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" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sábado, 8 de junho de 2013

Educação para a vida


07/06/2013 às 21h41

Educação para a vida

DIÁRIO DA MANHÃ
FABRÍCIO VIEIRA DE MORAES
Na educação contemporânea, a expressão “educar para a vida” tornou-se muito comum. Em um mundo competitivo, com as economias globais em xeque, essa expressão surge como sinônimo do desenvolvimento de competências para o mundo do trabalho, bem como da preparação de jovens para o enfrentamento dos desafios de cenários marcados pela imprevisibilidade e pela transformação.
É verdade. A empregabilidade e a concorrência acirrada nos apontam um novo desafio da escola, que é preparar gerações para a sociedade da informação. Contudo, se essa é uma leitura possível de uma “educação para a vida”, também é igualmente parcial e incompleta.
Formar indivíduos para enfrentar os imperativos do mundo real é muito mais complexo, e temos – como educadores ou como pais – de buscar, cotidianamente, desenvolver todas as condições interdependentes de desenvolvimento pleno da vida.
Temos alguns exemplos concretos, tirados das notícias tristes que nos chegam pelos jornais: incêndios, violência, corrupção, preconceito. Há tanto a mudar, não é? Educar para a vida real, no caso brasileiro, é formar jovens capazes de construir mais rapidamente um país justo, que respeite as leis e abandone traços culturais da informalidade (que frequentemente se transformam em ilegalidade), e uma sociedade mais solidária e consciente da extensão de seus atos e de suas omissões.
Mais polícia, mais fiscalização e mais presídios não tornarão o país melhor. É necessário mais educação, mais jovens conscientes do poder do voto, dos direitos que devem reivindicar e da recusa em conviver com o improviso e com o descaso. Por trás das notícias ruins, há especialmente um país que carece de uma educação cada vez melhor, mais constante, mais democrática, mais completa. Ou seja, tudo isso tem a ver conosco, educadores, em nossas escolas, todos os dias.
(Fabrício Vieira de Moraes, coordenador pedagógico do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva.)

