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sábado, 15 de novembro de 2014

AULA SHOW E PANDEMIA ("O show já terminou/Vamos voltar à realidade/Não precisamos mais/Usar aquela maquiagem/Que escondeu do nós/Uma verdade que insistimos em não ver" - Roberto Carlos)



Crônica

AULA SHOW E PANDEMIA ("O show já terminou/Vamos voltar à realidade/Não precisamos mais/Usar aquela maquiagem/Que escondeu do nós/Uma verdade que insistimos em não ver" - Roberto Carlos)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


           Quem é o professor show? Seria o ministrante de aula show? É o sonho de todo coordenador pedagógico ter na sua unidade escolar só professores show, do tipo a fazer aulas criativas e atraentes, como aquelas dos profissionais dos cursinhos para vestibular! Uma pena, apesar dos professores quererem tanto estar na mídia, mas não é possível fazer de todas as aulas um show. A culpa é do próprio sistema engendrado pelos pedagogos administradores e técnicos atrás do seu próprio show, amassando barro e assediando os seus dependentes, subjugando-os com metodologias estranhas ao verdadeiro papel da escola, pois lhe importa o controle. A maleabilidade do pobre servidor é um forte indicador de seu sucesso: "o bife que nos alimenta, quanto mais apanha, mais macio e gostoso fica"! (não do ponto de vista do bife).
           Não é possível tornar todas as aulas de Língua Portuguesa numa peça teatral, a menos que eu de forma alguma tenha compromisso em cumprir o currículo mínimo, adotado e recomendado pela Secretaria de Educação. Pois, alguns momentos preciosos dos 50min da aula é tomado, todos os dias, fazendo chamada de aluno no jeito tradicional. Toma-se outra parte do tempo com facção e verificação das atividades em classe atribuindo nota, tarefa para casa jamais, a maioria do alunado público já está no mercado de trabalho, e a única forma de promoção é facilitada. A distribuição do lanche na sala vai além do tempo do recreio. E sequer tenha um dia sem as interrupções variadas de propagandistas de produtos incompatíveis com o ambiente escolar. Somam-se ainda as visitas da administração da unidade em sala, trazendo avisos e distribuição de bilhetes, também demandando o tempo da aula e a atenção dos alunos. Os alunos da sala vizinha vêm pedir coisas emprestadas e é permitido, pois os livros e lápis são escassos, sem falar do Grêmio Estudantil. Essa movimentação diversificada talvez seja a aula show tão esperada, e eu nem estou vendo debaixo de meu nariz, chego a pensar isso, pelos favorecimentos e naturalidade com que acontece.
           O aluno, cliente do show, gosta, porque nunca tem de fazer nada é só assistir ao espetáculo, o mestre faz seu show(zinho) e se algum estudante quiser aprender alguma coisa útil, se vire! Vejam a participação da classe  nesta aula modelo: (https://www.youtube.com/watch?v=fgjmGPO6qww) (acessado em 27/05/2020). Será ser esta "palhaçada" que o sistema educacional precisa para vencer o caos?  Nesse caso, o professor deve ser um compositor; logo então, o Estado terá de contratar só músicos, mágicos, dançarinos, palhaços e atores para dar aulas, pois sendo só professor não servirá. E assim os alunos serão tão cultos como são espirituais, os quais ouvem e cantam música gospel e usufruindo do mundo! Lembrando que pelas minhas tentativas, ainda sim, meu show é ruim, alguns se atreveram a me apelidar de professor "Girafales". E no final será como canta o Rei Roberto Carlos: 
"O show já terminou
Vamos voltar à realidade
Não precisamos mais
Usar aquela maquiagem
Que escondeu do nós 
Uma verdade que insistimos em não ver".           
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 09/11/2014
Reeditado em 15/11/2014
Código do texto: T5028657
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 1 de novembro de 2014

"SERÃO COMO DEUS" (Uma forma de ser Deus é criar um Deus e obrigar que os outros o respeitem)



