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MINHAS PÉROLAS

⁠O NOVO ENSINO MÉDIO PÓS-PANDÊMICO ("O novo sempre despertou perplexidade e resistência." — Sigmund Freud)
           No Velho Normal; Velho Ensino Médio, os alunos em aula presencial, aparentemente amigáveis e confiáveis, trazem baralho para o colégio. Isso é uma armadilha e uma emboscada moral para o professor. Brincam, e o professor fazendo vista grossa, já cansado de tanto dizer não e sabendo dos vagos resultados se os entregar para coordenação, então permite; mas eles o denunciam por deixá-los jogar truco na aula dele, desde que não gritem. Parece um acordo. Todavia é estranho condenar o professor que espera por eles concluírem as atividades propostas ali, enquanto uns poucos jogam as cartas. Estes nem fingem interesse na aula. Contudo, se o professor não os entregar para a coordenação, os demais entregarão o professor. Agora, Novo Normal; Novo Ensino Médio! Mil horas por ano em cada série em duzentos dias letivos. Vão entrar às sete horas e saírem ao meio-dia, cansados de tantas aulas grandes, pouco rendimento, percebem que a quantidade sobrepõe a qualidade, então forçarão por mais recreação. Desacostumados do antigo regime, com aulas síncronas de 40 minutos, resistirão veementemente a mais trabalhos e mais dedicação. Será que no Novo Ensino Médio, o aluno deixará de ser cliente? Por isso profetizo, o sistema vai ter que se adequar ao novo aluno: Pós-pandemia! Senão, não valeu o aprendizado no regime avançado de novas tecnologias. O Novo não se estabelece se não for facilitado. CiFA

Claudeci Ferreira de Andrade

domingo, 24 de outubro de 2010

FELIZES OS QUE REPRESENTAM (O que significa dançar conforme a música?)

CRÔNICA

FELIZES OS QUE REPRESENTAM (O que significa dançar conforme a música?)

 Por Claudeci Ferreira de Andrade
          A diferença entre um professor sábio e um tolo, ambos alvo de todas as acusações de igual forma, não é muito notória. Considere um profissional que sempre está em atrito com os colegas por não ter o tal jogo de cintura, porém já tem algumas cartas marcadas nas mangas. Ambos os tipos são de professores formados, têm conteúdo, dominam seus conhecimentos, todavia terminam aí, simplesmente aí! Contudo, não lhes Faltam a vadiagem. Eles se sentem bem em fazer tudo certinho à vista de todos, para terem a consciência limpa. Mas, isso não basta. Eles precisam também de esperteza. Na sua mente, há de ter sempre uma saída, ou seja, o plano “B”. É assim o politicamente correto para quem ensina. 
          Um professor é como político, pode ser moralmente correto, pode amar a justiça e a decência, mas ao ser bom mesmo, não pode lhe faltar a “manha”, esta a qual só os dotados de senso de oportunista adquirem. No Brasil, sem dissimulação não se prospera. É como disse Mônica de Castro: "Toda trama requer uma boa dose de frieza e dissimulação". De todos atuantes na educação, os mais astuciosos, refiro-me, são os que galgam os postos melhores. São os conquistadores da confiança. Estes prometem e não cumprem, e só estes têm o direito de ditar o velho lugar comum: “faça o que eu digo e não faça o que eu faço” e por aí vai: Ô, vida falsificada, por aqui! Para que servem os diplomas bem merecidos, senão para dissimular o saber?!
          Dizem os fingidos: "amanhã só teremos três aulas, mas não devemos dizer para os alunos, senão eles não virão". A coisa funciona assim, porém os alunos não podem saber disso"! Por último, os alunos espertalhões também têm suas técnicas e descobrem os enigmas, confeccionados com a embromação de índices e estatísticas bonitas. "Não dá nada".
           Quando um professor é notificado, denunciado, acusado, faltou-lhe a sagacidade suficiente que o faz invisível aos olhos vagueantes dos mais maliciosos, sedentos pela novidade.  Ou seja, cansou-se de viver a vida cênica. Seu problema foi a perda da perspicácia. É assim o fazer bem feito?
          A verdade jamais se considera completa sem um pouco de malandragem, aqui faço minha a oração de Cássia Eller: “Eu só peço a Deus um pouco de malandragem...” Para eu ser um "bom profissional".
          Os ludibriões do sistema educacional estadual têm comportamento diferenciado quando atuam também no municipal. Um sistema largo favorece mais oportunidade para lambança. Parecem até ser duas pessoas, mas são dois empregos de 40 horas aula. Fazer 80 horas aula de efetivo trabalho por semana, têm que ser muito ardilosos!
          Nossa preocupação de conveniência não tem sido as consequências a longo prazo, mas as soluções imediatas e momentâneas, que o amanhã cuide de si mesmo, portanto não podemos esconder dores do ontem. Na escola, funciona a técnica Ricuperuna (Rubens Ricupero*), como regra geral: “Eu não tenho escrúpulos, o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. Salve-se quem puder com toda "lábia"! O que significa dançar conforme a música?
—*Atualmente é diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado, e presidente do Instituto Fernand Braudel, que promove pesquisas, debates e publicações sobre problemas institucionais como educação e segurança, política econômica, política energética, desenvolvimento econômico e relações internacionais.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 24/10/2010
Código do texto: T2576517

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