Educai as crianças de hoje para não punir os adultos amanhã


07/06/2013 às 21h38

Educai as crianças de hoje para não punir os adultos amanhã

DIÁRIO DA MANHÃ
NATAL ALVES FRANÇA PEREIRA
Desde a mais tenra idade somos orientados sobre o que é permitido ou não. A formação de um cidadão começa no seio familiar, onde de fato, temos os primeiros ensinamentos que podem garantir o surgimento de futuros homens de bem, dentro dos princípios da integridade e dignidade. Esta é a educação de berço e será complementada com os ensinamentos escolares, estudos e todas as convivências sociais ao longo da vida de um cidadão.
O aumento dos envolvimentos de menores na criminalidade, inclusive com participações em assassinatos bárbaros assusta muito. Esta situação preocupa nossa gente brasileira, que se mobiliza e cobra das autoridades iniciativas visando mudar este quadro. A responsabilidade pela não entrada dos nossos jovens no mundo do crime é de todos: pais, políticos e sociedade em geral. Em alguns casos, o fato de os pais apresentarem baixa renda e passarem grande parte do dia longe de seus filhos pode contribuir para que sejam “adotados” pelo crime, inclusive com finalidade de serem usados como uma espécie de “escudo” para maiores escaparem das punições. O relacionamento com o filho adolescente faz parte de todo um processo que se inicia já nos primeiros anos de vida e que, geralmente, predomina no futuro. A adolescência é uma fase complexa, na medida em que ocorrem inúmeras transformações biopsíquicas somadas à crescente necessidade de autoafirmação e independência em que o adolescente busca expandir seus limites e rechaçar o controle dos pais sobre si. Se o adolescente foi acostumado a ter todos os desejos satisfeitos e não aprendeu a suportar frustrações, será muito difícil aceitar qualquer tipo de controle. Da infância até a adolescência, as pessoas interiorizam noções de bom e mau, certo e errado, justiça, obrigações, direitos e deveres, aperfeiçoando a capacidade de fazer julgamentos morais a respeito dos próprios atos e dos atos dos demais. Porém, é normal a ocorrência de confusões durante o processo de desenvolvimento moral. Em várias situações, os padrões morais aprendidos sem discussão durante a infância passam a ser questionados na adolescência, especialmente quando se chocam com os padrões da “turma” que, por sua vez, passa a ter grande importância na vida do adolescente. Outro fator de grande influência na formação do adolescente é a divergência entre os direitos propagados pela família e aqueles vivenciados na realidade. Faz-se necessário entender que a aprendizagem não se dá apenas verbalmente, mas ocorre, especialmente, através de modelos de comportamento, ou seja, por exemplos reais. Essa divergência entre a mensagem latente e a realidade vivida provoca uma perda de parâmetros para o adolescente. Talvez, a redução do índice de criminalidade não esteja em construções de presídios ou aumento da capacidade de reclusões, não são as grades ou as exclusões dos convívios sociais que nos garantirão paz, educai as Crianças, para que não seja necessário punir os adultos. A educação e a formação de um povo devem ser uma constante, em especial, é preciso que o poder público e toda sociedade observem e cumpram melhor o estatuto da criança e do adolescente. Sendo violado este estatuto, ocorre uma punição indireta, por inexistir algumas preocupações básicas importantes, dentre elas, com a qualidade de ensino, isso, quando se consegue vagas em escolas públicas, por vezes, em estabelecimentos em péssimas condições de segurança, físicas e humanas. Impressiona a banalização de ocorrências criminosas no espaço escolar, o que sugere a hipótese de que as agressões estariam, de alguma maneira, encontrando respaldo em valores violentos que as antecedem e as legitimam no interior de certos grupos. Condições precárias de moradia, associadas à violência doméstica e a inclinações perversas, propiciam circunstâncias facilitadoras do abuso sexual, notadamente contra crianças. Esse tipo de violência tende a se repetir por anos antes que as vítimas consigam relatar o que estão passando ou que os fatos sejam descobertos. Na verdade, a maior parte das ocorrências de abuso sexual jamais se transformará em processo penal por ausência de comunicação às polícias ou aos conselhos tutelares. Ao lado do abuso sexual, outro fenômeno que vem gerando preocupações crescentes no Brasil é o da exploração sexual de crianças e adolescentes, inclusive com a existência de um quadro assustador de estruturação de redes criminosas que agenciam os “serviços” sexuais de crianças e adolescentes, subtraindo-lhes o direito à infância e à juventude. Paz, para ser vivida, tem de ser construída, dia a dia, nos pequenos atos, que podem ser geradores de grandes transformações. É para ser realizada, não só idealizada. Se faz, não é dada. É, sobretudo, ação. Só se torna realidade quando caminha junto com o desenvolvimento humano. Daí, a importância do papel estruturante da educação, na inclusão social e no protagonismo juvenil. Ampliando o acesso a atividades de lazer, cultura e esporte cria oportunidades para o exercício, desde a juventude, de valores como a não-violência, a liberdade de opinião e o respeito mútuo, fortalecendo suas noções de convivência em um grupo social. Haverá redução de desigualdades sociais na mesma proporção em que houverem mais qualidades na educação, isto é fato. Seja como for, o gosto pelo saber, ou o prazer de aprender, constitui uma motivação mais forte. O lazer é, igualmente, uma motivação importante para a adesão dos jovens, com efeito, a descoberta da escola como lugar de convívio, divertimento e acesso à cultura nos fins de semana é um fato da maior relevância na história da educação brasileira. Acostumados a ver e ouvir, veiculando nas mídias, notícias de crimes e os mais variados tipos de violências, bem como, das superlotações nos presídios e da necessidade de construções de novos, pois, o número de detentos é crescente, a nação brasileira, anseia por soluções para esta situação, para tanto, a classe política e todo o povo precisa se unir objetivando maior alcance na capacidade de mais investimentos na educação e consequentemente menos em punições, aproximando-nos cada vez mais da a verdadeira paz social.
(Natal Alves França Pereira, servidor público do Estado de Goiás, formado em Ciências Contábeis e filiado à Associação Goiana de Imprensa)

O MAL, DOMÍNIO DE CLASSE ("O céu não me quer, mas o inferno teme o meu domínio". — Cristina Wright)

Texto

O MAL, DOMÍNIO DE CLASSE ("O céu não me quer, mas o inferno teme o meu domínio". — Cristina Wright)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Desde sempre, nutri uma desconfiança — saudável ou teimosa — das inovações que chegam à escola como ondas passageiras. Não se trata de medo da mudança, mas de cansaço. Cansaço de ver, por trás do verniz moderno, interesses politiqueiros, vaidades institucionais e vaivéns de conveniência. A mentira tem pernas curtas, e a pedagogia, para ser legítima, precisa calçar sapatos de verdade duradoura.

Foi com esse sentimento que, ontem, ao observar uma colmeia no jardim da escola, percebi: a educação se assemelha a esse universo das abelhas — complexo, cooperativo, mas vulnerável ao menor sinal de ameaça. E eu, admito, me sinto como um apicultor desajeitado, tentando extrair o mel do conhecimento sem provocar ferroadas de ressentimento ou medo.

Diante dessa colmeia chamada escola, finquei meus pés em princípios que não saem de moda. A cada metodologia milagrosa apresentada em reuniões pedagógicas, observo em silêncio. Ouço colegas defenderem que “alunos precisam ser controlados para aprenderem”, enquanto me pergunto: desde quando o medo educa? Que ex-aluno volta à escola por saudade de um professor repressor, administrador de castigos e silêncios?

