"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

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sábado, 26 de outubro de 2013

A REPESCAGEM NA EDUCAÇÃO ("Em uma enchente a função da água é selecionar classes sociais." — Murillo Leal)


Crônica

A REPESCAGEM NA EDUCAÇÃO ("Em uma enchente a função da água é selecionar classes sociais." — Murillo Leal)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           
            A minha pergunta é: por que um indivíduo cursaria três anos de Ensino Médio frente a tamanha facilidade dos cursos instantâneos? 
          Mas, eu conheço o ENCCEJA, certificador de aluno com somente uma prova. E conheço as justificativas dos alunos da EJA, quando lhes pergunto por que estão matriculados nessa modalidade. Todos me dizem: — eu não tive oportunidade de estudar quando era jovem! Portanto, penso que muitos desses são os refugos do sistema educacional regular. Pois pelo tanto que reclamam de tudo, deve ter sido aqueles que nunca levaram a sério sua juventude estudantil. Não pode ser falta de oportunidade, o governo, desde que me entendo por gente, dá todo suporte obrigatório: transporte, bicicleta, uniforme, tablet, livro, lanche, bolsas mil e aulas no 0800 como dizem eles. E uns são bastante agradecidos, outros ainda revoltados arremessando cadeira na professora!
https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/aluno-de-18-anos-arremessa-cadeira-e-deixa-professora-ferida-em-escola-do-df.ghtml -  acessado em 30/01/2019.
           Onde estão eles agora: os formados da EJA? Procurando os atalhos da vida! Então, a EJA foi inventada para esses mesmos. O governo tem modalidades para todos até para os que se fazem de coitadinhos sugadores nas tetas públicas. Depois, o diploma de todos têm a mesma validade, comparando com outras modalidades.  Se a educação fosse séria não existiria EJA ou só teria EJA! "As academias coroam com igual zelo o talento e a ausência dele."(Carlos Drummond de Andrade).
          Se os evadidos da modalidade regular soubessem que podiam voltar, mesmo depois de alguns meses de ausência, com o direito de fazer as atividades avaliativas de recuperação e sem contabilizar as suas faltas, a EJA teria menor demanda! Porém, até lá, que os empregadores saibam selecionar os melhores. Por que a sociedade precisaria desses dois pesos e duas medidas?! O saber é prazeroso, mas o aprender é doloroso! O cérebro do tolo dói e cansado procura atalhos.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 21/04/2013
Reeditado em 26/10/2013
Código do texto: T4252567
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sábado, 19 de outubro de 2013

O DELATOR SE AUTODELATA ("A lógica do delator é a de pretender fortalecer uma amizade, destruindo outras."— Eber Ivo)



