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domingo, 8 de março de 2009

MIL CRÔNICAS PARA ILUMINAR A EDUCAÇÃO (Uma resposta às más intensões)





MIL CRÔNICAS PARA ILUMINAR A EDUCAÇÃO (Uma resposta às más intensões)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O papel amarelado de meus cadernos guarda mais do que simples palavras; ele testemunha histórias de persistência em meio às adversidades. Como professor e cronista, decidi transformar os erros e desafios da educação pública em lições que merecem ser contadas. Mil crônicas, uma para cada erro observado, um para cada momento de reflexão que os muros da escola me proporcionaram.

Escrever, para mim, é um ato de coragem. Não a coragem espetacular dos filmes, mas aquela silenciosa e constante, que insiste em habitar o olhar dos educadores que lutam por mudanças, mesmo quando a realidade conspira contra. Não é fácil enfrentar críticas e incompreensões. Lembro-me de colegas que, ao invés de apoiar, lançaram palavras como lanças, tentando desqualificar meu trabalho com rótulos como "louco" ou "aético". Mas cada ataque só reforçou minha convicção: educar é iluminar.

Minha jornada começou com textos que incomodaram. "Cabeça Fraca" e "Nas Tetas da Vaquinha" provocaram reações de alguns colegas, especialmente de uma professora de Língua Portuguesa que, durante uma reunião, tentou me desmoralizar. Ela criticou meu primeiro livro, "Confissão de Um Anjo I", por seus erros gráficos. De fato, havia falhas, mas sua fala soava mais como um ataque pessoal do que uma crítica construtiva. Respondi com uma crônica que dizia tudo sem ofender: "Professor, Cadê o Seu Texto?". Porque, ao criticar, é preciso mostrar que se é capaz de fazer melhor.

Mas as críticas não vieram apenas de dentro da escola. Um professor, Jânio Donizete, publicou no jornal local uma análise severa de um dos meus textos, "Lentes de Aluno", acusando-me de impor visões religiosas. A resposta veio de forma inesperada, através de uma aluna, Michelly Martins, que o desafiou publicamente em uma carta no mesmo jornal, chamando-o de incompetente para interpretar meu texto. Essa defesa espontânea foi um lembrete de que meu trabalho não é em vão; ele inspira.

A verdade é que nunca escrevi para agradar, mas para provocar. Meus textos são tijolos na construção de uma educação mais humana e crítica. Sempre acreditei que os desafios devem ser enfrentados com sensatez, essa luz que Deus nos deu para guiar nossos passos em tempos de escuridão. Desistir nunca foi uma opção.

Recordo-me de uma frase irônica de um homem entrevistado no hospital: "Qualquer covarde pode parar de fumar, mas é preciso ser um verdadeiro herói para morrer de câncer do pulmão." Embora jocosa, a frase revela um paradoxo: muitas vezes, é mais fácil persistir no erro do que mudar. Para mim, o oposto se aplica. Continuo escrevendo não por teimosia, mas por convicção. Cada crítica que recebo é uma oportunidade para reafirmar minha crença de que a educação pode — e deve — ser transformadora.

Hoje, olhando para trás, vejo que as pedras que me lançaram pavimentaram o caminho para mil histórias. Não busco aplausos, nem heroísmo. Busco ressignificar, provocar, iluminar. E, se algo aprendi ao longo dessa jornada, é que a educação não é um destino, mas uma viagem. Uma travessia onde persistir é mais que uma escolha: é um compromisso.

Aos leitores que me acompanham, deixo um convite: não desistam. Mesmo quando as críticas forem duras e as dificuldades parecerem intransponíveis, continuem. Porque cada passo na educação é um passo na direção de um mundo melhor.


Com base no texto apresentado, elaborei 5 questões que exploram diferentes aspectos da sociologia da educação:


O autor menciona que "educar é iluminar". A partir dessa afirmação e do contexto do texto, como você entende a relação entre educação e poder?

Essa questão convida os alunos a refletirem sobre o papel da educação na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, explorando a relação entre conhecimento e poder.


O texto relata diversas críticas recebidas pelo autor. Como as reações dos colegas e da comunidade escolar podem ser interpretadas à luz das teorias sociológicas sobre o conservadorismo e a resistência à mudança?

Essa questão permite aos alunos aplicarem conceitos sociológicos para analisar as reações das pessoas às ideias inovadoras e desafiadoras.


O autor afirma que "meus textos são tijolos na construção de uma educação mais humana e crítica". Qual a importância da crítica e da reflexão na construção de uma educação transformadora?

Essa questão incentiva os alunos a refletir sobre o papel da crítica na construção do conhecimento e na transformação social.


O texto menciona a importância da persistência na busca por mudanças na educação. Quais os desafios enfrentados por aqueles que buscam transformar a educação e como a sociologia pode contribuir para a compreensão desses desafios?

Essa questão permite aos alunos analisar os obstáculos que os educadores enfrentam ao buscar mudanças e como a sociologia pode oferecer ferramentas para superar esses desafios.


O autor utiliza a metáfora da viagem para descrever a educação. Qual o significado dessa metáfora e como ela se relaciona com a ideia de construção de um futuro melhor?

Essa questão convida os alunos a refletirem sobre o processo educativo como uma jornada contínua de aprendizado e crescimento, e a importância da educação para a construção de um futuro mais justo e igualitário.


Um comentário:

Escrevendo na Pele disse...

Meu queridão, você é digno de ser aplaudido de pé (sem demagogia). É difícil encontrar uma pessoa com propósito tão nobre. E deixem que falem, que pensem, e que se rasguem! Sabe, dói nas pessoas ver atitudes positivas! Dói lá no fundinho. É a tal da inveja, você sabia disso? Me orgulho e muito de ser amiga de um homem respeitável como você. E que se mostra cada vez mais apaixonado pelo nobre trabalho de educar. Mestre, continue, pois a educação precisa de atos amorosos. E esse é o seu caso, um profundo ato de amor! Bjs, daqui.