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sábado, 24 de maio de 2014

BULLYING EM NOME DA ORDEM ("O bullying começa quando a professora deixa outro aluno ir beber água e você não" DM.)


Crônica

BULLYING EM NOME DA ORDEM ("O bullying começa quando a professora deixa outro aluno ir beber água e você não" DM.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade           

           Acabou-se o tempo da palmatória, mas, ainda, todos na escola apanham um bocadinho: professor, coordenador, diretor e até o aluno. É um batendo no outro! Quem ainda não soube de um fato de violência bizarra acontecido na escola? Atire-me a primeira pedra! E o pior deles, é o professor apanhando de aluno, e por assuntos banais! {http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2209201126.htm} (acessado em 24/09/2019).
           Os coordenadores criticam e obrigam os professores a tomarem os celulares dos alunos. Se isso é bullying? Não sei, porém, de uma coisa sei, constrange os dois lados. E, então, reage violentamente quem tem maior liberdade e proteção social. {http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/09/04/interna_gerais,444623/professor-de-colegio-estadual-e-agredido-por-aluno-com-historico-escolar-conturbado.shtml} (acessado em 24/09/2019). 
           Os coordenadores criticam e repreendem os professores que deixam os alunos colarem. No entanto é, no mínimo, uma situação melindrosa, mesmo o professor sendo delicado não vai dissipar a ira do aluno, curtido da delinquência familiar, e nem a ira da coordenadora insegura sem uma função bem delineada. Onde estavam as coordenadoras dos professores agredidos por aluno? Estão sempre presentes para dizer ao tal professor se é bom ou ruim, num julgamento falacioso, baseados em caderninho de planejamento e porta da sala de aula fechada sem movimentação no corredor, mas cadê a parceria! Ou será se só um lado é serviçal?
           Esta semana, fui surpreendido, a coordenadora na porta de minha sala cometendo bullying: — professor não te incomoda esta falta de respeito à sua aula, com tanto aluno na porta da sala fazendo nada? Respondi-lhe formulando uma sugestão: Pergunte a eles se fazem isso para me desrespeitar ou por preguiça de cumprir a atividade proposta no momento! Então, ela atirou farpas a todos os lados, atingindo eles e a mim, disse tudo desajeitadamente; virando as costas, os mesmos que estavam lá fora me disseram, de diversas formas: — "não deixa ela falar assim ao senhor, Não!" Pois é, ela assistiu tudo e nem tomou medida alguma, porém queria minha indisposição entre os alunos, pegando-os pelo braço e levasse até a coordenação, o trono da "salvadora da pátria", só então seriam lavrados relatórios assinados por os "de menor", sem responsabilidade jurídica, com palavras doces de perdão, massageando o ego da superior, engordando as estatísticas da "promissora" função. E eu lá na sala, no dia seguinte, vivendo a rejeição e a resistência desses espertalhões os quais "dedurei". Qual é a pena atribuída ao "dedo duro", segundo eles? Por isso alguém me defenderá? Pensei em me queixar por bullying, mas já não sabia quem era o desonrado ou desonrador. Quem merecia apanhar nesse caso: eu, a coordenadora ou os alunos sem objetivos escolares? 
           Eu sou ruim por que só faço o meu trabalho. Ela é ruim porque me obriga fazer o meu trabalho e o dela. Estes alunos desobedientes são ruins porque não fazem nem os seus trabalhos de classe e ainda impedem o professor fazer o trabalho dele.
           Um dia, a professora bateu num aluno. {https://recordtv.r7.com/balanco-geral-manha/videos/professora-agride-aluno-que-se-recusou-a-entregar-o-celular-em-sala-de-aula-20102018} (acessado em 24/09/2019). por isso,  a mídia apresentou o fato, pintando-a como um monstro "safado, sem vergonha e doente", bateu em um "anjo". Apologia ao bullying vale o ibope? Os que estão em posição privilégiada na hierarquia social se acham no direito de humilhar, e fabricar muitos humilhados prontos para explodir em revoltas a qualquer momento, batendo panelas à rua!
           Poderá ser feito alguma coisa para ensinar os desrespeitadores a respeitarem sem apanhar? Ou, pelo menos, evitá-los a bater na pessoa errada, já que a turma do pega e lincha tem de bater em alguém! Apologia à violência nunca, porque de forma alguma se combate um incêndio com outro foco de fogo. A maior causa da violência é outra violência. Proveitosamente o provérbio de Salomão diz: "a palavra branda desvia o furor" (Pv 15:1). "As causas do bullying podem residir nos modelos educativos a que são expostas as crianças, na ausência de valores, de limites, de regras de convivência; em receber punição ou castigo através de violência ou intimidação e a aprender a resolver os problemas e as dificuldades com a violência." {http://br.guiainfantil.com/violencia-escolar/46-causas-da-violencia-escolar.html} (acessado em 24/05/2015).

           Oxalá os alunos deixe de assistir aos seus superiores se desrespeitando em nome dos modelos educacionais impostos por quem de jeito nenhum quer perder o poder. E o efeito dominó, iniciado por uma pedra defeituosa sai derrubando até a última pedra, e assim, perpetuando a culpa de quem tem a mão trêmula e inábil não conseguindo pô-la em pé. Nessa metáfora, é tão fácil assistir à derrocada, vendo o amontoado de peças caindo, mas nunca veem as poucas peças que ficariam em pé se o alicerce moral não tivesse rompido. Ainda bem, as fracas caem apenas numa direção: seguindo a tendência da malfeitoria. Todos sabem onde está o erro, todavia ninguém quer perder seu emprego! Sentado à mesa, o professor de gramática e produção textual ("o preguiçoso"), mal visto pela coordenadora, esforça-se para se concentrar na correção dos textos dos poucos alunos dedicados, sobre os quais os olhares enciumados dos chefes desconhecedores de quem se vingar pelas peças indisciplinadas.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 27/02/2014
Reeditado em 24/05/2014
Código do texto: T4709117
Classificação de conteúdo: seguro

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