"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Desiludido pela Tradição (Filhos de Deus, irmãos de ninguém!)

    
Crônica

Desiludido pela Tradição (Filhos de Deus, irmãos de ninguém!)

quarta-feira, 21 de abril de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade


Eu assisti ao filme: "A Virada" de Alex Kendrick, fiquei muito impressionado, logo desejei de mais ser um bom funcionário, um bom cristão e um bom pai de família! Então joguei toda responsabilidade do fracasso de muitas pessoas nas instituições falidas (Educação Pública — escola, Igreja e Família), na falta destas em cumprir seu papel social e na falta de genuinidade dos seus tais defensores. Eles as julgam tão necessárias, mas têm mantido apenas a fachada mentirosa, fazendo-nos acreditar que estão vivas, quando na verdade estão mortas. Meu Deus, abençoa-me e dá-me poder e palavras mágicas, aí amaldiçoarei e excomungarei todos os praticantes da desonestidade e/ou propiciadores de meios para induzir os outros a tanto.

Maldita metonímia, abominável até a essência, pois nas instituições que ensinam e educam, tomam-se uma parte mínima pelo todo, tomar o aluno e o membro gerador de verbas, como sustentador do sistema, por patrão, é mais um equívoco. O sábio Salomão disse: "Há quatro coisas que a terra não pode tolerar:o escravo que se torna rei; o tolo que tem para comer tudo o que quer;a mulher de mau gênio que arranja casamento; e a escrava que toma o lugar da sua senhora — Pv 30: 21-23. Ao invés disso, deviam apenas tomar o discípulo por discípulo e portanto fazer acontecer a formação técnica. Deixemos a educação moral para os pais, e as promoções pela devida classificação aos de direito! Confusão repugnante é responsabilizar o professor pela falta de caráter do filho portador da desmoralização que aprendeu no lar.

Ainda mais, pretensão imoral é achar que religião muda a personalidade das pessoas, se assim for, elas mesmas perderão sua identidade original, desconhecerão a si mesmas, esquecerão a formação familiar e, por isso, já, nem se preocuparão mais em manter as aparências, sendo ainda a maioria dos "crentes" constituída de péssimos alunos, fanáticos, difíceis de convivência: os reivindicadores de direitos conquistados pela fé sozinha: Filhos de Deus, irmãos de ninguém! A estes digo: "Fé sem as obras é morta".
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2010
Código do texto: T2210077

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PAIXÃO, CLAUDEKO! (Às vezes o homem prefere o sofrimento à paixão — Fiódor Dostoiévski)

               

Apelo


PAIXÃO, CLAUDEKO! (Às vezes o homem prefere o sofrimento à paixão — Fiódor Dostoiévski)

quarta-feira, 21 de abril de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Ninguém nasce para ninguém, porque são as circunstâncias as unidoras de uns nos outros, porém há aquelas que são temporárias, outras são eternamente; uns firmemente mais que outros! Apenas sei de mim.
           Vá, minha Musa inspiradora, por aonde for e até por caminhos tortuosos, eu lhe espero; nossos caminhos são circulares e quando me encontrar de novo, se ainda restar fôlego em mim, aceito os restos de si. Minha "filha pródiga", talvez devesse agora me chamar Vânio ou Vanuso, pois tenho tudo a ver com a esperança doentia que não sara.
          Quem sabe, queira ser convencida de meus desejos, cativada por um bom cavalheiro, ou ainda um joguinho, um charme que seja! É só abrir o coração e ver, já estou em meu limite, e se é pouco, some com o seu, todo restante para me doar: compreensão! Ou vai querer me ver o tempo todo nessa vidinha vegetativa por escolha! Quer queira ou não, se não agora, quando morrer serei a eterna vítima de seus caprichos, morri de saudade e apenas servirei de adubo no jardim da vizinha pois não saio daqui.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2010
Código do texto: T2209846


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sábado, 10 de abril de 2010

HOMENS COMO ÁRVORES (Estou tirando a “casquinha” de quem para resolver meu problema?)




Crônica

HOMENS COMO ÁRVORES (Estou tirando a “casquinha” de quem para resolver meu problema?)

