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MINHAS PÉROLAS

sábado, 28 de maio de 2011

ETERNIZAÇÃO DA POBREZA? (Agora a pobreza ataca a educação de qualidade de bicicleta)

CRÔNICA

ETERNIZAÇÃO DA POBREZA? (Agora a pobreza ataca a educação de qualidade de bicicleta)

Por Ester Jaqueline Azoubel
          Estamos vivendo o desenvolvimento de um projeto não divulgado em sua totalidade, mas que já permite que se percebam os seus contornos.                                                         
      Começamos com uma educação deficiente e professores mal pagos. Não se exige dos alunos um aprendizado adequado. Nas universidades, ensina-se o Marxismo, e o esquerdismo. O sistema de cotas deixa claro que as universidades não devem mais se preocupar em formar profissionais de alto nível. Ao contrário, são apenas e tão somente prêmios de consolação para quem não pode pagar escolas particulares. Todos os privilégios são dedicados, não aos bons e capacitados, mas aos coitadinhos advindos de nossas pobres escolas públicas, pobres pela deficiência do ensino que oferecem.
          Vão simplificando os currículos: retiram-se as tabuadas, as conjugações verbais, tudo que precisa ser memorizado e demitem agora as concordâncias nominal e verbal.
          Diminui-se o exercício mental. O raciocínio dá lugar à preguiça de pensar. As cabecinhas vão deteriorando.
          Em outra vertente, diminui-se ou elimina-se a ambição por um futuro melhor. A bolsa-esmola-compra-de-votos, também conhecida como bolsa família, tem tirado muita gente dos empregos e os deixando limitados àquela esmolinha mensal. É mais gratificante ficar sentado à porta do barraco e receber um trocado no fim do mês do que sair para o batente todos os dias.
          Éramos um povo alegre e ordeiro, com probleminhas sociais disfarçados e quase imperceptíveis. Agora esses problemas estão sendo mostrados através de fortes lupas e a sociedade dividida em castas. Não somos mais o povo brasileiro. Somos os negros, desculpem, os afro-descendentes, os brancos satanizados e os índios. Tem os não classificados, mas esses não contam. Tem os homos, e os héteros. Tem os políticos e as pessoas comuns.
          Nunca a corrupção e o crime foram tão bem aceitos pela população. Ser corrupto dá status de autoridade.
          Aceitamos que nos roubem em nossos impostos e que gastem parte deles para nos provarem que são heróis por nos roubarem. E aplaudimos isto.
          Nunca antes neste país, os votos foram tão mal aplicados, nunca antes se elegeram pessoas tão inadequadas para cargos de responsabilidade. Nunca antes cargos públicos foram tão mal ocupados sempre por pessoas erradas, incapazes, incompetentes e desonestas.
          Um país sem educação, sem cultura, sem ambição, sem amor próprio.
          Um país que se perdeu de si mesmo.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 28/05/2011
Código do texto: T2998567

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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sábado, 21 de maio de 2011

NEM SEMPRE IMPORTA O QUE ESTÁ ERRADO (A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre. Oscar Wilde)


Crônica

NEM SEMPRE IMPORTA O QUE ESTÁ ERRADO (A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre. Oscar Wilde)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Na escola onde leciono, vez ou outra nasce uma estrela. Um brilho discreto, mas constante, que se destaca em meio ao breu da indiferença e da preguiça que, infelizmente, vem se tornando regra. Este ano, ela estava ali, sentada na terceira carteira da fileira do meio, com os olhos atentos e cadernos impecáveis. Inteligente, curiosa, disciplinada. Como não notar?

Pensei que poderia usar aquele talento a favor de todos. Talvez, se eu a elogiasse publicamente, os outros sentissem vontade de imitá-la — e assim se elevassem também. Comecei a fazer isso com naturalidade: destacava suas respostas bem elaboradas, exibia seus trabalhos, associava seu esforço a grandes exemplos de superação. Queria apenas inspirar. Ingenuidade minha.

