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domingo, 21 de fevereiro de 2010

A NOVA ESCOLA É DE TEMPO INTEGRAL? (O modismo se passa por restauração.)

Crônica

A NOVA ESCOLA É DE TEMPO INTEGRAL? (o modismo se passa por restauração.

domingo, 21 de fevereiro de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Refletindo sobre uma tal nova escola, um pouco mais sobre a escola sonhada por toda a sociedade, aquela da moralização do ensino, penso que essa só seria possível se se fizesse novo o aluno, é tudo o que necessitamos: De quem se valorize e valorize também o que de bom ainda resta no sistema educacional. Falo de mecanismos totalmente novos, funcionando a partir dos velhos, para produzir homens devidamente educados. Então, pensando assim, concluo, na verdade, não é de uma nova escola que precisamos, mas de uma escola restaurada. E o objetivo de uma escola restaurada está no sentido de reorganizar o que já se tem, resgatando o perdido na “sofisticação” implantada por pessoas sem escrúpulos, egoístas que legislam em causa própria, uma minoria por assim dizer, mas com poder. Teorias pedagógicas contemporâneas já gritam por socorro, são incompetentes demais para o tão nobre objetivo: Racional-tecnológica; Neocognivistas; Sociocríticas; Holísticas; Pós-modernas. Mesmo essas ditas novas, elas produzem uma falsa sede de mais novidade como uma droga que requer cada vez maiores doses, para saciar a necessidade do organismo, para manter melhores graus de excitabilidade, ilusão destrutiva.
            Creio no Salomão quando disse: “A história sempre se repete. Não há nada verdadeiramente novo no mundo. Tudo já foi dito ou feito antes, você pode mostrar alguma coisa nova? (...)” ( Ec 1:9 BV). Penso que quando os ditadores de “inovações” para educação se arriscam cegamente em busca do novo, eles perdem sua capacidade intuitiva para saber o que é certo e o que é errado, perdem a consciência íntima, aquela que os fazia sentir culpados e infelizes quando erravam. Quem pretende enganar a si mesmo, também engana com muita facilidade e destreza os outros. O governo não consegue nem oferecer um turno com qualidade, pretende ocupar os alunos nos dois turnos, deveria sim está preocupado, pelo menos, em atender a demanda social que já é alguma coisa, não deixando alunos fora da escola enquanto outros ocupa a escola em tempo integral só para brincar e comer. No momento que já se fala em quatro turno... 
             Todos nós sabemos que a hostilidade ao tradicionalismo é um erro. Ainda deve ter muito sentido o que funcionou em tempos que a educação tinha respeito e credibilidade, quando a função do professor e o papel da escola eram valorizados! Mas, com um passo de mágica, a maioria dos teóricos da escola sentiu a necessidade de refazer tudo em torno de si! Aí, então, a fome e a sede do novo excomungaram o pensar tradicional.
            O urgente, agora, é a necessidade de inserção das novas tecnologias na seriedade tradicionalista, que é diferente da barbárie presenciada no “Momento Novo”, onde é proibido proibir.
               Ou será que um organismo maduro, bem vestido e assistido, não tenha mais a capacidade de produzir um novo ser ideal? Seja qual for a tarefa assumida pela escola, ainda que seja em tempo integral, se não produzir novos homens, perdeu seu objetivo e, sem norte, vira apenas depósito de aluno. Fica evidente que a qualidade do ensino em período integral depende da capacidade do governo em fornecer um bom ensino em período parcial. É necessário garantir a melhoria da educação básica antes de expandir a oferta para tempo integral. Além disso, é importante considerar outras questões, como a qualificação dos professores, o espaço físico das escolas e o fornecimento de alimentação adequada para os alunos. O modismo se passa por restauração!  E muito mais, tira-se das crianças o direito da companhia da família o dia todo e de todos os dias, ou seja, privadas do que mais amam, deterioram-se!
           Devia-se começar a reforma do Ensino Médio não pelo o desenho estrutural, mas pela a educação do aluno. Nos meus 34 anos lecionando, nunca vi um alunos agradecer o professor, no final da aula, por aquela aula, mas já vi muitos xingamentos, e repulsas: "Graças a Deus porque a aula terminou". Se a aula foi ruim. o que eles fizeram para contribuir e melhorar? Sim, tenho ouvido quase todos os dias: "são nossos impostos que pagam seu salário, por isso é obrigado nos suportar". Se é realmente dessa forma, apenas revelam que são péssimos patrões e alunos.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 21/02/2010
Código do texto: T2099369

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