"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

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sábado, 22 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(5) Ouvir, Questionar, Descobrir: A Jornada da Sabedoria nas Escrituras Sagradas.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(5) Ouvir, Questionar, Descobrir: A Jornada da Sabedoria nas Escrituras Sagradas.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A Bíblia toda é uma coletânea de escritos sagrados que tem sido estudada e reverenciada por milênios, e os autores bíblicos têm contribuído para o entendimento da sabedoria que permeia esses textos. No entanto, não devemos simplesmente aceitar suas palavras de maneira passiva, como meros receptores de conhecimento. A sabedoria genuína é adquirida por meio da busca constante pela verdade e da reflexão crítica sobre as lições que nos são transmitidas por meio das Escrituras.

Concordo que ouvir é fundamental para aprender, mas é igualmente essencial desenvolver a habilidade de questionar, analisar e discernir a verdade da falsidade em cada passagem bíblica. Não podemos nos tornar meros ecoadores das palavras dos autores bíblicos sem entender o contexto e o significado mais profundo de seus ensinamentos.

O apóstolo Tiago, em sua carta: "Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos" — (Tiago 1:22 - NVI) . Não basta ouvir e acumular conhecimento bíblico; devemos aplicar o que aprendemos em nossa vida diária e questionar até mesmo os ensinamentos mais complexos para discernir a verdade.

As palavras bíblicas podem, de fato, ser obscuras e requerer interpretação, mas essa interpretação não deve ser passiva e acrítica. Devemos nos esforçar para entender o contexto, a intenção e a relevância dessas palavras em nossas próprias vidas.

Os homens sábios, inspirados por Deus, entenderam os tempos e sabiam o que deveria ser feito, mas essa sabedoria não veio apenas do ato de ouvir e obedecer cegamente. Ela brotou de mentes inquiridoras, dispostas a questionar, refletir e, em última instância, tomar decisões embasadas nos fundamentos das Escrituras.

Concordo que ouvir é uma virtude, mas não podemos negligenciar a importância de questionar e buscar respostas para aquilo que não compreendemos plenamente na Bíblia. A verdadeira sabedoria vem da combinação da audição atenta com a reflexão crítica, que nos leva a uma compreensão mais profunda e pessoal das Escrituras Sagradas.

Em meio à pluralidade de vozes e interpretações sobre a Bíblia, é nosso dever discernir a verdade, não apenas aceitando cegamente tudo o que nos é dito, mas buscando constantemente aprender e compreender para encontrar nossa própria sabedoria e verdade interior.

Portanto, proponho que busquemos conhecimento não apenas nas palavras bíblicas e nas interpretações dos autores inspirados, mas também no questionamento e na busca incansável pela verdade nas Escrituras Sagradas. Sejamos como os nobres bereanos, que "examinavam as Escrituras todos os dias para ver se tudo era assim mesmo". Somente assim alcançaremos uma sabedoria genuína e pessoal que iluminará nossa jornada nesta vida complexa e enigmática, guiados pela luz divina que a Bíblia nos oferece.

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(4) A inspiração divina e a experiência humana na Bíblia: uma abordagem crítica e respeitosa.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(4) A inspiração divina e a experiência humana na Bíblia: uma abordagem crítica e respeitosa.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A Bíblia é um conjunto de livros divinamente inspirados que buscam guiar os homens na procura pela sabedoria, pelo temor do Senhor e pela conduta justa. Porém, será que esses livros são bastantes e infalíveis para todas as situações e circunstâncias da vida? Será que eles não podem ser acrescentados ou contestados por outras fontes de conhecimento e experiência? Será que eles não expressam também a cultura, a época e o contexto em que foram escritos? Neste ensaio, eu pretendo negar a ideia central de que a Bíblia é a única e exclusiva norma para a vida, usando referências bíblicas e citações de autores importantes.

Um dos argumentos usados para defender a supremacia da Bíblia é que ela foi inspirada por Deus e escrita por homens sábios e santos. De fato, as Escrituras afirmam que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (2 Timóteo 3:16 NVI). Porém, isso não significa que os autores bíblicos fossem perfeitos ou infalíveis em suas decisões e ações. Pelo contrário, eles mesmos reconheceram que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23 ACF). Além disso, eles enfrentaram tentações, conflitos, dúvidas e erros em suas vidas (Gênesis 12:10-20; Números 20:7-13; 2 Samuel 11; Jó 3; Mateus 26:69-75; Gálatas 2:11-14; etc.). Portanto, a Bíblia não pode ser considerada como uma revelação completa e definitiva da vontade de Deus, mas como um testemunho da graça divina na história humana.

