"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sábado, 30 de julho de 2022

MERCENÁRIOS DO MAGISTÉRIO ("Aos Mestres, todo meu apreço! Aos mercenários toda minha indignação." — Ronei Porto da Rocha)

 


MERCENÁRIOS DO MAGISTÉRIO ("Aos Mestres, todo meu apreço! Aos mercenários toda minha indignação." — Ronei Porto da Rocha)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Alguns docentes abrem mão do "abc" vocacional, tornando-se mercenários da "merreca" que recebem. Há felicidade sim ao amar sua profissão. Dizem que nem relógio trabalha de graça, é bem verdade, o relógio não tem prioridade, apenas trabalha. Quem tem interesse no trabalho dele lhe dá corda com prazer. O professor não é diferente, precisa se alimentar. Porém, não é aceitável um professor rico. Você já viu um rico ensinar outra pessoa a tornar-se rica? Eu nunca vi. O que precisamos ensinar é como sair bem das dificuldades. As dificuldades dos ricos não servem para os pobres.

           Em todos os grupos do Whatsapp das escolas, predominam as mensagens sobre salário. E reclamações de direitos salariais. Aff! Eu reclamo muito, também, não de salário; todavia dos erros metodológicos para melhorar a funcionalidade do sistema, isso implica mais trabalho e responsabilidade; quem reclama de salário nem sempre está pensando na melhora da educação: Quer tirar proveito econômico... "Estão me colocando dentro de uma sala de aula com um giz e um quadro para salvar o Brasil? Não posso, não tenho condições. Muito menos com o salário que recebo (...) Outra coisa que me deixava mal era que, como vereadora, recebia em um mês o que a escola recebia em um ano para funcionar. (...) Durante o período como vereadora continuei recebendo o meu salário de professora. A diferença ficava para o partido e administrávamos coletivamente, apoiando movimentos sociais e estruturando o partido." (Amanda Gurgel). A contradição é:  se o aluno souber que ganha mais do que seu professor não o respeitará, não o escutará. Ser mercenário tornou-se uma necessidade profissional no sistema educacional público.  

           Podem mandar rios de dinheiro para a escola, pode fazer prédios e mais prédios, não melhorará o sistema educacional do brasileiro. O problema é político e insolúvel; talvez seja a falta de educação familiar, ou seja, o maior problema da precariedade das escolas é o aluno sem objetivo, propósito, respeito e disciplina. A Amanda Gurgel mudou o que na  Educação? Que diferença fez? Apenas ficou famosa, e eu nem isso. "Alguns alunos eram pré-adolescentes (6° e 7° anos) e esses eram bem desligados. Nem sabiam de nada sobre mim. Os adolescentes do 8º e 9º anos já eram mais antenados, mas não ficavam falando muito sobre isso… só algumas meninas que gostavam de conversar sobre machismo, mas nada muito intenso. De vez em quando eles diziam que eu era rica porque era uma celebridade! Mas era tiração de onda, eles sabiam que eu nem era rica, nem era celebridade." Amanda Gurgel.  

https://www.thaisagalvao.com.br/2020/11/23/cade-amanda-gurgel-campea-de-votos-em-2012-e-derrotada-com-mais-de-8-mil-votos-em-2016/ (acessado em 30/07/2022).

sexta-feira, 29 de julho de 2022

PROFESSOR NO CONTROLE OU CONTROLADO ("Aquilo que não puderes controlar, não ordenes." — Sócrates)

 


PROFESSOR NO CONTROLE OU CONTROLADO ("Aquilo que não puderes controlar, não ordenes." — Sócrates)

Este ano fui impedido por uma aluna do Ensino Médio de aplicar uma "Palavras Cruzadas" como didática para estudar vocabulário. Grosseiramente me interrompeu: — "O senhor não tem conteúdo da Secretaria de Educação para ensinar, não?" Por minha sorte, uma cópia da base curricular, sugerindo o conteúdo, estava ali em minha pasta, então lhe mostrei, foi como o bêbado entrar na igreja...  

           O aluno escolher o que quer que a escola ensine-lhe, é o mesmo que o paciente determinar ao médico o remédio que quer tomar! O foco dele não é atender a necessidade social, mas o prazer egoísta e imediato de quem sacrifica os outros para se dar bem em tudo. Ou mostrar-se controlador para seu grupo de fãs: foi o que percebi pelos os aplausos que ela ganhou.

