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sábado, 15 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (58): A Fabricação de uma Igreja.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (58): A Fabricação de uma Igreja.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma época em que a degradação ascendente se infiltrava sorrateiramente pela sociedade. O que outrora chamávamos de igreja, agora ganhava contornos obscuros, revelando um processo corrosivo e intrigante. Quem melhor para desvendar os segredos dessa engrenagem que fabrica igrejas do que o renomado escritor Edmundo Morais Neto?

Ele nos guia por um caminho sinuoso, revelando em sua obra, intitulada: "Como se Fabrica uma Igreja"; o câncer social que permeia essa construção. Afinal, se você deseja abrir uma igreja evangélica, basta seguir os passos indicados pela reportagem do Diário da Manhã, datada de 13 de janeiro de 2002. São ensinamentos detalhados sobre como criar e montar uma congregação, além dos requisitos necessários para tornar-se pastor.

Surpreendentemente, o jornal revela que aqueles que não conseguem abrir filiais de igrejas populares e tradicionais preferem trilhar o caminho da criação própria. Sim, você leu corretamente: aqueles que não encontram espaço nas instituições estabelecidas optam por erguer suas próprias estruturas.

Essa realidade ganha vida em nossa capital, onde numerosas igrejas evangélicas surgem como cogumelos após a chuva. Basta percorrer as ruas e observar os nomes peculiares que saltam das paredes de pequenos cômodos, casas modestas ou até mesmo barracos improvisados. A maioria desses locais de culto, acredite, surge de meras reuniões de quatro, cinco ou seis pessoas em qualquer aposento disponível de uma casa ou apartamento.

Vivi esses acontecimentos como testemunha impotente, enxergando a disseminação desenfreada de uma realidade perturbadora. A multiplicação desenfreada de igrejas, muitas delas desprovidas de fundamentos sólidos, desafia a nossa compreensão. Fico a refletir sobre o verdadeiro propósito dessas construções e o impacto que exercem em nossa sociedade.

Nessa reflexão profunda, a mensagem que ecoa é poderosa e inquietante. Devemos questionar a essência das nossas crenças e buscar a verdadeira conexão com o divino. Não permitamos que a superficialidade e a ganância obscureçam a essência da fé. Afinal, a grandeza de uma igreja não reside em suas paredes, mas sim na autenticidade do vínculo humano e espiritual que ela promove.

Que possamos abrir os olhos para o verdadeiro significado da igreja, transcendendo as construções físicas e abraçando a busca pela espiritualidade genuína. Não nos deixemos seduzir pelas armadilhas do status e do poder. Que possamos encontrar o sagrado nas mínimas expressões da vida e na conexão fraterna entre aqueles que buscam a verdade.

Assim, desvendaremos o mistério que permeia a fabricação das igrejas e resgataremos a essência de uma fé verdadeira.

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