"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 31 de maio de 2014

PERSEVERANÇA É ASSIM ("Vai ou racha")



Crônica

PERSEVERANÇA É ASSIM ("Vai ou racha")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           A água sempre supera os seus obstáculos, contornando-os. Às vezes, demora um pouco, outras nem tanto. Portanto, quando alguém lhe ofender, ou lhe frustrar, tentando bloquear seu caminho, contorne-o. Mas, antes faça uma pressãozinha, testando o oponente, e também para achar o caminho mais fácil.
           Nas minhas buscas através da internet, deparei-me  com uma notícia insólita: "Os alunos aproveitam o recreio, trancam os professores e vandalizam em escola". {http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2014/03/alunos-aproveitam-o-recreio-trancam-professores-e-vandalizam-em-escola.html} (acessado em 01/12/2019). 
           Eu fiquei feliz, jamais porque estava ausente no incidente, isso parece sadismo, mas pensei no pior, e agradeci a Deus por que não espancaram os professores presentes ali. Contudo, dura é a certeza da pior situação para os professores perseverantes. Um colega arriscando uma rima diz: "Escola que é prisão tem rebelião". Nesse caso, preferível seria, os professores serem expulsos da escola pelos alunos, a serem depredado como o patrimônio público: Objeto direto de vingança deles.
           Minha sugestão é essa: a escola pública deve ser melhor, tornando-se excludente, mais seletiva, tirando os restolhos do alunado (os que não querem estudar) e do professorado (os que não querem ensinar). Pois, só aprende quem quer aprender, e os papadores de bolsas e bônus do governo continuem depredando o sistema de fora para dentro e nunca mais de dentro para fora. Já que a verdadeira democracia nega a prática atual da escola, ensinando  o quê dos pedagogos é oficial, da forma imposta, não de acordo demanda a realidade local. Ah, se ainda, as virtudes fossem a prioridade da educação! Mesmo sabendo sobre a obediência forçada de forma alguma ser virtude.
           Embora esteja sendo difícil levar, mas graças aos professores "teimosos" e "insistentes" ( para não desvirtuar também a palavra perseverante), o sistema está funcionando, embora aos trancos e barrancos. Vamos assim mesmo, e coitados de nós!  

Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 09/03/2014
Reeditado em 31/05/2014
Código do texto: T4722199
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 24 de maio de 2014

BULLYING EM NOME DA ORDEM ("O bullying começa quando a professora deixa outro aluno ir beber água e você não" DM.)


Crônica

BULLYING EM NOME DA ORDEM ("O bullying começa quando a professora deixa outro aluno ir beber água e você não" DM.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade           

