"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 13 de janeiro de 2019

A CRÔNICA DO ESTUDANTE NOTURNO ("Mudar algo por fora esconde o entulho do desmoronamento que há por dentro."— Douglas Rodrigues da Silva).



Crônica

A CRÔNICA DO ESTUDANTE NOTURNO ("Mudar algo por fora esconde o entulho do desmoronamento que há por dentro."— Douglas Rodrigues da Silva).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era quase meia-noite quando me sentei à mesa da cozinha, o caderno de anotações aberto à minha frente. As palavras pareciam dançar diante dos meus olhos, uma valsa de letras e números que zombava da minha exaustão. Ergui o olhar para o relógio na parede - eram quase 23h. Suspirei profundamente, lembrando-me de como havia chegado àquela situação.

Tudo começou quando decidi abandonar os estudos regulares pela manhã ou à tarde. A "farra do boi", como costumavam dizer, havia me seduzido com suas promessas de liberdade e descompromisso. Afinal, pensei, seria mais vantajoso esperar até atingir a idade mínima requerida e, então, retornar à escola noturna para concluir o Ensino Médio rapidamente. Um tropeço, como dizia Thomas Fuller, poderia evitar uma queda maior.

Ah, como fui ingênuo! Não demorou muito para que eu percebesse o quão árduo era conciliar os estudos com o trabalho. As noites se arrastavam intermináveis, enquanto eu lutava para manter os olhos abertos diante de equações e textos infindáveis. Meus colegas de turma, uma coletânea de almas cansadas e sonhadoras, compartilhavam do mesmo fardo.

Lembro-me de um deles, José, um rapaz cuja paixão pela mecânica o impulsionava adiante. Ele me confidenciou certa vez: "É melhor pingar que faltar, meu amigo. Cada gota de suor hoje é uma gota de liberdade amanhã." Suas palavras ecoavam em minha mente, uma lembrança constante de que o sacrifício presente traria recompensas futuras.

No entanto, não pude deixar de questionar o sistema que nos colocava nessa situação. Educação de Jovens e Adultos (EJA) até mesmo os Simulados ofereciam atalhos tentadores, mas eu não pude evitar de perguntar: será que esses esquemas realmente nos preparavam para a vida? Ou seriam apenas bandeiras brancas erguidas por uma sociedade que negligenciava sua própria juventude?

À medida que os meses passavam, comecei a perceber as rachaduras no sistema educacional. Políticopedagogos, embora bem-intencionados, careciam do conhecimento técnico necessário para guiar nossas vidas acadêmicas. E aqueles que deveriam zelar pelo nosso bem-estar muitas vezes pareciam mais preocupados em "tapar buracos" do que construir um futuro sólido.

Foi então que as palavras de François Rabelais ressoaram em minha mente: "Ciência sem consciência não passa de ruína da alma." E José Octávio Alves Ferreira Fantinato, com sua sabedoria crua, acrescentou: "Inversão de valores antes. Valorização do invalorizável agora. Involução em breve."

Enquanto folheava as páginas gastas do meu caderno, percebi que essa jornada não era apenas um desafio acadêmico, mas uma luta por valorização e respeito. Nós, os estudantes noturnos, éramos os guerreiros silenciosos, lutando contra a maré da negligência e da incompetência.

E, no final das contas, talvez essa fosse a maior lição de todas: a educação não é apenas um meio de adquirir conhecimento, mas também um campo de batalha onde travamos a luta por um futuro melhor. Como disse Junior Santos, "O declínio moral de uma pessoa, nada mais é do que a imagem concreta de suas más condutas." Era hora de elevar nossos padrões e exigir mais de nós mesmos e daqueles que deveriam nos guiar.

Fechei o caderno, determinado a continuar lutando. Porque, no final, cada gota de suor, cada noite mal dormida, era um passo em direção à liberdade verdadeira – a liberdade de sermos valorizados, respeitados e ouvidos. E essa batalha, meus amigos, era uma que valia a pena lutar.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. O autor do texto narra sua experiência como estudante noturno. Quais desafios ele enfrenta ao conciliar estudos e trabalho?

