"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Coleção 27 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 




Provérbios de minha vida

Coleção 27 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “A humanidade é como uma célula cancerosa: multiplica-se sem limites, consome o planeta que a sustenta e caminha, por sua própria natureza predatória, para a morte inevitável — uma metástase universal da autodestruição.”

2 “Quem prega a preservação dos animais enquanto se perde em prazeres autodestrutivos esquece de si mesmo, e nessa hipocrisia não cura nada — apenas aprofunda o próprio vazio e agrava o mal que deseja combater.”

3 “É minha primeira vez; pode segurar minha mão enquanto avanço para o desconhecido?”

4 “No mundo fabricante de ração, matam-se cães para que a carne os alimente, e o ciclo se sustenta sozinho.”

5 “O amor verdadeiro resiste às adversidades; por mais que fuja, o destino sempre o trará de volta.”

6 “Sem nada para oferecer, entreguei-te meu amor como último presente, forçado pela ausência de alternativas.”

7 “Perdoei por não ter coragem de me vingar, e assim o perdão tornou-se minha própria prisão silenciosa.”

8 “Falar é machismo, calar é culpa; nesse jogo, qualquer reação do homem se torna desumana.”

9 “O erudito diz amar o povo, mas ama apenas a si mesmo por meio dele.”

10 “Errar já aprisiona, mas confiar a outro imperfeito torna-se escravo em dobro de si mesmo.”

11 “O verdadeiro inimigo não é quem discorda, mas quem reage com revolta à palavra que busca apenas ser ouvida.”

12 “Sou árvore que sente o verde da vida em grama e mato, mas não sei como a ‘árvore de Natal’ brilha sem companhia.”

13 “Pais de suicidas sofrem e se humanizam; os de filhos que vivem, complacentes, talvez nunca enfrentem suas falhas.”

14 “Quem busca atalhos ignora as leis da terra e a paciência que a tragetória exige.”

15 “Fazer o bem a quem se despreza não é bondade, mas artifício para criar sujeição.”

16 “A beleza nas redes não é natural; surge quando a disputa social a consagra.”

17 “A mexida que exalta uma é insulto para outra; a insegurança transforma elogio em humilhação.”

18 “Deus criou o Diabo, e a igreja o mantém para que sua fé nunca fique vazia.”

19 “O homem, catador de lixo com livre-arbítrio, dá ao Diabo o abismo que ele mesmo criou.”

20 “A religião reprime o espírito e nega o prazer, enquanto o homem segue buscando o que é proibido nos detalhes que o Diabo habita.”

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domingo, 27 de setembro de 2020

O CORONAVÍRUS VEIO DE DEUS ("Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância." — Sócrates)

 


Crônica Filosófica

O CORONAVÍRUS VEIO DE DEUS ("Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância." — Sócrates)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ontem, folheando meu diário de professor — aquele com anotações das aulas que ministrei por mais de uma década — deparei-me com uma reflexão antiga que, agora, em tempos de pandemia, ganhou contornos quase proféticos. Sorri com ironia. As páginas amareladas traziam os embates silenciosos que vivi no quadro negro da existência, muito antes de máscaras e álcool em gel se tornarem companheiros diários.



Era uma terça-feira de março quando entrei na sala do 2º ano para discutir Nietzsche e sua provocativa declaração sobre a morte de Deus. Mal posicionei meus livros sobre a mesa e lá estava Mateus, com sua Bíblia sublinhada e o semblante fechado, como quem aguardava o momento exato para o contra-ataque.



— "Professor, o senhor acredita em Deus?"



A pergunta, carregada como um fuzil, surgia sempre nas primeiras aulas. Era um ritual de demarcação de território, como animais que se preparam para o confronto.



"Estamos aqui para discutir filosofia, não minhas crenças pessoais", respondi diplomaticamente, como recomendava o manual invisível da laicidade escolar.



Era curioso: eu, bacharel em teologia e professor de filosofia, precisava navegar naquele mar minado com a cautela de quem transporta nitroglicerina. A ironia não me escapava. Conhecia mais sobre religião do que muitos daqueles jovens fervorosos, mas não podia expressar-me livremente, enquanto eles bradavam suas convicções como estandartes.



— "Mas a Bíblia diz que..." E assim começava o desfile de versículos memorados, recitados com a convicção de quem lança a última palavra sobre qualquer tema. O estudo crítico dava lugar ao dogma; a reflexão cedia espaço à repetição.