           Acabou-se o tempo da palmatória, mas, ainda, todos na escola apanham um bocadinho: professor, coordenador, diretor e até o aluno. É um batendo no outro! Quem ainda não soube de um fato de violência bizarra acontecido na escola? Atire-me a primeira pedra! E o pior deles, é o professor apanhando de aluno, e por assuntos banais! {http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2209201126.htm} (acessado em 24/09/2019).
           Os coordenadores criticam e obrigam os professores a tomarem os celulares dos alunos. Se isso é bullying? Não sei, porém, de uma coisa sei, constrange os dois lados. E, então, reage violentamente quem tem maior liberdade e proteção social. {http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/09/04/interna_gerais,444623/professor-de-colegio-estadual-e-agredido-por-aluno-com-historico-escolar-conturbado.shtml} (acessado em 24/09/2019). 
           Os coordenadores criticam e repreendem os professores que deixam os alunos colarem. No entanto é, no mínimo, uma situação melindrosa, mesmo o professor sendo delicado não vai dissipar a ira do aluno, curtido da delinquência familiar, e nem a ira da coordenadora insegura sem uma função bem delineada. Onde estavam as coordenadoras dos professores agredidos por aluno? Estão sempre presentes para dizer ao tal professor se é bom ou ruim, num julgamento falacioso, baseados em caderninho de planejamento e porta da sala de aula fechada sem movimentação no corredor, mas cadê a parceria! Ou será se só um lado é serviçal?
           Esta semana, fui surpreendido, a coordenadora na porta de minha sala cometendo bullying: — professor não te incomoda esta falta de respeito à sua aula, com tanto aluno na porta da sala fazendo nada? Respondi-lhe formulando uma sugestão: Pergunte a eles se fazem isso para me desrespeitar ou por preguiça de cumprir a atividade proposta no momento! Então, ela atirou farpas a todos os lados, atingindo eles e a mim, disse tudo desajeitadamente; virando as costas, os mesmos que estavam lá fora me disseram, de diversas formas: — "não deixa ela falar assim ao senhor, Não!" Pois é, ela assistiu tudo e nem tomou medida alguma, porém queria minha indisposição entre os alunos, pegando-os pelo braço e levasse até a coordenação, o trono da "salvadora da pátria", só então seriam lavrados relatórios assinados por os "de menor", sem responsabilidade jurídica, com palavras doces de perdão, massageando o ego da superior, engordando as estatísticas da "promissora" função. E eu lá na sala, no dia seguinte, vivendo a rejeição e a resistência desses espertalhões os quais "dedurei". Qual é a pena atribuída ao "dedo duro", segundo eles? Por isso alguém me defenderá? Pensei em me queixar por bullying, mas já não sabia quem era o desonrado ou desonrador. Quem merecia apanhar nesse caso: eu, a coordenadora ou os alunos sem objetivos escolares? 
           Eu sou ruim por que só faço o meu trabalho. Ela é ruim porque me obriga fazer o meu trabalho e o dela. Estes alunos desobedientes são ruins porque não fazem nem os seus trabalhos de classe e ainda impedem o professor fazer o trabalho dele.
           Um dia, a professora bateu num aluno. {https://recordtv.r7.com/balanco-geral-manha/videos/professora-agride-aluno-que-se-recusou-a-entregar-o-celular-em-sala-de-aula-20102018} (acessado em 24/09/2019). por isso,  a mídia apresentou o fato, pintando-a como um monstro "safado, sem vergonha e doente", bateu em um "anjo". Apologia ao bullying vale o ibope? Os que estão em posição privilégiada na hierarquia social se acham no direito de humilhar, e fabricar muitos humilhados prontos para explodir em revoltas a qualquer momento, batendo panelas à rua!
           Poderá ser feito alguma coisa para ensinar os desrespeitadores a respeitarem sem apanhar? Ou, pelo menos, evitá-los a bater na pessoa errada, já que a turma do pega e lincha tem de bater em alguém! Apologia à violência nunca, porque de forma alguma se combate um incêndio com outro foco de fogo. A maior causa da violência é outra violência. Proveitosamente o provérbio de Salomão diz: "a palavra branda desvia o furor" (Pv 15:1). "As causas do bullying podem residir nos modelos educativos a que são expostas as crianças, na ausência de valores, de limites, de regras de convivência; em receber punição ou castigo através de violência ou intimidação e a aprender a resolver os problemas e as dificuldades com a violência." {http://br.guiainfantil.com/violencia-escolar/46-causas-da-violencia-escolar.html} (acessado em 24/05/2015).

           Oxalá os alunos deixe de assistir aos seus superiores se desrespeitando em nome dos modelos educacionais impostos por quem de jeito nenhum quer perder o poder. E o efeito dominó, iniciado por uma pedra defeituosa sai derrubando até a última pedra, e assim, perpetuando a culpa de quem tem a mão trêmula e inábil não conseguindo pô-la em pé. Nessa metáfora, é tão fácil assistir à derrocada, vendo o amontoado de peças caindo, mas nunca veem as poucas peças que ficariam em pé se o alicerce moral não tivesse rompido. Ainda bem, as fracas caem apenas numa direção: seguindo a tendência da malfeitoria. Todos sabem onde está o erro, todavia ninguém quer perder seu emprego! Sentado à mesa, o professor de gramática e produção textual ("o preguiçoso"), mal visto pela coordenadora, esforça-se para se concentrar na correção dos textos dos poucos alunos dedicados, sobre os quais os olhares enciumados dos chefes desconhecedores de quem se vingar pelas peças indisciplinadas.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 27/02/2014
Reeditado em 24/05/2014
Código do texto: T4709117
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sábado, 17 de maio de 2014

ANJOS DO LAZER (A depilação pubiana traz implícita, na pele lisinha, algo 'pedodesejado', em nome da higiene.")