O efeito foi o contrário. A turma, ao invés de se motivar, armou trincheiras. A inveja, que sempre se esconde nas sombras, se alastrou como mofo nos cantos de um porão esquecido. Os apelidos vieram: “puxa-saco”, “nerd”, “CDF”. E os risos abafados se tornaram zombarias abertas. A perseguição crescia, sutil, mas cruel. E não tardou para que os pais entrassem em cena. Uma mãe me procurou com ares de acusação, dizendo que sua filha estava se sentindo discriminada porque eu elogiava demais a colega. Sem saber se exigia justiça ou privilégio, exigiu que eu parasse.

Foi ali que compreendi o novo jogo: o mérito é perigoso. Ele desestabiliza a falsa harmonia onde todos fingem igualdade, mesmo sem esforço igual. E quem ousa reconhecer os merecedores vira ameaça. Acusaram-me de desprezar os demais, quando, na verdade, eu apenas apontei para um farol em meio à neblina. A recompensa pelo meu zelo foi o silêncio constrangido da coordenação e a clara mensagem: cale-se.

Enquanto isso, os bons pais — aqueles cujos filhos brilham pelo esforço — raramente aparecem. Talvez achem que tudo está bem. Mas os que vêm, com frequência, são os que buscam culpados para as falhas de seus filhos. A escola virou tribunal, e o professor, réu sem direito de defesa.

Recentemente, a aula foi interrompida por uma confusão absurda. Uma menina, do sexto ano, exibiu um vídeo íntimo, gravado em casa. Gargalhadas, provocações, gritaria. E lá estávamos nós, professores, tentando separar brigas, apaziguar ânimos, resolver o que nunca foi nossa atribuição. A coordenadora correu de um lado ao outro, buscando culpados, como se fosse possível resolver uma ferida social com advertências. Enquanto isso, o conteúdo previsto ficou para depois — ou para nunca.

Diante de tudo isso, muitos professores baixam o nível da aula. Querem sobreviver. Querem manter a paz. Preferem agradar a todos, ainda que sacrifiquem os bons alunos, que ficam à margem, desperdiçando tempo, revendo o que já dominam. E aquela minha aluna, a brilhante, de cabelos longos e olhar firme, fala agora em mudar de escola. Cansou de ser o alvo. A luz incomoda.

E eu me pergunto: o que será da educação pública sem os seus luzeiros?

Quem ficará para manter aceso o pouco que ainda nos resta?

A perseguição ao mérito tem efeitos devastadores sobre os estudantes talentosos. Quando o esforço é ridicularizado e a excelência se torna motivo de escárnio, os mais dedicados aprendem cedo a esconder seu brilho para sobreviver. Sentem-se deslocados, culpados por se destacarem, e acabam abafando seus dons em nome de uma aceitação superficial. Essa inversão de valores não apenas silencia talentos individuais, mas molda gerações inteiras a rejeitar a superação, trocando o desafio pelo conformismo. Aos poucos, aprender deixa de ser conquista e passa a ser castigo. E assim, o futuro se constrói sobre a areia movediça da mediocridade consentida.

Por isso, imploro — sim, imploro — aos bons pais: venham à escola. Defendam seus filhos, mas também nos apoiem. Encorajem os professores que se dedicam, que resistem. Não deixem que o silêncio dos bons seja cúmplice do barulho dos maus. Pois, como diz a sabedoria antiga: “Chega-te aos bons, serás um deles; chega-te aos maus, serás pior do que eles.”


https://www.bahianoticias.com.br/justica/noticia/58892-colegio-adventista-e-condenado-a-indenizar-aluna-em-r-12-mil-por-pratica-de-bulliyng.html (Acessado em 20/06/2025)




Minha crônica é um poderoso desabafo sobre os desafios da educação contemporânea, a inversão de valores e a desvalorização do mérito no ambiente escolar. Ela aborda a frustração de um professor que, ao tentar estimular a excelência, se depara com a intolerância, a inveja e a incompreensão, resultando na desmotivação dos alunos dedicados e no esgotamento dos educadores. Como seu professor de sociologia, preparei cinco questões discursivas simples, baseadas nas ideias principais de minha crônica, para aprofundar as discussões sobre esses temas.