Observava, com certa melancolia, como aqueles mesmos alunos, tão veementes na defesa da fé, eram frequentemente os que menos se dedicavam aos estudos. Suas redações claudicavam em argumentação, seus trabalhos de pesquisa eram superficiais e suas notas refletiam mais fervor do que disciplina intelectual. Uma contradição curiosa: tão zelosos das palavras sagradas, tão negligentes com as palavras do conhecimento secular.



E o mais intrigante: aqueles que se autodenominavam "guardiões da moral" eram muitas vezes os primeiros a humilhar colegas, espalhar boatos e criar ambientes tóxicos nos corredores da escola. A compaixão, virtude central de qualquer religião digna desse nome, parecia ausente em seus atos, embora abundante em seus discursos.



Quantas vezes fui chamado à diretoria após uma aula sobre existencialismo ou teoria da evolução? Perdi a conta. "Professor, os pais do Mateus estão preocupados com o conteúdo das suas aulas", dizia o diretor, sem nunca ter assistido a uma delas. E assim minha reputação ganhava arranhões, não pelo que eu dizia, mas pelo que presumiam que eu pudesse dizer.



E então veio o silêncio. Aquele março de 2020, que se estendeu por meses, por anos. As salas vazias, os corredores silenciosos, a escola hibernando enquanto um vírus invisível reescrevia nossa história coletiva.



Foi nesse silêncio que comecei a refletir sobre os versos de Raul Seixas que tanto gostava de citar nas aulas: "Buliram muito com o planeta / E o planeta como um cachorro eu vejo / Se ele já não aguenta mais as pulgas / Se livra delas num sacolejo". A metáfora ganhou cores vívidas e assustadoras.



O mundo agora discutia se o vírus era castigo divino ou fenômeno natural, se representava purificação ou calamidade. Enquanto isso, na solidão do meu apartamento, eu observava como aquele microscópico pedaço de proteína havia conseguido o que anos de filosofia não conseguiram: silenciar as certezas absolutas.



Nas aulas online que se seguiram, notei uma mudança sutil. Os mesmos alunos que outrora ostentavam certezas agora faziam perguntas. O vírus, que tirava o fôlego dos corpos, parecia ter, paradoxalmente, devolvido o fôlego ao pensamento.



— "Professor, por que Deus permitiria isso?" — perguntou Mateus em uma videochamada, a Bíblia ainda ao seu lado, mas o tom já não era de desafio, e sim de genuína inquietação.



— "Talvez essa seja a pergunta mais honesta que podemos fazer" — respondi. — "E talvez a filosofia não exista para dar respostas, mas para nos ensinar a viver com as perguntas."



Não sei se foi o isolamento, a proximidade da morte ou simplesmente o tempo amadurecendo consciências, mas nossas discussões ganharam profundidade. A dúvida, antes vista como inimiga da fé, tornava-se sua companheira necessária. O questionamento deixava de ser ameaça para ser caminho.



Hoje, olhando para trás, para aqueles embates em sala de aula e para a transformação silenciosa que a pandemia operou, compreendo que talvez o "novo normal" não seja apenas sobre máscaras e distanciamento, mas sobre uma forma mais humilde de habitar nossas certezas.



Talvez Isaías 45:7 esteja certo ao dizer que Deus faz tanto a paz quanto o mal — não porque seja caprichoso, mas porque a vida é tecida de contrastes, e é no escuro que aprendemos a valorizar a luz.



O vírus, esse professor implacável, nos ensinou que nossas convicções mais sólidas podem ser dissolvidas pelo invisível. E que talvez a verdadeira sabedoria não esteja em ter todas as respostas, mas em aprender a viver com dignidade na presença das perguntas que nunca serão plenamente respondidas.



Fecho meu diário de professor, agora com novas anotações. A escola já não é a mesma. Eu não sou o mesmo. E, curiosamente, agradeço por isso.



Aqui estão 5 questões discursivas baseadas no texto, explorando as ideias principais e provocando reflexões sociológicas:


1. Laicidade e liberdade de expressão no ambiente escolar: O texto aborda a tensão entre a laicidade escolar e a liberdade de expressão dos alunos, especialmente em relação a questões religiosas. Como a sociologia pode analisar essa tensão e os desafios de conciliar diferentes visões de mundo no ambiente escolar?

2. O papel da religião na construção de identidades e conflitos: O texto mostra como a religião pode ser usada como instrumento de demarcação de território e conflito entre alunos e professores. Como a sociologia pode analisar o papel da religião na construção de identidades e na geração de conflitos no ambiente escolar e na sociedade em geral?

3. A relação entre fé, conhecimento e comportamento: O texto critica a contradição entre a veemência na defesa da fé e a negligência com o conhecimento secular, além da ausência de compaixão nos atos dos "guardiões da moral". Como a sociologia pode analisar a relação entre fé, conhecimento e comportamento, e como essa relação se manifesta no ambiente escolar?

