"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(19) Adultério: pecado ou liberdade?

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(19) Adultério: pecado ou liberdade?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O adultério é um tema polêmico e controverso, que suscita diversas reações e interpretações. Para os religiosos, em geral, o adultério é visto como um pecado grave e imperdoável, que viola a aliança matrimonial e a vontade de Deus. No entanto, essa visão pode ser questionada sob uma perspectiva mais flexível e humanizada, que considere a complexidade das relações humanas e o potencial de redenção.

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que a interpretação das Escrituras pode variar amplamente, e que a compreensão do adultério como um pecado fatal pode ser contestada. A moralidade não é absoluta, e as sociedades evoluem ao longo do tempo, reinterpretando valores e ética. Além disso, a abordagem do tema parece negligenciar o papel do perdão e da redenção na vida das pessoas.

Nesse sentido, é possível argumentar que o adultério, embora seja uma quebra de confiança em um relacionamento, não deve ser tratado como um pecado irreparável. A ênfase deve ser colocada na importância do arrependimento, da comunicação e do perdão mútuo. As relações humanas são complexas, e as pessoas podem cometer erros, mas também têm a capacidade de aprender com esses erros e buscar a reconciliação.

Essa ideia é apoiada por algumas citações bíblicas e filosóficas, que mostram uma visão mais compreensiva e esperançosa sobre o adultério. Por exemplo, a citação de Lucas 18:25-27 ressalta que, para os homens, certas coisas podem parecer impossíveis, mas para Deus, todas as coisas são possíveis. Isso sugere que a graça e a misericórdia divina podem oferecer uma saída para situações difíceis, como o adultério. O exemplo de Davi, que cometeu adultério e assassinato, mas encontrou o perdão de Deus, destaca a possibilidade de redenção e transformação.

Do ponto de vista filosófico, também há autores que defendem uma visão mais tolerante sobre o adultério. Por exemplo, Henry Louis Mencken afirma que "o adultério é a aplicação dos princípios democráticos ao amor", sugerindo que se trata de uma expressão da liberdade individual. Já Herbert George Wells diz que "o adultério é justificável: a alma necessita de poucas coisas; o corpo, muitas", indicando que se trata de uma necessidade natural.

Portanto, em vez de enfatizar a punição e a condenação, é mais construtivo abordar o adultério com compaixão, compreensão e a crença na capacidade das pessoas de se arrependerem, aprenderem e crescerem. O foco deve ser a restauração das relações e a promoção de valores como o perdão e a reconciliação, em vez de considerar o adultério como um pecado fatal e irremediável.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(18) A complexidade da sexualidade e da religião

 




CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(18) A complexidade da sexualidade e da religião

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A sexualidade e a religião são dois temas que geram muitas controvérsias e debates na sociedade contemporânea. Muitas vezes, esses temas são abordados de forma dogmática e excludente, ignorando a diversidade e a complexidade das experiências humanas. Neste ensaio, pretendo analisar criticamente a visão de alguns fanáticos religiosos que afirmam que a relação com uma mulher estranha ou com a Igreja Católica Romana leva à morte e ao inferno, usando como referências teóricas a Bíblia, a psicanálise e a filosofia.

Em primeiro lugar, é preciso questionar o conceito de "mulher estranha" que esses fanáticos usam para se referir a qualquer mulher que não seja sua esposa legítima. Esse conceito é baseado em uma interpretação literal de alguns versículos bíblicos que condenam o adultério e a prostituição, como por exemplo: "Não adulterarás" (Êxodo 20:14) ou "O que se deita com uma prostituta se faz um corpo com ela" (1 Coríntios 6:16). No entanto, essa interpretação desconsidera o contexto histórico e cultural em que esses textos foram escritos, bem como as diferentes formas de expressão da sexualidade humana ao longo da história.

Além disso, essa visão ignora os aspectos psicológicos e afetivos envolvidos na sexualidade, reduzindo-a a uma mera questão de cumprimento ou transgressão de normas morais. Como afirmou Freud, "a sexualidade é o conjunto das condições anatômicas, fisiológicas e psicológico-afetivas que caracterizam o sexo de cada indivíduo" (Freud, 1905). Portanto, a sexualidade não pode ser compreendida apenas como uma função biológica ou um dever conjugal, mas como uma dimensão essencial da subjetividade humana.

Nesse sentido, é importante reconhecer que a sexualidade é uma fonte de prazer, de comunhão e de criatividade, mas também de conflito, de angústia e de culpa. A sexualidade é atravessada por desejos inconscientes, fantasias, pulsões e traumas que nem sempre se adequam às expectativas sociais ou religiosas. Como disse Foucault, "o prazer está espalhado por toda a superfície do corpo" (Foucault, 1976), mas também está sujeito aos jogos de poder e às relações de saber que regulam as condutas sexuais.