sábado, 10 de abril de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

       No colégio, contemplei uma forma de poder diferente do poder do professor, da coordenadora, da secretária; a meu ver, cruel e passional! A agente de limpeza, com uma faca na mão, roletava de fora a fora a casca do tronco de uma árvore a qual enfeitava a área verde do pátio. Já faz alguns meses, mas é ali, onde ainda tranco minha bicicleta com a certeza de que estaria protegida dos malfeitores, misturados com nossos alunos, porém já prevejo a perda de meu apoio, madeira apodrece rápido e ela já está muito seca.
       — "A árvore derrubava muitas folhas, dava trabalho varrer!" Essa foi a plausível justificativa, todavia como cada crime tem suas fabulosas justificativas, esta, além disso, é uma evidência de abuso de poder e de legislação em causa própria.
       O grito de dor daquela árvore, no momento do esfolamento fatal, não foi ouvido, mesmo tendo muitos espectadores, entretanto ecoa até hoje! Soaram vocativos estridentes ao coração incessível! E como não pude deter aquela “educadora” em seu ritual macabro, pois estava com a consciência amortecida pela a visão unilateral certa de que estava resolvendo o seu problema, agora apanho aqueles gritos, encorporo ao meu, e o levo até mais longe: o mundo das ideias.
       Como formar uma consciência ecológica, no seio da Instituição de Ensino, se há o visível  testemunho daquela madeira seca com a cicatriz em forma de uma cintura sem reparo, contradizendo qualquer coisa nobre? E logo, teremos só resto de um tronco podre, e finalmente um vazio! Por que 
ainda não a tiraram e já plantaram outra no lugar? São tantos os questionamentos sugeridos por aqueles beneficiados da sombra da outrora frondosa árvore! O que dizem os pássaros, os insetos, os líquens e a biodiversidade! Porém, um não pode calar! Será se todos os agentes, e até de outros setores da educação, usam o mesmo princípio, assim, resolvendo os seus problemas? Onde a tal funcionária aprendeu aquele procedimento? Compreendo quando um caçador de coelho acuado por um bicho grande atira em todas as direções, ferindo as árvores e até o pé dele mesmo. Sobretudo não compreendo até que ponto pode ir um funcionário para agradar o patrão!
       Dessa vez, foi só a casca, mesmo assim foi o suficiente para todo bom leitor da cena de então, imaginar uma bicicleta, instrumento ecologicamente correto, se apoiando em uma árvore seca de tronco escoriado, também paradoxal! Precisamos entender um fato: “tirar o couro” leva a óbito. Estou tirando a “casquinha” de quem a fim de resolver meu problema? Não gostaria de ser taxado de criminoso por incriminar o destruidor de árvore. O poder usado nessa forma de viver não é natural, é como diz o provérbio Árabe: “A árvore quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira”. E eu quero fazer minhas as palavras de Tom Jobim: “Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.”
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 10/04/2010
Código do texto: T2188867

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domingo, 4 de abril de 2010

ENTRE PÁSSAROS E GAIOLAS ("/Ninguém é o dono do que a vida dá/" — Dani Black)






Crônica

ENTRE PÁSSAROS E GAIOLAS ("/Ninguém é o dono do que a vida dá/" — Dani Black)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

              
            O mundo é feito de conceitos enraizados, como se as ideias fossem árvores antigas, com raízes profundas que se entrelaçam no solo da tradição. Entre essas concepções, uma que persiste é a da posse, em especial quando se trata da mulher. Mas permitam-me, caros leitores, desfiar-lhes a trama de uma realidade vivida, uma crônica que, como um rio sinuoso, flui entre o enredo da tradição e a busca pela liberdade feminina.
            Era uma vez a crença de que a mulher deveria ser posse do homem, uma ideia que, ao longo do tempo, revelou-se limitadora e sufocante. Essa narrativa, embora pintada com tintas de utilidade, escondia armadilhas que transformavam vidas em trágicas histórias de submissão. A mulher, mais do que útil, deveria ser dona de si mesma, uma ideia que surge como uma brisa suave em meio às palavras rígidas.
             A tradição, qual jardim com flores de normas inflexíveis, alimentou o mito da exclusividade, transformando mulheres em propriedades, objetos, ou até mesmo em animais de estimação. Uma trama que, ao ser tecida com fios de controle, resulta em sofrimento, violência e dominação. O homem, às vezes, cego pela mania de consertar suas "coisas", transforma o amor em algo amargo, como absinto, e a fidelidade em uma espada de dois gumes, cortando a liberdade.
            A infidelidade, concebida como pecado, ecoa em páginas de livros mais vendidos, mas e a esposa do Cristo, quem a conheceu? A fidelidade, imposta, contrasta com a benevolência voluntária, uma dualidade que paira sobre relacionamentos. Questiono-me se é possível manter uma mulher de tudo e, ainda assim, falhar na compreensão de seus propósitos, alimentando a fragilidade que conduz à infidelidade conjugal.
             A busca por respostas perpassa as páginas da história e até mesmo as escrituras, mas é nas expressões do amor que encontramos a verdadeira libertação. Mulheres, capazes de se livrar de pesos como ansiedade e culpa, embarcam num caminho de metamorfose, transformando a traição em sintoma dessa jornada de autodescobrimento.
             O casamento, esse consórcio que muitos veem como o maior lesador do ser humano, revela-se como uma metamorfose constante. Até "que a morte os separe", um lema que antecipa a morte do próprio eu, prenunciando que a garantia para a jornada conjugal não é eterna.
             Ao final, percebo que a fidelidade autêntica está reservada a Deus e a Si mesmo. Não defendo a prostituição, mas sim a conveniência, a felicidade que reside na liberdade. Recordo as palavras de William Shakespeare: "O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém". Ser conveniente é, afinal, uma questão de felicidade.
             E assim, entre pássaros que voam livres e gaiolas que tentam aprisioná-los, concluo esta crônica. Onde há amor que promove liberdade, há felicidade. Raul Seixas não estava equivocado ao cantar sobre "A Maçã", e em todos os lugares, unhas são feitas, celebrando a liberdade feminina [Lembrei-me da Fabíola].
            Que possamos, entre as asas do tempo, voar em busca de um amor que não aprisiona, mas que liberta.