4. O impacto da pandemia na relação entre fé e razão: O texto descreve como a pandemia transformou as certezas absolutas em perguntas, e como a dúvida se tornou companheira da fé. Como a sociologia pode analisar o impacto de eventos traumáticos, como a pandemia, na relação entre fé e razão e na busca por sentido?

5. O "novo normal" e a busca por humildade nas certezas: O texto conclui que o "novo normal" não é apenas sobre máscaras, mas sobre uma forma mais humilde de habitar as certezas. Como a sociologia pode analisar a construção social das certezas e a importância da humildade e do diálogo na construção de uma sociedade mais tolerante e plural?

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sábado, 19 de setembro de 2020

Coleção 26 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 


Pensamemtos

Coleção 26 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “A vida nasce como problema e morre como ponto final; a morte não soluciona, apenas interrompe o fardo que começou no nascimento.”

2 “Prefiro a ditadura dos justos, onde a palavra é respeitada, à democracia dos egoístas, onde a liberdade de expressão não vale nada sem o reconhecimento do outro.”

3 “Se Deus só ajuda quem se ajuda, então o homem não socorre os que precisam de Deus, mas apenas os que já O querem, transformando a caridade em conveniência e a fé em recompensa para os fortes.”

4 “A vida é nada, breve estrada que se encerra ao fim do dia; a morte é tudo, o verdadeiro caminho que começa quando a noite começa.”

5 “Na lógica cruel do assalto, sobreviver não está em resistir, mas em apagar-se como ameaça, mostrando ao agressor que não haverá lembrança capaz de condená-lo.”

6 “Dizem que a linguagem corporal exige leitura e interpretação; mas como, se no fundo não passa de garatujos sem sentido?”

7 “O dinheiro vale pelo que corrompe; se os homens fossem inabaláveis, perderia todo o seu poder.”

8 “Falam em como o professor ensina, mas esquecem de ensinar o aluno a aprender; o engajamento do educando é a verdadeira chave do saber.”

9 “Na guerra, matar um leão por dia não é justiça, é sobrevivência; a moral fica de lado quando a vida está em jogo.”

10 “Os inimigos são leitores atentos, mas quando não encontram falhas, fingem não ter lido nada.”

11 “Depois da bagunça econômica herdada, a meta é enlinheirar a vida: alinhar gastos, domar despesas e retomar o controle que o governo anterior despedaçou.”

12 “Quem cultiva o fanatismo cria seu próprio demônio, e cedo ou tarde sofre com a destruição que ele mesmo alimentou.”

13 “As pessoas temem a morte não pelo desconhecido, mas porque já sabem que o inferno é aqui.”

14 “Quem se julga defensor de Deus revela, na verdade, seu próprio ego, como se fosse um outro deus acima do divino.”

15 “A vingança é veneno: só faz efeito quando consumida fria, com cálculo e precisão, não com impulso ou excesso de ódio.”

16 “O erro humano não impede o amor; ao contrário, a imperfeição nos torna capazes de compreender e perdoar o outro.”

17 “A sinceridade é luxo dos fortes; os fracos se escondem atrás da mentira para sobreviver.”

18 “O Diabo ensina humanidade através da adversidade; Deus, via religião, às vezes só vende bênçãos enquanto afasta as pessoas umas das outras.”

19 “O homem, como árvore invertida, consome o oxigênio que cria e destrói o próprio sustento.”

20 “A ira transforma; o amor não muda nada. Ódio e amor são vaidade disfarçada, um busca poder, o outro aprovação.”

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sábado, 8 de agosto de 2020

Coleção 25 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamentos

Coleção 25 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “Se o início e o abandono de um caminho se revelam igualmente penosos, é sinal de que tal experiência não procede de Deus, pois o que d’Ele vem não impõe fardos insuportáveis, mas se reconhece pela leveza do espírito e pela paz que acompanha o coração.”

2 “A felicidade, sendo fim em si mesma, conduz à estagnação; é na luta, na insatisfação e na imperfeição da vida que se forjam o aprendizado e o verdadeiro sentido da existência.”

3 “Chamar alguém de ‘mãe’, ainda que por lapso, revela a fusão entre vivências pessoais e a informalidade escolar, onde afetos e papéis se entrelaçam e dissolvem as fronteiras entre o formal e o familiar.”

4 “Se a frivolidade é perversão por sua superficialidade, também o é a busca desenfreada pelo poder, pois ambos partilham a mesma essência de desvio moral.”