1 - A crônica descreve como o elogio a uma aluna exemplar gerou inveja e perseguição por parte dos colegas. Do ponto de vista da Sociologia da Educação, como a cultura escolar e as dinâmicas de grupo podem influenciar a percepção do mérito e do esforço individual, e de que forma a rivalidade ou a pressão por conformidade podem inibir o desenvolvimento da excelência?


2 - O autor se depara com pais que acusam o professor de "discriminação" por elogiar alunos destacados, enquanto os pais de alunos exemplares permanecem ausentes. Com base na Sociologia da Família e da Escola, como as diferentes expectativas e papéis dos pais em relação à educação de seus filhos podem gerar conflitos com a prática pedagógica, e quais as implicações da ausência de apoio para os professores?


3 - O texto evidencia a perda da autonomia e autoridade do professor, que se vê obrigado a "calar-se" e a resolver problemas que extrapolam sua função acadêmica, como brigas e questões de comportamento. Sob a ótica da Sociologia das Profissões, como a sobrecarga de funções e a desvalorização do saber técnico-pedagógico podem levar ao esgotamento docente e à perda de foco na missão principal da escola?


4 - A crônica menciona que muitos professores "baixam o nível da aula" para "agradar a todos" e "manter a paz", sacrificando o aprendizado dos alunos mais dedicados. Utilizando conceitos da Sociologia do Currículo Oculto e da Sociologia Crítica da Educação, discuta como a busca por conformidade e a evitação de conflitos podem inadvertidamente prejudicar a qualidade do ensino e a motivação dos estudantes que buscam desafios intelectuais.


5 - O autor expressa a angústia sobre o que será da "educação pública sem os seus luzeiros", referindo-se aos alunos brilhantes que pensam em sair da escola por perseguição. Com base na Sociologia das Desigualdades Educacionais, analise como a falta de um ambiente que valorize o mérito e o esforço pode contribuir para a evasão de talentos do sistema público de ensino, impactando negativamente o futuro da sociedade.

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

GLBTTT - RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA? (Minha nova família é um pedaço do Céu na terra!)

Crônica




Por Claudeci Ferreira de Andrade


            Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução 175 que determina que todos os cartórios habilitem ou celebrem casamento civil e conversão da união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. "Casamento gay no país cresce em ritmo maior que o de heterossexuais. Segundo IBGE, uniões entre casais do mesmo sexo aumentaram 15,7%".
           As instruções da Igreja à família é que o pai e a mãe estejam sempre prevenidos quanto a suas palavras e atos, cuidando do bom exemplo. O marido deve tratar sua esposa, a mãe dos seus filhos, com o devido respeito, e a esposa deve amar e respeitar o marido também. Como pretendem fazer isto, os inovadores da santidade do enlace matrimonial? Para aonde vão os princípios e valores culturais da Igreja?
          As influências educacionais da vida no lar e na escola são uma força decisiva através do bem ou do mal. Tais influências são também, em muitos casos, silenciosas e graduais, mas, se exercidas do lado certo, são cheias de valor. E qual o lado certo nesse caso? Para aonde vai a eficiência moral da Escola?
           Mesmo aqueles sem filhos têm responsabilidades a suportar. Em muitos casos, podem receber em seus lares crianças órfãs e destituídas de um lar. O que devemos dizer da disciplina dos pretendentes a tomar lugar na família, símbolo do Céu? Para aonde vão os conceitos e valores culturais da Família tradicional?
          Minha constante oração é: Deus me deixe viver, com sanidade suficiente, até aos meus 74 anos, de lá, olhando para trás, eu possa ver e comparar a performance das leis proibitórias do abuso sexual de menor de idade, que conheço agora. Quero me sentir bem, não pelo prazer da realidade porvir, mas pela confirmação do meu ministério profético. Porém, quando o futuro chegar, perguntar-me-ei: para aonde vão os princípios e valores culturais de mim mesmo?
          Que os elementos modernos do mundo, ardendo em paixão, se esbaldem em "amor", eu quero apenas responsabilidade social, pois quanto mais intensamente essas "desproíbições"  invadirem a nossa vida, menos motivação teremos para olhar o passado. Para a frente, tudo é excelente! Acho depravação mesmo é ter de viver 74 anos, e serem dias demais ao me fatigar com o que já é estabelecido e veio para ficar. Então, aqui quero valorizar minha crônica, citando um comentário da amiga e poeta Silvia Regina Costa Lima: "... a família mudou demais e temos, dela, novos modelos que antes nem se pensava, nem se sonhava... as crianças perdem o referencial sobre o que é avô original, avô agregado, tios, primos, meio/irmãos, outros pais... e todos perderam a noção de valores, tradição, cidadania... e não sei aonde iremos todos parar..."
           