ENCAMINHAMENTO DE PERCEPÇÃO



1- Descreva uma mulher "fabiolada", e o que há de irônico no neologismo com relação ao texto todo?

2- O que está insinuando as imagens sugeridas pelo texto, juntamente com o sentido do olho da crônica?

3- Que tipo de fidelidade promove a mulher? Relacione com o antepenúltimo parágrafo do texto.

4- A mulher fala: Este é meu marido/ o homem diz: Esta é minha mulher! Que sutilidade da sociedade machista há nas expressões acima para levar a mulher à submissão?

5- Por que nenhum homem é digno de ser dono de uma mulher? Como isso contrasta com a ideologia dos documentos que legalizam a dependência da mulher: plano de saúde, franquia de clube etc.?

6- Qual tipo de questionamento deve ser feito acerca das mulheres com o fim de  honrá-las?

 7- "tudo vale como expressão de um amor altruísta" versus "quem ama não mata". O que há de comum na semântica das duas frases?

8-  Por que, historicamente, a libertação da mulher é uma luta acanhada?

9- No pensamento de Rudyard a palavra "dominar" marca a tendência do exagero feminista. Comente.

10- O que as mulheres podem fazer por si mesmas para atingir o ideal da frase: "Atrás de um grande homem só o passado, porque hoje a mulher anda lado a lado"?
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 30/01/2010
Código do texto: T2059939

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

UM PEDIDO À MORTE OU À VIDA? (“Qualquer idiota consegue ser jovem. É preciso muito talento pra envelhecer.” Millôr Fernandes)

       

Crônica

UM PEDIDO À MORTE OU À VIDA? (“Qualquer idiota consegue ser jovem. É preciso muito talento pra envelhecer.” Millôr Fernandes)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

         Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Com cinquenta e seis anos de idade, pesa-me a cabeça! E não estou satisfeito com minha cara, o processo andou mais rápido do que a percepção! Como ainda é possível para eu continuar envolvido nos aspectos carnais? Dizem que em assuntos de amor e sexo, idade é apenas um leve fator motivador de preconceito social! Outros dizem que a velhice chega, as virtudes saem! Então, moçada, prove-me, sem preconceito algum, que eu ainda  posso; faça-me acreditar que assim o é. Mas não quero ser você, apenas quero sua juventude ou, quem sabe, voltasse a minha, que não pude desfrutar, ou melhor, não vi passar. Agora, compreendendo: prefiro ser esse verme (velho) em minha própria fossa, com meus detritos; que ser águia (jovem) num espaço alheio! Por isso sou forçado a repetir, olhando para o espelho, as palavras de George Orwell: "Aos cinquenta, cada pessoa tem a cara que merece."
          O revelia da discriminação é paradoxal demais! Ou só ironicamente cruel: Vivemos num mundo de velhos com qualidade de vida! É muito ou quer mais!? Qualidade aqui é um eufemismo que sofreu o mesmo desgaste da palavra especial para facilitar a inclusão social (A longevidade do brasileiro subiu para 74,9 anos em média!)  Tudo bem, mas velho é velho e tem tudo geriátrico!
         O sinestésico de tudo isso é que eu gosto mais da juventude dos jovens do que eles mesmos gostam dela! É como os negros reduzindo suas competências em contas dos programas sociais. O maior problema é que meu corpo não me ajuda! Amolece e decai, parecendo-me tomar a forma do recipiente! Sendo assim, apenas me refugio nas palavras de Cecília Meireles: "Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena." Eu Creio ser mais difícil para morte fazer-me sofrer. Pois, para destruir um ser calejado não basta cortes violentos, o sangue está profundo. Mas o senso comum insiste: "Quando de jovem não morre, de velho não escapa"! Esse é um lugar comum nos falando da certeza da morte, porém nos fala também do cansaço dela, de sua ação não condizente com a sua própria intensa fome e sede de matar. Se matar um jovem é muita crueldade; matar um velho é desperdício de munição!  Que continue nos matando indistintamente, heroína malquista! Em meus desesperos não sei se estou pedindo à morte que venha logo para me aliviar dos sofrimentos ou à vida para retirá-los levando-me junto! "
O pior não é morrer, mas ter de desejar a morte e não conseguir obtê-la." (Sófocles).
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 02/04/2010
Código do texto: T2172855


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