Crônica

ANJOS DO LAZER (A depilação pubiana traz implícita, na pele lisinha, algo 'pedodesejado', em nome da higiene." — Clodoaldo Fernandes)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Quanto mais se quebra a barreira distintiva dos gêneros, mais se valoriza o sexo como lazer em detrimento de outros benefícios e da forma procriativa! Qualquer senhor idoso se submete normalmente a uma cirurgia de risco, colocando uma prótese peniana para continuar regrado no sexo. A mais frequente justificativa para uma intervenção cirúrgica de períneo é o despertar de intenção lascívia feminina.  Assim, aumenta-se a vulgarização com as mil possibilidades de se fazer sexo, só por fazer; Incluímos aqui a sedução da dramatologia do amor e a nudez artística, tudo bem mostrado à vista das crianças; na telinha colorida, assim tudo fica comum. 
           Outro mundo sugestionador é a música, um forte exemplo disso está nos MCs "de menor": Eles ganham muito dinheiro cantando "putaria", e dando exemplo de talento aos outros menores de idade. Por que tanta represália em cima das prostitutinhas pobres de beira de estrada? Sei sobre um erro quase nunca consertar outro, não defendo nem uma coisa, nem outra, mas questiono a incoerência dos que também ganham muito dinheiro defendendo essa suposta moral tão igualitarista. Quão felizes estão os pais desses "fanqueiros" menores de idade! https://www.youtube.com/watch?v=xPPxa8bWqz8 (acessado em 05/09/2019).
          Se fosse uma menina cantando putaria, como a sociedade a trataria? Isso tem a ver com o machismo reinante! Cadê as MCs Menininhas? Porém sou do tempo, no qual as crianças ajudavam os pais nos afazeres domésticos, tinham autonomia no escolher e/ou construir seus próprios brinquedos de lazer. Sem a influência do modismo midiático embotando-lhes o gosto simples e inocente.
           As crianças de hoje, quase sempre, são usadas ora no bem, ora no mal da moralidade coletiva, nem têm sua própria infância, tornam-se os brinquedos de pedófilos. Enquanto se pensa sobre os moralistas estarem a benefício das crianças, exploram seus atributos "infantoingênuos", tentando aparecer, sensibilizando os outros adultos destituídos dos devidos resíduos da infância saudável. Mas, a graça infantil é usada nos comerciais, no cinema divertindo os "pedoespectadores". A estética infantil é usada nas passarelas de estilistas de roupa leve alimentando o prazer dos "pedovoyeuristas". Quase tudo no comércio tem-se a versão infantil até maquiagem para fazer a criança parecer um adulto pequeno e delicado. Não estou entrando no mérito do julgamento, se é bom ou ruim, apenas estou questionando se esta primeira fase da vida de todo mundo deve ser como um bolo de massa modelar nas mãos dos adultos espertos buscando brinquedos e lazer?
           Na escola, as crianças tornam-se clientes da instituição de ensino e fonte de renda dos próprios pais (criança matriculada gera benefício financeiro para os pais e escola), olhando de outro ângulo, pareceu-me mão de obra infantodesqualificada, porém eficiente para quem nunca quer qualidade, mas quantidade. Não seria um abuso e exploração infantil praticados pela mãe, quando engravida só pensando em arrancar uma mesada gorda do pai e/ou bolsa família do governo?
           A Filho de pobre é negada a sua infância, privado de tudo, resta-lhe apenas se recolher na insignificância de suas virtudes desejadas em si. E estas "abelhinhas" viram-se em "pedofóbicas" quando adultas, olhando para trás, por detestar as lembranças dos relacionamentos com adultos quando ainda tinham pouca idade. Em tempos modernos, perde-se a ingenuidade muito cedo na vida, só tenho a lamentar, pelos jogos eletrônicos exacerbados de erotismo e violência; acesso livre à tv e à internet. Podemos afirmar, por agora: não há mais criança que aprenda com a simplicidade da natureza, pois já lhe é tão insípida!
          Quem impedir um casal, não convencional, de adotar uma criança será taxado de discriminador. Reporto-me a imposição da moda como uma lei seca. Porém, faz sentido a pergunta que tipo de adulto produzirão? 
           E Acrescento mais de um instigador comentário a esta própria crônica: "Bom, um exemplo a que muitos não percebem nessa 'pedofilização' inocente é o discurso da higiene na depilação pubiana. Nesse sentido, essa depilação traz implícita uma pele lisinha, algo 'pedodesejado' que remete ao pueril" (Sic). Disse Clodoaldo Fernandes com muita propriedade. http://www.recantodasletras.com.br/resenhas/4693672 
           Que me explique o ECA: se o "carnaval" é para adulto, por que, na época, aumenta a "exploração sexual infantil"?
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 14/02/2014
Reeditado em 17/05/2014
Código do texto: T4690657
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sábado, 10 de maio de 2014