5 “É pelos choques da realidade que o cego reconhece sua limitação e descobre a necessidade de um guia; assim também nós só aprendemos nossas carências quando os obstáculos nos obrigam a enxergá-las.”

6 “A força do Diabo não está em poderes externos, mas em nossa fraqueza interior, quando, seduzidos pelo prazer imediato e pelo impulso da carne, encurtamos o destino e nos desviamos do caminho que exige sacrifício e reflexão.”

7 “Não possuo o ‘dom de princesa’; a realidade não se transforma por milagres, e sim pela coragem de enxotar os sapos em vez de esperá-los se tornarem príncipes.”

8 “O que não tem prazo de validade alcança um fim eterno, não como término, mas como completude absoluta, um estado imutável onde o tempo cessa e tudo permanece.”

9 “Embora os pobres careçam de poder e direitos, a natureza age em seu nome: catástrofes não distinguem riqueza, subvertendo a ordem social e punindo a desigualdade com uma justiça implacável e indiscriminada.”

10 “Prevenir é barganhar a vida: viver com restrições hoje para ‘economizar’ futuro; melhor aceitá-la na íntegra, com prazeres e erros, mesmo que as consequências venham depois.”

11 “A hipersensibilidade é uma via de mão dupla: quem se ofende facilmente percebe ataques onde talvez não existam e, por esse filtro, acaba também ferindo os outros, replicando o ciclo de mágoa.”

12 “Quem não teme a morte enfrenta o passado com liberdade: desenterra defuntos, refolegando a esperança, e transforma lembranças em fonte de alegria e renovação.”

13 “O branco, libertado pela escravidão do negro, não alcança a verdadeira liberdade: incapaz de libertar outros, perpetua a opressão e permanece preso à própria lógica de dominação.”

14 “Ninguém morre com honra: a morte é igual para todos, e a virtude só sobrevive na narrativa dos vivos, que, nos velórios, consagram heróis onde há apenas fim da existência.”

15 “Dinheiro fácil nunca faz bem, exceto quando é dom de Deus, cuja facilidade revela bênção e não corrupção.”

16 “Um assassinato individual é crime; milhares, feitos em nome da guerra, tornam-se glória. Assim, a moral se curva ao poder, e a paz se paga com sangue.”

17 “O valor das coisas não depende da escassez, mas do sacrifício para obtê-las; o que é dado facilmente raramente é verdadeiramente apreciado.”

18 “Brincar de ser homem exige inteligência e imaginação; brincar de ser Deus revela ignorância e violência, pois quem busca o absoluto desrespeita os próprios limites e a humanidade alheia.”

19 “A mente do fanático absorve tudo sem critério, e sua imaginação serve para justificar crueldade, transformando crença cega em violência concreta.”

20 “Matar um homem é como quebrar um rádio: a humanidade se reproduz para sustentar a mensagem, e o indivíduo torna-se mero meio para fins coletivos.”

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domingo, 2 de agosto de 2020

Coleção 24 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)




Pensamentos

Coleção 24 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “A escrita só alcança profundidade quando se nutre da intensidade da vida, pois é nos desafios, alegrias e dores que o escritor encontra a matéria-prima capaz de transmutar o sofrimento em arte significativa.”

2 “Prefiro ser inferior a você do que igual, pois a desigualdade preserva minha singularidade, enquanto a igualdade diluiria aquilo que me distingue.”

3 “O caçador arrisca-se pela iniciativa que o expõe ao inesperado, mas a caça sucumbe pela ausência de consciência do perigo que a surpreende.”

4 “A recusa em publicar meus textos não é rejeição, mas prova de que minha voz é tão autêntica e disruptiva que perturba o sistema, transformando o descarte em validação da minha independência criativa.”

5 “Na ânsia de alcançar a verdade absoluta, descubro apenas que cada busca gera outra versão subjetiva, revelando que a objetividade não passa de miragem refletida pelas experiências individuais.”

6 “A autenticidade emerge quando as máscaras sociais caem: o homem que pinta o rosto ou o fiel na escuridão da igreja revelam, sem vigilância externa, a face mais verdadeira de seus impulsos.”

7 “Somos partes de um organismo divino maior, e refletir sobre a morte não destrói a vida, mas revela o sentido profundo e intrínseco de simplesmente existir.”

8 “A essência de uma divindade se reflete no tipo de crente que a segue; perguntar ‘Que tipo de crente é você?’ é desafiar a consciência a alinhar fé e conduta.”

9 “A vingança, quando espontânea, segue a lei natural do universo: sua impetuosidade a torna pura, autêntica e quase sagrada.”