Crônica

O DELATOR SE AUTODELATA ("A lógica do delator é a de pretender fortalecer uma amizade, destruindo outras."— Eber Ivo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eu já tinha falado desta realidade; quando o professor repreende o aluno, isso será usado contra SI mesmo. Mas, eu me esqueci de dizer sobre a mutação do "vírus". Nesta semana, pensando que estava fazendo bonito e contribuindo com o sistema, apresentei, em segredo, alguns nomes de alunos descuidados ao estudar, pelo
menos em minha matéria, à coordenadora. No dia seguinte, outros alunos mais dedicados, da mesma sala, enciumados e ofendidos por não ter mostrado seus vistos à coordenadora e desconhecedores das intenções da mesma, ainda queriam reconhecimento. Então a mim delataram sobre a coordenadora ter pego os cadernos só das fulanas de tal, na minha ausência, para conferir a matéria de língua portuguesa. Como os alunos delatores queriam mostrar serviço (só teme quem deve) e eram os melhores, cumpridores de suas atividades, usaram-me maldosamente e foram contra a coordenadora, e nem sabiam que me mostravam a ponta dum "iceberg" crônico. As alunas escolhidas à inspeção foram exatamente as que eu tinha reclamado delas, por não ter conteúdo algum nos seus cadernos.
          O mais interessante desta luta por um restrito reconhecimento é, baseada nos cadernos, a coordenadora fez maquiavélicos relatórios à tutora (inspetora escolar), querendo dizer que o professor que não faz caderninho de plano de aula ministra uma aula sem conteúdo, ou seja, na linguagem delas: "não passa nada para o aluno". Assim, todos ficaram sabendo da minha inadimplência com os planos de aula. E aqui deixo claro os motivos de jamais os fazer, não por irresponsabilidade, justifico, mas por convicção profissional (Não preciso de caderninho de plano modelado e desenhado para apresentar uma boa aula e enriquecedora; se elas precisam, que o façam!). Porém, os planos de aula beneficiam mais a coordenadora do que professores e alunos! Pois quem é a parte mais interessada neles? Além do mais, será se constará nos meus planos de aula as "frutíferas" interrupções do tempo de minha aula, por colegas "bem planejados"? Pois, constantemente tenho cedido parte de minhas aulas, quando não uma e outra integralmente, a outro professor (combinado ou não), atrasando minha matéria (a todo instante uma pessoa está à porta da minha sala pedindo licença para interromper)!
           Qual professor não é calejado de tantas frustrações nesse sentido? Faz o plano e nada se cumpre dele, a sala de aula é viva, então sempre impera a improvisação! Lembrando que o improviso de um professor formado e bem preparado significa um plano funcional. Apesar das cobranças de registros, de forma alguma, o caderninho de plano faz de mim professor, e tento me convencer que eu não sou plano de aula.
           Sim, mas voltando ao incidente inicial. Quando fui fechar o círculo de meu raciocínio, a lógica me fez descobri que minha atitude de falar mal de meus alunos (entregá-los à coordenadora) foi contra mim mesmo, pois esses se vingaram consciente ou inconscientemente de minha maldade. "O feitiço foi contra o feiticeiro." Uma garantia que o veneno delas também far-lhes-á mal? No entanto, para mim já o fez muito mal.
           O verdadeiro plano de aula é volátil, ele existe pré-moldado na mente de todo professor, é saber administrar os conhecimentos prévios, aplicando-os na demanda surgida e emergente na aula, que requer tratamento imediato, a partir do currículo minimo determinado, não tem segredo, qualquer professor faz isso o tempo todo. Agora a pior pergunta de um aluno para seu professor: "é pra copiar, professor?"
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 13/04/2013
Reeditado em 19/10/2013
Código do texto: T4238697
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sábado, 12 de outubro de 2013

AMOR RELIGIOSO ("Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar." — Carl Sagan)



Crônica

AMOR RELIGIOSO ("Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar." — Carl Sagan)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Acho engraçado demais esses pregadores do Evangelho, são os únicos a amarem bastante o seu próximo, oferecendo-lhe o paraíso sem tê-lo. Ou é inadmissível que um grande pregador do Evangelho fique fora do mesmo? Só lamento informar-lhes sobre a amargura, quando a ilusão acaba. Para estes a infelicidade é maior! Então, isso é inferno e jamais, céu! A razão do meu contentamento é essa garantia de que não estamos indo para o mesmo lugar.
           Jogando tanta maldição em mim, fizeram-me desistir de frequentar a igreja. Soneguei o dízimo e tive de ouvir praguejamentos, cheguei a pensar, por um momento, sobre eles terem razão, então fiquei amedrontado! Diziam que eu ia morrer na miséria sob a ação do "gafanhoto devorador". E é certo que de forma nenhuma vivo as mil maravilhas, mas, só por eu está vivo e durar o suficiente para poder contemplar a morte de muitos dos meus amaldiçoadores, já é muito lucrativo! Se a igreja não tem o poder de curar nada também nem o terá ao jogar pragas certeiras em ninguém, senão os pastores já teriam se matado por cobiça, disputando os membros de igreja e invejando o sucesso do outro.
           É verdade que ganho minha subsistência muito sofridamente, o sistema educacional é muito cruel. Isso pode ser cumprimento, em parte, dos seus desejos de crente fanático, porém acredito ser mais válidas tais circunstâncias meramente como resultado da perseguição de colegas de trabalho, alunos e seus pais ao invés das macumbas da fé.
           Não é de ver que fiquei sabendo após ter demonstrado interesse em namorar aquela boa funcionária da escola, outras muitas beatas foram às escondidas tentar dissuadi-la com mil e uma coisas negativas a meu respeito! Isso pode ser o "bicho devorador de minha lavoura" acabando comigo e minha reputação, como prometiam os "fervorosos" discordantes. Todavia é como diz o provérbio português: "o que é do homem o bicho não come". Se Deus não cuidar de mim, terá de me excretar com o processo dolorido de limpeza do seu próprio organismo.
          Hoje compreendo que os bichos devoradores são eles, os fanáticos maltratadores dos divergentes e adiantados. Oxalá comam a carne dos seus líderes! A própria natureza tem mecanismo justos para se autodefender. Sou natureza também! 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 13/04/2013
Reeditado em 12/10/2013
Código do texto: T4238340
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sábado, 5 de outubro de 2013