2. O texto menciona a "farra do boi" como um atrativo que o levou a abandonar os estudos regulares. Que críticas o autor faz a essa cultura e quais consequências ele observa em si mesmo e em seus colegas?

3. O autor cita a frase de José: "É melhor pingar que faltar, meu amigo. Cada gota de suor hoje é uma gota de liberdade amanhã." Que reflexões essa frase provoca sobre o papel do esforço individual na busca por um futuro melhor?

4. O autor questiona a eficácia de atalhos como a EJA e simulados. Quais críticas ele faz ao sistema educacional e que alternativas ele sugere para uma educação de qualidade?

5. O autor cita autores como Rabelais e Fantinato para embasar suas reflexões. Como essas citações contribuem para a construção da argumentação do texto sobre a importância da educação e da luta por um futuro melhor?


sábado, 5 de janeiro de 2019

PRESSÁGIO ("Previsão para luta: Dor" (Rocky Balboa).



Crônica

PRESSÁGIO ("Previsão para luta: Dor" (Rocky Balboa).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Aqui estou eu, um professor em meio a um sistema educacional que parece estar se desmoronando. Vejo o dia se aproximando, um dia em que, para fechar as notas bimestrais, terei que pedir permissão ao aluno. Parece absurdo, não é? Mas, como Mário Pereira Gomes disse uma vez, "As profecias são enigmáticas para que o sentido delas só seja descoberto depois que o vaticínio se cumprir."

Esta profecia, no entanto, já se tornou realidade. Os alunos, percebendo o poder que têm, trazem seus pais à escola, pais que não hesitam em fazer um escândalo para defender os interesses de seus filhos. Eles se articulam com a Secretaria de Educação e conquistam o direito de fazer o que quiserem. Como Albert Einstein sabiamente colocou, "É urgente eliminarmos da mente humana a ingênua suposição de que seja possível sairmos da grave crise em que estamos mergulhados, usando o mesmo pensamento que a produziu."

E assim, nós professores, pressionados por todos os lados, nos vemos obrigados a dar tantas chances quanto necessárias para resolver a situação de forma favorável a ambas as partes. "Por que decidiu pelo magistério, se suas notas são ótimas", me perguntam. "Os pais são a parte mais difícil do trabalho do professor", respondo.

Com ou sem lições, o aluno não sabe mais conquistar... só "ganhar no grito". E assim, justifica-se a existência do pré-conselho de classe para efetivar os arranjos de defesa: Reprovação zero. Erica Gaião disse uma vez que "Amar a si mesmo é o primeiro pressuposto do amor…", mas parece que os alunos esqueceram como conquistar esse amor.

Ao finalizar esta crônica, faço minhas as palavras de Fernando Pessoa: "Acontece-me às vezes, (...) um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de dominá-lo." Mas, como Alexandre Gramsci nos lembra, "Pessimismo no prognóstico é otimismo na ação." E assim, continuamos a tropeçar aqui e levantar ali, na esperança de que, um dia, as coisas possam mudar para melhor.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Crise do Sistema Educacional:

O texto apresenta uma visão crítica do sistema educacional atual, com ênfase na falta de autoridade do professor e no poder excessivo dos alunos e pais. Você concorda com essa visão? Por quê?

Quais fatores contribuem para a crise do sistema educacional brasileiro?

De que forma podemos superar essa crise e construir um sistema educacional mais justo e eficaz?

2. Poder dos Alunos e Pais:

O autor destaca o crescente poder dos alunos e pais na escola, que inclusive pressionam por mudanças nas regras e na avaliação. Qual a sua opinião sobre essa mudança de poder?

Quais as consequências positivas e negativas do aumento da participação dos pais e alunos na vida escolar?