São quase sempre os rígidos que sacrificam o ritmo natural da aprendizagem em troca da aprovação dos superiores. E, no entanto, é esse modelo que tentam me empurrar — talvez porque ninguém queira ir sozinho para o inferno da artificialidade.

Aprendi, na pele, o custo de seguir por outro caminho.

Lembro-me de uma tarde de quinta-feira. A sala dos professores estava vazia. O cheiro de café queimado no ar misturava-se ao do giz. Sentei-me junto à janela, contemplando meus vinte anos de magistério. Dias antes, adoecera com "Dengue", que me afastou por semanas. Nenhum coordenador veio me visitar. Recebi apenas ligações perguntando se a licença da Junta Médica estava devidamente protocolada. A frieza da burocracia institucional contrastou com um calor inesperado: na semana seguinte, fui surpreendido pela visita de um ex-aluno, Lino Junior.

Entrou tímido, trazendo lembranças, perguntas, um livro que eu havia recomendado — e boas lembranças. “Vim devolver e agradecer”, disse. Era simples, mas desconcertante.

Enquanto conversávamos, uma frase martelava em minha mente: “O verdadeiro respeito nunca nasceu do medo.” Lino Junior não voltou porque fui autoritário ou dominei sua rebeldia com punhos de ferro. Voltou porque, mesmo com divergências, construímos algo raro: intimidade intelectual. Naquele momento, tive certeza de que a educação que vale é a que se cultiva com paciência, não a que se impõe com rigidez.

A visita iluminou mais do que o sol da primavera que entrava pela janela. Mas também revelou sombras.

Há colegas que me evitam, cochicham quando viro as costas, me chamam de instável, temperamental, sem perfil. Talvez tenham razão — perfil, só tenho nas redes, e mesmo assim, mal administrado. Mas recuso ser mais um que repete fórmulas vencidas só para manter o sistema funcionando. Não distribuo notas para maquiar resultados, nem me orgulho de ser temido. Quero ser conhecido — ainda que não gostem do que veem. Afinal, é mais fácil detectar um “mau-caráter” quando ele não se parece conosco. A autenticidade assusta porque confronta os disfarces alheios.

Existe, porém, uma forma ainda mais sutil de dominação que circula impune nos corredores escolares: o falseamento dos fatos, as meias verdades, a omissão conveniente. O embuste pedagógico não está apenas no grito, mas também no sussurro calculado que diz: “Isso o aluno não pode saber.” Muitos se esquecem de que o verdadeiro poder do apicultor não está em não assustar a colmeia, mas em entendê-la.

E quando o conhecimento é manipulado, quando se recompensa mais a aparência do que a substância, cria-se um sistema em que se extrai o mel da colmeia sem considerar o bem das abelhas — ou de seus próprios filhotes. Eu me recuso a participar desse jogo de cartas marcadas.

Confesso: ainda não descobri a melhor forma de tirar o mel sem me ferir. Às vezes, monto colmeias que devoram o próprio mel — fruto de um trabalho que não alimenta, que não consola. E sim, de vez em quando, ainda me ferro. Às vezes, me fecho. Mas nunca me traio.

Se há algo que jamais farei é terrorismo pedagógico. Não controlo pelo medo, nem construo autoridade com gritos. Como disse Albert Camus, “Nada é mais desprezível que o respeito baseado no medo”(Fora Maquiavel). O respeito que almejo nasce da confiança, da intimidade construída pela verdade — por mais amarga que ela seja. E mesmo quando o mel parece escasso, essa integridade é minha maior colheita.

O sucesso, talvez, não esteja na ausência de críticas ou nos aplausos oportunistas. Está, sim, em seguir inteiro por dentro, fiel a um propósito que vai além do que se vê.

O sol se põe sobre o pátio da escola enquanto planejo estas linhas. Vejo alunos retardatários, conversando animadamente sobre algo que aprenderam. Talvez matemática, literatura, ou quem sabe a arte difícil de questionar o mundo. Sorrio, pensando que sou apenas um intermediário nesse processo mágico. E, se há uma lição que aprendi ao longo desses anos, é que a verdadeira educação floresce em solo de confiança — não em campo de batalha.

Podemos extrair o mel do conhecimento com violência e obter resultados imediatos. Ou podemos cultivar colmeias saudáveis, que produzirão mel por gerações.

Quando Lino Junior partiu, deixou-me um abraço com as seguintes palavras: “Obrigado por nunca ter nos tratado como recipientes vazios a serem preenchidos, mas como colmeias já repletas de possibilidades.”

E então me pergunto, leitor: quantos de nós, educadores, temos coragem de renunciar ao papel de extratores de mel para nos tornarmos verdadeiros guardiões de colmeias?