            Em outra ocasião anterior, os alunos do 2º ano me denunciaram à coordenadora, dizendo que eu não estava ensinado os conteúdos devidos ao currículo para a série. Ele nem perceberam que uso o livro, pois dias anteriores outro grupo tivera reclamando que uso só o livro adotado pela escola, alegando que não fazia aulas criativas. Se eles de forma alguma sabem o que é ser aluno, também não sabem qual é o papel do professor. A verdade é que tudo na escola urde contra a autarcia do professor, que devia decidir sobre o quê, o quanto e o como ensinar. Contudo o controle o tolhe!


quinta-feira, 14 de julho de 2022

LICENÇA PARA INTERESSE PARTICULAR. ("Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" — Amós 3:3)

 


LICENÇA PARA INTERESSE PARTICULAR. ("Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" — Amós 3:3)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

RECEBA: "Quem é prudente vê o perigo e se esconde, mas os inexperientes vão em frente e sofrem as consequências." (Prov. 22:3). Pedi uma licença para interesse particular, abrindo mão de minha função como professor do ensino fundamental no município em que trabalho por 20 anos. Para o real motivo, faço minhas as palavras de Bob Marley: "Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama. Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer." Estou desqualificado para ensinar a base curricular para os "especiais" que povoam as salas de aula "normais" com uma assistente preparada para cobrar do professor (leva e traz). Não estou compreendendo mais o sonido das trombetas — "Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?"(1Coríntios 14:8 ARC ). Vocês venceram por W.O. (Walk Over): Homofóbicos, racistas, feministas e adolescentes erotizados pelas mídias! Disso me acusam injustamente, só porque penso diferente de vocês: Desrespeitadores que exigem respeito! Minha fonte de orientação é a Bíblia, não maltrato ninguém. Vocês condenam nos outros aquilo que querem eliminar em si próprio e não têm brio moral: é mais fácil jogar a culpa nos outros. Essa é uma transferência dispendiosa, com muitas consequências negativas. O falsário e o desrespeitoso causam trauma em ambos os lados. Medimos os outros com a medida que temos. O etarismo ganhou mais uma vez, e os anciãos tradicionais e "quadrados" pagam o preço pela perspectiva de vida reduzida dos que pregam o "amor", "respeito" e a "igualdade". Na pandemia os professores aprenderam dar aulas com a boca amordaçada, agora terão que usar óculos escuros para evitar olhares maldosos. Disso também me acusaram. O que os semianalfabetos da escola supões é a verdade suprema, sabem até o que o professor pensa, só não querem aprender o que ele sabe das matérias. Logo só mulheres feministas e homossexuais serão bons professores.

O profeta não amaldiçoa ninguém, apenas conhece o Deus que atribui justas consequências e anuncia sua mensagem. O profeta Kacou (Kc 151:19) já previa as consequências para os zombadores de seu ministério. "O que vai acontecer? As pessoas irão falar contra o profeta Kacou Philippe e a sua Mensagem numa casa, num templo, numa igreja, numa mesquita, num veículo, num local de trabalho ou outro, e o Anjo de 24 de abril de 1993 irá atingi-las. Alguns cairão mudos e inconscientes até à morte. Outros serão atingidos pela loucura, cegueira, epilepsia, paralisia e várias doenças que a medicina não conseguirá curar (... O profeta que previu a Covid-19 também está prevendo os sintomas da pandemia para os incompatíveis com o amor ao próximo). Os milagres que as nações precisam são os mesmos milagres que Moisés deu aos Egípcios." Algo semelhante e também significativo já aconteceu no passado, relatado na Bíblia, quando duas ursas mataram 42 meninos por desrespeito e zombaria ao profeta Eliseu, (2 RS 2:23-24). Se sou do Diabo, estou fazendo minha parte educadamente, retirando-me e desocupando o espaço de Deus e dos seus servos; porém, se sou de Deus, e ainda não terminei a minha missão, e forçado pelas circunstâncias, saí. A justiça vai acontecer: circunstâncias ruins não existem sem provocação! Com essa dúvida, entrego-me ao nosso Criador, que faça recair a morte sobre mim, se não estou de seu lado ou se fugindo de Sua vontade. Ao contrário, destrua os afetados causadores desse abandono. É que, às vezes, não se tem outra opção, humanamente falando, só nos resta fugir do perseguidor. Logo, nesse tempo "empoderador", nas escolas fundamentais, só terão mulheres lecionando e/ou escravos de adolescente. (Isaías 3:12).

segunda-feira, 11 de julho de 2022

POPULARIDADE REVERSA ("A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre." — Oscar Wilde)

 


POPULARIDADE REVERSA ("A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre." — Oscar Wilde)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ah, o sucesso! Essa miragem que tantos perseguem como se fosse um prêmio reservado apenas aos poucos capazes de lidar com a fama. E eu, operário da vida, professor do cotidiano, me pergunto: será que estou fadado a ser apenas trabalhador? Essa dúvida me assombra. E você, já se questionou da mesma forma?