Como encontrar um equilíbrio entre a autonomia dos alunos, o papel dos pais e a autoridade do professor?

3. Pressão por Resultados:

O texto menciona a pressão que os professores sofrem para alcançar bons resultados, mesmo que isso signifique ceder às demandas dos alunos e pais. Você já vivenciou essa pressão em seu ambiente escolar?

Como essa pressão por resultados afeta a qualidade do ensino e a autonomia do professor?

Quais medidas podem ser tomadas para reduzir a pressão sobre os professores e promover uma avaliação mais justa e eficaz do aprendizado?

4. Desmotivação e Cansaço:

O autor expressa seu cansaço e desmotivação com a situação da educação. Você se identifica com esse sentimento? Por quê?

Quais os desafios enfrentados pelos professores no dia a dia?

Como podemos combater a desmotivação dos professores e promover um ambiente de trabalho mais positivo e gratificante?

5. Esperança e Otimismo:

Apesar dos desafios, o autor termina o texto com uma mensagem de esperança e otimismo. Você acredita que é possível mudar a realidade da educação brasileira? Por quê?

Qual o papel do professor na construção de um futuro melhor para a educação?

Como podemos mobilizar a comunidade escolar, pais, alunos e governantes para trabalhar em conjunto pela melhoria da educação?

Reflexão Adicional:

O texto apresenta uma visão complexa e crítica da educação, convidando o leitor a refletir sobre os desafios e as possibilidades de mudança. Quais são seus principais pontos de reflexão após a leitura?

Que tipo de educação queremos para o futuro? Quais valores e habilidades devem ser priorizados na formação dos alunos?

Como podemos construir uma sociedade que valoriza a educação e o papel essencial do professor?


sábado, 29 de dezembro de 2018

ERROS DE QUALIDADE("Se alguém te olha como se estivesse te examinando, não precisas pirar. As pessoas têm formas diferentes de admirar qualidades das outras." (Janilma Lins)



Crônica

ERROS DE QUALIDADE("Se alguém te olha como se estivesse te examinando, não precisas pirar. As pessoas têm formas diferentes de admirar qualidades das outras." (Janilma Lins)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu, professor, em meio ao caos de uma sala de aula. Um aluno, conhecido por sua rebeldia, pediu permissão para ir ao banheiro. A ironia da situação não me escapou. Ele, que normalmente desafiava todas as regras, agora pedia permissão como se fosse o mais educado dos estudantes. Será que estava apenas testando os limites? Ou talvez buscando a negação que tanto ansiava receber dos pais? Ou, quem sabe, apenas querendo interromper a aula mais uma vez?

Lembrei-me das palavras de Paula Oliveira: “Estão testando minha paciência, mas eu estou testando suas persistências!” E assim, esperei, com uma paciência que nem sabia que possuía, que ele cumprisse seus intentos.

De repente, a coordenadora apareceu à porta da sala, interrompendo a aula. Ela me perguntou por que os alunos estavam lá fora. Eu me perguntei, por que ela não perguntou diretamente a eles? Afinal, como disse Tatiana Moreira Alvarez: “Enquanto você me disser o que é certo e o que é errado, você só estará me provando que você não sabe de coisa alguma”. Quem deveria ser o mais interessado no que acontece dentro da sala de aula, senão o próprio estudante?

No entanto, eu estava conformado. Como Waan Oliver disse: “Tudo é uma experiência! Você é a experiência, experienciando você mesmo.” E, apesar de muitas experiências desagradáveis, aprendi com elas. Os erros me assustavam, mas como saber se o erro tem selo de qualidade ou não? Como Márcio Otniel disse: “Se as pessoas que vivem avaliando nossos erros soubessem que também enxergamos os erros delas, talvez fossem mais ponderadas com os erros dos outros.”

Julgar os outros requer muita sabedoria ou muita loucura. Afinal, “Todo mundo é um cientista maluco e a vida é o laboratório. A gente está sempre experimentando, tentando achar um jeito de viver, de resolver os problemas, de se livrar da loucura do caos”, como disse David Cronenberg.

