"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Coleção 20 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)



Pensamentos

Coleção 20 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 A essência do pensamento é que, na dança cíclica e implacável da existência, a verdadeira salvação está na morte; não como retrocesso corrosivo, mas como retorno pleno ao estado original, onde a renovação se cumpre em sua forma mais pura.

2 Se o arrebatamento fosse um método divino de conter a superpopulação, a natureza não precisaria de catástrofes; e a pergunta sobre o “depósito dos arrebatados” expõe, com ironia, a fragilidade dessa crença.

3 Assim como um veneno ou remédio, a ação contra o inimigo exige dose, frequência e qualidade precisas; a resistência não é fracasso, mas sinal de que é hora de ajustar a estratégia para alcançar o golpe final.

4 Se a história não repetisse padrões, deixaria de ser ciência; negar seus ciclos é tentar refutar o óbvio; ou contra fatos há sempre argumento?

5 Diante de um sistema educacional tão falho que até resistir parece inútil, escolho, com os omissos, pagar o preço da inércia e partilhar o fracasso.

6 Se todo ser abriga bem e mal, talvez até o lado ruim traga em si um bem oculto, pois a dualidade se repete em cada parte do que existe.

7 A verdadeira sagacidade está em perguntar, não em responder; façam-me uma pergunta e, sem esforço de inteligência, saberei quem vocês são.

8 Tememos mais o leite que fermenta do que o desperdício que mata aos poucos; e esquecemos que a fermentação é apenas a vida seguindo seu curso.

9 Se existir plenamente é pecado, então o medo do pecado é medo de viver; e, ainda assim, nem assim deixamos de viver.

10 Se a escola aprova sem mérito, pais inteligentes retiram seus filhos, mostrando que a decadência do ensino atrai o abandono tanto quanto revela sua falha.

11 Se o amor seguir a lógica da democracia, a liberdade individual impera, e a infidelidade sexual renova o desejo.

12 Felicidade e sabedoria se opõem: buscar ambas é ignorar que a luz da verdade frequentemente apaga o conforto da ignorância.

13 No ciclo escolar, todos são “ruins”: o professor por cumprir só seu dever, a coordenadora por exigir mais, e os alunos por impedir que qualquer esforço funcione.

14 O idoso, frágil no corpo mas sábio na proximidade da morte, detém um poder que derrota os sonhos ilusórios dos jovens.

15 A sabedoria revela as dores e verdades ocultas da existência, mostrando que a felicidade é privilégio dos tolos.

16 Enquanto a escola alimenta a mente, a barriga cheia distrai o cérebro; o conhecimento sacia mais que a comida, fazendo esquecer a fome.

17 Se cada outro é um demônio, a multidão torna-se um inferno, e a aversão à aglomeração revela o peso de tantos tormentos juntos.

18 Culpar o professor é desviar o olhar da raiz do problema: a educação falha porque o aluno não aprendeu a aprender.

19 A criminalidade prospera não apenas pelo crime em si, mas pela fraqueza e omissão dos homens sérios que deveriam contê-la.

20 Ensinar é dom, não comércio; a verdadeira recompensa do professor é espiritual, não financeira.

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sábado, 6 de junho de 2020

Pensamentos Coleção 19 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)



Pensamentos

Coleção 19 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 O castigo não se opõe ao perdão, mas o torna possível, pois é a punição que corrige e restabelece a disciplina necessária à vida em sociedade. Sem consequências, não há aprendizado; e a chamada “educação fofa” apenas mascara o erro, poupando o indivíduo de um desconforto momentâneo para lançá-lo, no futuro, a sofrimentos muito maiores.

2 Para quem encontra na solidão sua maior riqueza, qualquer presença que não traga verdadeira companhia não é visita, mas invasão.

3 Quando a força do aluno se mede pela queda do professor, a escola deixa de ser templo de saber para tornar-se palco de vaidades, onde o mérito cede lugar ao jogo de poder.

4 Na escola onde o doutor é humilhado por quem nada aprendeu, revela-se o paradoxo de um saber desprezado por aqueles que mais dele precisariam.

5 Pelo sofrimento extremo, os idosos, esvaziados de amor e ódio, aproximam-se de uma condição divina; não pela inocência infantil, mas por uma purificação que os eleva a um estado impassível, distante e semelhante ao dos deuses.

6 Quando o mesmo traje serve para toda ocasião, do folclore à faxina, dissolve-se a identidade de cada evento; e a graça de minha calça xadrez, outrora símbolo de uma festa, perde-se na uniformidade que apaga o sentido das celebrações.

7 A falsa moralidade é uma casca que aprisiona e liberta ao mesmo tempo: protege o indivíduo do julgamento, enquanto oculta sua verdadeira essência, permitindo-lhe viver entre aparências e segredos.

8 Elogiar para agradar sem sinceridade é um disfarce que protege o outro e aprisiona a si mesmo, pois alimenta a ilusão do mérito e evita o confronto com a verdade; mas eu não quero ser cúmplice dessa mentira.

9 Em um mundo onde a hipocrisia se veste de loucura e a falsa moral se esconde atrás da loucura alheia, até mesmo Jesus convive com Barrabás; e a doença mental é o véu que justifica a corrupção humana.

10 A ineficiência do sistema não só exaure o professor como também corrompe a avaliação, transformando a falha tecnológica em um problema estrutural que beneficia o aluno pela via do descaso.

11 Ao promover jogos e competição, a pedagogia ludicista cultiva rivalidades individuais, onde o ato de “colar” revela não cooperação, mas a transgressão que mina o verdadeiro espírito coletivo.

12 A pedagogia do jogo, ao rejeitar a repetição essencial ao aprendizado, esvazia o interesse pela disciplina e prepara o aluno para evitar a seriedade da prova, que se torna um jogo sem prazer e sem significado.

13 No caos do ensino semipresencial, a ironia do coordenador revela a superficialidade do diagnóstico, pois ao desmerecer o professor, ignora-se a raiz da apatia que mina a autoridade e o aprendizado.

14 Transformar o ensino noturno em EJA sob a máscara do “fortalecimento” revela-se mera retórica que encobre o retrocesso e a degradação de um sistema já fragilizado.

15 O dinheiro, mais que meio de troca, desperta em nós uma faceta divina; um poder latente que se revela na influência, na criação e na liberdade que ele concede ao homem.

16 Ao semear o ensino indiscriminado, o professor e o aluno diluem suas essências, e o mestre perde sua singularidade, tornando-se "qualquer um"; consequência inevitável da própria universalização descompromissada do saber.

17 Avaliar sem acompanhar e registrar a produção do aluno é agir às cegas; "vistar" o caderno é a realidade indispensável que sustenta a justiça e a eficácia do ensino.

18 Embora a cooperação seja eficaz, a exigência de que os parceiros sejam “cobra igualmente” revela uma busca inflexível por afinidade absoluta, que acaba por isolar e condenar à solidão, negando o próprio valor da união.

19 A resistência à morte revela o amor profundo pela vida, pois quem luta para existir demonstra que valoriza sua própria essência, enquanto a aceitação passiva da morte denuncia a ausência desse apreço vital.

20 O medo não superado desencadeia uma violência desordenada, enquanto a coragem se revela na vingança; não como ódio cego, mas como a ação decisiva que rompe o ciclo opressor e restaura a liberdade.

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