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MINHAS PÉROLAS

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O Fim da Educação? ("Uma sociedade que não se preocupa com a educação de seus jovens, condena a si mesma à ignorância, pobreza e violência." — Mário Quintana)

 



O Fim da Educação? ("Uma sociedade que não se preocupa com a educação de seus jovens, condena a si mesma à ignorância, pobreza e violência." — Mário Quintana)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Uma professora de Curitiba, no Paraná, morreu de infarto dentro da escola. Um caso que, longe de ser isolado, escancara uma realidade assustadora na educação brasileira: ser professor se tornou uma profissão de risco, sinônimo de insalubridade. A violência, o estresse e a desvalorização estão matando os docentes de forma fulminante, por infarto ou agressão, ou gradualmente, sufocados pelo peso diário do ofício. Não à toa, especialistas preveem um enorme déficit de profissionais até 2040. Afinal, quem aceitaria arriscar a própria vida por um salário tão baixo e em condições tão precárias?

A responsabilidade por esse cenário tem nome e endereço: governos que reduzem a educação a meros números e secretarias que maquiam estatísticas. Políticos e gestores, por sua vez, fingem inclusão e valorização em um ambiente de abandono, criando políticas públicas que são uma farsa. A realidade é que não há inclusão de verdade, nem valorização real. O sistema trata alunos e professores como estatísticas, forçando a aprovação de estudantes sem condições de avançar, o que invalida o aprendizado.

As escolas cívico-militares, por exemplo, são apenas mais uma ilusão que maqueia os problemas reais. A disciplina e o respeito não dependem da presença de um militar. Essa é uma solução superficial para um problema que continua intocado: a falta de estrutura, de planejamento e de atenção aos profissionais.

A solução é mais profunda, e eles não querem que você saiba. É preciso reduzir o número de alunos por sala, pois uma sala com 40 estudantes não tem a mesma eficiência de uma com 15. É fundamental garantir a hora-atividade real, pois planejamento exige tempo, estudo e formação. É urgente investir em estrutura mínima — merenda, ventilação e materiais de qualidade — e oferecer acompanhamento psicológico aos professores, exaustos pela sobrecarga e pela pressão constante.

Essas medidas, embora não resolvam tudo, podem devolver dignidade ao ofício e permitir que o ato de ensinar volte a ser sinônimo de vida. É preciso que a sociedade e os governos entendam que, enquanto tratarem professores e alunos como números, a educação brasileira continuará caminhando para a extinção.


https://web.facebook.com/share/r/171YeaMKLo/ (Acessado em 27/08/2025)


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Como seu professor de sociologia, preparei cinco questões simples e discursivas para ajudar a refletir sobre as ideias presentes no texto. O objetivo é que você analise criticamente a relação entre educação, sociedade e o papel do Estado.


1 - O texto afirma que o professorado no Brasil está se tornando uma profissão de risco. Discuta, com base na sociologia do trabalho, quais fatores sociais e econômicos contribuem para essa insalubridade e perigo no ambiente escolar.

2 - A aprovação automática de alunos sem o devido aprendizado é apontada no texto como uma falha do sistema. Analise essa prática do ponto de vista sociológico, explicando como a maquiagem de estatísticas pode mascarar problemas sociais e impactar a formação da juventude.

3 - O autor do texto critica a visão das escolas cívico-militares como solução para os problemas educacionais. De que forma a presença de militares pode ser vista como uma resposta superficial a questões estruturais da educação, como a falta de recursos e planejamento?

4 - O texto sugere que a educação está "caminhando para a extinção". Explique, usando o conceito de instituição social, por que a desvalorização do professor e a falta de investimento podem levar ao colapso de todo o sistema educacional.

5 - Segundo o texto, a solução para a crise na educação passa por medidas como a redução de alunos por sala e o aumento da hora-atividade. Discuta a importância dessas propostas, sob uma perspectiva sociológica, para a qualidade do ensino e a valorização do profissional da educação.

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