"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 18 de outubro de 2015

EU NÃO SOU MINHA CALÇA XADREZ (Agostinho ou Chaves, eis a questão?)


Crônica

EU NÃO SOU MINHA CALÇA XADREZ (Agostinho ou Chaves, eis a questão?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Sempre gostei da estampa xadrez em minha vestimenta. Sinto-me alegre! Agora é preciso sentir-me palhaço para levar na brincadeira as afrontas da sociedade. Apesar de ter sido uma criança com medo de palhaço, já compreendo a importância dos palhaços trabalhando para trazer a alegria a muitos, embora, muitas vezes, estejam tristes. Por isso, quero despi-me de meu jaleco branco, camuflador de pó de giz, para usar permanentemente a indumentária alegre de quem vive em um circo, valendo-me assim da honra de um bom palhaço, também critico minha disposição em adequar-me ao comportamento enganoso que hoje o aluno, os pais, os colegas e o governo exigem da escola e do professor.
           O figurinista Cao Albuquerque, responsável pelas vestimentas do elenco dos mais queridos do seriado “A Grande Família”, da Rede Globo, disse: "Eu pensei que ele tinha que ser anos 1970, porque ele é o cafajeste, enganador, tem uma coisa clown (palhaço, em inglês) e farsesca. (...) O Pedro Cardoso, que interpreta o Agostinho, diz que o figurino ficou próprio de um clown. Ele acha muito legal do ponto de vista de que o figurino ajuda a ninguém ficar com raiva do personagem, mesmo que o Agostinho cometa as maiores barbaridades". (http://www.areah.com.br/cool/estilo/materia/6942/1/pagina_1/estilo-agostinho.aspx) - Acessado 20/10/2015.
           Todavia, o professor é um profissional com uma nobre função que é a de preparar os indivíduos para conviverem, servirem à sociedade e, quando necessário, transformá-la, tarefas nada fáceis. Por que, então, o professor é tão descredenciado por essa mesma sociedade que a ajuda a formar? Ora, o professor é um instigador de ideais, mas ele também precisa sentir prazer com o que faz, ou então, estará sendo obrigado a ser hipócrita, falando coisas em que não acredita, transmitindo emoções que não sente e isto mata a educação. Ou talvez, que se mate a educação antes que eu me mate!
           O lado bom de me fantasiar de palhaço  não é somente meu protesto aos desencantos da escola, mas conto com um poderoso recurso didático para socializar conteúdos da matriz curricular, pois alguns colegas já usam a outras fantasias de palhaço para facilitar suas aulas. O que vale além do mais é a sobrevivência. "Chegará um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes" -C. H. Spurgeon.
           Os alunos precisam mesmo é de professor ou de palhaço? Que tal um pouco dos dois! Que graça tem, um profissional agradar o cliente e continuar sendo o mesmo profissional? Vai desgastar! E por incrível que pareça, o que eles querem verdadeiramente é palhaço!  "Para a aluna Evely Fernanda Damaceno, de 11 anos, a aula fica muito mais interessante e engraçada. “Acho muito legal todas as aulas do professor Júlio. Meu recado para ele é que continue assim”, finaliza a estudante." (http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/com-nariz-de-palhaco-e-giz-na-mao-professor-inova-forma-de-dar-aula) - Acessado em 22/01/2021.
           Se no primário se acostumou com palhaçada, não se contentará com menos no Ensino Médio e na vida toda. Os que zombam de mim, chamando-me de Agostinho, vestem-se de "pega-marreco" (modelito do Chaves), e calça rasgada, faltando só o suspensório. Então, ninguém é sua calça! Apenas, e às vezes, estamos no circo errado! "É diferente, diferente eu também sou..."
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 17/10/2015
Reeditado em 18/10/2015
Código do texto: T5418006
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 3 de outubro de 2015

MILITARIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO ("Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.")


