Coleção 19 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
Por Claudeci Andrade
1 O castigo não se opõe ao perdão, mas o torna possível, pois é a punição que corrige e restabelece a disciplina necessária à vida em sociedade. Sem consequências, não há aprendizado; e a chamada “educação fofa” apenas mascara o erro, poupando o indivíduo de um desconforto momentâneo para lançá-lo, no futuro, a sofrimentos muito maiores.
2 Para quem encontra na solidão sua maior riqueza, qualquer presença que não traga verdadeira companhia não é visita, mas invasão.
3 Quando a força do aluno se mede pela queda do professor, a escola deixa de ser templo de saber para tornar-se palco de vaidades, onde o mérito cede lugar ao jogo de poder.
4 Na escola onde o doutor é humilhado por quem nada aprendeu, revela-se o paradoxo de um saber desprezado por aqueles que mais dele precisariam.
5 Pelo sofrimento extremo, os idosos, esvaziados de amor e ódio, aproximam-se de uma condição divina; não pela inocência infantil, mas por uma purificação que os eleva a um estado impassível, distante e semelhante ao dos deuses.
6 Quando o mesmo traje serve para toda ocasião, do folclore à faxina, dissolve-se a identidade de cada evento; e a graça de minha calça xadrez, outrora símbolo de uma festa, perde-se na uniformidade que apaga o sentido das celebrações.
7 A falsa moralidade é uma casca que aprisiona e liberta ao mesmo tempo: protege o indivíduo do julgamento, enquanto oculta sua verdadeira essência, permitindo-lhe viver entre aparências e segredos.
8 Elogiar para agradar sem sinceridade é um disfarce que protege o outro e aprisiona a si mesmo, pois alimenta a ilusão do mérito e evita o confronto com a verdade; mas eu não quero ser cúmplice dessa mentira.
9 Em um mundo onde a hipocrisia se veste de loucura e a falsa moral se esconde atrás da loucura alheia, até mesmo Jesus convive com Barrabás; e a doença mental é o véu que justifica a corrupção humana.
10 A ineficiência do sistema não só exaure o professor como também corrompe a avaliação, transformando a falha tecnológica em um problema estrutural que beneficia o aluno pela via do descaso.
11 Ao promover jogos e competição, a pedagogia ludicista cultiva rivalidades individuais, onde o ato de “colar” revela não cooperação, mas a transgressão que mina o verdadeiro espírito coletivo.
12 A pedagogia do jogo, ao rejeitar a repetição essencial ao aprendizado, esvazia o interesse pela disciplina e prepara o aluno para evitar a seriedade da prova, que se torna um jogo sem prazer e sem significado.
13 No caos do ensino semipresencial, a ironia do coordenador revela a superficialidade do diagnóstico, pois ao desmerecer o professor, ignora-se a raiz da apatia que mina a autoridade e o aprendizado.
14 Transformar o ensino noturno em EJA sob a máscara do “fortalecimento” revela-se mera retórica que encobre o retrocesso e a degradação de um sistema já fragilizado.
15 O dinheiro, mais que meio de troca, desperta em nós uma faceta divina; um poder latente que se revela na influência, na criação e na liberdade que ele concede ao homem.
16 Ao semear o ensino indiscriminado, o professor e o aluno diluem suas essências, e o mestre perde sua singularidade, tornando-se "qualquer um"; consequência inevitável da própria universalização descompromissada do saber.
17 Avaliar sem acompanhar e registrar a produção do aluno é agir às cegas; "vistar" o caderno é a realidade indispensável que sustenta a justiça e a eficácia do ensino.
18 Embora a cooperação seja eficaz, a exigência de que os parceiros sejam “cobra igualmente” revela uma busca inflexível por afinidade absoluta, que acaba por isolar e condenar à solidão, negando o próprio valor da união.
19 A resistência à morte revela o amor profundo pela vida, pois quem luta para existir demonstra que valoriza sua própria essência, enquanto a aceitação passiva da morte denuncia a ausência desse apreço vital.
20 O medo não superado desencadeia uma violência desordenada, enquanto a coragem se revela na vingança; não como ódio cego, mas como a ação decisiva que rompe o ciclo opressor e restaura a liberdade.