E, para encerrar esta crônica, nada melhor do que as palavras de Allan Kardec: “Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz.” E assim, vivendo e aprendendo, sigo minha jornada, sempre em busca de novas experiências e aprendizados.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Desafios e Dilemas da Sala de Aula:

A crônica apresenta um relato vívido sobre um desafio comum aos professores: lidar com alunos rebeldes. A partir dessa experiência, quais os principais desafios e dilemas que você identifica na vida docente? Como a sociologia pode contribuir para a compreensão desses desafios e para a busca de soluções criativas e eficazes?

2. Autoridade e Autonomia na Educação:

O texto questiona a relação de poder entre professor e aluno, levantando a questão da autonomia do estudante. Como a sociologia contribui para a análise crítica dessa relação de poder? De que forma podemos repensar a dinâmica de autoridade em sala de aula, promovendo uma aprendizagem mais autônoma e significativa para os alunos?

3. Erro e Aprendizagem:

A crônica destaca a importância do erro como parte do processo de aprendizagem. Como a sociologia auxilia na compreensão do papel do erro no contexto educacional? De que forma podemos criar um ambiente de sala de aula que incentive o aprendizado a partir dos erros, sem medo de punições ou julgamentos?

4. Sabedoria e Autoconhecimento:

O texto conclui com a importância do autoconhecimento para a felicidade e o desenvolvimento pessoal. Como a sociologia pode contribuir para o cultivo da autoconsciência e da autorreflexão no âmbito da educação? De que forma o professor pode se tornar um facilitador do processo de autoconhecimento dos seus alunos?

5. A Sala de Aula como Laboratório Social:

A crônica utiliza a metáfora da sala de aula como um laboratório social. Como a sociologia pode auxiliar na análise da sala de aula como um microcosmo da sociedade? De que forma as relações sociais, os conflitos e as dinâmicas de poder presentes na sala de aula podem ser utilizados como ferramentas para o aprendizado sobre a sociedade como um todo?


sábado, 22 de dezembro de 2018

CRESCIMENTO É RENOVAÇÃO ("Toda estabilidade desgasta, morre e mata. Eu diria que até o amor enjoa de amar sempre da mesma forma." — CiFA



Crônica

CRESCIMENTO É RENOVAÇÃO ("Toda estabilidade desgasta, morre e mata. Eu diria que até o amor enjoa de amar sempre da mesma forma." — CiFA

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ainda me lembro da primeira vez que a vi, minha então ex-esposa. Não, ela não está morta, mas presa em uma cadeira de rodas. O medo, que muitos veem como uma fraqueza, faltou-lhe. O medo que, paradoxalmente, nos impulsiona ao crescimento e nos concede a verdadeira liberdade. As palavras do Rei Roberto Carlos, da canção "Fera Ferida", ecoam em minha mente:

```

"Animal arisco

Domesticado esquece o risco...

Eu andei demais

Não olhei pra trás

Era solto em meus passos

Bicho livre, sem rumo, sem laços..."

```

Amo-a como se não fosse minha prisão sentimental, porque será minha última paixão, pois é o mínimo que posso retribuir! Ela é minha fã, e diz que me admira por minha inteligência. Só os inteligentes apreciam a inteligência, por isso também sou seu fã. Mas, antes oprimidos pelo jugo do casamento, algo nos impedia de trocar elogios... Que se dane quem nunca viu ex-cônjuges se elogiarem.

Quando me perguntam por que não estou mais casado com ela, é porque hoje sei, nascemos para ser livres, artistas precisam ser livres. A arte, ah, a arte! Como disse Oscar Wilde, "A arte começa onde a imitação acaba". Neste meu caso, uma esposa convencional me atrapalharia muito pela imposição social. Seria promissor só se fosse "doida" como eu sou pela solidão! "O matrimônio não é a loteria. Na loteria algumas vezes ganha-se." (George Bernard Shaw).

