"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 26 de março de 2011

DENUNCIA-SE FACILMENTE POR NADA (É um pedido de ajuda de forma cruel de quem é coitado conscientemente.)

CRÔNICA

DENUNCIA-SE FACILMENTE POR NADA (É um pedido de ajuda de forma cruel de quem é coitado conscientemente.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Denúncia é palavra fácil na boca do pobre de espírito, quase sempre usada para extorquir algum dinheiro ou prestígio, ela está escrita em cada filamento nervoso do fraco, denunciando também que esse incompetente não consegue atingir o patamar superior, então tenta derrubar os de cima até ao seu nível, por meios espúrios. É um pedido de ajuda de forma cruel de quem é coitado conscientemente.
          — Por que sou tão vítima de denúncias se não faço nada escondido? Pergunta atônito o denunciado. "O mexeriqueiro espalha segredos, mas a pessoa séria é discreta. (Pv. 11:13 NTLH). Mas, quem mandou ter amigos mexeriqueiros?!
          Nem os denunciadores protegidos se mantêm em segredo! Eu não os chamaria anônimos, mas sim sem personalidade. "Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos" (Sigmund Freud).
          Não se pode zelar pelo caráter de um denunciante, ele é uma prova do crime ou o criminoso, talvez. Os sedentos por denúncias prometem esconder o fornecedor e se tornam cúmplices dele. Ao invés de proteger o acusado, até provar que é realmente o culpado para sofrer a penalidade remidora, incentiva o delator a esconder-se. A prudência está com Voltaire: "É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente."
          O denunciante também conta com a  ajuda do superior daquele de quem não gosta para operar sua injusta vingança, pois jogando um contra o outro se safa. Até admito que ninguém ofende o outro de graça, faz-lho por uma defesa qualquer. Mas, os bem intencionados tentam salvar as relações desgastadas, ao torná-las amizades restauradas. Isso é Divino, comportamento de Crente Verdadeiro. Compreenda-me, ninguém erra porque quer errar, faz-lho por incompetência, e isso tem jeito, só o sistema educacional não tem educação, que o professor fala mal do colega para os alunos e é maltratado, mas se falar mal do colega para a coordenadora é elogiado. A coordenadora que diz não ser ético colega falar mal de colega, chama a atenção e repreende duramente os professores à vista de todos na tal TCE. As ciências sociais cham essa atitude de assédio moral, é o que mais se vê, nesse ambiente "ético"!
          "O direito à  indenização surge do dano, material ou moral, causado pelo comportamento culposo de uma pessoa sobre outra. A indenização por danos morais deve representar uma punição para o infrator, objetivando desestimulá-lo a reincidir na prática do delito. [...] Presentes os pressupostos para a sua concessão, qualquer pessoa, homem ou mulher, pode pleitear em juízo a indenização por danos morais decorrentes de traição." (Deusamar Borges Cardoso) 
          Eu procedo assim: não me envolvendo direto ou indiretamente com situações de risco, mas quando não posso desconsiderar a ofensa e me sinto muito prejudicado, vou saber diretamente do agressor o porquê me tratou assim, então se não foi possível uma solução, aí sim, vou em busca de ajuda e faço questão de me revelar e revelar também minhas tentativas de conciliação. Denúncias de terceiros não as faço, seguindo o conselho do sábio Salomão: "Agarra um cão pelas orelhas quem se mete em briga alheia" (Pv 26:17 BJ). Já segurou um pit-bull pela orelha?
           "Quem prepara armadilhas para outras pessoas acabará caindo nelas. [...]" (Pv 26:27 BV).   Quem denuncia o inimigo se expõe perigosamente. por outro lado, amigo não denuncia amigo; eles não se prejudicam. Que a indústria do denuncismo seja competente por si só e aja sem a ajuda de "fofoqueiros" inconsequentes.
          Os 0800 deviam dar prêmios aos informantes, como no tempo do "bang bang", dinheiro ao pistoleiro que entregasse o procurado, assim os "x9", dedos duros, fofoqueiros, delatores, linguarudos se prezavam mais. 
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 25/03/2011
Código do texto: T2870524

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quarta-feira, 16 de março de 2011

O MASOQUISMO IMPOSTO (As pessoas também se acostumam com coisas ruins)



CRÔNICA

O MASOQUISMO IMPOSTO (As pessoas também se acostumam com coisas ruins)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Numa dessas minhas crônicas da vida escolar, eu já tinha dito sobre o não haver um dia seque, no qual eu não saísse do trabalho portando uma sensação de consciência pesada, como quem não cumpriu o dever, ou talvez pelos diversos contratempos desfazedores dos bons propósitos do meu dia, ou ainda sinto como se eu tivesse ofendido a mim mesmo. Hoje, peguei-me com essa sensação estranha novamente; mas, por outro motivo: Não percebi ninguém vigiando para me acusar de qualquer irresponsabilidade! Na escola, tinha só uma das coordenadoras, e não a vi pelos os corredores repetindo os mesmos termos de sua função, não valendo a pena relatá-los aqui. Os meus alunos apresentaram os seus trabalhos em grupo e nem um transtorno ou adversidade nos aconteceu, foram bastante criativos. Devido a urgência, alunos de outras salas vieram apresentar em minha sala e ninguém me acusou de boicotador das aulas dos outros ou nos impediu.  Tudo estava tranquilo! Qualquer pessoa normal gostaria desse clima circunstancial, porém eu me descobria doente, ainda me sentia insatisfeito, porque as armas de proteção, que uso costumeiramente, não pude usá-las! Seria esta minha frustração?
          Sim, eu estava infeliz, aliei dentro de mim uma razão, justificando o desconforto, e vi um grande vazio, faltava repressão, acusações, críticas sem destino. Lembrei-me da ata trazida para eu assinar da reunião de ontem da qual não participei, tremi nas bases, pensando que fosse algum relatório condenatório, denúncias de pais; não era, eu a li, tinha coisas triviais apenas: firmou-se o vazio. No recreio, saí da sala dos professores a fim de conversar menos, e não cometer os pecados dos outros dias; lá fora, os alunos não me disseram nada, apenas palavras vazias sem intencionalidade alguma (se as tinham, não descobri).
          Então, agora, acho do meu primeiro desconforto ser melhor que o último. Eu sei, estou preparado para sofrer menos por estar mal acompanhado do que quando estou sozinho. Alguém já disse uma vez sobre como as pessoas também se acostumam com coisas ruins. Não me julgue por tamanha radicalidade, posso me agradar do seu injusto julgamento por falta de opção. Tudo ao meu redor presta sim, estou reclamando da ausência dos maus tratos do meio em que vivo.
          Os nossos avaliadores nem sempre entendem como as pessoas são preciosas demais para serem menosprezadas. Também não entendem que "se carrasco fosse herói não usava capuz". Se cheguei onde cheguei e como cheguei, foi investimento de Deus.             
           
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 16/03/2011
Código do texto: T2851749

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