Crônica Filosófica

"SERÃO COMO DEUS" (Uma forma de ser Deus é criar um Deus e obrigar que os outros o respeitem)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            O "penso logo existo" de Descarte, leva-me a concluir sobre meu pensar ser meu criador, porque já criara meu Deus! isso só prova que o Deus das igrejas é aplacável assim, por ter sido concebido pelo homem! Se não, por que gosta de adoração como homens? Por que precisa de meus préstimos humanos? Então, disse Ferreira Gullar: "Em face da imprevisibilidade da vida, inventamos Deus, que nos protege da bala perdida". Só Lhe criamos formas de adoração e palavras de louvor se soubermos conceituá-Lo positivamente, logo nomeamos e conceituamos coisas conhecidas E Dominadas, portanto o Deus que criamos para adorar nos representa devidamente. Nos espelhamos no ideal que queremos, saciando a nossa sede de divindade. Disse a serpente à mulher: "Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dela comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal". (Gênesis 3:4-5). Uma forma de ser Deus é criar um Deus para si, humanizado e obrigar os outros respeitá-Lo e, por tabela, as pessoas respeitar-lo-ão também. Isso é notório quando, cumprimentam-se os irmãos de uma comunidade com a expressão: "paz do senhor, irmão"! Porém, só é digno, quem comunga da mesma fé! Manipulam-se a muitos pelo o seu Deus. Por que um mundano nem mereceria tal saudação?
           Outra maneira de ser Deus é brincar de fazer leis. Todas as leis que o universo precisa já foram estabelecidas. Nascemos com elas no DNA e ´posteriormente na consciência. Mas, há quem tenciona manipular seu semelhante com normas morais, culturais e de usos e costumes, escravizando e tornando a vida penosa e dependente dos maiorais, ou melhor, essas emendas servem para fazer os grandes e poderosos mais ainda. Já dizia Sólon: "As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insectos e são rasgadas pelos grandes." Esse pensamento é verdadeiro quando se trata de leis feitas por homens ambiciosos. Parece-me que foi o Pr. Caio Fábio quem disse: "...Portanto, quanto mais Lei, mais transgressão, e mais culpa." Talvez seja por isso, em todas as tardes, depois de lecionar em minhas classes, estou sempre com a consciência culpada, sentindo uma sensação de desconforto, um mal-estar mental. As regras humanas nos sobrecarregam, minando nossa disposição a cumprir as Divinas.
           Por que não? Como explicar a miséria do mundo com tanta igreja  e tantos "adoradores ideais", e dádivas, e sacrifícios dispendiosos como o fez a Igreja Universal, construindo o "Templo de Salomão"? Um monumento pomposo realmente digno de adoração, e a quaisquer coisas que ali se agreguem torna-se-ão abençoadas: adoradas e adoradoras! Feitos por mãos homanas altares para honrar os  vinculados, contudo jamais é capaz de fazer cair os índices de violência nos seus arredores. Nessa casa, Deus é um luxo! Em outra casa, Jesus se disse Deus, sendo homem sem luxo algum; eu também sou Deus em minha esfera ou Demônio de mim mesmo, consoante aos meus ideais, os mesmos transferíveis aos meus adorados ídolos, construídos por mim, depois de condensados em uma Divindade cristalizada, também posso lhe vendê-los, se eu quiser.
            Seu Deus, fanático, é exatamente a sua representação. Por que os meus piores alunos se dizem Evangélicos, sem consequência alguma? Então me arrisco dizer, há sim um verdadeiro Deus o qual talvez seja uma força geradora que existiu antes do nada, Aquela que estava em lugar nenhum antes do "Big-Bang" e o fez acontecer. Porque é impossível está ausente dEle, e ninguém O conhece e nem O conhecerá, por isso não sei absolutamente nada dEle, apena sei de mim, como uma célula sem mesmo a noção das dimensões fruitivas do corpo o qual pertence. E, como eu, saudáveis células recebem seu alimento (físico, mental e espiritual) do meio sensível e sensorial, por contatos conhecidos e desconhecidos. Assim, procede meu Deus. Oxalá meu comportamento condiga com Ele, pois a minha coincidência sempre foi providencial! Portanto, minha religião é viver e seguir, por determinação, as evidências naturais, ou seja, seguir as leis naturais, ainda que não me dê o céu, dar-me-á o inferno, por um julgamento justo e autônomo, e o meu louvor nada Lhe serve, minhas orações são meras repetições do que Ele já sabe, apenas me confortam com ilusões de mim para mim mesmo. Sei também que os donos do Deus Igrejeiro criam leis e normas e põem seu Deus para vigiá-las e atribuir consequências a quem quer que transgredi-las. Ao contrário, Cumpro leis essenciais. Por isso, digo como Napoleão Bonaparte: "A religião é aquilo que impede os pobres de matarem os ricos". Inegável mesmo é a comprovação cristã que os pobres matam os pobres, e os ricos matam os ricos e pobres! 
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 26/10/2014
Reeditado em 31/10/2014
Código do texto: T5012380
Classificação de conteúdo: seguro