Por Claudeci Andrade
1 O castigo não se opõe ao perdão, mas o torna possível, pois é a punição que corrige e restabelece a disciplina necessária à vida em sociedade. Sem consequências, não há aprendizado; e a chamada “educação fofa” apenas mascara o erro, poupando o indivíduo de um desconforto momentâneo para lançá-lo, no futuro, a sofrimentos muito maiores.
2 Para quem encontra na solidão sua maior riqueza, qualquer presença que não traga verdadeira companhia não é visita, mas invasão.
3 Quando a força do aluno se mede pela queda do professor, a escola deixa de ser templo de saber para tornar-se palco de vaidades, onde o mérito cede lugar ao jogo de poder.
4 Na escola onde o doutor é humilhado por quem nada aprendeu, revela-se o paradoxo de um saber desprezado por aqueles que mais dele precisariam.
5 Pelo sofrimento extremo, os idosos, esvaziados de amor e ódio, aproximam-se de uma condição divina; não pela inocência infantil, mas por uma purificação que os eleva a um estado impassível, distante e semelhante ao dos deuses.
6 Quando o mesmo traje serve para toda ocasião, do folclore à faxina, dissolve-se a identidade de cada evento; e a graça de minha calça xadrez, outrora símbolo de uma festa, perde-se na uniformidade que apaga o sentido das celebrações.
7 A falsa moralidade é uma casca que aprisiona e liberta ao mesmo tempo: protege o indivíduo do julgamento, enquanto oculta sua verdadeira essência, permitindo-lhe viver entre aparências e segredos.
8 Elogiar para agradar sem sinceridade é um disfarce que protege o outro e aprisiona a si mesmo, pois alimenta a ilusão do mérito e evita o confronto com a verdade; mas eu não quero ser cúmplice dessa mentira.
9 Em um mundo onde a hipocrisia se veste de loucura e a falsa moral se esconde atrás da loucura alheia, até mesmo Jesus convive com Barrabás; e a doença mental é o véu que justifica a corrupção humana.
10 A ineficiência do sistema não só exaure o professor como também corrompe a avaliação, transformando a falha tecnológica em um problema estrutural que beneficia o aluno pela via do descaso.
11 Ao promover jogos e competição, a pedagogia ludicista cultiva rivalidades individuais, onde o ato de “colar” revela não cooperação, mas a transgressão que mina o verdadeiro espírito coletivo.
12 A pedagogia do jogo, ao rejeitar a repetição essencial ao aprendizado, esvazia o interesse pela disciplina e prepara o aluno para evitar a seriedade da prova, que se torna um jogo sem prazer e sem significado.
13 No caos do ensino semipresencial, a ironia do coordenador revela a superficialidade do diagnóstico, pois ao desmerecer o professor, ignora-se a raiz da apatia que mina a autoridade e o aprendizado.
14 Transformar o ensino noturno em EJA sob a máscara do “fortalecimento” revela-se mera retórica que encobre o retrocesso e a degradação de um sistema já fragilizado.
15 O dinheiro, mais que meio de troca, desperta em nós uma faceta divina; um poder latente que se revela na influência, na criação e na liberdade que ele concede ao homem.
16 Ao semear o ensino indiscriminado, o professor e o aluno diluem suas essências, e o mestre perde sua singularidade, tornando-se "qualquer um"; consequência inevitável da própria universalização descompromissada do saber.
17 Avaliar sem acompanhar e registrar a produção do aluno é agir às cegas; "vistar" o caderno é a realidade indispensável que sustenta a justiça e a eficácia do ensino.
18 Embora a cooperação seja eficaz, a exigência de que os parceiros sejam “cobra igualmente” revela uma busca inflexível por afinidade absoluta, que acaba por isolar e condenar à solidão, negando o próprio valor da união.
19 A resistência à morte revela o amor profundo pela vida, pois quem luta para existir demonstra que valoriza sua própria essência, enquanto a aceitação passiva da morte denuncia a ausência desse apreço vital.
20 O medo não superado desencadeia uma violência desordenada, enquanto a coragem se revela na vingança; não como ódio cego, mas como a ação decisiva que rompe o ciclo opressor e restaura a liberdade.
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