"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

MINHAS PÉROLAS

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Coleção 43 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamento

Por Claudeci Andrade

1 O gesto obsceno ao livro não nega o saber; é o grito silencioso de quem, impotente para dominá-lo por inteiro, implora por uma sabedoria que transcenda o conteúdo.

2 A ironia do professor não é rendição, mas estratégia: ao coroar o mais bagunceiro como líder, finge ceder poder enquanto transforma a própria conivência em tática de sobrevivência e controle sutil.

3 O “aluno de sucesso” não é fruto do saber, mas da encenação: sua aparência carregada de símbolos de inteligência e preparo esconde o vazio de conteúdo, revelando que sua popularidade nasce mais do estilo do que do conhecimento.

4 A arrogância do aluno que diz “se o professor pode, eu também posso” não é ambição, mas desculpa: transforma os erros do mestre em justificativa para sua própria mediocridade, nivelando por baixo o que deveria inspirar pela experiência.

5 O chamado “aluno de sucesso” é apenas a máscara de uma farsa: sustenta-se em mentiras, intimidações e vitimizações calculadas, sacrificando a ética para esconder a própria irresponsabilidade e transformar a manipulação em triunfo aparente.

6 O “aluno de sucesso” que clama por “porrada” disfarça-se de espectador inocente: cria o caos, manipula o relato e transforma sua própria culpa em narrativa de triunfo, provando que sua astúcia vale mais que sua integridade.

7 O sucesso do palhaço, exaltado pela mídia e pelo riso, revela a contradição entre fama superficial e mérito intelectual: brincar pode abrir holofotes, mas não garante preparo para desafios reais, e a vida não oferece vagas ilimitadas para quem depende apenas do humor.

8 O “aluno de sucesso” emerge de uma educação parcial: aprende a exigir direitos, mas ignora os deveres que lhes dão sentido, transformando seu triunfo em conquista superficial e egoísta.

9 A língua é como uma arma de fogo sem porte legal: poderosa e destrutiva, capaz de ferir e até matar, como um dragão que cospe fogo, lembrando-nos da responsabilidade inerente às palavras que proferimos.

10 A frustração do professor surge da impotência diante da avaliação coletiva: seu conhecimento deveria bastar para julgar, mas o Conselho de Classe impõe notas alheias, injustas e ridículas, despertando nele o desejo de que “os deuses acelerem o processo de reação”, lembrando que a prerrogativa de avaliar pertence, em essência, ao professor titular.

11 Viver é morrer a cada dia, e morrer é um processo gradual; impulsionados pelo medo do novo, giramos na roda viva da existência, até o “fim da picada”, apenas para recomeçar amanhã, reiniciando o ciclo inexorável da vida e da morte.

12 A morte, marcada pela hora em que o pó retorna ao pó, revela o fim da razão e da fé sem sentido; paradoxalmente, é o risco de morrer que intensifica a vida, transformando o temor do fim no prazer supremo de existir.

13 A vida é uma besta que nos faz cair para que outros, em nome de Deus, se vangloriem de ajudar, revelando que a caridade muitas vezes encobre vaidade e superioridade moral, e não amor genuíno.

14 A perversão da autoridade parental transforma respeito em medo: ao proteger o filho das consequências, a família subverte a educação, permitindo indisciplina e notas imerecidas, enquanto o professor se vê forçado a ceder para evitar confrontos.

15 A fusão de mãe e professora expõe o filho às “sujeiras da educação”, misturando desilusões profissionais com intimidade pessoal, e assim transforma a proximidade em contaminação que prejudica seu aprendizado.

16 Que a mídia, em vez de propagar crises como o mosquito da dengue ou vírus que tiram o fôlego, criasse pragas que nos tornassem mais inteligentes e críticos, promovendo saber, saúde e alegria em vez de pânico e paralisia.

17 As doenças não seguem a medicina, mas a política: ao reduzir padrões e manipular estatísticas, o governo “pedala” a realidade, transformando crises de saúde em números controlados e ilusórios.

18 A mídia só valoriza crises quando atingem os ricos: dengue e seca passam despercebidas até que afetem as piscinas do Sudeste, enquanto a culpa recai sobre os pobres, forçados a economizar para sustentar os privilégios alheios.

19 O Zika é o vilão de muitos desvios: a mídia distorce a ciência, transformando absurdos em explicações populares, enquanto doenças tratáveis, como HIV ou coronavírus, podem ser usadas da mesma forma para alimentar politicagem.

20 Ampliar o vocabulário é ginástica para a mente: cada palavra nova é um remédio preventivo contra o empobrecimento cognitivo, fortalecendo a memória e preservando a agudeza mental.

Comentários

Nenhum comentário: