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terça-feira, 11 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (39): Além das Sacolas e Bordões.

 

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (39): Além das Sacolas e Bordões.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma tarde tranquila, dessas em que o sol parece sorrir timidamente entre as nuvens, iluminando os caminhos com um brilho suave. Enquanto meus passos vagavam pelas ruas da cidade, os versículos das palavras de Jesus ecoavam em minha mente, despertando questionamentos profundos sobre o verdadeiro significado da missão religiosa.

Jesus, o Mestre dos mestres, falou com clareza sobre o sustento daqueles que se dispõem a pregar a mensagem divina. Sua recomendação era simples, mas carregada de significado. Não era para levar sacolas, carregar roupas e calçados em excesso. E ali, naquelas palavras, ficava claro como cristal que acumular riquezas materiais em nome do Evangelho não era o propósito verdadeiro.

A ambição, traiçoeira e ardilosa, poderia se tornar um tropeço para aqueles que se dedicam à causa de Deus. Os discípulos, os doze escolhidos, receberam instruções precisas: não levar malas pesadas, nem bordões. Aqueles que eles ajudassem deveriam cuidar de seu sustento, alimentando-os e provendo suas necessidades básicas. Foi como se Jesus dissesse: vocês estão indo para a missão com o propósito de estabelecer lares sólidos, não para erguer construções grandiosas, templos pomposos.

E os exemplos se multiplicam. Os setenta enviados também receberam orientações claras: não levar dinheiro, nem sacolas, nem mesmo um par de calçados extra. A ênfase estava na simplicidade, na confiança em Deus e na plena dedicação à tarefa que lhes fora confiada. Não havia espaço para preocupações mundanas, para distrações no caminho.

Contemplando essas palavras sagradas, minha mente se encheu de reflexões sobre a realidade atual. A obra de Deus, a pregação do Evangelho, não pode se tornar um cabide de "empregos". Nada causa mais desordem e perturbação do que transformar o caminho espiritual em uma busca incessante por benefícios materiais, em um comércio, vendendo promessas vazias.

A mensagem é clara e poderosa. O chamado divino não deve ser manchado pela ganância e pela busca desenfreada por lucros. O Evangelho, a mensagem de amor e redenção, deve ser oferecido gratuitamente, como um presente divino que transcende qualquer valor terreno. Aqueles que se dedicam à causa de Deus devem encontrar no desapego material e na simplicidade a verdadeira força para cumprir sua missão.

Que possamos refletir sobre essas palavras profundas, sobre a essência da fé e sobre a responsabilidade de cada um de nós no contexto religioso. Que possamos resgatar a pureza e a autenticidade do serviço espiritual, deixando de lado os interesses egoístas e abraçando o propósito maior de iluminar os corações e transformar vidas.

Que a crônica de nossos dias seja escrita com a tinta da verdade, da humildade e da devoção sincera. Que cada um de nós encontre em si mesmo a coragem para viver o puro evangelho.

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