Em segundo lugar, é preciso questionar o conceito de "Igreja Católica Romana" que esses fanáticos usam para se referir a uma instituição religiosa que consideram corrupta e idólatra. Esse conceito é baseado em uma visão sectária e intolerante que nega o valor e a legitimidade de outras tradições religiosas que não se enquadram em sua doutrina. Essa visão desrespeita o princípio da liberdade religiosa e da diversidade cultural que são fundamentais para uma sociedade democrática e pluralista.

Além disso, essa visão ignora os aspectos históricos e teológicos envolvidos na religião, reduzindo-a a uma mera questão de obediência ou rebeldia a uma autoridade divina. Como afirmou Mead, "a religião é um sistema simbólico que serve para relacionar um indivíduo com seu universo" (Mead, 1937). Portanto, a religião não pode ser compreendida apenas como um conjunto de dogmas ou rituais, mas como uma forma de expressão da espiritualidade humana.

Nesse sentido, é importante reconhecer que a religião é uma fonte de sentido, de esperança e de transcendência, mas também de dúvida, de crítica e de transformação. A religião é atravessada por crenças diversas, interpretações variadas, conflitos internos e diálogos inter-religiosos que nem sempre se conformam às normas estabelecidas ou às verdades absolutas. Como disse Balzac, "a religião é a poesia dos sentidos" (Balzac, 1832), mas também é um campo de disputas e de negociações que envolvem os interesses humanos.

Em conclusão, embora a Bíblia possa ser usada como uma fonte de inspiração e orientação para a vida sexual e religiosa, é fundamental adotar uma postura crítica e reflexiva, reconhecendo que as pessoas têm crenças e práticas diferentes. A ênfase deve ser colocada no respeito, no diálogo e na compreensão mútua, em vez de fazer generalizações que podem ser prejudiciais e divisivas. A sexualidade e a religião são dimensões complexas e multifacetadas da experiência humana que devem ser vivenciadas com responsabilidade, liberdade e amor.

domingo, 12 de novembro de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(17) Desafios e possibilidades da igualdade de gênero na fé evangélica

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(17) Desafios e possibilidades da igualdade de gênero na fé evangélica

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O tema da obediência feminina e da condenação do adultério é frequentemente abordado nas igrejas evangélicas, com base em interpretações bíblicas. No entanto, é fundamental analisar esse tema sob uma perspectiva crítica e atualizada, levando em conta os princípios de igualdade de gênero, autonomia e liberdade espiritual. Neste ensaio, pretende-se discutir como esses princípios podem ser conciliados com a moralidade e a ética cristãs.

Em primeiro lugar, é necessário destacar que qualquer forma de submissão cega e opressão de gênero é contrária aos princípios da igualdade e dos direitos humanos. A ideia de que as mulheres têm até três protetores e devem obedecer cegamente a eles perpetua um padrão de desigualdade de gênero que a sociedade moderna repudia. O respeito mútuo e a autonomia são valores fundamentais que não podem ser ignorados. A Bíblia afirma que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (Gênesis 1:27), e que ambos são herdeiros da graça divina (Gálatas 3:28). Portanto, não há justificativa para a discriminação ou a dominação de um gênero sobre o outro. Como disse Simone de Beauvoir, "querer ser livre é também querer livres os outros".

Além disso, a condenação do adultério deve ser contextualizada de forma apropriada ao século atual. Embora a fidelidade conjugal seja valorizada em muitas culturas, a ênfase exagerada na virgindade e a ideia de que as mulheres são as únicas responsáveis por manter essa virtude perpetuam estereótipos prejudiciais. A fidelidade no casamento deve ser um compromisso mútuo, não um fardo imposto apenas às mulheres. A Bíblia condena o adultério tanto para o homem quanto para a mulher (Êxodo 20:14), e reconhece que ambos são tentados pela lascívia (Mateus 5:28). Portanto, não há razão para uma moral dupla ou uma culpabilização excessiva das mulheres. Como disse Nelson Mandela, "liberdade parcial não é liberdade".

Por fim, é importante lembrar que as relações espirituais também evoluíram ao longo do tempo. A comparação do afastamento de amar a Deus com o adultério pode ser vista como excessivamente punitiva e limitada. A espiritualidade é uma jornada individual e pessoal, e não deve ser imposta de maneira coercitiva. A Bíblia ensina que Deus é amor (1 João 4:8), e que ele deseja um relacionamento íntimo e sincero com seus filhos (Jeremias 31:3). Portanto, não há espaço para o medo ou a coação na fé cristã. Como disse Immanuel Kant, "você é livre no momento em que não busca fora de si mesmo alguém para resolver os seus problemas".

