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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Bandeira da Paz (“faça ao outro somente aquilo que gostaria que o outro lhe fizesse”)




Crônica

A Bandeira da Paz (“faça ao outro somente aquilo que gostaria que o outro lhe fizesse”)


Por Claudeci Ferreira de Andrade

          A bandeira da paz correu entre os colégios da Cidade de Senador Canedo, mais uma vez, fui participar de uma dessas entregas, do Colégio Estadual João Carneiro ao Pedro Xavier, de cujos laços ainda estão muito estreitos, compartilhando professores e alunos, foram nove quilômetros de caminhada, ida e volta, tempo suficiente para pensar sobre o tema. Comecei por esta reflexão: todos os anos se faz isso e não muda nada, a onda de violência, por aqui, continua aumentando!
          A verdade é que assistimos a esse tipo de manifesto sem pensar devidamente em seu significado. Para alguns das unidades escolares é apenas mais uma farra, uma forma de matar aula. Eu vi o reboliço e as algazarras dos alunos durante o percurso. Mas, com tudo isso, ainda me pareceu algo positivo. Nunca entendi a paz como um lago de água parada, ou a ausência de problema e conflito, ou ainda a condição de imobilidade e êxtase quando não precisamos pensar em coisa alguma, ou de fazer alguma coisa.
          Paz é o equilíbrio das forças opostas, esse equilíbrio é praticamente inatingível sem a movimentação do "fiel da balança". Todas as pessoas têm sede de paz, e a política utilizada é que deve ser balanceada.
          A religião contaminou todos os segmentos da sociedade com uma angústia existencial,  impondo a realidade da morte como consequência do que o homem faz ou deixa de fazer e a posse do paraíso na mesma condição. E ainda a isso também chama de paz libertadora, eu o chamo de conturbação pela culpa. A certeza da morte aniquila a vontade de viver ou acende um desespero para usufruir da vida de qualquer forma no pouco tempo restante. Schopenhauer, objetivando saciar a sede de paz aos humanos, aconselha o silêncio, o jejum, a castidade, a renúncia sistemática, a fuga temporária da realidade por meio da arte ou de práticas orientais de meditação. Penso que o filósofo, em parte, tenha razão, mas sem nunca me esquecer de minha existência, mesmo sem pensar o bastante para ser percebido (Obrigado René Descartes)! Parece-me que passeatas, batendo panela na rua, pedindo ao bandido para não me matar, não funciona!
          Paz é satisfação, e a encontramos em situações diferentes. A Paz encontrada por mim em um momento específico, você encontra semelhante em outro, provavelmente não podemos usufruir da mesma paz em um mesmo evento, então vem a necessidade do equilíbrio para nascer a satisfação ali, eu contribuo com um pouco de mim e você de si. Este conflito gera a paz! “Amar o próximo como a ti mesmo” casa bem com “faça ao outro somente aquilo que gostaria que o outro lhe fizesse”. Depois de uma negociação bem sucedida, às partes sempre sobra a paz.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 01/11/2010
Código do texto: T2591058

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