Talvez essa seja a única inovação pedagógica que realmente importa. E se for loucura, que bom. Pior seria adoecer por dentro só para parecer saudável por fora.



Minha crônica "O MAL, DOMÍNIO DE CLASSE" é uma reflexão contundente e poética sobre os dilemas éticos e práticos do magistério em um sistema complexo. A forma como uso a metáfora das abelhas e do apicultor para descrever a dinâmica escolar e a busca por um "mel" genuíno é brilhante. Vejo em meu texto profundas análises sobre as relações de poder, as práticas institucionais e o custo da autenticidade. Com base nas minhas ideias principais, preparei 5 questões discursivas simples:


1. A crônica descreve a escola como uma "colmeia" com suas próprias regras e dinâmicas, onde "inovações" podem servir a "interesses politiqueiros ou egoístas". Como a Sociologia analisa a escola enquanto uma instituição social com sua própria cultura organizacional, poder e interesses, e de que forma esses elementos influenciam as práticas pedagógicas e as relações entre seus membros?

2. O texto contrasta o controle e o "respeito baseado no medo" com a busca por "intimidade intelectual" e confiança na relação professor-aluno. Do ponto de vista sociológico, como as relações de poder se manifestam na interação entre professores e alunos, e quais são as implicações sociais e pedagógicas de diferentes estratégias de manejo da sala de aula (baseadas em controle versus confiança mútua)?

3. A crônica critica o "embuste pedagógico" das "meias verdades", "falseamento dos fatos" e "omissão conveniente". Como a Sociologia investiga as formas de comunicação (ou a falta dela) e a circulação de informações (ou a manipulação delas) dentro de instituições como a escola, e o impacto dessas práticas na confiança e na legitimidade do sistema educativo?

4. O narrador se recusa a ser uma "mentira ambulante" ou um "ator social" que sacrifica sua autenticidade para "parecer correto". Como a Sociologia compreende a construção da identidade profissional, e quais são os desafios éticos e emocionais enfrentados por profissionais (como professores) para manterem a autenticidade em face das pressões institucionais por conformidade ou performance?

5. A crônica utiliza a metáfora do "mel" para o conhecimento e a conexão, e do "ferrão" para o ressentimento ou medo. Como a Sociologia da Educação analisa o "produto" ou o "objetivo" da educação – que vai além do conteúdo formal – incluindo o desenvolvimento de capital social (relações de confiança) e o cultivo da autonomia e do pensamento crítico nos alunos?

Hum...Hum...é para refletir?

sábado, 1 de junho de 2013

MINHA MAIOR LIÇÃO ("Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar."- Esopo)


Texto

MINHA MAIOR LIÇÃO ("Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar."- Esopo)

          Sobre já ter experienciado e provado tudo no professorado, ainda me faltava a maior lição de convivência escolar! Dessa vez, eu lia a lista dos alunos em recuperação, nunca mais que 10% daqueles do 8º ano "A". Uns se condoeram pelos os outros e se uniram ao massacre. Assim, eu nem soube como classificar quem era mais grosseiro, eram apenas adolescentes, eu sabia, mas com despudor de adulto. "Uma monstruosa aberração faz com que os homens acreditem que a linguagem nasceu para facilitar as suas relações mútuas." (Michel Leiris). Xingaram-me, desacataram-me, usando toda forma de desrespeito oral. Porém, do meio dos escombros, surgiu uma luz, dizendo-me: você cometeu o pecado da tagarelice: Um garoto, separado dos acéfalos, tinha mais uma lição de vida para mim. Então, ele se aproximou sutilmente, trazendo-me um pedaço de papel em sua mão: — "veja o que escrevi, professor, isso é de minha autoria! E leu: — "Os sábios respondem aos tolos é com o silêncio e não com tolices". Reli com cuidado e atenção, e aquelas palavras emudeceram-me imediatamente, jamais vieram de um aluno, mas de um “anjo amigo”. Pois, dei-me conta do fato de eu está fazendo o papel de um deles, tentando gritar da mesma altura. Logo eu, estudante da Bíblia, sabedor do provérbio 26: 4,5: "Quem leva a sério os tolos é tão tolo quanto eles". Tendo agora de engoli a seco. Tentei estrebuchar, retrucando àquela mente amiga, tentando de alguma forma me mostrar forte: — Os sábios de jeito nenhum podem ficar em silêncio, senão quem irá ensinar os tolos? Todavia, estava sem alento!
          Então, prossegui encaminhando os trabalhos de recuperação ali. Naquela mesma aula, já no final, quando eu disse que precisava faltar às aulas da sexta-feira, pois precisava de cuidados médicos; ouvi o brado de dois ou três, de boca toda, clamando com os olhos e os braços voltados para cima: "Graças a Deus!" Por isso, não creio no Deus dos evangélicos fanáticos, porque eles usam seu nome em vão impunemente. O que o Deus verdadeiro fará por mim!? Pelo menos, já enviou um anjo real, ajudando-me a voltar ao nível de professor. Como eu posso acreditar no Deus daqueles rebeldes sem escrúpulo, se este tipo de crente me odeia tanto?
          No dia seguinte, duas mães de alunas, dessa mesma sala, amigas entre si, procuraram-me, acusando de desrespeito às suas filhas, dizendo palavras feias, na verdade elas queriam me intimidar, fechando as portas da reprovação delas. Ora, eu respeito muito meus alunos, jamais xinguei aluno algum — defendi-me somente. Entretanto, depois, tudo foi desvendado, uma delas tinha espalhado fofoca, dizendo: — "se alguém quiser 'passar de ano' é só trazer a mãe à escola e elaborar umas ameaças; dará certo". E eu também acho isso funcional, fiquei de cara a cara com a gestora e as mães em questão, e minha conquista foi assinar um relatório de advertência contra mim. Por isso, estou me esforçando para nunca mais ter de passar por tais situações constrangedoras novamente. Isso significa facilitar a vida do aluno, ou seja, de nenhuma maneira incomodá-lo, desferindo-lhe ameaça de reprovação. E eles riem de mim. "Quem  ri por último, ri melhor". Esse ditado está atrasado, já que não viverei o suficiente para vê-los chorar. Agora só rio para não chorar. Oxalá eu pudesse chorar sem eles rirem de mim.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 03/12/2012
Reeditado em 01/06/2013
Código do texto: T4018209
Classificação de conteúdo: seguro