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 11/05/2011
Código do texto: T2962650

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domingo, 1 de maio de 2011

"MACUNAIMISMO" (O alunado pagador de toda conta com seus impostos)

CRÔNICA

"MACUNAIMISMO" (O alunado pagador de toda conta com seus impostos)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Aprendi isso num conselho de classe: A deficiência é comprovadamente do aluno, pois tem nota baixíssima em todas as disciplinas, embora vinte por cento da classe esteja razoável, mas ainda é o professor quem deve mudar a sua metodologia. E se nem tiver ensinado nada, fica mais fácil para ambos! Acho ser a maior desgraça de um profissional da educação é ter de ensinar a quem não quer aprender. É fácil fazer o professor trabalhar à toa. Se todos, de uma sala, tirarem menos de dois em uma prova que valia cinco, o coitado é obrigado, pela coordenação, a elaborar e aplicar outra prova – a culpa é dele. Será se os alunos boicotaram? Porém eu disse, em classe, que não ia dar nota alguma pela prova avaliativa da unidade escolar (ADA), aplicada pelo o governo, e o aluno me acusa de boicotar o sistema, mas é ele que não quer vim fazer a tal prova.
          Hoje, elementos político-pedagogos atuam mais com enganos sutis para cativar o alunado descrente ao invés de ser transparente e dar-lhe a condição de trilhar o caminho tenebroso do mundo com eficiência: "quem vive só de esperança morre de fome." Teorias mirabolantes. Que nenhum aluno suponha, por ter sido usado apenas como instrumentalidade, angariadores de fundos do sistema mantenedor, se achando bom cidadão, só por isso, não. Aqueles que se excluem das mãos de um verdadeiro educador, julgam-se capazes de realizar grandes feitos no mundo sem as orientações corretas, enganam-se, apenas procuram um liberal. Então, o conceito atual de "bom professor" percorre a ideia carregada da esperteza e da sutileza para o "salve-se quem puder". Esse tipo deixou de ser tão técnico, mas é agora ardiloso.
          O alunado pagador de toda conta com seus impostos, é o "Dom Quixote' do sistema; péssimo patrão, atacando os professores como os moinhos de vento foram vítimas, outrora; tal herói sem nenhum caráter (anti-herói), pegamos um atalho na comédia de Miguel de Cervantes. O que diríamos equivalentemente, cá para o Brasil da atualidade, "Macunaíma, herói de nossa gente". Os alunos perdem muito tempo e energia armando-se e atacando os professores que se movimentam pela força dos ventos subjetivos soprando-lhes normas infundadas, pois sem o rumo das artimanhas, ainda são eles os que supostamente "roubam" notas dos alunos ruins; eles os acusam! E os "moinhos de vento", atacados, continuam lá fazendo o seu trabalho como podem, rangendo: despedaçados. Até quando!?
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 30/04/2011
Código do texto: T2940362

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