Crônica

MILITARIZAÇÃO ESCOLAR MODERADA ("Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu sou a oportunidade automática, para eles cavarem suas consequências nefastas por que me maltratam. Porém, prefiro libertá-los, não cortando-lhes as asas, mas os direcionando no vou.  Lori Tansey disse apropriadamente: "Burocracia atrapalha. Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades." Os alunos respeitam (tem medo) mais o coordenador, todavia é do professor de onde flui aprendizado deles —Digamos sobre respeito e medo serem dois sentimentos diferentes.
            Estou presenciando a transformação de um colégio estadual comum em militar, mudou-se o diretor, mas os professores continuam os mesmos. Estranhei o fato dos logo serem transferidos para outra unidade escolar comum. E que o ranço acompanhem-nos. Pois o aluno é sempre aluno...  Ouço conversas sobre o sucesso, só por que andam bem uniformizados e debaixo de uma disciplina "rigorosa", fazendo jus ao prestígio de uma boa fama. A pedagogia da repressão nunca teve o respaldo de bons teóricos, porém os pais simpatizam, parece-lhes uma reposição dos cuidados inviabilizados em casa. Não sabendo eles que a escola não dá conta dos dois papéis, formadora técnica e educadora familiar, deixa de fazer um, o seu próprio. Então, continuarão processando a entidade por ela não poder facilitar em todos os aspectos. Se a troca de gestão fez toda diferença nesse caso, o problema das demais deve ser a falta dessa solução. 
           Em uma falta disciplina, na outra tem demais. Disciplina imposta de fora para dentro não é saudável. "obediência forçada não é virtude". Minha pergunta é: o colégio militarizado adotará a aprovação sem mérito para abrilhantar as estatísticas? Não sei! Pelo menos, já não faz mais um exame de seleção para matricular o aluno, agora é apenas um sorteio dos que aparecerem, pois chamaram isso de avanço. 
           Eu sempre pensei que a escola deve ser excludente, sim;  não por um conjunto de normas gerando consequência a quem não as obedecer; mas pelas circunstâncias favoráveis, aos bons princípios familiares. Certamente a seriedade e respeito criam critérios que forçam a evasão dos ruins: os amantes dos atalhos para os rincões do sistema pobre. A escola pouco ensinará quem não sabe ser aluno e não é obrigando sê-lo que o será. Nesse caso, quero uma educação "includente" sim, bem no jeito favorável aos autodidatas, esforçados, os desejosos por si só de melhorar para acompanhar, a evolução, não daquelas que só produzem na marra, sem nem saber o sentido da obediência. Só não estou entendendo o seguinte: Os colégios militares são também estaduais, e os professores estaduais estão mudando para os colégios não militarizados! Porém, o alunado procura os colégios militarizados! Quem está vomitando quem?   https://g1.globo.com/pr/parana/educacao/noticia/2020/11/12/professores-e-pesquisadores-criticam-modelo-civico-militar-para-escolas-estaduais-secretario-diz-que-proposta-atende-anseio-da-sociedade.ghtml - acessado em 13/12/2020.
          Aprovo moderadamente o tradicionalismo na forma de usufruir. A prática fica por conta do modernismo, já que o homem é vivo, ágio e não pode perder totalmente a rédea.  "Se você está fazendo alguma coisa da mesma maneira há dez nos, provavelmente está fazendo algo errado." (Charles Franklin Kettering).
           Além do mais, as pessoas devem ter a oportunidade de se autodisciplinarem, ninguém deve ser regra e consciência para ninguém! Pessoas manipuladas, quando têm a certeza que não estão sendo observadas, fazem coisas horríveis! Pois que é como afirma Rafael de Oliveira Leme: "A arbitrariedade enaltece a ignorância, lapida a jactância e solidifica a idiotia." E como eu não sou o carpinteiro do mundo, por isso vou me recolher aqui em minha insignificância e meu último alento é para citar Michel de Montaigne: "Não podendo regularizar os outros, regularizo-me a mim mesmo."
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 24/09/2015
Reeditado em 03/10/2015
Código do texto: T5393337
Classificação de conteúdo: seguro