10 “Agradeço às mulheres que partiram, pois sua ausência me deu liberdade e mostrou que, no fundo, todas seguem padrões que inevitavelmente se repetem.”

11 “No novo normal, cada demanda se multiplica, transformando o que se resolve em ciclo interminável de obrigações.”

12 “Tudo na vida desgasta e conduz inevitavelmente à morte, e diante do último portal nada pode alterar o destino predefinido do homem.”

13 “A crítica verdadeira revela múltiplos caminhos de aprendizado, mas o orgulho cega e impede que se enxergue suas possibilidades.”

14 “O verdadeiro talento não está apenas na habilidade, mas na arte sutil de explorar a ignorância alheia sem que ela perceba.”

15 “Ao ver através do espírito, compreendemos de dentro para fora e nos conectamos de coração a coração, transcendendo a superficialidade da percepção comum.”

16 “Assim como a beleza, a zombaria existe no olhar de quem observa, revelando mais sobre o zombador do que sobre o alvo.”

17 “Divulgar textos como ‘Autor Desconhecido’ é uma violência contra a criação, negando reconhecimento e perpetuando a inveja e a apropriação indevida.”

18 “A mordida não nasce da repulsa, mas da oportunidade: o ataque mira o que é valioso, não o que é feio.”

19 “Avaliar sem registrar é julgar às cegas; o acompanhamento do aluno depende da documentação concreta de sua produção: Vistar caderno de aluno é preciso.”

20 “Falar a mesma língua cria cumplicidade, mas quando há rabo preso, a conivência gera indisciplina e conduz inevitavelmente ao fracasso.”

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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Coleção 23 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)



Pensamentos

Coleção 23 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “Se o corpo humano é o templo do Espírito Santo, o fanático igrejeiro é o freezer do Diabo: em vez de aquecer a fé com vida e luz, congela a essência do sagrado, transformando a morada divina em um espaço estagnado e sem alma.”

2 “A caridade que se regula pelo cálculo e pela burocracia não liberta, apenas estigmatiza: quem doa uma cesta básica oferece pão com uma mão e, com a outra, condena o recebedor à condição de miserável.”

3 "Tudo quanto o prazer dilata, a medicina reduz à faca e com risco de vida; e o médico que a recomenda é o mesmo que mata, transmutando a cura em sentença.”

4 “Conhecer não consola: entristece; e dessa dor lúcida nasce a busca por saída, motor secreto da mudança.”

5 “Um projeto pode ser escrito, desenhado e até vistado, mas, sem o cumprimento, não passa de promessa vazia.”

6 “Quando o aluno, armado da Bíblia, se põe a ensinar o mestre como se fosse dono da verdade, sua soberba já é prenúncio do inferno que anuncia.”

7 “Fama e dinheiro consertam qualquer família, pois todos amam quem dá presentes; o afeto vira mercadoria e a união, fachada de interesse.”

8 “Alegrar-se com a nota mais baixa ou ostentar um IDEB medíocre é confundir fracasso com triunfo; a verdadeira alegria nasce da conquista, não da aceitação do insuficiente.”

9 “Não é o Diabo que assusta, mas a fé mal orientada: seu medo cria igrejas familiares, exorcismos espetaculares e um inferno aterrador na mente dos fiéis.”

10 “Para mim, a maioria é todos, pois quem vence sempre define a realidade, tornando irrelevante qualquer minoria.”

11 “No palco do Facebook, quem não celebra a felicidade alheia perde lugar; por isso, estou perdendo membros.”

12 “Quem não consegue se colocar no lugar da mulher revela, na própria recusa, o machismo que sustenta.”

13 “Joãozinho sem braço não tem cabeça também: quem tenta enganar sem esforço revela a própria falta de juízo.”

14 “O homem que se julga dono da mulher se destrói ao ser desafiado, enquanto a mulher que aceita a escravidão do casamento apenas confirma a futilidade dessa posse.”

15 Greve de professor: “Se as greves não prejudicam ninguém, toda coerência se perde; e o imbecil sou eu, perseguindo sentido onde não há efeito.”

16 “Desequilibrado é quem crê poder mais do que a própria medida permite, confundindo ambição com ilusão.”

17 “Se até anomalias e desejos de morte se encaixam na lei perfeita de Deus, então tudo é certo, e a imperfeição torna-se também parte da ordem.”

18 “Família, igreja e escola só revelam sua essência quando os absurdos que as corrompem são eliminados.”

19 “Aturar aluno carente de atenção é fácil; suportar professor carente de poder, destrutivo e autoritário, é quase impossível.”

20 “Desejar armas de fogo do governo é como temer o inferno: mostra dependência e confunde cidadania com benefício alheio.”

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