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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ESPINHOS NA PELE (Entre o berço e caixão, este recorte prepara-te para o quê?)


Crônica

ESPINHOS NA PELE (Entre o berço e caixão, este recorte prepara-te para o quê?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Professor, nunca ouses deslizar mesmo quando pensas, estás falando só às paredes, pois inclusive, elas têm ouvidos! Há na minoria o teu observador, sempre o orgulhoso, arrogante, prepotente e despótico, querendo te provar que és indigno do posto!  Ele é um inútil e luta a fim de te reduzir à medida dele. Jamais significa o fim quando erras, só porque o livro do professor já vem respondido e não tiveste tempo em conferir as respostas do mesmo. Os erros ensinam mais aos errantes, aliás os erros são fatais só para quem se nega aprender com eles. Veneno ou remédio, depende da dose e da frequência! Eles te induzem a acerta na próxima vez!
          Atrasam-te as experiências da vida se cada momento vindouro é inédito? Pelo contrário, entre o berço e caixão, este recorte no tempo, é teu espaço de exploração. Prepara-te, todo instante, objetivando o novo, sê criativo. Se "Tudo que se vê não é Igual ao que a gente viu há um segundo" (Lulu Santos). Tu tampouco és uma pessoa perfeita, só por que tuas experiências sempre estarão com a data de validade vencida? Iludes-te! Depois da morte, olhando daqui, tudo é mais volátil ainda, ou melhor, é desconhecido, intato. Agora só fazes o dever. Nunca temas, pois qualquer fórmula aplicada, para te resguardar do fim, é estacionamento, é regressão, fazendo frente ao pouco da vida estante! O certo é seguires o caminho novo à luz do momento ("quem não arrisca não petisca"). O combustível da vida está nos erros. Quando tu erras é porque acertaste muito: felicidade igual por etapas vencidas. O especialista é aquele que já errou em todos os pontos perante sua carreira.
           Vejas, os mandacarus, os quais plantei, ao longo do caminho, têm flores, porque se tornaram parte da natureza! Mas, também, produzem espinhos grossos, fortes e pontiagudos, muito mais ainda, é bem verdade, ferirão outros, pois me furaram primeiro. Foram preparados e ganharam resistência, todavia de jeito nenhum estarei mais ali, quiçá estivesse, para eu te mostrar minha dor educativa. Todavia a dor dos ferimentos dos espinheiros também espinhados, dessa nem tomarei parte mais, jamais desta distância. Outrossim, dói mais agora a dor das furadas dos espinhos plantados pelos outros, tais quais os encontro em meu caminho! Porém, ainda assim, é bom por não ter o sabor de suicídio, pelo contrário, estimulam-me o caminhar fazendo curvas, desviando-me de quase todos, eles são muitos. Assim como caminhar é viver, prossigo, a dor impulsiona o movimento, é o importante.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2010
Código do texto: T2523534

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