Escrevo esta crônica como quem se encontra num momento de procura. E é verdade, quero entender o comportamento amoroso das mulheres. Quem sabe eu compreenda também o porquê se entregam a um dono! Disse Maquiavel: "Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!" Inspirado vou, "Caminhando e cantando" o doce pecado do adultério para confirmação da liberdade. "Há pecados tão agradáveis que, se os confessasse, cometia o pecado do orgulho." (Sophie Arnould).

Eu confesso: não nasci para viver "amarrado", já experimentei a vida de casado, por duas vezes, era fatigante, eu me completo com a diversidade. O que ganhei já me basta: a certeza que só há uma diferença da prostituta para a mulher casada, esta é mais cara que aquela. Contudo ou por tudo, as experiências em si nunca são de todas más, servem para enriquecer as escolhas vanguardistas e não sei o que diabos é machismo! Para mim, essa acusação é apenas a expressão moderna do nobre vitimismo feminista, elas são livres para serem novidades todos os dias, por que me ignoram e me condenam?

Deus seria injusto demais, vinculando a felicidade das pessoas somente à família, sendo ainda os marginais também filhos de família! O amor verdadeiro substitui perfeitamente a família. Será se quem não tem família está proibido de ser feliz ou precisará se registrar em uma, para tanto? Deus me livre de ser feliz então, se não existissem outras formas novas. Que você não me ache infeliz, sugerindo-me seus métodos de sê-lo. Por que não me ajuda da forma que me faça melhor? Nossos modelos não devem ser duradouros, aliás, eterna felicidade não existe, só momentos alegres. Tudo é rotativo e até devemos duvidar de nossas certezas para haver uma renovação dos conceitos: isso é crescimento e liberdade de expressão verbal e existencial. Se todas as coisas estão em constante renovação, não é necessário a conservação de algumas. Salvação não tem sentido, só a morte...! "O segredo de um relacionamento feliz é cada um ter sua própria individualidade, liberdade, sua independência." (Aurilene Damaceno).

Toda a estabilidade desgasta, mata e morre. Eis a generalização que fugiu da regra! O Senhor tem mais poderes do que os Demônios. Ele nos instrui como usufruir do nosso destino da melhor forma, antecipando e intensificando os prazeres, talvez adiando o sofrimento: a carne é fraca, o Diabo atenta; mas, a vida de solteiro é boa! Eu diria que até o amor enjoa de amar sempre da mesma forma. "O fim da vida não é a felicidade, mas o aperfeiçoamento." — Madame de Staël.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Liberdade e Prisão Sentimental: Uma Contradição em Busca de Respostas?

O autor narra a complexa relação com sua ex-esposa, presa em uma cadeira de rodas. A liberdade, por ele vista como essencial, contrapõe-se à "prisão sentimental" do casamento. Como a sociologia pode nos ajudar a compreender essa dicotomia entre liberdade e amor, considerando as expectativas sociais e as experiências individuais?

2. A Arte Como Símbolo de Liberdade: Uma Fuga da Realidade Conjugal?

O autor cita Oscar Wilde ("A arte começa onde a imitação acaba") e George Bernard Shaw ("O matrimônio não é a loteria. Na loteria algumas vezes ganha-se.") para justificar sua busca pela liberdade através da arte. Como a sociologia pode analisar a relação entre arte e liberdade, considerando o papel da arte na expressão individual e na crítica social?

3. O Comportamento Amoroso das Mulheres: Uma Busca por Compreensão ou Uma Justificativa para o Adultério?

O autor questiona o comportamento amoroso das mulheres, citando Maquiavel ("Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!"). Como a sociologia pode nos auxiliar a compreender as diferentes formas de amor e relacionamento, combatendo estereótipos de gênero e promovendo a igualdade de direitos entre homens e mulheres?

