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sábado, 27 de abril de 2013

ABUSA-SE DE CRIANÇA COMO, DE ANIMAIS! ("É uma experiência eterna de que todos os homens com poder são tentados a abusar."— Barão de Montesquieu)



Crônica Poética

ABUSA-SE DE CRIANÇA COMO, DE ANIMAIS! ("É uma experiência eterna de que todos os homens com poder são tentados a abusar."— Barão de Montesquieu)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Toda amizade entre um adulto e uma criança é um abuso: Abaixo a Adultilização na infância — haja só responsabilidade social, esta que é um abuso necessário. As brincadeiras de adulto são pesadas demais para elas. Eu abuso de mim mesmo ou da criança que existe dentro de mim. Por não gostar das abandonadas de fora, assim isento-me de abusar delas; brinco sozinho, usando as palavras dos outros adultos, barulhentas demais em minha boca. De vez em quanto, brinco com outros adultos de palavras infantis. Brincar na companhia de alguém significa: Zombar; Gracejar; Aproveitar; Desfrutar; Levar de maneira imprudente; Manipular sem o devido cuidado; Oscilar; Ter relação libidinosa juntos. Todos fazem alguma dessas coisas, às vezes até sem perceber ou ser percebido!!!
           A escola ao abusar das crianças ainda gradua uns mais importantes sobre os outros! Disse Kerry McDonald: "Essa conversa expõe o mito profundamente enraizado em nossa cultura de que crianças não podem aprender a menos que sejam sistematicamente ensinadas. Seja na escola ou em educação domiciliar, elas só podem aprender quando são orientadas por um adulto, quando seguem um currículo estabelecido, quando são estimuladas e avaliadas."    https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/o-mito-da-aprendizagem-em-sala-de-aula-2pltjgg9kgbht159lyfldh6up (acessado em 19/08/2018).
           A cachorrinha não suporta as brincadeiras da cadela adulta, mas são obrigadas a conviver juntas no meu quintal. Convidado pelos grunhidos finos de socorro, eu as observo incansavelmente: o corre-corre, o morde-morde; a novinha termina sempre chorando. Se ainda está viva é porque eu sempre intervenho. Esta é minha brincadeira de animal: corro-corro para separá-las, e elas correm-correm incluindo-me no estranho jogo. Só termina quando eu acerto um pontapé forte em uma delas, que sempre é a menor por ter pouca habilidade ao fugir.
            Nesta modernidade, em que os animais são humanizados, perdem o fino faro, cheirando perfumes caros e, a aguçada audição, portando fone auricular; enfim, a inocência natural!  FILHO QUER PÃO, PEDE-PEDE; PAI DÁ PEDRA!!! O mundo está cheio de adulto sem estabilidade emocional, sem juízo perfeito, possuem uma mente doente,  desenformado — perdeu a forma — gente também abusada, quando foi criança "abusada". Alan Caetano Afonso inspirado no filme "Idiocracia" comentou: "[...]Brinca-se muito com a incapacidade de pensar, nossa extrema preguiça tendo como exemplo de tal preguiça, uma poltrona que é privada e serve para contemplar a televisão que exibe um programa que não foge muito da nossa velha conhecida “vídeo-cacetadas”. Não precisamos ir para o futuro para falar que nós seres humanos, dotados de uma inteligência considerável, perdemos horas da nossa vida olhando uma porcaria de um eletrodoméstico luminoso que exibe imagens de outros seres humanos em situações acidentais, em que na maioria das vezes causam dor ou vergonha ao acidentado [...]"). Rir-se dos outros é brincar de fazer bullying, ofendendo a criança interna de cada um.
           Abusa-se de uma criança quando lhe diz "sim" ou lhe diz "não" fora de tempo. De forma alguma há saída, também pode ser um abuso desiludir ou iludir uma criança. "Quanto maior o poder, mais perigoso é o abuso." (Edmundo Burke). A contribuição do cristianismo são as palavras de Jesus: "Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus." (Mateus 18:2,3). Forçar o adulto priorizar e sobrecarregar de responsabilidade a criança interior é abusar dela.

Enviado por Claudeko Ferreira em 04/11/2012
Reeditado em 27/04/2013
Código do texto: T3968156
Classificação de conteúdo: seguro


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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 20 de abril de 2013

QUE OS MEUS INIMIGOS ME ERREM! ("As coisas mais desagradáveis que os nossos piores inimigos nos dizem pela frente, não se comparam com as que os nossos amigos dizem de nós pelas costas." — Alfred de Musset)



   Crônica

QUE OS MEUS INIMIGOS ME ERREM! ("As coisas mais desagradáveis que os nossos piores inimigos nos dizem pela frente, não se comparam com as que os nossos amigos dizem de nós pelas costas." — Alfred de Musset)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


