"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 26 de novembro de 2017

OU SEJA, OU MELHOR, ENCCEJA NELES! (A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais. — Aristóteles)






Crônica

OU SEJA, OU MELHOR, ENCCEJA NELES! (A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais. — Aristóteles)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           

Crônica

OU SEJA, OU MELHOR, ENCCEJA NELES! (A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais. — Aristóteles)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O ENCCEJA promete chuva de diploma, com méritos rasos, habilitando, para o Enem, quem não estudou de forma suficiente e supervalorizando o atalho. "Um reino dividido não subsistirá". Com que ânimo, os outros jovens frequentarão paulatinamente a modalidade regular? 
            E a Educação, cada vez mais, merecendo o respeito que a sua injustiça conquistou! "Para fazer o Encceja é preciso ter pelo menos 15 anos (para quem precisa do certificado de ensino fundamental) e 18 anos (para certificação de ensino médio). Essas são idades mínimas para que estudantes que eventualmente estejam em ensino regular não tentem fazer o exame para 'adiantar' diplomas". 
           Porém, há um forte incentivo à irresponsabilidade pedagógica de todas as partes. Os jovens vão atrapalhar as aulas ainda mais até chegar a idade recomendada, então ENCCEJA neles, depois o diploma os perseguirá. E a inscrição grátis no Enem é um direito conquistado sem prestígios. Justifica Mendonça Filho: – "O Enem não servirá como instrumento de certificação e conclusão de ensino médio, e sim como instrumento de acesso ao ensino superior, pois termina exigindo de um jovem ou adulto que queira a certificação no ensino médio mais do que seria necessário, é uma imposição de um ônus, de ter que ter um conhecimento a mais, para aqueles que só querem ter uma certificação no ensino médio". ( Como se fosse ruim exigir que os brasileiros tivessem "um conhecimento a mais"). 
           Então, vamos nos contentar com o diploma sem o conhecimento correspondente! Os inocentes que parecem querer somente um certificado, poderão fazer o Encceja quantas vezes forem necessárias até conseguir, e o Enem estará garantido com nota acima de "zero" na redação. — "Todos aqueles que tenham realizado o Encceja Nacional em anos anteriores e não obtiveram média para aprovação na área de conhecimento, poderão inscrever-se novamente no Exame para eliminação do componente curricular desejado, caso tenham interesse."
           Nesse caso, os iguais agravam a desigualdade! Esses favorecidos de notas mínimas, "Sisurados" para os cursos de licenciatura de baixa procura são eles mesmos os professores do futuro, e a qualidade de nosso sistema educacional de mau a pior. Na verdade, estes acobertados pela Portaria Ministerial nº 3.415, de 21 de outubro de 2004, são os protagonistas da distorção série idade não porque não tiveram oportunidade, foi porque não as aproveitaram, são os refugos do ensino regular. O governo maternal mantém-nos supridos de tudo: Desde quando me entendo por gente, há ensino público e gratuito, com livros, e uniforme, e lanche até transporte escolar. Os que querem só as benécias deixam-se reprovar, para desfrutar por mais tempo. Até que cheguem ao ensejo da idade mínima permitida para a diplomação fácil. Pois, a certeza das misericórdias lhes descansa. A repescagem é um esforço que vale dinheiro. Refiro-me ao credenciamento de verbas para a unidade escolar a partir da quantidade de alunos matriculados, sem se importar com a qualidade.
            É assim que se valoriza o professor?
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 19/11/2017
Reeditado em 26/11/2017
Código do texto: T6176127 
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sábado, 18 de novembro de 2017

GOZANDO (COM) LICENÇA! (O trabalhador só se sente à vontade no seu tempo de folga, porque o seu trabalho não é voluntário, é imposto, é trabalho forçado." — Karl Marx)



Crônica

GOZANDO (COM) LICENÇA! (O trabalhador só se sente à vontade no seu tempo de folga, porque o seu trabalho não é voluntário, é imposto, é trabalho forçado." — Karl Marx)