Junho chegou com o cheiro de fogueira, as cores das bandeirinhas e a promessa alegre das festas juninas — um convite aos sonhos. No entanto, o dia 3 começou atravessado. Vesti minha calça xadrez, símbolo de uma tradição que me comove e de uma rebeldia que me define, e fui à parada cívica em homenagem ao aniversário de Senador Canedo, minha cidade. No meio do povo, entre alunos, colegas e conhecidos, busquei a simplicidade do convívio. Era “professor pra cá, professor pra lá”, alguns me chamando, outros acenando ou apenas meneando a cabeça — um respeito silencioso a quem, mesmo sem fama, deixa marcas.

Naquele instante, minha vida profissional parecia pulsar com um entusiasmo quase onírico. Mas a beleza se desfez na rigidez da burocracia. Cheguei atrasado, a coordenadora já havia partido, e meu ponto foi cortado nos documentos da escola. A frustração me invadiu. Pensei nas alianças que tantos vangloriam, mesmo quando contradizem o que é justo e ético. Seria preciso abrir o coração à resiliência ou, talvez, fechar os olhos às pequenas injustiças? Há quem diga que, quanto mais nos aproximamos das pessoas certas — e quanto mais afrouxamos nossos princípios —, maiores são as chances de destaque. Mas essa lógica é um abismo que chama outro.

O restante do dia seguiu tenso. Ainda assim, mantive a calma. Meu celular, sempre ligado, vibrava sem cessar. Uma mensagem vazia aqui, outra ali, e eu, com minha estranha generosidade, respondia a todas. Como se esse ruído constante significasse algum progresso. Às vezes me iludo, achando que tudo isso faz parte da busca pela felicidade. Talvez seja ingenuidade. Talvez seja só o lado bom da minha tolice.

Hoje, com mais distância e reflexão, entendo que o verdadeiro sucesso não está no aplauso, na fama ou no ponto registrado no controle trabalhista. Está na capacidade de seguir em frente, mesmo quando o entusiasmo se esvai e a rotina pesa. Reconhecimento não deveria custar nossos princípios. A vida é um emaranhado de expectativas e realidades, e manter-se íntegro já é, por si só, um grande feito. O medo de ser “só trabalhador” talvez nunca desapareça. Mas, se há algo que aprendi, é que o valor do que fazemos está menos na visibilidade e mais na honestidade dos nossos passos. Afinal, a paixão silenciosa com que nos entregamos ao ofício diz mais sobre nós do que qualquer fama barulhenta.



Minha crônica é uma reflexão profunda sobre o sucesso, o trabalho e os dilemas éticos no ambiente profissional, especialmente no contexto educacional. Ela aborda a dicotomia entre o reconhecimento formal e o valor intrínseco do trabalho, além de tocar em questões de burocracia e pressões sociais. Como professor de sociologia, preparei 5 questões discursivas e simples para aprofundar essas ideias:


1 - A crônica inicia com a pergunta: "Será que estou fadado a ser apenas trabalhador?" e questiona a ideia de sucesso atrelado à fama, em vez do esforço no trabalho. Como a Sociologia do Trabalho analisa a construção social do "sucesso" na sociedade contemporânea e de que forma essa concepção pode gerar angústia e insatisfação nos indivíduos que não se encaixam nesse padrão?


2 - O autor descreve o corte de seu ponto por atraso como um exemplo da "rigidez da burocracia" que desfaz o "entusiasmo" profissional. Como a Sociologia das Organizações compreende o impacto da burocracia excessiva nas relações de trabalho e na motivação dos profissionais, especialmente em instituições como a escola?


3 - A crônica levanta a discussão sobre as "alianças" e o "afrouxar os princípios" em busca de destaque, comparando essa lógica a um "abismo que chama outro". Discuta, sob a ótica da Sociologia da Moral e da Ética, os dilemas enfrentados pelos indivíduos em ambientes competitivos e as pressões sociais que podem levar à relativização de valores em busca de reconhecimento.