PERVERSO CORPORATIVISMO (E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei errar? )


Crônica

PERVERSO CORPORATIVISMO (E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei errar? )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Um professor sem credibilidade é assim: não tem nem a liberdade de considerar um aluno ruim em sua disciplina se os colegas querem salvá-lo. Mesmo que eu esteja a Filosofar a meu favor, não saberia dizer o muito que a vida nos tem a dizer ou ensinar. Como me senti sujo, reconhecendo as insuficiências do aluno que fez mal os trabalhos que lhe pedi, como requisito da matéria de Língua Portuguesa, e me dei mal, ainda que tentando ver as limitações do tal promovido. O maior problema é os colegas quererem me obrigar ver os alunos como eles veem. Por que um aluno generalizado se revoltaria e postaria, no Facebook, críticas sobre seus professores e colegas? Há razões de sobra! Todavia, eu também o promovo respeitando os exageros da maioria, mas não posso deixar de ressaltar o valor da educação.
         Por que é difícil para um professor, nos conselhos de classe, admitir que os alunos não são iguais, podendo ter facilidade na matéria em que mais se identificam e fracos nas outras? Estaria eu de certa forma condenando indiretamente o mestre avaliador, tentando tirar do paraíso o seu aluno e fazendo passar pelo purgatório? É apenas mais uma das minhas tentativas para extirpar o tumor, destruindo as células vizinhas até baldar o organismo. Por que a maioria quer me arrastar para a turba dos "lambanças"?
          Nesse sistema educacional, tenho vivido variadas situações boas e muito mais ruins, porém procuro em todas guardar apenas as experiências que me prestam para o crescimento, meu e dos que me cercam. Alunos e colegas de trabalho, inimigos ou não, julgam-me, descrevem-me, prescrevem-me, conceituam-me e até distribuem minha mais feia imagem internet afora, desconheço as verdadeiras intenções, e reconheço que, às vezes, apontam para situações denegridoras, até. Mas, bem humorado já disse em outras crônicas: — Gosto dos que falam mal de mim, pelo menos falam e não latem...
          Respeitar o inimigo é a primeira lei dos que vencem; subestimar o adversário pode ter, no final, a derrota como surpresa. Um professor digno repreende o malfeitor, convencendo-o que a medida repressora é um ato de amor, castigo com ira é vingança. No entanto, não deixe de ressaltar as deficiências, depois o faça com as qualidades inegáveis, apontando assim um raio de esperança que fará surgir larga  margem de crescimento.
          Se o referido aluno saiu com um diploma na mão, mas não conheceu também os seus defeitos, o colégio não foi redentor. E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei seus senões? Consequências, também, são específicas e individuais, justamente dosadas. Tudo no controle de Deus, inclusive eu. Portanto não lhe ofereço minha misericórdia, porém a minha justiça. 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 05/04/2013
Reeditado em 05/10/2013
Código do texto: T4225986
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