"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 16 de junho de 2012

SISTEMA SOFISTA ( "O sofismo é a arte dos hipócritas." — Ale Ruffini)



Crônica

SISTEMA SOFISTA ( "O sofismo é a arte dos hipócritas." — Ale Ruffini)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Este sistema educacional público predispõe o aluno a sentir raiva do professor e tê-lo como adversário. Como? Desde a disposição das cardeiras em sala de aula superlotada e reverbero do quadro, por má iluminação, até critérios de avaliação mascarados de justiça, no caso, dar-se pontinho para tudo: subornos mil. O aluno esvaziado do conhecimento útil, incompetente funcional, não respeita o professor porque o toma por metonímia como parte do sistema. Já na rua, alunos e ex-alunos nos cumprimentam como se eles não tivessem problema nenhum conosco na sala de aula: "bons amigos"
          Então, onde tem prova, tem fraude e, se tem fraude, tem desconfiança, o aluno se fecha, sem oferecer abertura alguma aos encantos de uma relação socialmente saudável. A partir disso, qualquer método aplicado pelo mestre, embora ditado por quem está longe das salas de aula (pedagogos burocratas), não acha guarida. Pois, como se dar a construção de conhecimento com um muro de proteção psicológica interrompendo a via de transmissão com uma pedagogia de lambança? Ou a barreira seria física também, considerando a carência de professores bonitos? https://super.abril.com.br/comportamento/estudantes-aprendem-melhor-com-professores-bonitos/ (acessado em 18/09/2017).
           Pois, o sistema conserva a "velharada" até adoecer na ativa. Já que ganhamos tão mal, deveriam  nos aposentar mais cedo. Antes de prejudicarmos nossos alunos com nossa feiura e apego ao carrancismo. 
          Do que estamos impregnados, somos motivados a oferecer descaradamente! A boca fala do conteúdo do coração, crendo sempre no preenchimento do outro. Mas, do que mesmo o professor está impregnado? E o aluno? Quais os vazios deles? Então, vivemos um paradoxo, enquanto os professores forçam com um exemplo característico do pós-modernismo: valorizando a idiotice, talvez sendo engraçado quebrando a resistência do aliciando e na esperança de construir algum conhecimento útil. Enganam-se, não são os fins que justificam os meios...
          Todos os dias, lá estão eles, as peças do sistema, no qual não se ajustam, cometendo os mesmos erros de sempre. Se não for assim, a máquina para de funcionar; é melhor rodar, pulando um dente aqui e outro acolá das catracas, do que travar completamente. Tipo assim: o horário de aulas não ficou pronto, quem sabe, talvez em março ficará, por deficiências tantas, todos se beneficiam e têm uma boa desculpa, trabalha-se como der. Minha amiga, poeta Silva Regina costa Lima já dizia: "Parece-me que tudo cheira morfo na pedagogia escolar... O professor entrega os pontos e passa a fazer parte de uma roda que não gira mais..." O professor falta ao trabalho, e até mesmo sujeitando-se a perder sua bonificação, a fim de sofrer menos. O aluno, por sua vez, não leva os livros que ganhou para sala de aula, e a desculpa é a mesma. Dessa forma, a desordem prossegue sem o endereço do culpado: o Sistema Sofista.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 18/02/2012
Reeditado em 16/06/2012
Código do texto: T3506269

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sábado, 9 de junho de 2012

AVALIAÇÃO DE GREVE (Professor grevista é aquele que não aprende)



Crônica

AVALIAÇÃO DE GREVE (Ninguém deixa de morrer só porque os coveiros fazem greve." — Saint-Clair Mello)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Os Professores de vez enquanto se respeitam, por isso estão fragilizados e desunidos, querem ensinar, mas sempre reclamando das crianças que nunca aprendem. Parece-me que a falta de credibilidade chegou lá, no mais alto patamar. O que isso tem a ver? Sim, eles mesmos de jeito nenhum aprenderam a lição, fazem greve todo ano e voltam de mãos vazias. O ponto, dos dias sem trabalho, é cortado e, por cima, terão de repor, nas férias, com várias aulas infrutíferas, assim diga-se de passagem. "Ainda segundo a Procuradoria-Geral do Estado, a reposição de aulas por parte dos professores faltosos ao serviço na semana passada ocorrerá no mês de julho, e não mais aos sábados, conforme orientação expedida pelo Conselho Estadual da Educação e Ministério Público." (Professor em greve pode ter ponto cortado, diz PGE- DM Pág.12 de 12/02/2012). A misericórdia é que ninguém precisa trabalhar nos sábados, dia do Senhor! 
           Professor também é sociedade, tem esse direito como qualquer outra categoria! Até a Polícia faz greve (Bahia, Rio etc) e jamais podia! As esposas faziam por eles, será essa mais uma conquista das mulheres? Epa! Agora me deu um nó no cérebro, e a educação não está cheia de mulheres cultas? 
          A ira de pais e alunos é atiçada contra os mestres "abusados", e não sabem que nem o alunado é prejudicado. Isso é, greve de professor de forma alguma faz sentido, ninguém tem prejuízo, depois repõe. O imbecil sou eu, perseguindo a coerência. Como diz o Oscar Wilde:  "A coerência é a virtude dos imbecis". 
           O governo gosta, em época de greve na escola, diminui a folha de pagamento, economiza também nas contas de água, luz e material de limpeza, mas finge estar demais preocupado com a quantidade de aulas necessárias ao aluno durante o ano letivo. Epa! Sofro outro nó no cérebro, se o ensino público é desqualificado, onde o governo está pecando? Eita, vida ambígua! Ou será se greve na educação tornou-se "vale-férias"? Socorra-me CLT!!! Fechamos com as palavras de José Saramago: "Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro."
Claudeko
Enviado por Claudeko em 12/02/2012
Reeditado em 06/06/2012
Código do texto: T3494454