Outro argumento usado para sustentar a ideia central de que a Bíblia é a única fonte de sabedoria e conhecimento para a vida é que ela abrange todos os aspectos da existência humana, desde o trabalho até o casamento, desde a educação dos filhos até a administração das finanças. De fato, a Bíblia oferece conselhos práticos e úteis para diversas situações e problemas da vida. Porém, isso não significa que ela seja universal ou imutável em sua aplicação. Pelo contrário, ela deve ser interpretada à luz do contexto histórico, cultural e social em que foi escrita. Por exemplo, quando Paulo diz que “as mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor” (Efésios 5:22 ARA), ele está refletindo uma visão patriarcal da família, em que o marido é o cabeça e a mulher é submissa. Essa visão pode ser questionada ou relativizada por outras perspectivas bíblicas ou contemporâneas sobre o papel da mulher na sociedade. Portanto, a Bíblia não pode ser considerada como uma regra absoluta e inquestionável para a vida, mas como uma orientação geral e flexível para a conduta.

A Bíblia é uma fonte valiosa de sabedoria e conhecimento para a vida, mas não é a única nem a exclusiva. Ela deve ser lida e aplicada com discernimento, respeito e humildade, reconhecendo que ela é fruto da inspiração divina e da experiência humana. Ela deve ser complementada e questionada por outras fontes bíblicas e extra-bíblicas, que possam ampliar e aprofundar a nossa compreensão da vontade de Deus e da realidade do mundo. Ela deve ser usada como um instrumento para nos aproximar de Deus e dos homens, e não como um fim em si mesma.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(3) Sabedoria, Justiça, Julgamento e Equidade: Os Quatro Pilares da Vida Cristã.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(3) Sabedoria, Justiça, Julgamento e Equidade: Os Quatro Pilares da Vida Cristã.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Nascemos como seres em desenvolvimento, dotados de curiosidade e em busca de conhecimento. Afirmar que nascemos ignorantes e egoístas é subestimar a capacidade intrínseca do ser humano de aprender e crescer. Como disse o renomado filósofo Aristóteles: "A alma nunca pensa sem uma imagem." Nossa mente é uma tela em branco, pronta para ser preenchida com experiências e aprendizados que moldam nossa compreensão do mundo.

Ao falar sobre o coração humano, é preciso considerar que nossas emoções e inclinações são influenciadas por diversos fatores, incluindo o ambiente em que vivemos e as experiências que enfrentamos. No entanto, essa depravação alegada não nos condena à ignorância e ao egoísmo. Somos seres capazes de superar nossos instintos e buscar a sabedoria, como afirmou Platão: "O conhecimento é a comida da alma."

A ideia de que somente após uma "regeneração" receberíamos instruções é questionável. A aprendizagem é um processo contínuo, e podemos adquirir sabedoria ao longo de toda a vida. Como disse o autor Marcel Proust: "O verdadeiro ato de descoberta não consiste em encontrar novas terras, mas em vê-las com novos olhos." Mesmo antes de qualquer suposta "regeneração," estamos em constante busca por conhecimento e entendimento.

A sabedoria é uma virtude que pode ser alcançada por meio da busca por conhecimento, reflexão e experiências. Como disse o filósofo Sêneca: "O conhecimento próprio é o mais importante de todos os conhecimentos." Ao olharmos para grandes pensadores e líderes ao longo da história, vemos que a sabedoria não é um dom exclusivo, mas algo que pode ser cultivado e aprimorado.

A justiça e o julgamento também estão ao alcance de todos, não apenas daqueles que supostamente passaram por uma "regeneração." A capacidade de discernir o certo do errado está enraizada em nossa consciência e senso ético, como disse Immanuel Kant: "Temos duas coisas que nos permitem não cair no abismo da desgraça: a consciência e a razão."

É importante lembrar que a Bíblia, embora seja uma fonte valiosa de ensinamentos, não é o único guia para a sabedoria. Devemos abrir nossas mentes para a diversidade de conhecimentos presentes no mundo e aprender com diferentes fontes e perspectivas. Como disse Albert Einstein: "A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original."

Concluo, portanto, que a ideia de que nascemos ignorantes e egoístas, e só após uma "regeneração" receberíamos instruções, é uma visão limitada da natureza humana e da busca por sabedoria. Somos seres em constante evolução, capazes de aprender, crescer e transformar nossas vidas por meio do conhecimento e da busca pela verdade. Como disse Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo." Devemos abraçar nosso potencial de crescimento e desenvolvimento, reconhecendo que a sabedoria está ao alcance de todos, independentemente de suas crenças ou experiências.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — I(2) A Sabedoria que Vem de Deus.