DEPENDÊNCIA NO ENSINO MÉDIO, "MICO" PEDAGÓGICO (Então falo com pregas vocais cheias de calos de tanto ensinar.)


Crônica

DEPENDÊNCIA NO ENSINO MÉDIO, "MICO" PEDAGÓGICO (Então falo com pregas vocais cheias de calos de tanto ensinar.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           A LDBEN, artigo 24 inciso III trata da progressão parcial, mas a efetivação do procedimento cabe ao Regimento Escolar regulamentar detalhadamente, bem como, definir a grade horária, o uso dos espaços físicos e alocação de professores. O que nunca justifica o constrangimento ao qual o professor é submetido, na maioria das unidades escolares, é melhor aprovar todos os seus alunos, se não terá a pena de salvá-los no ano seguinte, mesmo nem sendo mais seus alunos. Se o professor deixou o aluno retido em sua disciplina na primeira série do Ensino Médio, terá de aplicar, ou melhor, resolver a dependência do mesmo, embora nem seja mais o professor da primeira série — disse-me a outra professora coagida, fugindo da responsabilidade. Nesse caso, o aluno em dependência jamais fará os requisitos de igual forma com as turmas da primeira série em andamento, porém fará sim um "trabalhinho" desconjuntado e facilitado daquele professor agora modulado só na segunda e terceira série. Penso sobre o aluno retido parcialmente cumprir as avaliações dos quatro bimestres, as mesmas, junto dos alunos da série em onde deve a disciplina, é lógico que em outro turno, se ainda estiver legalmente matriculado. 
           Minha pergunta é: se um aluno vindo, com dependência, transferido de outra unidade, quem a aplicará? E se eu reprovei um aluno em minha disciplina, e ele mudou de unidade, será se eu terei de resolver a dependência dele a distância? Quanto mais se facilita ao aluno, mais se complica ao professor!!!(talvez seja esse o objetivo de certos coordenadores) Aliás, A Progressão parcial é, para o aluno,  uma lambança, e para o professor, hora extra não remunerada!  Fiz a seguinte pegunta a professores veteranos da escola na qual trabalho: O que mais lhes incomoda quando aplicam a dependência ao aluno? Todos responderam em uníssono: — "preencher as fichas exigidas de cada aluno." Então é melhor sem reprovar ninguém! Mesmo assim, de vez em quando, aparecem alunos desconhecidos, nem sei de onde vieram, encaminhados pela coordenação, retraços do ENCCEJA, esperando minha resolução da dependência. 
           Todo movimento do ideário pedagógico "moderno" deixa bem claro a cada um, a quem nem precisa ser da área, em especial aos alunos, querendo ou não, serão empurrados literalmente para a série seguinte até sair, mesmo saindo deficitários. Ultimamente, o alunado formado no Ensino Médio confia nas cotas das Universidades, destinadas a palear a vergonha do povo brasileiro amantes dos aproveitadores do sistema educacional público. Quem deveria se importar, senão os próprios alunos: os maiores prejudicados, mas de forma alguma se importam!