por Claudeci Ferreira de Andrade

             Hoje, entro em descanso de "apenas" seis meses, são duas licenças-prêmios por trabalhar vinte e cinco anos ininterruptos, no serviço público, como professor. Meu depósito de energias já se encontrava vazio, agora, até meus poros esperam abertos por alguma força. Folgadamente me movo feliz, sem estresse, e o tempo processa minha transformação e credencia essa nova etapa de minha vida. Outrora, podia contar mais com a vitalidade do encanto pessoal, mas agora já há muitas impossibilidades, devido a idade. Tenho por direito adquirido mais três licenças-prêmios. É um direito conquistado, porém é muito difícil tomar posse dele. Por isso, estou deixando para reivindicar o usufruto depois, detesto mendigar, não sei me impor. Apenas exerço minha cidadania. "Algumas pessoas procuram os padres; outras a poesia; eu, os meus amigos." (Virginia Woolf). Sigo o conselho de Sêneca: "Conversa com aqueles que possam fazer-te melhor do que és." Por aqui só com ajuda dos políticos. 
             Então, minha grande meta para essas "férias" diferenciadas é resgatar o prazer pela vida e a existência de mim mesmo, quem sabe o descanso ressignifique minha atuação social?! Porque com aquelas movimentações de conselhos de classe e problemas todos os dias, faz o clima muito tenso, mostrando-nos cruelmente a realidade do sistema educacional. 
           A esta altura, alguns alunos que me encontraram na rua, afirmaram que só ganhei a licença por que tinha muitas reclamações a meu respeito. Como obtiveram essa informação? Todavia, não posso largar tudo agora, estou velho demais para começar tudo de novo em outra função, o jeito é pegar o osso e não largá-lo até quebrar os dentes! Ou bem jogo a toalha, ou ainda, encarar o cabresto da aposentadoria, se consegui-la antes da morte. 
           Ainda reclamo com razão, é verdade que já tive minha oportunidade de glória; todavia, sabemos que as portas se abrem mais facilmente para quem tem boa aparência, portanto não gozo deste privilégio. Pode soar estranho, mas infelizmente, ou felizmente, é assim mesmo que tratam os professores no fim da carreira. Sei que o que me falta na aparência ganho nas virtudes: um conforto ilusório, porque idoso é velho! Mas ainda, quem se importa com as virtudes dos outros? Tenho valor e um enorme potencial, porém como posso me aliar às modinhas? Vivo em um mundo de aparências e fusão dos gêneros, coisas que ainda me são estranhas!!!
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 03/11/2016

Reeditado em 18/11/2017
Código do texto: T5812209 
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sábado, 11 de novembro de 2017

ENEM DE TODOS OS ANOS (Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil — ENEM 2017)





Crônica

ENEM DE TODOS OS ANOS (Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil — ENEM 2017)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Uma redação que valha nota 1000, com esse tema, não pode se enviesar pelos caminhos já conhecidos e sem destino. Os que supostamente ajudam na inclusão social dos deficientes auditivos, as tais professoras de apoio, pelo contrário, promovem a persistência da discriminação já existente, inconsciente ou intencionalmente, pois não querem perder seu "ganha-pão". Não é cota e nem a oficialização de uma segunda língua que seria a grande solução, mas, humanismo sincero e o abraçá-los com as tecnologias; um aparelho auditivo resolveria o problema da surdez nessa minoria de nossa gente, diminuindo a desigualdade, dando ao deficiente possibilidade de se equiparar pelas vias normais com todos os brasileiros sem o estigma da dependência. Ou a redação nota 1000 é aquela que defende a imposição ao povo brasileiro de aprender Libras para poder se comunicar com os surdos? '«Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha.»' Quem vai querer estudar libras, senão os parentes bem próximos do deficiente auditivo e/ou um profissional com interesse na área! Ensinar libras é mais barato para o Estado do que implante coclear?
            Do que adiantará a instituição obrigatória do estudo de Libras no currículo dos licenciandos em pedagogia, se toda vida já houve a obrigatoriedade de Língua Inglesa, desde o fundamental, e pouquíssimos brasileiros falam, leem e escrevem em inglês? E diga se de passagem, os que aprenderam frequentaram curso específico em escola especializada e muito empenho. Agora, o milagre da inclusão social é o estudo obrigatório da linguagem de sinais em escolas públicas?
            É pena que as redações do Enem não servem para mais nada, senão para garantir uma vaga na universidade; embora tenham boas defesas de ótimas ideias e excelentes intervenções. Qual é o grande objetivo do tal ENEM? Tem mais a ver com quantidade do que qualidade? Se as avaliações fossem sérias nas escolas, e alunos galgassem séries com mérito, não precisaria dessa comoção nacional que destrói a autoestima de muitos reprovados, e promove a fraude, e outras desonestidades, na ânsia de prosseguir nos estudos a qualquer preço. Visto que os jovens já são selecionados com provas e entrevistas no mercado de trabalho, deveriam também sê-los nas escolas continuamente e entrar direto para o curso superior já que terminou a contento o Ensino Médio profissionalizante. 
          Eu desconfio que as intenções para com a redação do Enem são somente duas: justificar a seleção dos supostos melhores universitários e descobrir profetas! Pois, adivinhar o tema já é uma boa iniciativa. Sobretudo, isso não é indicador de conhecimento, porque clarividência é sobrenaturalidade. Se fosse para selecionar mesmo, então imagina 4 milhões de jovens brasileiro estudando um tema pré-anunciado, a profundidade que teriam a produção textual! Todos em busca de inovação, algo inédito e original. E a qualidade das teses seria outra, e todas as redações serviriam para compor um livro enriquecedor para as gerações futuras. E, os trabalhos produzidos seriam de grande contribuição para o crescimento científico. Por isso digo que o Enem, além de arrecadador, deveria ser um evento de grande motivação para estudo e pesquisa. E o governo poderia apresentar temas sociais e científicos que fosse problema de difícil solução para a maioria, como um concurso de jovens cientistas. Todavia, não é isso que acontece, eles tocam superficialmente nisto e naquilo e não se aprofundam em nada. Afinal, aprofundar em quê, se ninguém adivinha. Muitos nem sabem qual curso querem fazer na faculdade, pois vêm de um Ensino Médio genérico! Então toma o rumo que a nota do Enem lhes permite. "Somos um povo cansado de só responder gabaritos em simulados de provas do Enem. A Educação só liberta quem aprendeu a argumentar." (Elenilson Nascimento). Para constatar o que digo, na última edição do Enem (2022), dos mais de 2 milhões de candidatos, só 22 conseguiram tirar nota mil na redação. O que eles fizeram de extraordinário para atingir a pontuação máxima? “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 06/11/2017