Em resumo, enquanto a interpretação tradicional do texto bíblico enfatiza valores como obediência e fidelidade, é fundamental reconsiderar esses conceitos à luz dos princípios de igualdade de gênero, autonomia e liberdade espiritual. O entendimento da moralidade e da ética deve evoluir para refletir as complexidades da sociedade contemporânea e o respeito pelas escolhas individuais.

sábado, 11 de novembro de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(16) A repressão sexual e a tentação das mulheres estranhas

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(16) A repressão sexual e a tentação das mulheres estranhas

Por Claudeci Ferreira de Andrade

As igrejas cristãs costumam orientar seus fiéis a evitar a tentação representada pelas mulheres estranhas, particularmente aquelas que buscam seduzir homens casados ou comprometidos. Essa orientação se baseia em passagens bíblicas que condenam o adultério e a fornicação, como: "Não adulterarás" (Êxodo 20:14) e "Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo" (1 Coríntios 6:18). Além disso, enfatiza a necessidade de resistir a essa tentação para preservar a integridade moral e o casamento, como um pacto sagrado entre Deus e os cônjuges.

No entanto, é fundamental questionar essa perspectiva e considerar que essa doutrina pode está sendo interpretada de maneira limitada e tendenciosa. Primeiramente, é importante notar que esses doutrinadores assumem uma visão bastante tradicional e conservadora sobre relacionamentos e sexualidade, o que pode não refletir as experiências e valores de todas as pessoas. Como afirmou o filósofo francês Michel Foucault: "O sexo é a poesia dos sentidos". Portanto, não se pode reduzir a sexualidade humana a uma mera função reprodutiva ou a uma fonte de pecado.

Além disso, a ênfase na culpa e no medo em relação à tentação pode criar uma atmosfera de repressão e vergonha em torno da sexualidade, o que não é saudável. Como disse o psicanalista Sigmund Freud: "A sexualidade é o conjunto das condições anatômicas, fisiológicas e psicológico-afetivas que caracterizam o sexo de cada indivíduo". Logo, é essencial reconhecer que a sexualidade é uma parte natural e importante da experiência humana e que as pessoas têm o direito de explorá-la de maneira consensual e responsável.

Em vez de demonizar as mulheres estranhas ou considerá-las como ameaças, é mais produtivo promover a comunicação aberta, o respeito mútuo e o consentimento em todas as relações. Como disse Jesus Cristo: "Não julgueis, para que não sejais julgados" (Mateus 7:1). E como disse o filósofo grego Platão: "O amor é a alegria dos bons, a reflexão dos sábios, o assombro dos deuses".

Finalmente, a ideia de que o adultério leva a consequências terríveis e duradouras deve ser examinada com cuidado. Embora a infidelidade possa causar danos emocionais e sociais significativos, muitos casais conseguem superar esses desafios com terapia e esforço mútuo. Julgar e condenar aqueles que cometem erros pode não ser a abordagem mais construtiva para lidar com questões de relacionamento. Como disse o filósofo alemão Arthur Schopenhauer: "O perdão é a única vingança verdadeira".

Em conclusão, este ensaio enfatizou a importância de valores morais e religiosos na vida das pessoas, mas também lembrou que as crenças e escolhas individuais podem variar amplamente. A compreensão e a aceitação das diferentes perspectivas sobre a sexualidade são cruciais para promover relacionamentos saudáveis e respeitosos. Como disse o apóstolo Paulo: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam" (1 Coríntios 10:23).

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(15) Para além de Deus e do Diabo: moralidade como projeto humano

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(15) Para além de Deus e do Diabo: moralidade como projeto humano

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A relação entre religião, moralidade e comportamento humano é um tema complexo e controverso, que envolve diversas perspectivas filosóficas, teológicas e éticas. Neste ensaio, pretendo analisar criticamente a ideia de que a religião é a única fonte de moralidade e que aqueles que a rejeitam estão condenados à perversidade e à corrupção. Em contrapartida, proponho uma visão mais inclusiva e compassiva, que reconhece a diversidade de crenças e valores morais na humanidade, e que enfatiza a importância da empatia, compreensão e respeito mútuo.

A ideia de que a religião é a única fonte de moralidade é baseada na crença de que há uma lei divina que determina o que é certo e o que é errado, e que essa lei deve ser obedecida por todos os seres humanos. Essa visão implica que aqueles que não seguem essa lei estão em rebelião contra Deus e são merecedores de castigo. Essa visão também pressupõe que há uma oposição entre os "cristãos" e os "homens do mundo", sendo estes últimos considerados como inimigos de Deus e da verdade.

