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terça-feira, 30 de junho de 2009

Professor, cadê seu texto? (Os verdadeiros cegos são aqueles que veem, mas preferem ser mal conduzidos.)


CRÔNICA


Professor, cadê seu texto? (Os verdadeiros cegos são aqueles que veem mas preferem ser mal conduzidos.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Alguém já disse: “Faça o que digo e não faça o que faço.” A palavra influência não aparece nessa frase, mas está implícita. Apesar de carregada com um sentido negativo, porém ninguém pode negar o poder da influência. O que é mais influente do que a ação de quem produz num lugar onde só se manda fazer? O exemplo é muito benéfico quando positivo. É silencioso, mas sua influência é poderosíssima. A única ocasião em que o exemplo produz algum ruído é quando está inspirando para uma realização maligna.
          Já foi levado a bocejar porque outra pessoa o estava fazendo? Isto constitui uma simples ilustração do poder da influência. Ela é sentida em todos os aspectos da vida. Até os animais são influenciados uns pelos outros. O Talmude (livro sagrado dos Judeus, no qual estão copilados as tradições, as doutrinas e os costumes do povo hebreu) declara sucintamente: “Uma ovelha segue a outra”. Diz um antigo provérbio chinês: “Não os gritos, mas o voo do pato selvagem leva os demais a voar e a acompanhá-lo”. Um interessante adágio espanhol expressa-o desta maneira: “Vive com os lobos, e aprenderás a uivar”.
          O verdadeiro professor reconhece o poder da influência (intelectual, comportamental etc.) em sua prática pedagógica. Ele escreve antes de querer que seus alunos produzam bons textos. Certas pessoas que conheço muito bem exercem grande influência sobre mim em virtude de sua prática de ler e escrever. Quanto mais o professor escreve bem, mais poderosa será sua influência nesse sentido. Como cobrar para ensinar o que não sabe fazer?
          Qualquer que seja a sua disciplina (matéria) de trabalho, considere um privilégio e uma honra deixar brilhar o seu talento, para que os seus alunos vejam os seus bons textos. O resultado será o engrandecimento e a eficácia de sua docência.
          Quem escreve escraviza no bom sentido, é um dominador pela condução do leitor. Aliás, o leitor só tem um caminho a seguir: deixar se conduzir, ou pelo sim, ou pelo não; ou aceitar, ou não aceitar; ou concordar, ou não concordar. E quem escolher ser conduzido pelo não, ou seja, discordando da ideia do autor lido, é pior que escravo, é miserável. Aqui cabe bem uma frase da professora Lourdinha: — "Os verdadeiros cegos são aqueles que não veem a ordem e, por isso, preferem ser mal conduzidos."

Encaminhamento de Percepção
1 Quão influente é o exemplo?
2 O que acha do pensamento: Só se aprende escrever escrevendo!
Como cobrar para ensinar o que não sabe fazer?
4 Têm os outros professores de outras disciplinas obrigação se saber escrever bem para exigir dos seus alunos melhor desempenho? 
5 Por que os rebeldes à leitura são considerados os verdadeiros cegos?


Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 27/07/2009
Código do texto: T1721555

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