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sábado, 2 de junho de 2012

O CARNAVAL DOS PROMOVIDOS ("Quanto maior o poder, mais perigoso é o abuso" — Edmund Burke)



Crônica

O CARNAVAL DOS PROMOVIDOS ("Quanto maior o poder, mais perigoso é o abuso" — Edmund Burke)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Não sei se é mais ridículo nesse "carnaval": um lobo vestido de ovelha ou uma ovelha vestida de lobo! Só sei que é muito difícil lidar com os intrujados por uma qualquer das fantasias apregoadoras da moralidade e ainda se divertir com isso tudo. Eles brigam entre si, defendendo seus territórios e ainda adorando seus ídolos travestidos de extravagância, e eu morro de medo por ser apenas a grama ou a carniça presa em seus dentes. E de nenhuma forma poderei ser melhor, até porque meus colegas dizem nos corredores que sou o pior professor da instituição. Se nem sou reconhecido por meu chefe ou o chefe do meu chefe, o que realmente vai fazer a diferença? Fá-lo na hora do lanche ou na reunião do instante do recreio: fico calado escondendo-me atrás do Smartphone para me sair melhor. Lembrei-me dos urubus educados, vestidos de luto que também se alimentam de carniça! Já os vi vestidos de ovelha, sua falsidade não me devorou ainda, porque tenho veneno nas veias.  
          Fora cogitado a ser coordenador há muitos anos atrás e sofro até hoje com isso! Queriam me uniformizar com uma capa de lobo ou uma de ovelha e me ensinariam uivar como tal ou balir simplesmente! Contudo jamais quero ser a ovelha doente do final de rebanho que as feras preferem, tampouco quero ser o antropofágico com indigestão por ser forçado circunstancialmente a comer papelão. Deus me livre desses pecados! Tenho minha natureza bem delfinada, e nunca quero sofrer as consequências da falsidade ideológica dos fingidos num ambiente de educação no qual se ensina com exemplos.
          Alguém tem de descarregar nos outros sua vingança, por as injustiças sofridas, então o faça a si mesmo. Pois, esse alguém sofredor, aprendeu bem, com suas feridas, como martirizar, do lado que mais dói, seus subalternos de então, aproveitando a inversão de papéis. Por aqui, na ciranda das pastas, a eficiência transborda! Acho que vou precisar de anticorpos para me proteger, o medo é meu amigo.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 10/02/2012
Reeditado em 01/06/2012
Código do texto: T3491663

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sábado, 26 de maio de 2012

VERGONHA DE MÃE (Lágrimas poderosas, as de crocodilo)



Crônica

VERGONHA DE MÃE (Lágrimas poderosas, as de crocodilo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Que tipo de escola muda o aluno indisciplinado de sua sala, para uma turma de bom comportamento; ou, de lugar, pondo os bons no fundão e os dispersos nos primeiros lugares, na tentativa de conter a baderna? Qual é o foco dela, senão contaminar as outras "células" ou nivelar todo mundo por baixo?!
          Naquela reunião, aquela mãe confessou passar por tamanha humilhação, tendo de ir à escola reivindicar o retorno de seu filho à sala anterior, considerando questões didáticas-pedagógicas superiores da família, jamais consideradas pelos pedagogos provocadores da mudança, e, diga-se de passagem, essa mãe era professora também. Quais critérios, na relação custo benefício, levaram em conta a maioria dos professores? Como eles votaram e concluíram sobre o tal aluno não poder ficar nessa ou naquela sala? Que pedagogia "OVINI" é essa cujos bons alunos da outra sala, a suposta anfitriã comportada, são ignorados para opinar? Alguns deles quiseram até sair de lá, quando ficaram sabendo do indivíduo indisciplinado que iria ser seu novo colega de sala!
          Pois é, aquela mãe e seu filho saíram da sala dos professores aos pulos, valeram as "lágrimas de crocodilo". Eu nem queria estar na pele do coordenador e dos professores donos da causa naquele momento faustoso para ela. E posso apenas imaginar as implicações morais na vida da escola com uma certa satisfação também, por ter votado pela não discriminação do dito aluno, e não ter sido ouvido. Minha máxima é: Nunca se resolve problemas relacionais e de indisciplina, mudando o desordeiro de lugar, sem que o mude primeiramente de caráter. Ninguém merece! Só se  deve promover alguém por mérito ou um motivo verdadeiramente nobre.
          O que passou pela mente daquele aluno, de comportamento contrário às regras, quando recebeu a ordem de mudança de sala? Desconheço, mas tampouco foram bons pensamentos para dar no que deu! Quais foram os motivos reais da mudança dele no espaço físico? Será se não foi apenas um teste de poder? Agora sabemos quem pode mais na escola!
         O que ainda de forma alguma compreendi, foi o fato de um aluno ser indisciplinado com um professor e com outro não, e isso tornar-se motivo de um manejo para uma sala de comportamento melhor, fazendo-o de "semente de iogurte", azedando a porção maior! Assim, também, tiraram a voz da minoria dos professores dele, os quais de jeito nenhum concordaram com a mudança. Porque se o for improdutivo com todos, a escola deve expulsá-lo de vez considerando o bem dele e dos outros. Aqui cabe o lugar-comum: "uma fruta podre estraga outras". E o pensamento de Henry Thoreau: "A massa nunca se eleva ao padrão do seu melhor membro; pelo contrário, degrada-se ao nível do pior."
          Nós professores andamos como quem pisa em ovos! Iludidos que estamos podendo, fingimos ditar regras, mas na verdade essas regras são sempre ajustadas por baixo, os manda-chuvas mesmo são os pais e alunos, e as demais autoridades os protegem. O empregado bem sucedido diz: "o cliente sempre tem razão". E eu digo: "ita fiat"!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 04/02/2012
Reeditado em 26/05/2012
Código do texto: T3479564


