Coleção 12 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
Por Claudeci Andrade
1 Mover o aluno indisciplinado de assento não corrige o problema; apenas o redistribui. A escola que o faz não educa, apenas nivela por baixo.
2 De que vale um bom texto a quem não sabe ler, ou belas palavras a quem desconhece seu sentido e não sabe escrevê-las?
3 Ao tentar impor meus pensamentos filosóficos, o único retorno é o refinado realce da minha própria ignorância; assim me percebem.
4 A lei da burrice ávida: para lucrar de alguém, é preciso seduzi-lo antes; saciando sua sede por vaidades inúteis e dizendo-lhe o que lhe convém.
5 Coisa pública: o que parece gratuito revela nossa ignorância do propósito. Mesmo o barato, se inútil, custa caro.
6 No sistema educacional, o direito só se alcança à força; o trabalho honesto não basta. É preciso lutar, mesmo à custa da qualidade. Minha aposentadoria foi negada por mais de um ano, mesmo o processo nas instâncias recomendadas, por vaidade e poder.
7 Na burocracia educacional, direitos não são concedidos com honra, mas mendigados com humilhação. Somos tratados como indignos, e até a dignidade tem preço: paguei caro só para pedir o que já era meu.
8 Lutar por um direito já conquistado é confessar que a justiça foi sequestrada. Pagar novamente por um benefício é ser extorquido sob a máscara da legalidade.
9 O absurdo se revela quando, numa reunião de mestres, faltam cadeiras para um professor, mas sobram assentos para os pertences. Olham sua chegada, mas desviam o rosto; como se a presença incomodasse mais que a ausência.
10 A internet amplificou os imbecis, e eles vencerão os eruditos da terceira idade; não por razão, mas porque estes sequer sabem ligar um computador.
11 Querem informatizar uma escola que ainda não sabe distinguir o joio do trigo, que cultiva o ócio em vez do esforço, e que nos manda conduzir o aluno ao Google; um campo onde prós e contras coexistem.
12 A escola, hoje laboratório da política partidária, seguirá produzindo ratos feridos que a sociedade acolherá. Esses feridos se vingarão, e os culpados perecerão.
13 Que se imponham limites ao modernismo didático e se atendam os reclames da filosofia tradicional. Basta de construtivismo e sociointeracionismo. As Lan Houses desapareceram, e a pedagogia também.
14 Se a escola arcasse com os crimes cometidos contra mestres e alunos, já teria sucumbido. E, acima de tudo, o analfabeto funcional sempre persistirá.
15 Filhos louvam o Pai com cânticos novos a cada dia; assim seja. Mas que jamais esqueçam suas outras obrigações: o respeito aos professores.
16 Na escola pública atual, ser promovido é fácil, impulsionado por estatísticas midiáticas. Enquanto isso, alguns crentes ficam retidos; consequência do seu falso testemunho.
17 O professor que reprova "crente" firma pacto com o Diabo, para suportar os algozes da profissão, e a cada dia se vê mais afligido por suas maldições.
18 Um mal da sociedade é a adesão compulsiva às modas, que arrastam todos para o comum. Charlatões de autoajuda curam? Vendem caro seus produtos, não soluções.
19 O novo nascimento é impossível; há apenas o banhar de brilho. “Todos nascem uma vez e morrem uma só vez.” O caráter não muda. Vive-se uma única vida; a reencarnação é a ressurreição dos crentes. A salvação depende do esforço próprio.
20 Cada um reage de modo singular ao mesmo fato, pois interpreta os estímulos segundo um caráter já formado. Por isso digo: feiura não é estética, mas comparação com o que me feriu.
Por Claudeci Andrade
1 Mover o aluno indisciplinado de assento não corrige o problema; apenas o redistribui. A escola que o faz não educa, apenas nivela por baixo.
2 De que vale um bom texto a quem não sabe ler, ou belas palavras a quem desconhece seu sentido e não sabe escrevê-las?
3 Ao tentar impor meus pensamentos filosóficos, o único retorno é o refinado realce da minha própria ignorância; assim me percebem.
4 A lei da burrice ávida: para lucrar de alguém, é preciso seduzi-lo antes; saciando sua sede por vaidades inúteis e dizendo-lhe o que lhe convém.
5 Coisa pública: o que parece gratuito revela nossa ignorância do propósito. Mesmo o barato, se inútil, custa caro.
6 No sistema educacional, o direito só se alcança à força; o trabalho honesto não basta. É preciso lutar, mesmo à custa da qualidade. Minha aposentadoria foi negada por mais de um ano, mesmo o processo nas instâncias recomendadas, por vaidade e poder.
7 Na burocracia educacional, direitos não são concedidos com honra, mas mendigados com humilhação. Somos tratados como indignos, e até a dignidade tem preço: paguei caro só para pedir o que já era meu.
8 Lutar por um direito já conquistado é confessar que a justiça foi sequestrada. Pagar novamente por um benefício é ser extorquido sob a máscara da legalidade.
9 O absurdo se revela quando, numa reunião de mestres, faltam cadeiras para um professor, mas sobram assentos para os pertences. Olham sua chegada, mas desviam o rosto; como se a presença incomodasse mais que a ausência.
10 A internet amplificou os imbecis, e eles vencerão os eruditos da terceira idade; não por razão, mas porque estes sequer sabem ligar um computador.
11 Querem informatizar uma escola que ainda não sabe distinguir o joio do trigo, que cultiva o ócio em vez do esforço, e que nos manda conduzir o aluno ao Google; um campo onde prós e contras coexistem.
12 A escola, hoje laboratório da política partidária, seguirá produzindo ratos feridos que a sociedade acolherá. Esses feridos se vingarão, e os culpados perecerão.
13 Que se imponham limites ao modernismo didático e se atendam os reclames da filosofia tradicional. Basta de construtivismo e sociointeracionismo. As Lan Houses desapareceram, e a pedagogia também.
14 Se a escola arcasse com os crimes cometidos contra mestres e alunos, já teria sucumbido. E, acima de tudo, o analfabeto funcional sempre persistirá.
15 Filhos louvam o Pai com cânticos novos a cada dia; assim seja. Mas que jamais esqueçam suas outras obrigações: o respeito aos professores.
16 Na escola pública atual, ser promovido é fácil, impulsionado por estatísticas midiáticas. Enquanto isso, alguns crentes ficam retidos; consequência do seu falso testemunho.
17 O professor que reprova "crente" firma pacto com o Diabo, para suportar os algozes da profissão, e a cada dia se vê mais afligido por suas maldições.
18 Um mal da sociedade é a adesão compulsiva às modas, que arrastam todos para o comum. Charlatões de autoajuda curam? Vendem caro seus produtos, não soluções.
19 O novo nascimento é impossível; há apenas o banhar de brilho. “Todos nascem uma vez e morrem uma só vez.” O caráter não muda. Vive-se uma única vida; a reencarnação é a ressurreição dos crentes. A salvação depende do esforço próprio.
20 Cada um reage de modo singular ao mesmo fato, pois interpreta os estímulos segundo um caráter já formado. Por isso digo: feiura não é estética, mas comparação com o que me feriu.