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sábado, 30 de janeiro de 2016

FALAR A MESMA LÍNGUA É O QUÊ? ("Fazendo a mesma coisa dia após dia, não há de se esperar resultados diferentes." — Albert Einstein)


             Em quase todas as reuniões de professor se fala de salário, e uma outra expressão que não pode faltar é: "Devemos falar a mesma língua". Todo fracasso de qualquer projeto pedagógico aconteceu por que não falaram a mesma língua. Se na unidade escolar, há dois professores completamente diferentes na forma de trabalhar, quem vai falar a língua de quem para a coisa funcionar? Mas, se um desses é a coordenadora, então tem-se de falar a linguagem dela. Contudo, os colegas insistem em não falar a mesma língua! A coordenadora diz simpaticamente que o professor tem total autonomia em sua classe, é autoridade máxima ali, logo em seguida, determina semana de prova; dia de avaliação, que devem ser vistoriadas, e determina a quantidade de nota a ser lançada por quantidade de aula; e se é média, ou soma, ou a divisão; data de entrega de plano de curso e mais plano de aula de acordo com o currículo; projeto carnaval e outros, para anexar ao plano de aula; preenchimento orientado da ficha de avaliação processual e contínua da disciplina. Nesse caso, falar a mesma língua é abandonar a alegria de sua liberdade profissional para se submeter às normas da denominação.
          O que é falar a mesma língua na escola, então? Seria não revelar as injustiças e incoerências do sistema e continuar liderando graças a ignorância do aluno? Ah, seria unir-se à maioria para fazer valer o objetivo dos que mandam. Então, falar a mesma língua se parece mesmo com abuso de poder!!! É uma farsa, ninguém pensa igual, só se esforça para fazer igual sob ameaça ou quando o feito é maravilho, digno de repetição. "A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos." (Mahatma Gandhi).
           Falar a mesma língua na escola se parece também com incoerência: um professor falta e, para fechar a boca dos alunos, manda-se outro, que "está de janela" no horário, para assumir aquela aula, cumprindo a aula que ele não deu na semana passada. Aí o governo paga duas vezes a mesma aula. Quem faltou está recebendo por aquela aula amparado por um atestado médico, e quem tapou o buraco também ganhará por ela, pois está devendo por falta não justificada. Mas, ninguém vai dizer nada por não cortar o ponto de ninguém, e temos que falar a mesma língua.
           Falar a mesma língua na escola é parceria em qualquer direção, então como será falar a mesma língua com quem professa fé religiosa diferente, quando se quer fazer uma oração ou rezar antes das atividades pedagógicas do dia? "Ora, duas pessoas poderão caminhar lado a lado se não estiverem de acordo?" (Am 3:3). "Jamais vos coloqueis em jugo desigual com os descrentes. Pois, o que há de comum entre a justiça e a injustiça? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? … II Cor 6:14-16). Por isso, querem-nos no mesmo caminho que lhes leve para o inferno!
            Não sei que língua é falada quando a diretora interrompe minha aula para recados, assim se expondo por pouca coisa e estimulando os alunos que não gostam de mim, que geralmente são os que têm nota baixa em minhas disciplinas,  a falarem mal de mim, por que lhes foi feito a pergunta: "como estão suas aulas e seus professores?" Desde quando o aluno (cliente) fala a mesma língua do professor? Ética é falar a mesma língua: "Pois é mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua–melhor ainda se for a do dominador."  (Renan C. Ferreira).
          Nós nos sentamos juntos porque falamos a mesma língua ou porque falamos a mesma língua sentamo-nos juntos? É como diz a Edna Frigato: "Quer mesmo saber o que é falar a mesma língua? É se manter de boca fechada, e engolir toda essa podridão gestada no ambiente escolar, que nos é enfiada goela abaixo todo dia." Assim como engole em seco o professor das últimas aulas do período, pois são aulas menores causando-lhe o prejuízo no andamento de sua matéria. Mas, ele quer economizar esforço! Então, reclamar por quê? Eis professor e aluno falando a mesma língua! Só o medo e a ditadura nos fazem falar a mesma língua. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 22/01/2016
Reeditado em 30/01/2016
Código do texto: T5519648
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