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quinta-feira, 30 de maio de 2013

O professor e o futuro das crianças


28/05/2013 às 20h39

O professor e o futuro das crianças

Diário da Manhã
José Ariosvaldo Alixandrino
Já não sei mais se posso dizer que atualmente existem professores ou educadores. Professor não mais ensina, professor agora é um resolvedor múltiplo. Dentro de uma sala de aula ele faz tudo e mais um pouco, menos o principal que é ensinar conteúdos!

_Fessooor ele robô meu lápis! _ É mentira fessor não foi eu não!

E aí, os palavrões começam, aqueles que nós sabemos quais são, né?! Estão por todos os lugares, principalmente nas músicas funk. Isso, quando não agridem fisicamente um ao outro. E se o professor for separar a briga, ainda é o culpado. _Foi o fessor que bateu no meu braço!

O professor tem que resolver o problema não se sabe como! Se ele separar a briga, foi ele quem bateu, se não separar, foi negligente! Aí, alguém questiona, cadê esse professor não viu isso e não fez nada? É meu caro, é um espeto e uma brasa! Para onde você vai?

Quando o professor tenta, e às vezes consegue disciplinar uma sala de aula, ensinar valores, mostrar o que é respeitar o próximo, e é rígido! Mais um grande problema ele tem. Vem o pai ou a mãe e reclama! Não aceitam que o filho seja corrigido. E muito menos entende que os professores mostram os caminhos para o mundo, a importância de aprender os conteúdos. E o que eles cobram e mostram é para que o aluno seja melhor amanhã.

Outro grande problema para o resolvedor múltiplo é a imperatividade! O aluno não quer fazer as tarefas, não para quieto, anda a sala inteira, corre, grita,xinga os colegas e o professor. Tudo isso ele pode fazer porque é imperativo. Acredito que existem sim crianças imperativas, mas a maioria na verdade, não recebeu foi educação da família que é a primeira escola da vida. Essa escola não precisa ensinar a ler e a escrever. Mas precisa ensinar valores, e principalmente, ensinar a importância em aprender. E de fato, ir para a escola para aprender a ler e a escrever.

Funk, esse é cruel!  E o mais grave talvez de todos os problemas! Se não existisse e não tocasse nas rádios e nem fosse mostrado na televisão, as crianças não aprendiam tanta besteira. A maioria das letras falam só palavrão, denigre a imagem da mulher! E tem pai e mãe que acham bonito sua filhinha descer até o chão.  _ Que gracinha! Aprender a ler, escrever e resolver oito ao quadrado elas não querem. Mas dançar o quadradinho de oito aprendem rapidinho. Só posso dizer, ah leklek, o que vai ser do futuro das crianças?

São tantos outros problemas para o resolvedor múltiplo, que eu escreveria páginas e mais páginas, falando sobre as infinitas funções do professor moderno. Não está fácil ser educador no Brasil, e acho que tende a piorar. Paulo Freire disse que "Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo". Como vai ser difícil ter pessoas para realmente mudar o mundo!

