EXTENSÃO DE CARGA HORÁRIA NO INFERNO ("Se você está atravessando o inferno... não pare." )
Por Claudeci Ferreira de Andrade
Quando terminaram as
férias de julho (2015), precisei fazer um complemento de minha carga horária em
outra unidade escolar municipal. Sim, na unidade em que eu estivera sempre
lotado na carga completa. Bastaram-me avisar o fechamento de uma turma, então
eu já sabia onde ir: Secretaria de educação. Lá fui bem recebido, apesar da
demora na sala de espera, contudo percebi o empenho, a auxiliar da Secretária
de educação se esforçou o máximo procurando uma localidade para mim.
Finalmente, recebi uma ordem de serviço garantindo-me oito aulas de produção
textual. De certa forma, eu estava feliz, até que me deparei com o verdadeiro
problema, cheguei onde me mandava o documento: Sorrisos hipócritas para cá e para
lá, apertam minha mão um e outro, mas a Professora de quem assumi as aulas
visivelmente triste e abatida, com certeza se vigará, nunca mais posso contar
com ela ali naquela unidade escolar, e não devo esperar elogios dela. Diminuiu
seu salário por minha causa. Será mais uma a "puxar meu tapete".
E o problema foi se avolumando,
vi uma grande barreira quando o diretor e sua secretária local expuseram a
tamanha dificuldade em mudar o horário das aulas, senti-me disforme e "encaixável".
Por um instante, juro que pensei sair correndo dali e voltar à secretaria para
abandonar aquelas aulas, terminar o ano na carga mínima. Por último, depois de
sentirem meu constrangimento, sugeriram que eu pegasse carga completa ali, evitando
mexer no horário deles. O que não evitaria a confecção de novo horário das
aulas na outra escola sem mim por lá. Confusão alegada, o gestor estava preocupado
só com o umbigo dele. Queria de imediato meus dias disponíveis como se
dependesse somente disto para destravar aquele impasse. A essa altura, eu
nem estava mais raciocinando direito, ensurdecido pelos "iixiiii" da
auxiliar de secretaria que escutava a conversa. Ela nunca me simpatizou, jamais
seria agora, ainda é mãe de um ex-aluno meu, franzindo a testa, pediu-me de imediato
e taxativamente a cópia de todos os meus documentos para formar uma pasta
colecionando meus dados ali. Eu não estava lhe pedindo uma modulação ali, era uma
ordem da Secretaria para completar a minha modulação da outra escola. Em meio a
suspeita de inadequação ou praxe, senti-me testado. Pensei em me defender,
porém, como?
Passadas duas semanas, finalmente
ficou pronto o horário de aula, parecia-me ter algo errado, exigi minhas oito aulas autorizadas na ordem de
serviço da secretaria, mas imediatamente me fizeram assinar um documento no
qual me fazia ciente de que eram só, exatamente, oito aulas. Também achei
estranho! Lógico, perdi uma aula de planejamento. Deixa para lá. Decidi pela maneira mais
difícil, vou aceitar o desafio e permanecerei até não puder mais. Talvez terei
dolorosos assuntos, pelo resto do ano, para compor minhas crônicas da vida
escolar, como lucro. Pois, não recebi pagamento algum por aquelas aulas, no
início do quarto bimestre fui convocado pela secretária de minha escola de
modulação para assinar um ciente de carga mínima (15 aulas, o documento está na
secretaria de educação municipal, significou que aquelas aulas nunca entraram
na folha).
Aí, não adiantou ter lido
Frederick Herzberg: "A verdadeira motivação vem de realização,
desenvolvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento." Todavia
o "trator de esteira" aqui não sabe o que é isso. Também aprendi, onde está o outro extremo, com
Frank Lloyd Wright: "Um profissional é aquele que faz o seu melhor
trabalho quando menos vontade tem de o fazer". Como sempre fiz,
enfrentarei os problemas, fazendo o que tem de ser feito. Mesmo o pensamento do
Bruno Toddy advertindo-me: "Pessoas agem pelos seus próprios esforços,
como um "Trator de indignações", e acabam deixando de lado a
confirmação e vontade de Deus!" Que Deus me perdoe, mas o que me roubaram
outros instrumentos de diabo o defraudarão seus despojos. O Meu perdão não lhe salva das consequências.
Kllawdessy Ferreira
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 02/08/2015
Reeditado em 07/08/2015
Código do texto: T5332262
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