4. Felicidade e Família: Uma Relação Necessária ou Uma Vínculo Limitante?

O autor questiona a ideia de que a felicidade está necessariamente ligada à família, citando Deus ("Deus seria injusto demais, vinculando a felicidade das pessoas somente à família"). Como a sociologia pode nos ajudar a repensar o papel da família na sociedade contemporânea, considerando a diversidade de estruturas familiares e a busca individual por felicidade?

5. Modelos Não-Duradouros e a Busca por Felicidade Eterna: Uma Utopia ou Uma Realidade Possível?

O autor propõe a ideia de que modelos não devem ser duradouros e que a felicidade eterna não existe. Como a sociologia pode nos auxiliar a analisar essa visão crítica dos modelos sociais tradicionais e da busca por felicidade constante, considerando os desafios e as possibilidades da vida em sociedade?

Bônus:

6. A Crônica como Reflexo da Sociedade: Uma Análise Sociológica das Relações Humanas

Realize uma análise sociológica da crônica como um todo, considerando as relações interpessoais, os valores sociais, os desafios da vida em casal e a busca por felicidade individual. Como essa crônica contribui para a compreensão das complexas relações humanas na sociedade contemporânea?

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domingo, 16 de dezembro de 2018

ALUNOS DO NOTURNO OU DAS TREVAS?( "Quanto pior for a qualidade da educação, mais relevante será o papel da psiquiatria no terceiro milenio..." — Augusto Cury)



Crônica

ALUNOS DO NOTURNO OU DAS TREVAS?( "Quanto pior for a qualidade da educação, mais relevante será o papel da psiquiatria no terceiro milenio..." — Augusto Cury)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Agora, todo o ensino médio noturno se tornou "EJA". É muito fácil pegar o atalho, basta ficar para trás na vida escolar. Quando todos estiverem à frente, os retardatários recorrem às brechas da lei, chegam primeiro e, diga-se de passagem, com notas melhores! Seria isso o tal dos dois pesos e duas medidas que a Bíblia tanto condena?

Quando trabalhei na EJA, me diziam que essa modalidade acabaria quando a demanda findasse, era emergencial, mas se oficializou. Não acaba nunca, todo mundo quer se transferir para o turno noturno! Por que fomentar essa concorrência desleal com os tradicionais? O currículo técnico da EJA não é o problema, até curso por correspondência convém, quando é cumprido profissionalmente. Porém, o problema sempre foi atender aqueles que já estão acostumados a não valorizar a academia! Os alunos da EJA não só requerem atenção diferenciada, como fazem questão de mostrar que estão se dando bem, comportando-se arrogantemente fingindo-se de espertos. Esse espírito até seria justificável se houvesse uma seleção rigorosa para ingresso na EJA. Porém, fizeram o que fizeram quando tinham a idade compatível às séries da modalidade regular e agora incorporam oficialmente essa atitude indicadora de aparente inteligência, quando na verdade é só "esperteza". "Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma" - (Bakunin). E uma grande maioria não se cansa de abusos. Se aproveitam que as trevas oferecem maior segurança para os baderneiros, a iluminação é precária no espaço físico da escola, o horário contribui para o uso de drogas e o comércio ilícito.

Nunca devemos esquecer do que disse Ralph Waldo Emerson: "Nenhum grande homem se queixa de falta de oportunidades". Isso é verdadeiro, eu nunca vi faltar vaga de trabalho para "professor"! Porém, já vi muitos alunos que não respeitaram seus professores e nem a escola, não valorizaram seus estudos e hoje continuam sendo mão de obra barata. Mais tarde voltam para a EJA acusando o sistema, dizendo que não tiveram oportunidade, são vítimas da sociedade! Ou ...levianos sociais?

Que se unifique tudo na modalidade regular com deveres e direitos iguais. Senão o fiel da balança ficará sempre torto. Mesmo porque, ao fazer um concurso, a circunstância é igual para todos portadores do diploma exigido.

