COLEÇÃO 78 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
Por Claudeci Andrade
1 A decadência da autoridade escolar transformou o professor em igual do aluno, e o respeito em suspeita: já não há hierarquia, apenas o reflexo arrogante do “se ele pode, eu também posso”.
2 Quando o dinheiro se torna o novo deus, o amor vira comércio, a inteligência perde valor e o mestre é reduzido a herege diante dos fanatismos que tomam o lugar do pensamento.
3 Do mendigo ao cientista, do tolo ao terraplanista, tudo revela a mesma ironia: o mundo gira em torno de confusões que insistimos em chamar de lógica.
4 Quando o ego se torna sentido e o amor próprio, uma forma de fé, o homem descobre em si o milagre e o demônio que o sustentam.
5 O fim do mundo não virá pela maldade, mas pelo dia em que o homem chamará sua própria destruição de ato de amor divino.
6 Quando a burocracia ensina o mestre a dar aula, a educação morre sufocada entre carimbos e correções que servem mais ao controle que ao saber.
7 Na escola onde o aluno é cliente e o professor, réu, a disciplina é apenas a máscara do medo e a educação, um comércio de aparências.
8 Na lógica do desejo, o amor vira mercado: o que se julga dono é escravo, e o que consome também se vende.
9 Na guerra fria dos sexos, onde a igualdade virou suspeita e o olhar é já uma culpa, o homem prefere ser menor a arriscar a paridade que o condena.
10 Quando o bem público vira brinquedo de quem se crê credor do mundo, a sala de aula congela, a autoridade derrete e o país elege o reflexo de seu próprio vício pelo gratuito.
11 Se os lírios seguem a ordem e o pássaro nunca cai, mas o homem despenca atrás de modas e ruídos, talvez Deus cuide mais do que obedece do que do que se julga superior à própria natureza.
12 Na caverna escolar, onde o uniforme acorrenta mais que as sombras, a luz do mestre não liberta; incomoda a ponto de fazerem dele o inimigo a ser morto.
13 Quem apaga o autor não rouba só um nome, mas revela o veneno com que inveja aquilo que não pode criar.
14 Na escola que reza unida mas desconfia em silêncio, a oração é gesto vazio e as mãos dadas apenas o ritual que tenta encobrir o abismo entre todos.
15 Quando a pressa do sistema vale mais que a vida, a escola vira altar de riscos e a fé no Estado cede lugar ao desejo cínico de que só o caos resolva o próprio caos.
16 Viver é acolher sol e tempestade, luz e abismo, porque a existência só se cumpre quando aceitamos o universo inteiro dentro de nós.
17 Estamos todos perdidos; e lembrar disso é a única lucidez que ainda nos resta.
18 A religião não consola; apenas aquieta, mantendo a multidão em silêncio enquanto o mundo segue igual.
19 Quando um lado se perde na própria miséria, o outro apenas reflete o mesmo vício; nenhum desequilíbrio nasce sozinho.
20 O riso abre portas porque desarma o medo: quem faz alguém sorrir não domina, mas conquista pela leveza que inspira confiança.
Por Claudeci Andrade
1 A decadência da autoridade escolar transformou o professor em igual do aluno, e o respeito em suspeita: já não há hierarquia, apenas o reflexo arrogante do “se ele pode, eu também posso”.
2 Quando o dinheiro se torna o novo deus, o amor vira comércio, a inteligência perde valor e o mestre é reduzido a herege diante dos fanatismos que tomam o lugar do pensamento.
3 Do mendigo ao cientista, do tolo ao terraplanista, tudo revela a mesma ironia: o mundo gira em torno de confusões que insistimos em chamar de lógica.
4 Quando o ego se torna sentido e o amor próprio, uma forma de fé, o homem descobre em si o milagre e o demônio que o sustentam.
5 O fim do mundo não virá pela maldade, mas pelo dia em que o homem chamará sua própria destruição de ato de amor divino.
6 Quando a burocracia ensina o mestre a dar aula, a educação morre sufocada entre carimbos e correções que servem mais ao controle que ao saber.
7 Na escola onde o aluno é cliente e o professor, réu, a disciplina é apenas a máscara do medo e a educação, um comércio de aparências.
8 Na lógica do desejo, o amor vira mercado: o que se julga dono é escravo, e o que consome também se vende.
9 Na guerra fria dos sexos, onde a igualdade virou suspeita e o olhar é já uma culpa, o homem prefere ser menor a arriscar a paridade que o condena.
10 Quando o bem público vira brinquedo de quem se crê credor do mundo, a sala de aula congela, a autoridade derrete e o país elege o reflexo de seu próprio vício pelo gratuito.
11 Se os lírios seguem a ordem e o pássaro nunca cai, mas o homem despenca atrás de modas e ruídos, talvez Deus cuide mais do que obedece do que do que se julga superior à própria natureza.
12 Na caverna escolar, onde o uniforme acorrenta mais que as sombras, a luz do mestre não liberta; incomoda a ponto de fazerem dele o inimigo a ser morto.
13 Quem apaga o autor não rouba só um nome, mas revela o veneno com que inveja aquilo que não pode criar.
14 Na escola que reza unida mas desconfia em silêncio, a oração é gesto vazio e as mãos dadas apenas o ritual que tenta encobrir o abismo entre todos.
15 Quando a pressa do sistema vale mais que a vida, a escola vira altar de riscos e a fé no Estado cede lugar ao desejo cínico de que só o caos resolva o próprio caos.
16 Viver é acolher sol e tempestade, luz e abismo, porque a existência só se cumpre quando aceitamos o universo inteiro dentro de nós.
17 Estamos todos perdidos; e lembrar disso é a única lucidez que ainda nos resta.
18 A religião não consola; apenas aquieta, mantendo a multidão em silêncio enquanto o mundo segue igual.
19 Quando um lado se perde na própria miséria, o outro apenas reflete o mesmo vício; nenhum desequilíbrio nasce sozinho.
20 O riso abre portas porque desarma o medo: quem faz alguém sorrir não domina, mas conquista pela leveza que inspira confiança.


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