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — I(2) A Sabedoria que Vem de Deus. 

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Com todo o respeito aos ensinamentos bíblicos, é preciso analisar criticamente a ideia central de que a Bíblia contém sabedoria excepcional para seus leitores. Enquanto é verdade que os autores bíblicos foram inspirados por Deus e que a Bíblia revela Seu plano de salvação para a humanidade (2Tm 3:16-17), é importante notar que nem todos os seus personagens refletiam essa sabedoria.

Apesar de terem sido escolhidos por Deus para cumprir Seus propósitos, muitos dos heróis da fé também cometeram erros graves em suas vidas, especialmente no que diz respeito à sua fidelidade ao Deus verdadeiro e aos Seus mandamentos (Rm 3:23). Essas escolhas comprometeram sua comunhão com Deus, levando-os a praticar o pecado e desagradar ao Senhor.

A sabedoria verdadeira, como mencionada na Bíblia, vem do temor do Senhor e da obediência aos Seus ensinamentos (Pv 1:7; 9:10). Muitos dos personagens bíblicos, apesar de sua fé e coragem, falharam em manter-se fiéis a esse princípio fundamental. Citando Charles Spurgeon, em seu sermão intitulado "A Sabedoria de Salomão" em 1862, ele destaca que, embora Salomão possuísse sabedoria, ele "não aproveitou a graça dada por Deus para resistir à tentação e permanecer fiel."

Portanto, é essencial reconhecer que a sabedoria humana tem limitações e falhas. Precisamos buscar a verdadeira sabedoria que vem de Deus e do conhecimento de Cristo (Cl 2:3). O apóstolo Paulo ressalta que, através do Espírito Santo, somos capacitados a entender a vontade de Deus e a viver uma vida digna Dele (Colossenses 1:9-11).

Em vez de depender apenas das palavras dos autores bíblicos, devemos voltar nossos corações e mentes para a Palavra de Deus, a Bíblia, que contém instruções verdadeiras e eternas para a sabedoria e a vida (Sl 119:105). Como disse Martinho Lutero, em seu livro "A liberdade do cristão", a Bíblia é a "carta de Deus que nos ensina tudo o que precisamos saber para esta vida e a eternidade". Nela, encontramos a verdadeira sabedoria, que vem do temor do Senhor e da devoção a Ele, resultando em uma vida de retidão e serviço aos outros.

Em conclusão, embora a Bíblia seja um livro sábio e inspirado por Deus, devemos ter discernimento crítico ao considerar suas histórias e lições. Devemos lembrar que a verdadeira sabedoria vem do temor do Senhor e da obediência a Ele, encontrada na Palavra de Deus e personificada em Cristo. Busquemos, portanto, a sabedoria genuína e eterna que transforma nossas vidas e nos capacita a viver de acordo com os princípios divinos.

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — I(1) Relativizando a Autoridade dos Textos Bíblicos

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — I(1) Relativizando a Autoridade dos Textos Bíblicos 

Por Claudeci Ferreira de Andrade

AQUI COMEÇO UMA SÉRIE DE ENSAIOS FILOSOFICOS NA TENTATIVA E MOSTRAR O PONTO DE VISTA E O PERFIL DO EVANGÉLICO IDEAL PARA OS ACONTECIMENTOS APOCALÍPCOS: O VENCEDOR.

A frase "crente sem fanatismo" enfatiza a moderação e a busca por um equilíbrio saudável na fé. Indica que essa pessoa é aberta a diferentes perspectivas e não se deixa levar por extremos ou posições dogmáticas. Ela está disposta a dialogar e aprender com diferentes pontos de vista, mantendo uma atitude mais flexível e inclusiva em relação às crenças e práticas religiosas.

