ser carismático é influenciar pessoas e ambientes onde estão de uma forma natural e agradável. Carisma não é uma conquista, é um talento, você nasce ou não assim”. Queria novos amigos, minha vida andava meio monótona. A união de novos esforços sempre traz prosperidade e alegria…

            E assim, encerro essa crônica, lembrando as palavras de Janes Fidélis Tomelin: “Na Luta, na Labuta, na Tributa; Ligeiro, lépido e fagueiro.” Que venha a próxima temporada!

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 08/03/2017
Reeditado em 11/08/2018
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sábado, 4 de agosto de 2018

ATOR SOCIAL ("A 'Aparência' costuma bailar entre a verossimilhança e a fidedignidade. Certifique-se!" — Marcelo Mainardi Martinuzzi)



Crônica

ATOR SOCIAL ("A 'Aparência' costuma bailar entre a verossimilhança e a fidedignidade. Certifique-se!" — Marcelo Mainardi Martinuzzi)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Eu sempre achei que a verdade é uma questão de perspectiva. Cada um tem a sua, moldada pelo seu egoísmo, seus medos, seus desejos. Por isso, quando vejo alguém pintando a cara, sei que ele está se revelando, sem máscaras, sem filtros. E quando vejo alguém se escondendo na escuridão, sei que ele está se protegendo, sem coragem, sem confiança.

            Eu não sou diferente. Eu também tenho a minha verdade, a minha versão dos fatos, a minha forma de ver o mundo. E eu também tenho medo de me expor, de me mostrar, de me arriscar. Mas, eu também tenho vontade de viver, de falar, de ser salvo. De ser louco, como dizia Kerouac, de queimar como uma vela amarela, de explodir como uma aranha.

            Por isso, às vezes, eu tomo decisões importantes, que mudam a minha vida, que me fazem crescer, que me fazem sofrer. Decisões que me obrigam a olhar para os fatos, para a realidade, para a razão. Decisões que me fazem deixar de lado o sentimentalismo, o drama, o vulgar. Decisões que me fazem buscar a dignidade, a competência, a leitura.

            Mas, eu não sei se essas decisões são as certas, se elas me levam para onde eu quero ir, se elas me fazem feliz. Eu só sei que elas são as minhas, e que elas refletem a minha verdade. E eu só posso compartilhar essa verdade com você, sem esperar que você concorde, sem esperar que você me entenda, sem esperar que você me aconselhe. Eu só posso oferecer a minha verdade, em troca da sua. E quem sabe, assim, nós possamos nos aproximar, nos conhecer, nos respeitar. Quem sabe, assim, nós possamos ser mais humanos.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/03/2017

Reeditado em 04/08/2018
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quinta-feira, 26 de julho de 2018

MEU CARNAVAL RECLUSO ("Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito..." — William Shakespeare)


MEU CARNAVAL RECLUSO ("Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito..." — William Shakespeare)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Não sou daqueles que se jogam na folia sem pensar nas consequências. Prefiro ficar em casa, assistindo aos desfiles pela televisão, enquanto me distraio com os meus próprios devaneios.

Lá fora, o carnaval está a todo vapor, ao vivo. As pessoas se divertem, se arriscam, se envolvem. Parece que tudo é permitido nesses dias de festa. Mas, eu não me sinto tentado a participar dessa loucura coletiva. Não vejo graça em me fantasiar, beber, dançar e depois me arrepender. Prefiro ficar na minha, reclamando da vida, esperando que o tempo passe suavemente. Talvez eu esteja perdendo algo que a vida tem a me oferecer, mas não consigo me animar com o Rei Momo.

Quando tudo isso acabar, sei que muitos vão se deparar com problemas reais, causados pela imprudência e pela irresponsabilidade. Vão ter que lidar com as consequências do carnaval, que podem ser graves. Espero que tenham maturidade e juízo para enfrentar essas situações. Eu, por outro lado, vou sair do meu casulo, sem culpa nem remorso. Apenas enganei as minhas carências emocionais, sem gastar mais do que podia, sem me expor mais do que devia. Talvez isso me renove o espírito para a semana normal que se inicia.

Quero me envolver com as pessoas que me cercam, colaborar com elas, compartilhar com elas. Mesmo que não tenha vivido nada de emocionante, não tenho peso na consciência. Fiz o que achei melhor para mim. Não sou nem sábio nem louco, sou apenas diferente. Por isso, aceito as suas críticas, mas não me deixo influenciar por elas.

Acho que cada um tem o direito de escolher como quer viver o carnaval. Respeito quem gosta de se divertir à sua maneira, mas também peço respeito pela minha escolha. Não sou contra o carnaval, reconheço o seu valor cultural e social. Admiro a criatividade dos enredos, o esforço dos sambistas, o benefício do turismo. Mas não é a minha praia.