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sábado, 19 de maio de 2012

AOS MEUS DISCÍPULOS (Se sou um deus ou uma besta, só o tempo revelará)



Crônica

AOS MEUS DISCÍPULOS (Se sou um deus ou uma besta, só o tempo revelará)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Quem quiser saber o caminho certo, encontre-me num cruzamento qualquer desta vida, estarei trilhando por ele. Se quiser seguir meus passos não os achará. O caminhar do homem criativo é solitário e não linear. Embora dissesse Aristóteles: "O homem solitário é uma besta ou um deus." Creio ser meio solitário e meio deus, sim, não só por interferir no meio, mas, muito mais, por filtrar o meio para beber do naturalismo sadio!
          No ano passado, ficaram retidos, para repetir a série, alguns pouquíssimos alunos, e um, em especial,  chamou-me muito bem a atenção, este é o motivo maior desta crônica. Lembrando da maioria de meus alunos declarados evangélicos, os quais certamente nem leem ou leem pouco os Evangelhos; são arrogantes, prepotentes, subestimadores e autossuficientes, querem nos convencer que são melhores seres humanos que nós todos juntos. Mas, conseguem senão evidenciar e exaltar a mesquinhez de sua existência e de seu testemunho viciado, diminuindo o Cristo de quem eles se dizem seguidores!
          Por isso, estou cobrando mais do aluno reprovado, pois é o objeto de minhas observações de então, até porque sempre se ofereceu a mim como modelo ideal de "Filho de Deus". Os filhos louvam o Pai todos os dias com um cântico novo, que seja assim, porém sem esquecerem nunca de cumprir suas outras obrigações!
          É tão fácil ser promovido nos estudos, ainda mais nos colégios públicos da atualidade por causa das estatísticas midiáticas. E, alguns crentes ainda conseguem ser reprovados, isso é inadmissível. O tal aluno, um músico da igreja, trazia o seu violão à sala de aula todos os dias e, nos intervalos, exibia seus talentos, rodeado das menininhas evangélicas, cantavam dezenas de músicas gospel. No final do ano, herdou a reprovação, provando que só o louvor a Deus não é o suficiente para se ter uma carreira acadêmica promissora, também importam as preocupações da vida material. Ou os professores que o reprovaram são do Lúcifer?! Eu não duvido sobre alguns terem pacto com ele, suportando os algozes da profissão, cada dia mais difícil. E talvez seja o caso aqui, porque os professores geralmente avaliam apenas os conhecimentos mundanos! Ou ainda o testemunho cristão e trabalho missionário do mancebo não foram suficientes na quela etapa dos seus estudos, pois seria o mais provável, talvez Deus estivesse usando os professores para retê-lo, obrigando-o a repetir aquela série, repetindo também a sua influência ali? Digo obrigou, porque creio de todo coração, ele queria ir adiante, apenas exerceu demais a sua fé, esta desvinculada das obras não fanáticas, isto está na epístola de Tiago, o que ele não sabia ou ignorou! "Fé sem as obras é morta" (Tg 2:26). 
           Finalmente, os cantores abandonaram seu violonista, findaram-se as rodinhas da música santificadora e sobrou apenas o batidão "fanquista" do receio, no terceiro ano é assim, depois de formados, todos somem. O poeta já tinha lhe advertindo que cada coisa ter o seu lugar apropriado: "É diferente, diferente eu também sou, um  pouco d'água mata a sede, e um calmante passa a dor". Se sou um deus ou uma besta, só o tempo confirmará, como o fez ao nosso protagonista.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 21/01/2012
Reeditado em 19/05/2012
Código do texto: T3453981


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