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domingo, 17 de abril de 2011

UMA COISA SEMPRE DEPENDE DA OUTRA: Isso, meus amigos, é felicidade. ( Num círculo, o fim está ligado ao começo!)



UMA COISA SEMPRE DEPENDE DA OUTRA: Isso, meus amigos, é felicidade. ( Num círculo, o fim está ligado ao começo!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A vida é uma jornada de desafios, permeada por momentos de alívio e prazer que, apesar de breves, nos recompensam pelo esforço incessante. É uma dança entre a dor e a alegria, onde os intervalos de descanso são as verdadeiras dádivas que devemos valorizar. Confesso, não sei se a zebra é preta com listas brancas ou branca com listas pretas, mas talvez isso nem importe. A vida, se fosse um prazer constante e uniforme, acabaria por me fazer desejar um pouco de dor. Na falta de alegria contínua, prefiro os fugazes instantes de êxtase.

No corpo, sentimos a dor e o sofrimento, enquanto no cérebro encontramos o prazer e a compensação. Tudo, afinal, depende do ponto de vista. Que venham as dores, seguidas pelos lampejos de alívio, devolvendo-me o prazer como recompensa pelo esforço. Agora entendo melhor porque Deus não recriou a primeira mulher após o pecado: experiente. Se a tivesse privado da vida que compensava as agruras de Adão, teria também tirado dela os momentos de satisfação do compartilhamente da mesma experiência. Sem alegria, restaria apenas o sofrimento para ambos.

Assim como a Adão, restam-me muitas dores e pequenos prazeres. Ou melhor, momentos de menor dor que já se tornam prazeres. Vingo-me da própria vida por todo sofrimento que ela me impõe quando estou com uma mulher experimentada. As interjeições que surgem, “Hum! Ai! Ui! Ih! Aff! Ufa! Oh, yes!”, são reflexos naturais da expressão tanto da dor quanto do gozo. Quem me ensinou a gemer, tanto na dor quanto no prazer?

Entendo agora que, em um círculo, o fim está ligado ao começo que desaparece na trajetória. Toda linha reta é um atalho, um caminho curto para quem sabe trilhar. Se os atalhos são pecados, é melhor fazer curvas!

Neste exato momento, sinto uma dor lancinante na região lombar, resultado de ter permanecido sentado por muito tempo escrevendo este texto. Alongando-me, faço movimentos na direção onde mais sinto a dor, esperando que o tecido se caleje após algumas repetições, deixando apenas a sensação de alívio. Graças a Deus, a dor se cansa logo, e sua ausência já é suficiente como prazer. Não é o orgasmo propriamente dito, mas um estágio intermediário. Assim vivemos e suportamos esse torpor existencial: é preciso relaxar para gozar e calejar para suportar a dor. Isso, meus amigos, é felicidade.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. O texto apresenta uma visão da vida como uma jornada de contrastes. Explique como a dança entre a dor e a alegria molda a percepção do prazer e da felicidade.

2. A afirmação "Se a vida fosse um prazer constante e uniforme, acabaria por me fazer desejar um pouco de dor" levanta uma questão sobre a natureza da felicidade. Discuta como a ausência de desafios e sofrimentos pode afetar a experiência da felicidade.

3. O autor compara a dor e o prazer com a experiência da zebra, questionando se é preta com listras brancas ou branca com listras pretas. Analise essa analogia e como ela se relaciona com a ideia de relatividade da percepção e da importância da diversidade de perspectivas.

4. O texto faz referência à história de Adão e Eva para ilustrar a relação entre dor e prazer. Explique como essa narrativa bíblica contribui para a compreensão da visão do autor sobre a vida e a felicidade.

5. A última parte do texto traz uma reflexão sobre a dor na coluna lombar e a busca pelo alívio. Discuta como essa experiência pessoal se conecta com a temática geral do texto e reforça a ideia de que a felicidade é encontrada na superação dos desafios.

BÔNUS PARA RESPONDER AS QUESTÕES

1. A dança entre a dor e a alegria molda a percepção do prazer e da felicidade de diversas maneiras:

Contraste: A dor torna o prazer mais intenso e apreciável. Sem a dor como referência, o prazer se torna banal e perde seu significado.

Adaptação: O corpo e a mente se adaptam ao prazer constante, tornando-o menos intenso e excitante. A dor, por outro lado, impede essa adaptação, mantendo a sensibilidade ao prazer.

Aprendizado: A dor nos ensina a valorizar os momentos de alívio e felicidade, tornando-nos mais conscientes e apreciativos da vida.