Essa visão, porém, pode ser questionada por vários motivos. Em primeiro lugar, ela ignora o fato de que há diferentes religiões no mundo, cada uma com seus próprios conceitos de moralidade e de divindade. Como saber qual delas é a verdadeira? Como conciliar as divergências entre elas? Em segundo lugar, ela desconsidera o fato de que há muitas pessoas que não aderem a nenhuma religião específica, mas que se comportam de maneira ética e compassiva, seguindo princípios universais de justiça, solidariedade e dignidade humana. Como explicar a existência dessas pessoas? Em terceiro lugar, ela adota uma abordagem negativa e ameaçadora para promover a fé religiosa, baseada no medo da destruição e do julgamento final. Essa abordagem pode gerar angústia, culpa e intolerância, em vez de amor, perdão e reconciliação.

Diante disso, proponho uma visão mais inclusiva e compassiva, que reconhece que a moralidade não é exclusiva da religião, mas sim uma qualidade universal que pode ser encontrada em pessoas de todas as origens e crenças. Essa visão se baseia na ideia de que todos os seres humanos são criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27), e que portanto possuem uma consciência moral inata, capaz de discernir o bem do mal (Romanos 2:14-15). Essa visão também se inspira na mensagem de amor, perdão e reconciliação presente em muitas tradições religiosas, especialmente no cristianismo (Mateus 22:37-40; João 3:16; 1 João 4:7-21). Essa visão ainda se apoia na reflexão filosófica sobre a moralidade humana, que busca compreender sua origem, sua função e seus critérios racionais (Kant, Nietzsche, Feuerbach, etc.).

Concluo dizendo que é preciso reconhecendo que a moralidade não é exclusiva da religião, basta-nos promover valores universais de empatia e respeito mútuo. Essa perspectiva pode contribuir para uma convivência mais harmoniosa entre as pessoas, independentemente das suas crenças religiosas.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(14) O pecado é relativo?

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(14) O pecado é relativo?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O pecado e a moralidade são conceitos que permeiam a história da humanidade e que suscitam diversas interpretações e debates. Neste ensaio, pretende-se analisar a visão apresentada no mundo evangélico, que parece adotar uma perspectiva bastante rígida e moralista sobre o pecado e a natureza humana, enfocando principalmente os comportamentos pecaminosos e sua suposta apreciação pelos pecadores. Em contrapartida, propõe-se uma abordagem mais aberta e ponderada, considerando o contexto e a evolução do pensamento moral e ético ao longo do tempo.

Em primeiro lugar, é fundamental reconhecer que as noções de pecado e moralidade variam amplamente entre diferentes culturas e épocas. O que é considerado pecado em uma sociedade pode não ser visto da mesma forma em outra. Além disso, a compreensão moderna da moralidade é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo valores culturais, avanços na psicologia e na sociologia e uma compreensão mais ampla da complexidade da natureza humana. Como disse o filósofo Immanuel Kant: "A moralidade não é a doutrina de como nos tornamos felizes, mas de como nos tornamos dignos da felicidade" . Portanto, a moralidade não pode ser reduzida a uma lista de regras ou proibições, mas deve ser entendida como um princípio racional que orienta as ações humanas.

Em contraste com a ideia de que os pecadores "gostam" do pecado, muitos estudiosos argumentariam que os comportamentos que são rotulados como pecaminosos muitas vezes resultam de uma série de influências, incluindo ambiente, educação e circunstâncias individuais. É uma visão mais compassiva reconhecer que as pessoas podem cometer erros, mas isso não significa necessariamente que elas "gostam" do pecado. Como disse o apóstolo Paulo: "Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço" . Assim, devemos reconhecer que somos todos falíveis e sujeitos à tentação.

Além disso, o trabalho missionário dos religiosos focar excessivamente na condenação e no julgamento dos pecadores. No entanto, muitos sistemas éticos modernos enfatizam a importância do perdão, do entendimento e da empatia em relação às ações humanas. Em vez de demonizar os pecadores, é mais construtivo tentar compreender as razões por trás de seus comportamentos e oferecer apoio para ajudá-los a mudar. Como disse o filósofo Søren Kierkegaard: "O amor é tudo isso: perdoar o imperdoável" . E como disse Jesus Cristo: "Não julgueis para que não sejais julgados" .

Em conclusão, a compreensão do pecado e da moralidade é uma questão complexa e multifacetada, que não pode ser reduzida a uma visão rígida e moralista. Em vez disso, devemos adotar uma abordagem mais compreensiva e empática em relação às ações humanas, reconhecendo a diversidade de perspectivas e valores que moldam nossa compreensão da moralidade.