Por outro lado, a expressão "crente de carne e osso" destaca a humanidade dessa pessoa, reconhecendo que ela tem suas fraquezas, dúvidas e imperfeições, assim como qualquer ser humano. Essa frase ressalta que esse evangélico não se coloca em um pedestal, mas está ciente de suas limitações e procura viver sua fé de forma autêntica e humilde, com todas as alegrias e desafios que a vida real pode trazer. FANÁTICO É QUEM TEM MUITA CERTEZA SOBRE TUDO. "Não tem jeito dos evangélicos melhorarem-se, enquanto eles piorarem o mundo para todos. Eles vão ser sempre os piores do mundo que eles pioram para os outros". — Caio Fábio

* * *

Muitas pessoas admiram a Bíblia e a consideram como uma obra-prima da revelação divina. Elas creem que Deus foi o autor da Bíblia e que ele quis compartilhar sua vontade soberana, planos maravilhosos e promessas fiéis sobre o propósito e a salvação do homem. Elas pensam que ele queria dar fé, esperança e amor aos seus leitores, e ensinar-lhes que a graça de Deus é o princípio da vida. No entanto, essa ideia é simplista e precisa ser matizada por três razões.

Em primeiro lugar, Deus não foi o único autor da Bíblia, mas apenas um dos vários agentes que participaram do processo de inspiração, transmissão e interpretação dos textos sagrados. A própria Bíblia indica que alguns livros foram escritos por homens como Moisés, Davi, Isaías, Lucas, Paulo e outros. Portanto, não se pode atribuir toda a autoridade da Bíblia a Deus, nem ignorar o papel dos autores humanos. A Bíblia é uma obra que reflete a diversidade de contextos e gêneros da tradição religiosa judaico-cristã. Como afirma o teólogo John Stott, "a Bíblia não é um livro caído do céu, mas um livro nascido na terra" .

Em segundo lugar, Deus não foi um modelo de perfeição em sua relação com o homem, mas permitiu muitas situações e eventos que desafiaram a compreensão e a confiança dos seres humanos. A Bíblia relata que ele permitiu o pecado, o sofrimento, a injustiça, a violência, a guerra e a morte no mundo . Ele também se revelou de formas misteriosas e paradoxais, como um Deus de amor e ira, de misericórdia e justiça, de presença e ausência . Ele não explicou todos os seus propósitos e caminhos aos homens, mas os convidou a confiar nele pela fé. Sua revelação foi progressiva e incompleta, e não garantiu a clareza nem a certeza.

Em terceiro lugar, Deus não foi o único revelador em sua época, mas houve outras religiões e filosofias que tinham concepções e ensinamentos sobre o divino e o humano. A Bíblia menciona algumas delas, como as religiões egípcias, babilônicas, cananeias, gregas e romanas . Portanto, não se pode considerar Deus como a fonte exclusiva ou superior de revelação, nem desprezar as manifestações de outras culturas e tradições. A revelação é um dom de Deus que pode ser reconhecido em diferentes lugares e pessoas, e que deve ser avaliado com humildade e discernimento. Como diz o apóstolo Paulo, "Deus não se deixou ficar sem testemunho: mostrou sua bondade dando-lhes chuva do céu e colheitas nas estações certas" .

Em conclusão, a ideia de que Deus foi o autor da Bíblia e que ele quis compartilhar sua vontade soberana, planos maravilhosos e promessas fiéis sobre o propósito e a salvação do homem é insuficiente e superficial. Ela ignora a complexidade da Bíblia, a realidade da história humana e a diversidade da revelação. A Bíblia deve ser lida com cuidado e crítica, reconhecendo seus valores e limites, e aplicando seus ensinamentos à luz do evangelho de Cristo, que é a plena revelação de Deus.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (77): A Necessidade do Discernimento: Palavras Falsas e Verdadeiras.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (77): A Necessidade do Discernimento: Palavras Falsas e Verdadeiras.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Você já se viu diante de acusações, chamado de mentiroso, falso ou qualquer outro adjetivo ofensivo? Essas palavras cortantes atingem nossa alma e despertam a necessidade de uma resposta carinhosa, que desvende a essência da verdade e desmascare os verdadeiros impostores. Pois, afinal, quem é o mentiroso senão aquele que nega a verdadeira identidade de Jesus Cristo? Quem ousa negar o Pai e o Filho, mergulhando na escuridão de suas falsidades?

Mas, há um outro tipo de falsidade ainda mais grave que os afasta as pessoas de Cristo. É aquele que distorce os reais propósitos de Sua missão, colocando palavras em Sua boca para manchar Sua reputação Divina. E eles dizem como se fosse Jesus falando: "Está sobre nós a responsabilidade de levar o dinheiro ao Templo. 'Eu, Jesus, provi cem por cento para meus servos e exijo dez por cento para as despesas do Templo.' Portanto, devemos primeiramente entregar o dinheiro de Jesus ao Templo, o dízimo, e o restante fica para nós, para nossas despesas e para ajudar os irmãos necessitados."