2. A ausência de desafios e sofrimentos pode afetar a experiência da felicidade de diversas maneiras:

Desmotivação: Uma vida sem desafios pode levar à apatia e à falta de motivação, pois a busca por objetivos e a superação de obstáculos são essenciais para a sensação de realização.

Falta de Crescimento: Sem desafios, o aprendizado e o crescimento pessoal ficam limitados, impedindo o desenvolvimento individual e a conquista de novas habilidades.

Insatisfação: A ausência de dificuldades pode levar à insatisfação constante, pois a comparação com uma vida sem obstáculos pode distorcer a percepção da realidade.

3. A analogia da zebra preta com listras brancas ou branca com listras pretas representa a relatividade da percepção e a importância da diversidade de perspectivas:

Percepção Individual: A forma como vemos a zebra depende da nossa perspectiva e das nossas experiências. Não existe uma verdade absoluta, e cada indivíduo terá uma interpretação diferente.

Diversidade de Opiniões: A analogia nos convida a considerar diferentes pontos de vista e a respeitar a diversidade de opiniões. O que é preto para um pode ser branco para outro, e vice-versa.

Enriquecimento da Experiência: A multiplicidade de perspectivas enriquece a nossa compreensão do mundo e nos permite aprender com diferentes formas de pensar.

4. A narrativa bíblica de Adão e Eva contribui para a compreensão da visão do autor sobre a vida e a felicidade de diversas maneiras:

Consequências do Pecado: A história mostra que a dor e o sofrimento são consequências do pecado, mas também são parte da experiência humana e podem nos levar ao crescimento.

Equilíbrio entre Bem e Mal: A narrativa demonstra a necessidade de equilíbrio entre o bem e o mal, o prazer e a dor, a alegria e a tristeza. A vida não é feita apenas de um ou outro, mas sim da combinação de ambos.

Lições de Vida: A história de Adão e Eva nos ensina lições valiosas sobre a vida, como a importância da responsabilidade, da resiliência e da busca pela redenção.

5. A experiência pessoal da dor na coluna lombar se conecta com a temática geral do texto e reforça a ideia de que a felicidade é encontrada na superação dos desafios de diversas maneiras:

Superação da Dor: A busca pelo alívio da dor demonstra a resiliência do ser humano e a capacidade de superar desafios físicos e emocionais.

Apreciação do Bem-Estar: A ausência da dor nos faz valorizar a saúde e o bem-estar, que são essenciais para a felicidade plena.

Aprendizado com a Experiência: A experiência da dor nos ensina a ser pacientes.



RECADO DE PROFESSOR ( A modernidade criou no adolescente de hoje a sensação de fartado)

Crônica 

RECADO DE PROFESSOR ( A modernidade criou no adolescente de hoje a sensação de fartado)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Meus alunos, não me tenham como ameaça, este momento era o que eu chamava de meu futuro, por tanto é o seu presente. Pois também, não os tenho como ameaça, porque quando forem alguém na vida (se forem...), eu já não serei mais nada (se é que fui também alguma coisa na vida)!
          Eu compreendo que dói muito no orgulho do aluno (sem luz) a sensação de pequenez diante do professor culturalmente superior. Para os alunos, seus tantos conhecimentos tecnológicos e bom desempenho nos jogos eletrônicos o iludem à igualdade, se acham no páreo. A postura arrogante, justificando o desinteresse nas aulas de um professor "quadrado" de antigamente, é compreensível. Talvez seja esse um dos males do sistema educacional! E o comportamento desrespeitoso, é por motivo do uso desregrado dos novos conhecimentos, pois eles não podem substituír os velhos. As novas tecnologias as que se refinaram mais, areia movediça, se não fosse as atualizações do Google, os usuários deveriam ser os mais intelectuais já existentes. Porém, nem com uma máquina em mãos se superam! A modernidade criou no adolescente de hoje a sensação de fartado, pela velocidade e o amontoado de informação cadente, própria do futurismo. Mas, ele não retém quase nada nas dobras do cérebro, assim como um intestino medicado para emagrecer. Tudo na moda, rumo ao caos!