4 - O texto menciona a interação com o smartphone e as "mensagens vazias" como parte de uma "busca pela felicidade" que pode ser "ingenuidade" ou "tolice". Como a Sociologia da Comunicação e das Relações Sociais analisa o papel das mídias digitais na vida cotidiana e a forma como a constante conectividade pode influenciar a percepção de produtividade, felicidade e realização pessoal?


5 - Ao final, o autor reflete que o "verdadeiro sucesso não está no aplauso, na fama ou no ponto registrado no controle trabalhista", mas na "capacidade de seguir em frente" e na "honestidade dos nossos passos". Como a Sociologia da Vida Cotidiana pode interpretar essa busca por um sentido mais autêntico do trabalho e da existência, em contraposição aos valores materialistas e superficiais que muitas vezes são impostos pela sociedade?

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sábado, 18 de junho de 2022

O Prazer de Ser Pó ("A pena de morte põe fim a pena da vida." — Carlos EDUARDO Balcarse)

 


O Prazer de Ser Pó ("A pena de morte põe fim a pena da vida." — Carlos EDUARDO Balcarse)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Com o tempo, a gente aprende a cair. Não por vontade própria, mas por imposição da vida — essa mestra bruta que ensina arrastando, sem dar explicações. Aos sessenta e cinco, já me vi muitas vezes no chão: de joelhos, de bruços, em silêncio ou aos gritos. Mas nunca em vão.

Dizem que Deus derruba o homem para ensiná-lo a levantar. Não sei. Talvez Ele apenas observe, enquanto outros se apressam para estender a mão e parecer virtuosos. O levantar, quando acontece, não é gesto de fé. É puro instinto de sobrevivência. A alma, mesmo machucada, não aceita permanecer prostrada por muito tempo. Levanta porque precisa, porque o chão é frio demais para abrigar dignidade.

Foi nesse processo de repetidas quedas e levantamentos que compreendi: não há glória alguma em agradecer por gestos obrigatórios. Há quem se orgulhe por cumprir o mínimo, como se fossem enviados celestiais em missão de salvação. Mas, como diz o Evangelho, são apenas servos inúteis, fazendo o que lhes foi ordenado. E nós, os que caem, ainda temos que aplaudir.

Durante anos, aceitei esse teatro. Engoli minha sede de reconhecimento como quem traga uma sopa insossa, servida com arrogância. Chamam de humildade; eu prefiro chamar de resignação forçada. Só que a alma, quando amassa, também fermenta. E foi no silêncio das minhas pausas que comecei a entender que talvez haja uma beleza secreta no desgaste.

Descobri que a morte não é inimiga. É parceira silenciosa da vida, caminham lado a lado desde o nosso primeiro suspiro. Cada prazer carrega um lembrete da finitude. Cada alegria, um convite à despedida. Quanto maior o risco, mais intensa é a sensação — talvez porque o prazer seja, em sua essência, um ensaio do fim.

Hoje, suporto com gosto o desgaste. Porque sei que esse moer-se constante serve a algo maior. Talvez adube a terra onde outro nascerá. Talvez alimente um verso que sobreviva a mim. Talvez marque o chão por onde alguém ainda vai passar, tropeçar, cair — e lembrar que alguém já caiu ali antes, e levantou.

Não há poesia vazia quando se diz que a morte é essencial. É pura constatação. Tudo o que vive caminha para o fim. E tudo o que parte, de alguma forma, retorna. Transforma-se. Resiste. Persiste. Quem vive morre. Quem morre vive. O medo da morte — esse sim — é o motor da vida. E só teme o fim quem ainda não entendeu o prazer de tornar-se pó.

A hora determinada por Deus talvez seja justamente essa: o instante em que razão e fé se cruzam sem se reconhecer. Nesse ponto de interrogação entre o que se entende e o que se crê, a morte se revela não como castigo, mas como prazer supremo. Porque é nela que tudo se dissolve para florescer de novo. A morte é o momento em que o corpo se despede, mas a essência permanece — e volta, não como foi, mas como deve ser.

Como bem escreveu Shakespeare: "Ó doçura da vida: agonizar a toda a hora sob a pena da morte, em vez de morrer de um só golpe." Viver, no fim das contas, é isso — agonizar poeticamente, enquanto a morte ensaia seus passos em silêncio.