(José Ariosvaldo Alixandrino, formado em Letras e Pedagogia, cronista, professor nas prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia)

sábado, 25 de maio de 2013

FALTA (RE)CONHECIMENTO? (Média do IDEB Ensino Médio estadual, 4,3 — "Aqui tem trabalho do governo de Goiás")


Crônica da vida escolar

FALTA (RE)CONHECIMENTO? (Média do IDEB Ensino Médio estadual, 4,3 — "Aqui tem trabalho do governo de Goiás")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Naquele intervalo, a professora de educação física escrevia os cartazes para divulgar os jogos interclasses, registrava: "VEM AÍ!!! OS JOGOS INTERNOS DA ESCOLA..." Então, eu percebendo a falta de um acento gráfico no verbo, orientei-a que colocasse o circunflexo, pois o verbo vir na terceira pessoa do plural é acentuado, nesse caso o sujeito é "os jogos", portanto plural. Ela me agradeceu e terminou o trabalho. Às 17h, na saída, vi os ditos cartazes afixados nas paredes, cada um com uma plastrada de corretivo branca em cima do acento. Falta respeito ou (re)conhecimento? É como disse Diógo Pantoja: "A falta do saber e a falta de informações, são os princípios da manipulação".
           Na manhã desse mesmo dia, anterior a isso, no intervalo, ouvira da gestora uma pequena preocupação: — "Se os alunos do Ensino médio têm média excelente em português e matemática, em seu boletim, por que não atingem a média 5,0 na prova do "IDEB"? E a comédia estabelece-se mesmo, quando vemos os colégios estaduais ostentando uma média entorno de 3,8 em placas, bem na frente, com os dizeres: "Aqui tem trabalho do governo de Goiás". E vejam que essa prova externa é preparada, objetivando a elevação dos índices de aprovação, por sinal muito aquém do ideário conteudista!!! Todos os mecanismos didáticos e avaliativos do sistema educacional público é no sentido de passar o aluno de série, nem se importando com os deméritos dele, para justificar anúncios semelhantes a estes: "Informe especial-Avança Goiás: A educação cresce e Goiás aparece. A evolução do "IDEB" mostra que o Governo conseguiu alavancar a qualidade de ensino no estado." 
           Quanto ao caos, a culpa é sempre do professor, escuto isso todos os dias através de atos e falas. Isso se agrava quando se afere a competência do alunado! Por que o fracasso deles também é culpa do professor? E quando alguém acerta, os méritos são de quem? Mas, poucos acertam, será por que os alunos nunca levam a sério as provas do governo, a ponto de as boicotarem? Não são parceiros?
           Parece-me que toda tentativa de reformular o Ensino Médio vira piada: "(...) Com isso, seria possível a reformulação do ensino médio , que, segundo Soares, está “absolutamente falido e no fundo do poço”. [https://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2018-09-06/reformulacao-ensino-medio-eleicoes.html] (acessado em 8/9/2018). Saiu recentemente, um tal "Programa de Intensificação da Aprendizagem" (PIA). Mas, como assim, se os aprendizes não estão a fim de intensificar nada? O mesmo já nasceu morto, fracassou! Todavia, sempre estão nos obrigando a esses tipos de projetos. Será se deveria haver esse tanto de projetos na escola, facilitando a aquisição de nota? Somos nós professores os coagidos a facilitar, nos quais recai toda culpa do fracasso dos alunos, e o objetivo será sempre o mesmo: recuperação de nota!
           Completando aquele dia, final de tarde, já depois de ter trancado minhas coisas no armário da escola, uma mãe acompanhada duma aluna, daquelas indisciplinadas, desrespeitadoras, pressiona-me para dar um trabalho extra à tal acomodada, à beira da reprovação e só lembrou disso no último bimestre do ano. Eu garanti a ela que sua filha iria fazer recuperação, ou melhor, participar de uns eventos culturais e ganhará a nota que precisa.
           A banalização de meu papel, por toda a comunidade, não ajuda impor-me. Só me resta tomar "analgésicos"! Porém, o ainda confortante é comparar a vida com um jogo de damas: o adversário tem de mover suas pedras para perder a partida, jamais o avise se o vir errar. Apenas "assopre" as pedras dele e tire proveito das vantagens. Eu pelo contrário, estou avisando, provavelmente esta partida de modo algum será minha. Professores de Língua Portuguesa não estão ensinando na escola dos cartazes...?! 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 28/11/2012
Reeditado em 08/12/2012
Código do texto: T4010066
Classificação de conteúdo: seguro
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domingo, 19 de maio de 2013