          Eles não sabem ouvir, querem falar! Imitando os octo-processadores sem ter um banco de dados sortido à disposição. Abrandem-se, pois não falem tão apressadamente, pensem antes de falar! A Bíblia nos aconselha, dizendo: "Se você se apressa em dar sua opinião, antes de ouvir os fatos, está mostrando que é um tolo. Você devia se envergonhar!" (Pv 18:13 BV).  Mostrar que sabe é carência de atenção! Certifiquem-se que vocês sabem o que vão dizer antes de abrir a boca! Quem responde a pergunta antes de ouvi-la é pior que um idiota. O louco se mete em dificuldade devido à ignorância, e um homem que atende a fala antes de pensar deve ser punido. Confirma a Patrícia Leal: "Não tente precipitar o que demanda tempo, saiba esperar o tempo certo." Então, o recado é não se apressar em falar.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 11/04/2011
Código do texto: T2902553

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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sábado, 9 de abril de 2011

AS ARMAS DE WELLINGTON (Eram armas ideológicas, compradas no mercado negro, ou melhor, na negritude do "apagão" de uma escolaridade falida)



CRÔNICA

AS ARMAS DE WELLINGTON (Eram armas ideológicas, compradas no mercado negro, ou melhor, na negritude do "apagão" de uma escolaridade falida)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Mais uma vez, as autoridades do país desviam os olhares providenciais da educação, olhando somente para seu umbigo. Como a "Reforma do Ensino Médio" vai conviver com a 'Escola sem partido"? A chacina na Escola Municipal Tasso da Silveira do Rio de Janeiro (2011), por Wellington, ex-aluno da mesma, ainda tem servido como mais um dos indicadores do fracasso da campanha do desarmamento no Brasil, da má qualidade do ensino público brasileiro e da má formação familiar dos jovens. Qual benefício a escola fez àquele educando e às vítimas? Se ele era um doente psicológico, o que fizeram a ele os programas de inclusão tão bandeira de "especialistas" da educação?  E a PEC 241 Tem alguma cláusula de bom gerenciamento para esse tipo de caso? Aliás, estou sabendo que vão congelar os investimentos da educação. Por isso, continuam se negando a maiores insumos, cada vez menos dinheiro chegará à escola, então irá "vulnerabilizar" mais ainda o indivíduo refugiado nas entidades de ensino com esperança de cidadania, enquanto os bandidos permanecem sem educação e armados até os dentes e gostam de aglomeração ingênua!
           Na época, o Papa "Bento XVI também convocou a população do Rio a repudiar a violência, 'que constitui caminho sem futuro', e a construir uma sociedade 'fundada sobre a justiça e o respeito pelas pessoas, sobretudo os mais fracos e indefesos'. O Papa pede que a esperança faça prevalecer 'o perdão e o amor sobre o ódio e a vingança' e abençoa as vítimas." (http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/noticia/2011/04/papa-bento-xvi-manda-mensagem-de-solidariedade-vitimas-do-atirador.html). (acessado em 15/10/2016). 
           Se lançarmos um olhar retrospectivo, sobre o Rio de Janeiro e em qualquer cidade grande do Brasil, atualmente , veremos que não mudou nada nesse aspecto: educação e segurança continuam precárias.
          A mensagem papal delimita claramente um objetivo que só se alcança com uma educação de qualidade. Todo mundo sabe onde  está o problema da violência no Brasil que é certamente consequência da má educação e da desorientação familiar, mas sempre insistiram em campanha de desarmamento, em apenas maquiagem etc. E a Reforma do Ensino Médio não visa a melhora das relações interpessoais que são violentas por demais no ambiente escolar.  
          As piores armas de Wellington eram armas ideológicas, compradas no mercado negro, ou melhor, na negritude do "apagão" de uma escolaridade falida e de uma educação fracassada. Se ele tivesse uma leitura mais extensiva e, por alegoria, teria na sua vingança metonímica, como parte dos que lhe ofenderam, não as crianças, mas verdadeiros representantes: políticos. O ato, em si, não se justifica, mas é possível entendê-lo e achar coerência em sua ação, mesmo perdido no seu mundo paralelo da esquizofrenia: foram vários grito de socorro a ouvidos moucos.
          Tudo isso serviu, pelo menos e também, para nos mostrar o último estágio do tal bullying! Do assédio moral, ou do Síndrome de Burnout! Enfim, firmou-se aqui, mais uma vez, a essência do famoso dito popular "que os incomodados se retirem"; neste caso, não só se retirou, mas por ter sido antes "tirado" traumaticamente. Assim assemelha-se ao suicídio do sistema educacional público a prestações! — Repense, qual é o papel da escola atualmente? Aí a poetisa Sílvia Regina Costa Lima pergunta também: "Como ninguém viu um rapaz assim isolado e triste?  ... quem é o culpado?"

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 09/04/2011
Código do texto: T2898966

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