           Como entender a veracidade dos índices da educação, aumentando o número de diplomados semianalfabetos! Por que continuar jogando a culpa histórica, pelo fracasso escolar de uma parcela avantajada, consumidora dos benefícios do governo, no professor, este sem reconhecimento positivo? Por ser professor público, também sou governo, incoerente, diga-se de passagem, porque não tenho poder na voz; no final de safra, então só reclamo a ouvidos surdos ao meu timbre, palavras verdadeiras, porém baixas, produzidas por pregas vocais já cheias de calos de tanto ensinar.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 04/02/2014
Reeditado em 09/05/2014
Código do texto: T4678483
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sábado, 3 de maio de 2014

"AMASSANDO BARRO" (Os nossos alunos são mais inteligentes e espertos do que pensamos, o que lhes falta é o sentido das coisas!)


Crônica

"AMASSANDO BARRO" (Os nossos alunos são mais inteligentes e espertos do que pensamos, o que lhes falta é o sentido das coisas!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Encontrei um dos meus alunos de filosofia na pista de Cooper (caminhada) e lhe propus o seguinte silogismo: Se caminhar é melhor do que não caminhar, e correr é melhor que caminhar, logo não caminhar é pior do que não correr.
           Então ele me perguntou, gracejando: — para que tanta pressa para morrer dos mesmos males dos que só caminham?
            A resposta esperada: viver com qualidade ou morrer com qualidade. Eu nunca subestimo a inteligência e a capacidade de raciocínio dos meus alunos, apenas têm preguiça de pensar. Mas, quando acho algum que se destaca assim, eu o valorizo mais ainda. Porque é deste tipo de que a educação precisa muito: pessoas pensantes. 
            Todavia, o organograma inchado do sistema educacional tem funções desnecessárias que para justificar sua existência produz o verdadeiro "amassar barro", ou seja, finge que anda, mas não sai do lugar.  Se qualquer pessoa se aprofundar nos feitos da escola e sua história percebe as notáveis contradições que faz tudo deslizar na massa mole, ou seja, na "maionese", ou ainda se arrastar em círculo como a barata rodando de pernas para cima, fadada à morte. Estamos vivendo e assistindo bem de perto o vai e vem do tear com os fios embaraçados debaixo do nariz do tecelão que se movimenta infrutiferamente, tentando esconder as pontas soltas para vender um tecido colorido que não se precisa dele.
           O desrespeito à educação e aos seus profissionais não seria por que a população descobriu que não precisa da sistematização dela? Talvez a saída seja para cima: As nuvens!  
           A informatização pode mudar a realidade se ao invés de tomar o aparelho celular do aluno e obrigar que o professor deixe o dele desligado no armário, que as metodologias da educação fossem mais contextualizadas na realidade; e que as normas também contivessem o futurismo das máquinas —"EDUCAR NÃO É CORTAR AS ASAS, E SIM ORIENTAR O VOO.!!!" (madre Maria Eugênia). O "amassar barro" é tão promissor para nosso tempo como o é a criterização dos governos para distribuir as verbas às escolas, pelo número de alunos matriculados: aqui embaixo, sem seleção alguma, priorizamos a quantidade geradora de recurso e a desqualificação por falta de seleção rigorosa, mais do que a excludência do barro amassado, ou melhor, da massa mole que não serve para construir. Os nossos alunos são mais inteligentes e espertos do que pensamos, o que lhes falta é o sentido das coisas! Disse Mahatma Gandhi: "Acredito que um tal sistema educativo permitirá o mais alto desenvolvimento da mente e da alma. É preciso, porém, que o trabalho manual não seja ensinado apenas mecanicamente, como se faz hoje, mas cientificamente, isto é, a criança deveria saber o porquê e o como de cada operação."
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 03/02/2014
Reeditado em 03/05/2014
Código do texto: T4676930
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.