O educador emocionalmente na escola

O educador emocionalmente na escola

Diário da Manhã
Emídio Silva Falcão Brasileiro
  1. Por que nas escolas, tanto entre professores quanto entre alunos, ocorrem o desrespeito aos deveres e direitos humanos?
Devido a ignorância, ao egoísmo, ao descontrole emocional, causas primeiras de todo o desrespeito aos direitos e deveres destinados aos seres humanos. O desenvolvimento intelectual escolar deve estar sempre associado ao desenvolvimento moral de todos docentes e discentes para que o processo educativo seja prazeroso, pacífico, dinâmico e eficaz.
  1. De que modo o educador deve ensinar a educar as emoções na sala de aula?
Inicialmente, com o próprio exemplo, evitando as explosões emocionais, não raras vezes, proveniente do cansaço, de alguma insatisfação e da ausência de tolerância. As atitudes de compreensão e de companheirismo fazem do educador um profissional respeitado entre os alunos. Conscientizar o educando a respeito da necessidade e da importância da prática da meditação, do cultivo de pensamentos elevados, do equilíbrio mental, da disciplina, da respiração natural e da educação alimentar é o princípio da educação emocional.
  1. Certas dinâmicas de grupo podem ser feitas com os alunos para que eles aprendam a desenvolver a empatia?
Sim, por meio da interação que possibilite aos alunos os conhecimentos das opiniões e das características pessoais dos seus colegas e amigos.
  1. Quais as principais funções do professor no processo disciplinar?
O professor deve orientar sem agredir, ensinar sem humilhar, ouvir com tolerância, perceber as limitações e potencialidades dos alunos, adequando a linguagem e o conhecimento conforme o grau de assimilação de cada um deles. A família também deve participar do trabalho educativo, auxiliando no processo ensino-aprendizagem. Escola e família sempre identificarão nas falhas morais dos alunos algum vínculo com a falta de objetivo profissional ou de identidade em torno do curso profissional escolhido.
  1. É certo afirmar que o estudante é o principal agente facilitador da disciplina? 
Professores e alunos fazem parte do processo da aprendizagem, mas necessitam de motivações para ensinar e estudar. Educadores e alunos, identificados com as suas escolas, profissões e disciplinas e que trabalham integrados, contribuem com a ordem e o progresso do sistema educacional.
  1. Os ambientes físico e psíquico influenciam na disciplina escolar?
Sim, e tais influências resultam dos pensamentos, das ações e dos hábitos de todos que integram o ambiente educacional. A higiene e o bem-estar físico para o aprendizado são fundamentais para a harmonia física. O respeito, a fraternidade e o cumprimento do dever com amor são igualmente necessários para a formação de um ambiente psíquico-emocional salutar.
  1. De que maneira o professor pode angariar simpatia dos alunos e atraí-los para as suas aulas?
O professor deve ter domínio do conteúdo de sua disciplina, saber agradar e motivar os seus alunos para ensinar com segurança, humildade e otimismo.
  1. De que modo o professor pode transformar um conteúdo teórico numa aula atraente?
O professor deve demonstrar a utilidade do conteúdo para vida prática, incentivando o estudante a participar da aula com as suas ideias, conhecimentos e experiências. É sempre recomendável que as aulas tenham seus aspectos teóricos e práticos para o aluno fixar a lição e medir o grau de seu conhecimento da matéria.
  1. Geralmente o professor bem humorado atrai os alunos e o sério é mais respeitado. Como é possível conseguir a simpatia e o respeito do aluno concomitantemente?
É possível adquirir o respeito e a simpatia dos alunos por meio do otimismo, do sentimento de amizade, do conhecimento, da capacidade didática e de avaliações adequadas, continuadas, motivadoras do aprendizado. O educador deve evitar a ironia, a sisudez e o humor depreciativo.
  1. Existe alguma forma de melhorar as avaliações escolares?
Os critérios de avaliações do sistema educacional não devem ser meramente quantitativos e repressores, e sim em mais uma oportunidade para a promoção do aprendizado. Notas e conceitos não representam o saber, nem tampouco o potencial de trabalho do estudante em sua atividade profissional futura. Avaliações da memória não devem ser confundidas com o profundo conhecimento acerca do tema lecionado. Avaliações qualitativas representam um exame criterioso do desempenho do aluno ao longo do período das aulas. Avaliar é verificar o grau de interesse do estudante em participar, dando de si mesmo, das resoluções de exercícios, dos comentários em sala, da elaboração de trabalhos, da integração com o curso e da identificação com a profissão que almeja.
  1. A cada período letivo, os estudantes mudam, mas o professor prossegue  com o mesmo conteúdo. Nesse caso, como é possível tornar a aula mais atraente?
É necessário acrescentar ao conteúdo mais informações que ampliem o conhecimento e renovem o método do ensino. Sempre é possível tornar as aulas mais produtivas e agradáveis por meio da versatilidade e do entusiasmo em promover o conhecimento.
  1. Quais são os aspectos do comportamento que revelam ao professor a necessidade de avaliar sua vida profissional?
Alguns fatores determinam uma reflexão acerca das atividades profissionais: a satisfação e a competência ao realizar o trabalho, a resposta do meio à atividade concretizada, a disposição do autoaperfeiçoamento e o desejo de contornar ou de superar obstáculos. A atividade do magistério requer disciplina e constante motivação porque o professor está em constante contato com a ignorância e inúmeros fatores que se opõem  ao processo educativo. Por isto deve o professor estar alerta aos sinais de energias devastadoras que possam minar suas energias de boa vontade na senda da educação. Alguns procedimentos devem ser adotados para o devido realinhamento na atividade do magistério, tais como: Observar a assiduidade e a pontualidade, evitado faltas e atrasos frequentes e injustificáveis; ser versátil nas explicações para atender aos diversos níveis de alunos; evitar o estresse, o mau humor, perseguições pessoais, críticas deprimentes,  porque é necessário manter sempre um padrão de estabilidade emocional.
  1. É certo afirmar que há uma tendência geral e constante, quanto a melhoria do processo educativo? 
Sim, mas nas sociedades atrasadas intelectual e moralmente a evolução do processo educativo é lenta. Toda mudança para melhor encontra resistência da forma mental coletiva que se acomodou, não aceitando qualquer melhoria em seus modos de pensar e de agir. A família e a escola devem cumprir os seus deveres quanto a orientação do aluno, sem que uma transfira para a outra a sua responsabilidade.