Há quem pense que essa reformulação do sistema atual se faz necessária devido à singularidade dos estudantes do período que requer mais maturidade e compromisso. Engano, fui professor tanto do matutino quanto do noturno, e a maioria dos da noite se faz mais difícil de trabalhar, não cumprem nem as atividades em classe, têm comportamento mais indisciplinado do que os adolescentes do matutino: ficam fora da sala, faltam muito, conversas paralelas na hora das aulas, fone de ouvido, se ofendem mais e se opõem mais brutalmente às correções do professor, guardam rancor. Enfim, nunca têm tempo para desempenhar os projetos culturais da unidade escolar. Não deveriam ter um atendimento especializado só porque são alunos diferentes em termos de responsabilidade social. Por último, o diploma da EJA deveria ser caracterizado.

Dezoito por cento dos jovens com idade de ensino médio estão fora da escola, diz a mídia. Estariam eles provavelmente, esperando completar a idade requisito da EJA para cumprirem a lei do menor esforço, ou o "jeitinho brasileiro"? Considerando que os professores não ganham o adicional periculosidade ou insalubridade (artigo 193 ou 189 da CLT), o ensino noturno nem deveria existir nas redes públicas, a solução é abrir mais escolas, ainda que estudar é considerado trabalho e não se deve trabalhar três turnos, pois já trabalharam o dia todo.

"Mentes criativas são conhecidas por resistirem a todo tipo de maus tratos". (Anna Freud)

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. EJA: atalho ou oportunidade?

O autor critica a ideia de que a EJA seja um "atalho" para o ensino médio. Quais são seus argumentos contra essa visão?

De acordo com o texto, como a EJA pode ser vista como uma oportunidade para os alunos que não concluíram seus estudos na idade regular?

Você concorda com a crítica do autor à facilitação do ingresso na EJA? Por quê?

2. Desafios do ensino noturno:

O autor apresenta diversos desafios enfrentados no ensino noturno, como falta de disciplina, desvalorização dos estudos e infraestrutura precária. Quais são as causas desses problemas, na sua opinião?

Como esses desafios afetam o processo de ensino-aprendizagem dos alunos da EJA?

Que medidas poderiam ser tomadas para melhorar a qualidade do ensino noturno?

3. EJA e o "fiel da balança torto":

O autor defende a unificação da EJA com o ensino regular, argumentando que isso tornaria o sistema mais justo e equilibrado. Explique essa ideia com suas palavras.

Que desafios precisariam ser superados para implementar essa unificação?

Você acredita que a unificação da EJA com o ensino regular seria benéfica para todos os envolvidos? Por quê?

4. Responsabilidade individual e social:

O autor critica a postura de alguns alunos da EJA que culpam o sistema por suas dificuldades. Qual a sua opinião sobre essa crítica?

De que forma a sociedade pode contribuir para a inclusão e o sucesso dos alunos da EJA?

Que papel os próprios alunos da EJA podem ter na superação dos desafios que enfrentam?

5. O futuro da EJA:

O autor questiona a necessidade do ensino noturno nas redes públicas, defendendo a abertura de mais escolas em horário integral. Quais são os argumentos a favor e contra essa proposta?

Que outras medidas poderiam ser tomadas para fortalecer a EJA e garantir o direito à educação para todos?

Como você imagina o futuro da EJA no Brasil?

Dicas para responder às questões:

Leia o texto com atenção e identifique os pontos principais.

Releia os trechos que abordam os temas das questões.

Utilize suas próprias palavras para responder às perguntas, de forma clara e concisa.

Fundamente suas respostas com exemplos do texto e, se possível, com outras fontes de conhecimento.

Bônus:

Você já teve contato com a EJA, seja como aluno, professor ou familiar de alguém que frequentou essa modalidade de ensino? Se sim, compartilhe sua experiência.

O que você acha que pode ser feito para tornar a EJA mais eficaz e inclusiva?