"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

MINHAS PÉROLAS

terça-feira, 29 de abril de 2025

O Dia Mundial da Educação ("A influência de um professor é para a eternidade; ele nunca pode dizer onde sua influência para." — Henry Adams)

O Dia Mundial da Educação ("A influência de um professor é para a eternidade; ele nunca pode dizer onde sua influência para." — Henry Adams)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Abril chegou ao fim, e com ele se fez presente mais um 28 no calendário: o Dia Mundial da Educação. Para muitos, talvez apenas uma data simbólica; para mim, ressoa com a força de um chamado antigo, vindo do tempo em que o mundo cabia inteiro no pequeno universo de uma casa e na sabedoria contida em pilhas de cadernos. É um dia que me convida a desacelerar e observar com mais atenção os frutos que a educação silenciosamente cultiva ao longo dos anos.

Foi assim que me vi pensando nele — o filho da professora. Não era um menino extraordinário aos olhos apressados do mundo, mas havia nele uma calma determinada, como se carregasse um legado invisível. Sua história com a educação não começou nos bancos escolares, mas em casa, onde a mãe, professora da rede pública, trazia no corpo o cansaço dos dias e, na alma, o perfume do giz. Ela chegava envolta naquele cheiro inconfundível — uma mistura de papel, lápis e o sentido de que, entre aquelas paredes escolares, algo essencial acontecia.

Eu o vi crescer sob a luz das madrugadas, enquanto a mãe corrigia provas, preparava aulas, e, sem palavras, ensinava a lição mais profunda: a da dedicação. Ele brincava de escola com bonecos alinhados em fila, segurando uma régua, imitando os gestos maternos. Naquele chão simples da infância, vi germinar a semente de um respeito sincero por tudo aquilo que a educação representa. Era a mãe quem repetia, com a firmeza serena das mulheres que educam pelo exemplo: "O conhecimento é o único patrimônio que ninguém pode tirar de você."

Essa herança silenciosa moldou o rumo de sua vida. Lembro-me de quando, já adulto, ele falava sobre o momento em que compreendeu seu propósito. Não buscou cargos de prestígio, nem palcos de notoriedade. Em vez disso, encontrou sua missão ao lado de professores, dentro de salas de aula, em bibliotecas improvisadas, em rodas de leitura no chão da escola. Percorre caminhos, conversa com educadores, escuta os estudantes. Tornou-se formador, multiplicador de ideias, alguém que não deseja fama, mas transformação.

Hoje, quando o vejo em ação, percebo que seu trabalho é um eco daquela infância. Seu foco está em diminuir a distância entre o saber e aqueles que o desejam. Promove oficinas de leitura, desenvolve metodologias, procura despertar nas crianças o mesmo fascínio que um dia o guiou. Em cada rosto infantil que ele observa, há um reflexo da própria jornada — olhos famintos por sentido, curiosos diante do mundo. O ciclo virtuoso que começou com sua mãe se perpetua nele, e, de alguma forma, alcança também quem o acompanha de perto.

Neste 28 de abril, enquanto tantos lembram da data como uma formalidade, ele a vive como um compromisso. O Dia Mundial da Educação, instituído em um fórum com a meta de universalizar o ensino de qualidade, é para ele um chamado diário à ação. Ele sabe que as maiores transformações não vêm, necessariamente, dos altos cargos ou dos títulos sonoros, mas de quem insiste em fazer a diferença onde está. A educação que o moldou, que lhe abriu os olhos e o coração, não pode ser um privilégio de poucos; deve ser um direito inegociável de todos.

É por isso que, enquanto houver nele o sopro da vida e a paixão por essa causa, ele continuará. Em Goiás, ou onde for preciso, lutará para que cada criança tenha a chance de descobrir o poder libertador do saber. Porque a educação, quando toca fundo, faz mais do que mudar destinos — "ela molda almas." E almas moldadas pela luz do saber, ao se iluminarem, inevitavelmente iluminam o caminho dos outros, criando uma corrente de esperança que não se interrompe.

Ao final deste dia, ao observá-lo em silêncio, levo comigo uma certeza renovada: na educação, meus caros leitores, repousa nossa mais profunda esperança de um futuro melhor. Não como uma promessa distante, mas como um compromisso diário, tecido com humildade e coragem. Que a história desse filho de professora, que encontrou na educação não apenas seu caminho, mas seu maior patrimônio, nos sirva de lembrete: investir em educação é plantar, hoje, a semente do amanhã que todos desejamos colher. Um futuro onde o conhecimento seja sempre a chave que abre todas as portas.



Como seu professor de Sociologia, preparei 5 questões discursivas e simples, baseadas nas ideias principais da crônica sobre a educação e o "filho da professora". Elas buscam explorar os aspectos sociais que a história apresenta.


1. O texto enfatiza a influência da mãe professora na infância do filho, mostrando como ele aprendeu o valor do conhecimento em casa. Sob a ótica da Sociologia, qual a importância da família como agente de socialização primária na transmissão de valores e saberes, especialmente em relação à educação formal e informal?

2. A crônica sugere que a educação "moldou o rumo de sua vida" e o levou a encontrar um propósito como formador. Como a Sociologia analisa o papel da educação como um fator de mobilidade social e de construção da identidade e do projeto de vida dos indivíduos?

3. O texto valoriza o trabalho da mãe professora e, posteriormente, do filho como alguém que "faz a diferença onde está". De que maneira a Sociologia compreende a função social dos educadores e de outros profissionais que atuam na área da educação para a transformação dos indivíduos e da sociedade?

4. A crônica defende que a educação "deve ser um direito inegociável de todos". Do ponto de vista sociológico, por que o acesso universal à educação de qualidade é considerado essencial para a redução das desigualdades sociais e para a promoção de uma sociedade mais justa?

5. A história mostra como a dedicação da mãe e a paixão do filho pela educação criaram um "ciclo virtuoso" que ilumina o caminho de outros. Como as ações e o exemplo de indivíduos dedicados podem influenciar positivamente seus grupos sociais ou comunidades, gerando impacto e esperança?

Nenhum comentário: