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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

AFINAL, UM COORDENADOR (— Quero vingança, esse professor não pode ficar impune!)




CRÔNICA

AFINAL, UM COORDENADOR (— Quero vingança, esse professor não pode ficar impune!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


          Que cena! Um Bedel saindo de sua sala em direção à sala dos professores, acompanhado de uma mãe possessa por um espírito de protecionismo; esta saiu de sua moradia próxima da escola, furiosa, braços agitados selvagemente, os cabelos curtos e poucos, mas esvoaçados e destratados; ela veio ao encontro da diretora. Porém, o coordenador de turno a atendeu.
          O problema era eu, porque arranquei sorrateiramente da mão de sua filha um aparelho celular! Que a deixasse, com o qual, perturbar ignorantemente minha aula! Uma péssima aluna; daquelas que não respeita ninguém, e abusa da confiança de seus pais para explorar tudo que pode. Mais uma vez, mentiu para sua pobre mãe, dizendo que bati em sua mão, ferindo-a, mas apenas peguei no aparelho e puxei. Se o celular caísse, eu não conseguiria pegá-lo, pois um grupo de aluno assistia, com muito prazer, aos vídeos pornográficos que ela tinha para mostrar; certamente estava bem protegida! Segui o procedimento de praxe, entreguei o objeto ao bedel para que ele tomasse medidas justamente cabíveis. E assim foi feito.
          Com a mesma voz de autoridade com que aquietou centenas de outros enfurecidos, o coordenador falou com experiência à mulher. A “selvagem” criatura se aquietou, e se humilhou, como se um espírito imundo tivesse saído dela. A desventurada mulher compreende estar ali perto alguém que a pode salvar do atormentador professor. Cai aos pés do “salvador” para suplicar misericórdia; mas, de repente quando os seus lábios se abriram novamente, o demônio falou por ela, bradando: — quero vingança, esse professor não pode ficar impune!
          Parece-me que aquele espírito pediu para entrar em mim, quando saísse daquela mulher. Fiquei enraivecido ao extremo, quando soube das mentiras ditas por aquela família, naquela ocasião, a meu respeito.
          Agora estou precisando de um coordenador pedagógico que me exorcize para que eu retorne à sala e veja impassivelmente aquela moça com os ouvidos entulhados de fone auricular, ouvindo sei lá o que, conectado no celular em questão.
          Em nossos dias, agregou-se à imagem do coordenador de turno, a de um libertador de pessoas cativas do espírito da rebeldia, da preguiça, da selvageria, do medo, da violência, enfim, dos espíritos maus do academicismo. Tenho esperanças! O mal da “educação” sairá quando lhe for ordenado que saia com voz poderosa de medidas reais, de normas democráticas, de fidelidade aos bons princípios morais da convivência cristã e de programas inclusivos bem dirigidos.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 19/05/2009
Código do texto: T1603219

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