        Os alunos modernos perderam sua admiração pela intelectualidade dos seus professores mais velhos e fingem não acreditar na internet. Não sei o porquê desse fenômeno, mas, veja você: Em uma aula de filosofia, na qual discorria sobre lógica, então eu confeccionava alguns silogismos, no quadro. Quando uma aluna do 2º A me interrompeu com um exemplo "fantástico": — "Todo professor é burro/ O professor de português é burro/ logo, todo professor de português é burro." Ninguém riu! Constrangeu até mesmo seus colegas  compartilhadores das mesmas vinganças. Fiquei estarrecido, não sabia dizer nada, apena disse que agora compreendia a razão do mau comportamento da maioria da classe. Talvez por não terem interesse no conteúdo do professor, então não vale a pena ouvi-lo, e não basta apenas aquietar-se, ainda tem de perturbar os outros. Ou eles, não aceitam a superioridade do professor, pois não têm o hábito de respeitar as pessoas mais velhas e diplomadas, ou se sentem humilhados por saber que sabem muito pouco? O "sem-gração" tomou conta de todos nós naquele momento. Posso até está errado, porém ficou claro sobre essa aluna não gostar de seus professores, e isso não é raro!.
          Outra aluna do ensino fundamental, reclamando comigo, aos gritos, por que minhas aulas não são criativas, são sempre baseadas no livro didático adotado, constrangeu-me também, ou melhor, achei a sua observação atrevida por está sendo feita por alguém inimiga da decência e da ordem (Já falei dessa aluna em outra crônica — O Menear da Gangorra!). Será se ela estaria disposta a pagar cópias de novos textos, enriquecedores da aula, pelo menos? É impressionante notar os bons alunos do início do ano, quando alcançam a média suficiente para progressão, já no terceiro bimestre, transformam-se em indisciplinados, e no último bimestre já não se consegue ministrar a aula produtiva!!! E a culpa é do mestre!!!
        Um tal Zequinha, o mais indisciplinado do 2º A, afrontou-me também dizendo que eu só sabia responder o exercício proposto, porque as respostas daquelas questões estavam no livro do professor (respondido). Fui grosso com ele, pedi que me fizesse qualquer pergunta, pois a todas que ele conseguisse elaborar, eu daria conta da resposta certa (Eu estava confiante na sua incapacidade de elaborar perguntas ou ainda, na sua incompetência de julgar qualquer resposta dada).
          Como querem ser ensinados os processadores de professor se o ensinar é um ato de amor e o aprender de respeito? Responde o Erasmo: "A primeira fase do saber, é amar os nossos professores." E complementa Johann Goethe: "Em toda a parte só se aprende com quem se gosta". 
          Enquanto a relação professor/aluno se parecer à ilustração retratada, sobre os dois burrinhos amarrados, pelo pescoço, com uma corda curta, entre duas moitas de capim, o resultado sempre será o mesmo: Um puxa na direção da moita à sua frente o outro puxa também para sua, mais próxima, então morrem tentando comê-la (Por isso o sistema educacional está morrendo!). Pois, a corda nunca vai romper-se; sim, morrerão de fome. A não ser que o menos burro deles ceda, evitando a morte e convide o outro a comer de seu capim e juntos devorarão as duas moitas, uma de cada vez. É isso que estou fazendo!!! Ô Deus, "Torna mudas as pessoas que falam mentiras e ameaçam os justos, com orgulho e desprezo." (Salmos 31:18 BV).

Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 01/11/2012
Reeditado em 20/04/2013
Código do texto: T3964041
Classificação de conteúdo: seguro



Comentários
02/11/2012 13:18 - igs
Que belo despertamento, eu amigo poeta, povo estão querendo mais é si dar bem na vida sem o mínimo de aprendizado e o fim vai ser triste. Ok, parabéns...Israel.
02/11/2012 01:09 - Nara Stern
Poeta, poeta, poeta, que coisa mais linda!! Parabéns sempre.
02/11/2012 00:29 - Zeni Silveira
É poeta, acho difícil achar um aluno capaz de responder seu questionamento. Mais quem sabe, né? rsr Tenho respeito por sua maneira de escrever. Meu abraço.
01/11/2012 19:12 - Silvanio Alves
Um questionamento complicado nos dias de hoje, poeta!!


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sábado, 13 de abril de 2013

O EQUÍVOCO DA FÉ ("Se um homem tiver realmente muita fé, pode dar-se ao luxo de ser cético." — Friedrich Nietzsche)



CrÔnica

O EQUÍVOCO DA FÉ ("Se um homem tiver realmente muita fé, pode dar-se ao luxo de ser cético." — Friedrich Nietzsche)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