Essas insinuações nos fazem questionar: Qual Templo? Quando Jesus teria dito algo assim? Qual "Jesus" estão citando? Onde encontramos confirmação para essa suposta "verdade" na Bíblia? As dúvidas pairam no ar, obscurecendo a clareza das palavras e trazendo à tona a necessidade de discernimento.

É nesse momento que me recordo de uma passagem das Escrituras, que ecoa em meu coração como um farol de sabedoria: "'Foi-te anunciado, ó homem, o que é bom, e o que Iahweh exige de ti: nada mais do que praticar o direito, gostar do amor e caminhar humildemente com o teu Deus!'" (Mq 6:8 BJ). Aqui reside a verdade, a essência do que Deus verdadeiramente requer de nós. Não são palavras distorcidas, mas sim a busca pela justiça, o cultivo do amor e a humildade ao caminhar ao lado do nosso Criador.

Diante dessas reflexões, concluo que a verdade é uma preciosidade a ser buscada e preservada. É nosso dever discernir entre os enganos e os caminhos autênticos, identificando os que negam a verdadeira identidade de Cristo e os que manipulam Seus ensinamentos para atender a seus próprios interesses.

Portanto, convido cada leitor a mergulhar em um processo de investigação espiritual, a examinar cuidadosamente as palavras e ações dos que se dizem seguidores de Cristo. Não se contentem com discursos vazios, mas busquem alicerces sólidos na Palavra de Deus, iluminados pelo amor, pela justiça e pela humildade.

Que possamos resistir às mentiras que tentam obscurecer a verdade, permanecendo firmes em nossa fé e compartilhando a mensagem impactante de que o verdadeiro seguimento a Cristo transcende os interesses mesquinhos.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (76): Solitários e Inabaláveis.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (76): Solitários e Inabaláveis.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

É difícil para aqueles que desejam ser bem-vistos na igreja em que frequentam erguerem-se e proclamarem: "Não mais pagaremos o dízimo". Afinal, enfrentariam a discriminação, perderiam seus cargos e até mesmo seriam excluídos da comunhão da igreja, rotulados como indisciplinados. Essa é a triste realidade que muitas vezes nos impede de tomar decisões em conformidade com a Palavra de Deus, deixando-nos mergulhados em horas entorpecentes de intemperança social ou práticas ilusórias.

Por trás da fachada de conformidade, escondem-se escolhas questionáveis que contradizem os ensinamentos sagrados. Temos consciência de que o verdadeiro cristão deve permanecer sozinho, intrépido e inabalável, pois sua mente e coração estão cativos a Cristo, não se permitindo envolver em compromissos que não passam de meras covardias. Olhemos para trás, para os apóstolos que caminharam ao lado de Cristo, enfrentando a multidão, com exceção de um, e que pagaram o preço máximo pela sua fé.

Hoje, mais do que nunca, requer-se coragem moral para viver de acordo com os princípios que abraçamos. Chegará o momento em que teremos de permanecer firmes, mesmo que solitários, pela causa daquilo em que acreditamos. A citação sábia de Heppenstall ecoa em nosso coração: "Nos dias atuais, requer-se muita coragem moral para viver corretamente. Virá, sem dúvida, o tempo em que teremos de permanecer sozinhos pelo que cremos e a forma em que expressamos nossa crença."

Refletindo sobre os desafios que enfrentamos em nossos dias, sou levado a contemplar os sacrifícios dos primeiros seguidores de Cristo. Eles não escolheram o caminho fácil, mas decidiram enfrentar a adversidade e a perseguição em nome da verdade. Suas vidas foram testemunhos vivos de sua fé inabalável, um exemplo que nos inspira a permanecer fiéis em meio às pressões do mundo que nos cerca.

Assim como eles, precisamos nos libertar das amarras das aparências e das expectativas externas. Devemos nos posicionar com coragem e convicção, mesmo que isso signifique enfrentar o julgamento e a rejeição daqueles ao nosso redor. Pois é na solidão da convicção que descobrimos a verdadeira liberdade e a força para resistir às tentações que nos rodeiam.

Portanto, encorajo cada leitor a examinar sua própria jornada de fé. Questionem-se sobre as motivações por trás de suas ações e escolhas. Estejam dispostos a romper com a conformidade e a abraçar a verdade, mesmo que isso signifique caminhar sozinhos por um tempo. Pois é na firmeza de nossa convicção que encontramos a paz e a realização que só podem ser encontradas quando vivemos em plena obediência aos princípios divinos.

A mensagem que desejo transmitir é simples, mas impactante: escolhamos coragem em vez de covardia.