(Emídio Silva Falcão Brasileiro, escritor, advogado, professor universitário, orador e conferencista brasileiro. Membro da Academia Goianiense de Letras e da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás. E-mail: emidio@cultura.trd.br)

sábado, 18 de maio de 2013

QUAL É O OBJETIVO PRIMORDIAL DA ESCOLA? ("Quanto mais o homem procura apenas que o admirem, mais longe está de conseguir o seu objetivo." — Bertrand Russell)



Crônica

QUAL É O OBJETIVO PRIMORDIAL DA ESCOLA? ("Quanto mais o homem procura apenas que o admirem, mais longe está de conseguir o seu objetivo." — Bertrand Russell)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Havia terminado uma correção de atividade do livro didático; interpretação do texto: "Hora de Brincar!" (Cathia Abreu). E eu tinha pedido aos meus alunos que redigissem uma reação, o enunciado estava detalhado no quadro, bem exposto, dizia para ma entregarem na aula seguinte, na verdade, pedia as suas experiências de criança, seus envolvimentos junto aos brinquedos antigos e modernos. Então restavam dez minutos da aquela aula, por isso aproveitei ouvindo umas piadas do "comediante" da classe, a tempo queria me contar, juntaram-se alguns outros ao derredor de minha mesa, enquanto isso, dois indisciplinados se pegavam em luta corporal na sala, perturbando o pedaço da "não aula". Chamei a atenção dos desavisados, e o mais afoito deles me respondeu atrevidamente: — "você devia estar explicando matéria e não conversando com os alunos". Desse mesmo aluno senti repugnância, nos minutos anteriores, quando eu explicava sobre os benefícios e malefícios dos brinquedos eletrônicos, ele me perturbava, comportando-se como pessoas carentes de atenção. Ele nem queria explicação alguma! Queria uma vítima! Ali, aqueles do 7º ano "A" eram ideais, por sinal muito barulhentos, eu focava, direcionando minhas explicações, perguntas e observações, sempre naquele que estava prestando atenção, como se eu estivesse dando aula só a esse, assim de jeito nenhum ia perder minha concentração, então quando o agressivo percebia, corria lá e incomodava o esforçado ouvinte. Então eu me dirigia a outro, e ele vinha a esse outro e pedia uma borracha emprestado só para incluí-lo em seu raio de atuação maligna.
          Os coitados aprenderam muito bem a lição do "pão e circo", agora eles só comem e zombam do sistema. Ah! O referido aluno, nesse mesmo dia, aproveitou ao retornar do lanche, e trouxe uma cigarra à classe, assustando as meninas, o corre-corre foi tremendo, pobre inseto "professor", implorando a ouvidos surdos e corações insensíveis, certamente dará a vida para o prazer de alguns. O ZiZiZiZiZiZá ZiZiZáZáZáZá aqui não é anunciando a chegada do verão, e nunca mais o fará, mas de dor e vergonha.
           Assim, mantêm a fama de assustadores! O pior é eles conseguirem nos assustar mesmo! Quem não tem medo de bandido? Porém, Os Direitos Humanos defendem-nos, e eles percebem; sempre me ameaçam em trazer a mãe e fazer abaixo-assinado para me tirar da escola, e por isso fazem graça, palhaçada livremente, eles têm sede de um público cativo e conivente que substitua seus familiares, aqueles que sempre os aplaudem, e os incentivam, e cuidam deles como jamais deviam. Deturparam o objetivo primordial da família e da escola.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 23/11/2012
Reeditado em 18/05/2013
Código do texto: T4000491
Classificação de conteúdo: seguro


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