Reeditado em 11/11/2017

Código do texto: T6164586 

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sábado, 4 de novembro de 2017

O AMOR DE MUITOS ESFRIARÁ ("Muitas vezes não temos tempo para dedicar aos amigos, mas para os inimigos temos todo o tempo do mundo!" — Leon Uris)



Crônica

O AMOR DE MUITOS ESFRIARÁ ("Muitas vezes não temos tempo para dedicar aos amigos, mas para os inimigos temos todo o tempo do mundo!" — Leon Uris)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Detesto receber visitas em minha casa: meu refúgio! Ainda mais de pessoas portando crachá da largura do peito. Vivo no tumulto do ambiente escolar, cheio de gente que não tenho certeza da amizade. Quando venho para casa, quero me esconder. Ninguém é bem-vindo, até porque nunca me apareceu alguém, trazendo-me presentes. Os poucos vêm só minar o tempo que me sobra para ensaiar umas notas no violão, e ler alguma texto importante; exceto: Gosto da visita dos funcionários dos correios, porque os atendo lá fora, pego a encomenda e os despeço ali mesmo, eles têm pressa de fazer o seu trabalho. Eu sou como eles, minhas visitas sempre têm um motivo nobre. Por isso, prefiro ir visitar as pessoas quando sinto saudade, pois sei que elas só convidam quando precisam da gente, aí sou rápido, como quem tem uma missão a cumprir, sei exatamente a hora de ir embora. Não incomodo ninguém. E adoro as dicas de inconveniência, "manco-me" logo. 
           Gosto de ter poucos amigos, só os que respeitam minha solidão, e se você não ligar para  mim, protege-me de si. 
           Hoje, pela primeira vez,  fui, sem convite, visitar um amigo de infância, a fim de me encontrar com o passado, há muito já sem detalhe. Cheguei e imediatamente fui pedindo o álbum de fotografia da família para recordar nossa infância. Encontrei uma relíquia em seus amontoados de fotografias. Então, achei essa muito importante, não me lembro o ano, e nem ele se lembrou mais, apenas sei que foi uma participação minha em um festival de música popular, em Araguaína- To, talvez nos anos 80. Fiquei bastante contente. Isso prova que tentei ser artista. Não no estilo contemporâneo, mas à moda antiga! Todavia não nasci para ter fãs! Mas, meus lamentos, estre outras reclamações, percebendo o lado negro da solidão, é que serei encontrado morto qualquer dia destes. "Quem mora só não morre, é encontrado morto". Quem sabe fui avisá-los que agora está mais próxima minha partida eterna.
            Sobretudo, deve haver um lado bom nas amizades! Nesse caso, Johann Goethe está com a razão: "A amizade é como os títulos honoríficos: quanto mais velha, mais preciosa."
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 03/11/2016
Reeditado em 04/11/2017
Código do texto: T5812207
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