Prefiro a tranquilidade do meu lar, a liberdade do meu pensamento, a sabedoria do meu silêncio. Não me sinto isolado nem rebelde, apenas diferente. E isso me faz feliz.


sábado, 7 de julho de 2018

BUSCANDO NOVIDADES ("Viajar é mudar o cenário da solidão." — Mario Quintana)



Crônica

BUSCANDO NOVIDADES ("Viajar é mudar o cenário da solidão." — Mario Quintana)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


           Aqui estou eu, em um sábado abençoado, observando as transformações que se desenrolam ao meu redor. A mudança chegou, e não há como impedir que o futuro se estabeleça. É difícil para mim aceitar a velhice, mas o tom do momento é me desapegar do passado e deixar o tempo seguir seu novo curso. Talvez o prazer da intimidade esteja me esperando! Anseio por essa nova solidão! Todos os sábados foram calorosos, bons para estar com amigos e entes queridos, mas desta vez, quero nutrir meu coração com coisas da alma. Seu carinho é importante para mim, sim, mas dispensável se você não me acompanhar.

           Estou fugindo dessas reuniões pedagógicas aos sábados, que chatice! Já sei tudo o que vai acontecer: a coordenadora clamando por mudança e os assistentes agarrados à zona de conforto. Sempre entendi que mudar não significa desistir ou perder. Compreendo que em muitos momentos é preciso deixar as mudanças acontecerem e permitir que elas se estabeleçam sem maiores complicações. Se eu pudesse colaborar para que essas mudanças fossem menos traumáticas, eu o faria, mas o melhor é permanecer calado nesses eventos de teorias viciadas. É o melhor que posso fazer. Os ciumentos não me deixam me aventurar! Não quero brigas, defendendo cegamente meus interesses para não desvalorizar minha capacidade argumentativa. As atividades em equipe só funcionarão melhor quando todos estiverem em movimento rumo ao novo.

           Por isso, nos meus sábados, nem pisarei em escola alguma. Vou dedicar-me a estruturar as mudanças necessárias para o desenvolvimento dos meus projetos particulares. Estarei sozinho, mas mais vigoroso do que o normal. Ficarei atento para não fazer mudanças muito drásticas que não possam ser absorvidas pelas pessoas. O destaque aqui são os assuntos do coração: estou tentando cultivar um amor incondicional. Tenho vontade de mergulhar fundo no infinito. Meus sonhos e pressentimentos me dão direção, e o resto fica para trás. Estou ligado!

E assim, encerro minha crônica de sábado, reflexo de quem viveu os acontecimentos descritos e transmitindo uma mensagem impactante aos leitores: a mudança é inevitável e necessária, e devemos abraçá-la com coragem e determinação.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 26/02/2017

Reeditado em 07/07/2018
Código do texto: T5924309 
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terça-feira, 3 de julho de 2018

COMEDIMENTO ("A experiência traz comedimento, a sabedoria o bom discernimento.” — Luciano F. Aschkar)



Crônica

COMEDIMENTO ("A experiência traz comedimento, a sabedoria o bom discernimento.” — Luciano F. Aschkar)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

              Hoje, sinto-me como um guerreiro em uma batalha de ideias. Tenho que usar a minha razão para enfrentar os obstáculos que este dia me apresentou. Quero fazer as escolhas certas, sabendo que elas definirão o meu futuro.
            A vida é um labirinto de situações que exigem a nossa sabedoria. Não posso me deixar levar pelas emoções que podem me levar a erros. As paixões, por mais sedutoras que sejam, não devem guiar o meu rumo; é a razão que deve ser o meu norte.
           Neste momento, avalio os projetos que fiz, os objetivos que quero alcançar. Não posso me conformar com o conforto, esperando que o reconhecimento dos outros venha até mim. Sou eu quem deve celebrar antecipadamente, pois sei que as oportunidades surgem para aqueles que têm planos bem feitos e persistem em sua busca.
           E, quem sabe, no meio de toda essa busca constante por sucesso e reconhecimento, talvez o amor me surpreenda. Por que não? O destino, afinal, é um mestre em nos dar surpresas inesperadas.
            Hoje, lembrando que tudo tem o seu tempo, entendo que as amizades verdadeiras duram, mas as pessoas vêm e vão em nossas vidas. E assim, deixo ir aqueles que escolhem outro caminho, sem mágoa. Não sou egoísta a ponto de prender alguém que já não quer ficar comigo.
           Neste momento, minha alma busca um refúgio, um espaço íntimo onde a beleza e a ordem sejam soberanas. Quero me envolver por um ambiente que me convide à paz, que acalme o meu pensamento agitado.
           A partir de agora, comprometo-me a buscar a tranquilidade e a paz, começando por me reconciliar comigo mesmo. Depois, estenderei essa paz a todos que me acompanham diariamente. Sei que para viver em harmonia com o mundo, só preciso dar mais dois passos: cuidar da minha saúde física e manter a mente aberta. Com esses dois pilares, minha segurança pessoal inspirará aqueles ao meu redor.
          Assim, hoje, com determinação, sigo cuidando da minha saúde e do meu lar, fortalecendo-me para enfrentar as adversidades com inteligência e serenidade. Pois é na tranquilidade que encontramos a chave para viver plenamente, em paz conosco e com o mundo ao nosso redor.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 25/02/2017
Reeditado em 03/07/2018
Código do texto: T5923471 
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