                   Sua felicidade não depende da fé, mas sim, de evidência. Temos de seguir as evidências. A fé não existe por si só, é apena um substantivo abstrato de nossa língua ou simplesmente adjetivo romântico; as evidências sim têm vida própria, estão certeza da existência das coisas reais! Estas fluem de fora para dentro, aquela, sai de dentro; uns até a confundem com desejo. "No princípio era o verbo"...: ação, fenômeno e estado. Deus não precisou de fé para os feitos da criação! A fé não move montanha, felizmente a montanha move a fé. Por que você não manda esse morro sair dali? Ah! Ele não vai sair, iria contra os princípios Divinos?! E ninguém o tirará de lá, senão por outros mecanismos materiais. Só Deus o removeria de lá milagrosamente, contudo sem precisar do apelo ou a oração dos pretensos representantes dEle. Primeiro vem a evidência, depois a fé. Graças ao inverso disso, os hospícios estão cheios de pessoas fervorosas no impossível, porém, estas não realizam nada. 
           — "Fé é crer no impossível". – assim me disse um crente. Eu o taxei de equivocado duas vezes, primeiro por conceituar e descrever o Deus carente da sua fé para realizar alguma coisa a seu favor; depois, por me recomendar sua receita de fé: — "Peça a Deus que lhe dê mais fé". Cabem aqui as palavras de Blaise Pascal: "Por que será que um coxo não nos irrita, e um espírito coxo nos irrita? Porque um coxo reconhece que andamos direito, enquanto um espírito coxo diz que somos nós que coxeamos; se assim não fosse, teríamos pena e não raiva". "Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar." - Carl Sagan.
           Como se fé fosse graduável e fosse a razão do sucesso nessa vida. Se essa fé, sobre a qual ensina a igreja, valesse alguma coisa, não existia ninguém doente, e todos nós seriamos ricos. Quem são os ganhadores das loterias? - evangélicos não jogam! E quanto à fé...? Precisa-se de fé para adquirir mais fé? Paradoxal... Não...? Sem fé é possível conseguir fé!
          Precisamos sim de uma fé em algo realmente existente, algo possível, é válido crer-se com a razão", "comprovação". Nem sempre o imaginável é possível. E o imaginável vindo à tona não é porque a fé o trouxe, mas porque ações bem articuladas o trouxeram.  Pelo exercício da fé, sem o resultado desejado, culpam cruelmente o paciente, já adoentado. Do sem fé, derrubando-lhe assim sua autoestima e o apego a Deus, fazem-no sofredor dependente! "A perda das forças não esgota a vontade. Crer é apenas a segunda potência; a primeira é querer, as montanhas proverbiais que a fé transporta nada valem ao lado do que a vontade produz." (Victor Hugo).
          Onde está a eficácia da fé se é possível abusar dela? Eu me rejo pela vontade do sistema. Os crentes no impossível aceitam um Deus universal criador de Si mesmo, mas não aceitam que o Universo gerou-se a si mesmo, crer nisso não me é problema. Um conjunto de leis naturais me organiza nesta vida, e eu apenas aceito de bom grado. Ou melhor, o milagre acontece mesmo sem eu permitir. Às vezes, desejo profundo e ativamente, não magicamente, isso é conveniente a Deus, por isso recebo a benção. E Deus faz de mim o melhor que Lhe apraz. Bem disse a Bíblia sobre a fé sem as obras ser morta (Tg 2:20). Qual motivação você tem para realizar o impossível? Disse, com muita propriedade, José Ortega y Gasset: "É imoral pretender que uma coisa desejada se realize magicamente, simplesmente porque a desejamos. Só é moral o desejo acompanhado da severa vontade de prover os meios da sua execução".

Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 26/10/2012
Reeditado em 13/04/2013
Código do texto: T3953366
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 6 de abril de 2013

"REFINDANDO" ("Toda a infelicidade dos homens nasce da esperança." — Albert Camus)



Crônica Poetica

"REFINDANDO" ("Toda a infelicidade dos homens nasce da esperança." — Albert Camus)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Vá, minha Musa inspiradora, aonde for e até por caminhos tortuosos, eu lhe espero; quando voltar, se ainda restar fôlego em mim, aceito o que sobrou de si. Se não voltar, deite-se no seio da terra quando lhe prover, que por aqui farei o mesmo. Pois, certamente nos encontraremos num lençol freático qualquer. Aí a chamarei de Minha "filha pródiga", talvez devesse me chamar "Vânio" ou "Vanuso", pois, tenho tudo a ver com a esperança. "É horrível assistir à agonia de uma esperança." (Simone de Beauvoir).
          Quem sabe, queira ser convencida do que quero, cativada por um bom cavalheiro, ou ainda um joguete em minhas mãos certo como a flecha do cupido, um charme que seja! É só abrir o coração e ver que estou em meu limite, e se é pouco, some com seu tudo, o que tem para me doar, ou vai querer me ver o tempo todo nessa vidinha vegetativa SEM escolhas! Se eu vegeto, clamo por você como uma árvore, por seu adubo, ou, pelo menos me deixa ser seu adubo, pois já estou morto de saudades. De adubo em adubo a vida faz brotar outras vidas. Até lá!!!
           Se o corpo é a prisão da alma, liberteM-me por completo os deusES para a vastidão do infinito. Censo comum: "Só nos libertamos dessa prisão com a morte do corpo físico. Por que não pode ser ainda vivos, com o poder da imaginação? Apesar do medo que todos temos da morte, deve ser bom se libertar das limitações do corpo, dos sofrimentos desse mundo de provas e expiações e voltar ao nosso estado verdadeiro de espíritos; retornar à nossa "casa".
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 26/10/2012
Reeditado em 25/12/2012
Código do texto: T3953173
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