Assim sigo. Um passo após o outro, ciente de que a queda virá, hoje ou amanhã. Mas que, quando chegar, não quero lágrimas nem palmas. Quero apenas um silêncio digno — como quem entende, enfim, que viver foi o breve intervalo entre dois sopros. E que ser pó, no fim, é um privilégio.




Minha crônica oferece uma reflexão profunda sobre a vida, a queda, a resiliência e a inevitabilidade da morte, com uma perspectiva bastante particular sobre a dignidade e o significado desses processos. Aqui estão 5 questões discursivas simples, baseadas nas ideias principais do texto:


1 - O autor descreve a queda como uma imposição da vida e o levantar como um instinto de sobrevivência, questionando a interpretação religiosa desse processo. Como a Sociologia analisa as experiências de adversidade e resiliência nos indivíduos, e de que maneira o contexto social e cultural influencia a interpretação dessas experiências?


2 - A crônica critica a vanglória de quem ajuda, contrastando com a ideia de que são apenas "servos inúteis" cumprindo seu dever. Como a Sociologia das Emoções e a Sociologia Moral analisam os sentimentos e as motivações por trás dos atos de ajuda, e qual a importância do reconhecimento e da reciprocidade nas relações sociais?


3 - O autor encontra uma "beleza secreta no desgaste" e vê a morte como uma "parceira silenciosa da vida". Como a Sociologia da Morte e do Luto aborda as diferentes percepções culturais sobre a morte e o morrer, e de que maneira a sociedade moderna lida com a finitude da vida?


4 - A crônica menciona a ideia de que "quem vive morre. Quem morre vive", conectando a morte à transformação e persistência. Como a Sociologia analisa os processos de transformação social e individual, e de que forma a ideia de legado e continuidade se relaciona com a percepção da morte?


5 - O autor cita Shakespeare para ilustrar a "doçura da vida" mesmo sob a pena da morte. Como a Sociologia da Cultura examina a representação da vida e da morte na literatura e em outras formas de arte, e o que essas representações revelam sobre os valores e as crenças de uma sociedade?

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terça-feira, 7 de junho de 2022

Educação: reprovada’, um artigo de Lya Luft

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  • Educação: reprovada’, um artigo de Lya Luft
  • TEXTO PUBLICADO NA REVISTA VEJA DESTA SEMANA Lya Luft Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma pessoa observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim, os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os […]
  • Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 10h47 - Publicado em 13 set 2011, 19h32
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  • Lya Luft
  • Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma pessoa observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim, os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os que me encantam particularmente. Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.
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  • Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”. Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me recentemente que em muitas escolas não se deve mais falar em “reprovação, reprovado”, pois isso pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente. Então, por que estudar, por que lutar, por que tentar?
  • De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos de universidades têm problemas para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. São, de certa forma, analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. Não é alfabetizado quem sabe assinar o nome, mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de alfabetizados é incrivelmente baixa.
  • Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto. Não sabe ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase a metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números. Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.
  • Naturalmente, a boa ou razoável escolarização é muito maior em escolas particulares: professores menos mal pagos, instalações melhores, algum livro na biblioteca, crianças mais bem alimentadas e saudáveis – pois o estado não cumpre o seu papel de garantir a todo cidadão (especialmente a criança) a necessária condição de saúde, moradia e alimentação.
  • Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidenta, é essencial para nossa dignidade. Faxinar a ignorância – que é uma outra forma de miséria – exigiria que nos orçamentos da União e dos estados a educação, como a saúde, tivesse uma posição privilegiada. Não há dinheiro, dizem. Mas políticos aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública gasta nem se sabe direito onde, enquanto preparamos gerações de ignorantes, criados sem limites, nada lhes é exigido, devem aprender brincando. Não lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se não soubéssemos que escola, família, a vida sobretudo, se constroem em parte de erro e acerto, e esforço. Mas, se não podemos reprovar os alunos, se não temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabeça nas salas de aula, como exigir aplicação, esforço, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada um?
  • Cansei de falas grandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já cansou, já desiludiu, já perdeu a graça. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde (para poder ir a escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora isso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.

sábado, 4 de junho de 2022

A BELEZA E A INCLUSÃO SOCIAL ("Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência." — Oscar Wilde)

 


A BELEZA E A INCLUSÃO SOCIAL ("Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência." — Oscar Wilde)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

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